terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Uma imagem, mil likes, infinitos danos

Hoje, independentemente da geração, todos têm pelo menos um perfil em alguma rede social. Além de ser fonte de informação e entretenimento, elas facilitam o contato de negócios e estreitam laços entre empresas e clientes.
De uns anos para cá, as declarações nas redes no mundo virtual têm causado forte impacto e, até mesmo, problemas no mundo real. Diariamente, várias pessoas perdem (ou deixam de ganhar) um emprego por conta da maneira como se apresentam na internet. Já existem até manuais de como manter a sua imagem e como se comportar no mundo virtual. Porém, o bom senso ainda é a melhor opção.
As redes sociais têm impactado principalmente as empresas jornalísticas e os formadores de opinião. Estudo recente divulgado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) mostra que 90% das empresas de comunicação têm perfis nas redes sociais. Segundo a pesquisa, 70% já tiveram de chamar a atenção dos jornalistas pelo seu uso e 40% já tiveram problemas com o que é postado.
Alguns podem até achar inocente dar uma cantada em alguém via Facebook ou Whatsapp, mas dependendo do destinatário, o tiro pode sai pela culatra e atingir o próprio pé do candidato a Casanova, como recentemente dois casos que surgiram acabaram tisnando a imagem dos galanteadores pois as moças destinatárias não gostaram nada do tipo misógino das mensagens.
Atualmente deve se tomar muito cuidado com o conteúdo do que você posta ou envia, afinal, para manchar uma imagem basta uns “likes” e uns compartilhamentos para tornar uma brisa em um tornado de proporções devastadoras. Então, seja comedido, com intimidades, nudes, e com as palavras que só devem ser pronunciadas lábio-ouvido.
Personalidades, políticos e até gente comum – não há distinção –, pois quando algo desabonador acontece com sua imagem, o Supremo Tribunal do Google acaba por dar uma sentença quase perpétua, pois difícil mesmo é desfazer tudo, mesmo que tenha sido um mal-entendido que não há remédio eficaz e eficiente para curar.




quinta-feira, 17 de novembro de 2016

No mundo dos negócios é melhor ser franqueado ou independente?

Após dez anos resolvi abrir mais uma empresa para contemplar atividades que antes exercia de modo independente. Com as mudanças tecnológicas vigentes atualmente, pude contemplar que a facilidade que antes apenas contemplava os Microempreendedores Individuais (MEI) agora se estende aos ME’s e aos Ltdas.
Isso me levou a cogitar entrar no mercado de franquias, visto que, este tem se tornado um investimento cada vez mais viável para os brasileiros e, por isso, muitas vezes, tem sido associado à ideia de uma compra de emprego por tempo indeterminado. Talvez por isso, não seja uma opção comumente analisada por especialistas que estejam em busca de novas oportunidades ou uma recolocação profissional. Em geral, esses profissionais preferem abrir seu próprio negócio. Mas, será essa a opção mais acertada?
Segundo dados do Sebrae nacional, cerca de 30% das empresas fundadas no Brasil fecham as portas antes de completar dois anos de atividade. Sendo assim, o risco de começar uma empresa do zero não é de se desprezar, mesmo que você já tenha todo o know how necessário para atuar em determinada área. Agora, quando você investe em uma franquia, além de receber todo o suporte necessário para a operação do negócio, você ainda terá a seu favor o peso de uma marca consolidada no mercado, que já passou e superou por todas as intempéries que, muito provavelmente, você enfrentaria ao abrir sua empresa.
Além disso, por mais que as franquias sejam um mercado extremamente democrático, com opções para inúmeros segmentos, gostos e bolsos, profissionais mais técnicos e especializados que optam por investir no segmento, principalmente, quando escolhem uma área em que já possuem afinidade, têm uma chance de sucesso ainda maior. Isso acontece porque, normalmente, os setores que demandam profissionais mais qualificados à frente da operação do negócio, costumam atender uma demanda específica, porém recorrente.
Em uma consultoria de gestão da qualidade, por exemplo, o foco da empresa é contribuir para a evolução de organizações de portes e segmentos variados, através da implantação, manutenção e otimização dos modelos de gestão. Trata-se de uma demanda extremamente específica, mas, ao mesmo tempo, constante, uma vez que será difícil encontrar uma empresa que não se interesse em aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar a lucratividade.
Nesse caso, quanto mais especializado e qualificado o franqueado for, melhores serão os seus resultados. Pois, ao entender as necessidades da empresa, ter conhecimento das ferramentas que pode utilizar, dos processos essenciais a serem melhorados ou implantados, mais do que credibilidade, ele irá passar ao seu cliente conhecimento e empatia, o que sem dúvida, faz muita diferença. Principalmente por esses motivos, especialistas não só podem, como devem olhar o modelo de franchising como uma oportunidade de conquistar o sonho do próprio negócio. Portanto, se essa era uma dúvida que te afligia, avalie sua carreira e, se esta não estiver te trazendo mais a satisfação que deseja para sua vida, busque novas alternativas e inclua as franquias em seus planos.
Caso contrário, como foi o meu, quando ainda não houverem franquias para sua ideia de negócio, o melhor que se faz é se cercar de profissionais competentes e experientes encarando o mercado independente. Claro, que com um olhar para o futuro e muita competência, quem sabe lá na frente você não gera sua própria franquia de negócios!


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Com a reforma trabalhista em curso, os empresários estão preparados?

Gilmar Mendes, Ministro do STF suspendeu de forma liminar todos os processos que discutem a manutenção de cláusulas de acordos e convenções coletivas após seu vencimento enquanto não forem renegociadas. O STF vem se manifestando no sentido de prestigiar e reconhecer a prevalência das normas coletivas negociadas em face da legislação trabalhista, notadamente em matérias relacionadas a salário e jornada de trabalho. 
Com o posicionamento da mais alta corte do país representando o início de uma reforma trabalhista, tão aguardada, tendo em vista as muitas mudanças das relações de trabalho nas últimas décadas. O empoderamento dos sindicatos dos trabalhadores acabou por refletir na justiça do trabalho e nas relações entre as empresas e seus colaboradores, impulsionando o número de processos recebidos nas varas trabalhistas que, em 2016, deve bater novo recorde.
Isso fez com que muitas empresas passassem a lidar com um passivo trabalhista crescente em decorrência das diversas particularidades de cada setor, legislação aplicada e, principalmente, contestação de cláusulas pactuadas junto aos sindicatos laborais que acabam por causar extrema insegurança jurídica às empresas, que parecem não ter se preparado para esta enxurrada de direitos diversos.
Modernizar a legislação trabalhista, diminuir a burocracia e criar leis específicas que permitam aumentar a competitividade e o diálogo entre empresas e colaboradores é extremamente necessário para tornar o Brasil um país mais competitivo economicamente. A manutenção das cláusulas de acordos e convenções coletivas acabou por inchar os custos das empresas com os mais diversos benefícios, os quais devem ser adequados à atual situação econômica do país, bem como à realidade de cada empresa.
Só em 2016, mais de um terço das negociações salariais realizadas resultou em reajustes abaixo da inflação. É a mais longa sequência de recuos no número de acordos que se tem notícia. Benefícios concedidos anteriormente por meio de acordos e convenções coletivas acabaram por se tornar verdadeiros monstros em relação ao custo da mão de obra no Brasil, como é o caso dos planos de saúde que começam a ser revistos com decisões favoráveis junto aos Tribunais brasileiros com o entendimento de que o poder diretivo confere ao empregador a liberdade de escolher a operadora e o tipo de plano oferecido aos funcionários, cuja adesão ao convênio é voluntária. Trata-se, portanto, de faculdade do empregador de proporcionar aos colaboradores plano de saúde, pois, a obrigação de fornecer saúde à população é do estado. 
Muitos são os casos de empresas que chegaram a um custo em folha superior ao seu faturamento, tendo em vista os valores pagos a título de plano de saúde dos funcionários, muito devido aos reajustes superiores aos índices de inflação acumulados por anos e autorizados pela ANS. Este ano o reajuste de planos empresariais para algumas categorias foi superior a 30%, sendo a inflação do período de 9,28%.
O momento é ideal para a negociação de acordos e convenções coletivas buscando alternativas para que as empresas se tornem cada vez mais competitivas sem sucumbir à crise econômica e aumentando a oferta de empregos, com cláusulas que estimulem a produção, a participação e o comprometimento dos colaboradores com o crescimento da empresa e não apenas voltadas ao benefício de uma parte em detrimento da outra.

A tendência para o futuro é a modernização da legislação trabalhista, com maior segurança jurídica para as empresas, permitindo a geração de empregos de qualidade e com boa remuneração, aumentando a produtividade e competitividade para a indústria e que leve ao crescimento da economia do país. Com maior segurança jurídica, as empresas podem trabalhar melhor, investir, produzir e exportar cada vez mais – o que será benéfico não só aos trabalhadores e ao país, mas também, para que grandes empresas multinacionais retornem seus planos de investimento no Brasil trazendo novamente o capital externo que se evadiu durante a crise econômica em curso. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Franquias, será uma forma de driblar a crise?

Em tempos em que se fala muito em crise, em fechamento de empresas, em endividamento e desemprego, o mercado de franquias tem se mostrado extremamente promissor e vai muito bem, obrigado.
O número de pessoas que se interessam pelo segmento cresce a cada dia. Entretanto, muita gente acaba desistindo no meio do caminho por uma simples questão, com tantas opções disponíveis o potencial investidor não consegue escolher qual é o melhor negócio para investir e acaba se sentindo desmotivado para prosseguir com esse sonho.
A dúvida é comum. Afinal, segundo a Associação Brasileira de Franchising, existem mais de 3.000 marcas de franquias no país divididas em 20 amplos segmentos. Por isso é recorrente procurarmos fórmulas mágicas sobre como escolher a melhor opção para investir. Mas, por experiência própria, já posso te adiantar que não será assim que você vai encontrar as respostas que procura.
O mercado pode estar crescendo, a marca pode ser interessante, o produto de qualidade e o retorno de investimento ser excelente. De nada vai adiantar todos esses argumentos, você encontrará pontos negativos nas melhores opções se estas não tiverem a ver com o seu perfil. Assim, a pergunta correta não é qual a melhor franquia para investir, mas sim qual a melhor franquia para você.
Para isso, é importante que você avalie quais são suas principais motivações para investir nesse mercado. Por exemplo, você deseja uma franquia para se tornar sua principal fonte de renda ou para presentear algum familiar, cônjuge ou filho? Ou, na verdade, seu objetivo é só fazer um dinheirinho extra? Essa definição é essencial para que você tenha mais clareza na hora de avaliar as marcas que mais combinam com você.
Depois disso, também é preciso cuidado para não cair em algumas armadilhas bem comuns. Por exemplo, se você deseja uma franquia como fonte de renda principal, mais do que escolher sua marca favorita, é importante você se imaginar no dia a dia do negócio, acordando e indo trabalhar. Se coloque no lugar do dono daquela marca e pense como seria sua motivação diante de suas obrigações diárias, quais tarefas você gostaria ou não de fazer? O que você não desejaria fazer de jeito nenhum e o quanto isso afetaria seu bem-estar caso fosse obrigado a fazê-lo? Como é mais fácil saber aquilo que não queremos, provavelmente, ao final dessa reflexão você terá a maior parte dos segmentos de franquia pré-selecionados na lista de franquias que você não se imagina trabalhando!
Ao invés de responder qual é a melhor franquia, primeiro é fundamental entender qual é o perfil da pessoa e objetivo pelo qual ela estava interessada em comprar uma franquia. A verdade é que a melhor franquia para um, não é necessariamente a melhor franquia para o outro.
Isso significa que em quantos uns sonham em ter uma franquia Cacau Show, ou uma franquia Subway, outros encontrariam 10 objeções para mostrar como essas franquias não são boas opções, e diriam que boas oportunidades de negócio são franquias de estética e que “sem dúvida nenhuma, uma franquia de depilação é a opção certa, pois é muito fácil de administrar e ao lado de minha casa tem uma que vive lotada ”.
Portanto, facilitar a sua busca, ao invés de seguir a rota tradicional e filtrar franquias por valor do investimento ou por segmento, não me restringirei as dicas tradicionais para escolher a melhor franquia. Aliás, encontrar a franquia ideal não é tarefa fácil. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem quase 3.000 marcas de franquia no Brasil.
Além do grande número de marcas de franquia, a diversidade de segmentos é grande. A ABF divide as franquias em 20 segmentos diferentes, e ainda assim, são segmentos amplos e que alguns casos, agrupam franquias bastante diferentes
Entretanto, não se desespere com a grande diversidade de franquias disponíveis. Fazendo uma busca inteligente, é possível reduzir as opções a um número gerenciável.
Se você tiver grande dificuldade, existem trabalhos de coaching personalizados que podem ajudá-lo a encontrar a franquia certa. Aliás muita gente se interessa pelo franchising mas poucas pessoas acabam de fato abrindo uma franquia.
Para quem busca uma franquia que seja a principal fonte de renda, é fundamental procurar algo que esteja alinhado ao seu campo de interesse. Muitas pessoas enxergam na franquia uma oportunidade para ganhar o máximo de dinheiro possível e, ao mesmo tempo, se livrar do seu chefe e tornar-se dono de seu próprio destino.
Embora essa visão seja respeitável, se você procura uma franquia para ser sua principal fonte de renda, as chances são altas que você irá trabalhar diretamente no negócio. Isso significa que, é fundamental que busque algo que você goste de fazer. Nesse caso, um ponto de partida inicial é buscar franquias de produtos e serviços que você goste, ou até mesmo, que seja um consumidor desse produtos e serviços.
Independente do objetivo que você tenha para empreender, a certeza é que você encontrará boas opções para serem exploradas no mercado de franquias. E, se você procurar de forma inteligente a melhor franquia que encaixa no seu perfil, não ficará perdido na vasta imensidão de marcas de franquias disponíveis.

Com os devidos cuidados e com a devida dedicação, uma boa franquia é garantia de bons negócios!

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A zebra que chupou um "blaus" e acabou prefeito de Santana

Nas duas primeiras páginas de uma busca no Google, encontrei cerca de 14 resultados de candidatos que na última eleição usaram o nome político de “Zebra”. Em uma rápida consulta nos resultados a apuração de domingo passado, certifiquei-me de que pelo menos oito conseguiram uma cadeira na câmara municipal de seu município.

Em Santana, talvez Ofirney Sadala, embora não tenha usado o nome de “zebra” em sua legenda, mas, o belo equino africano (não me refiro ao prefeito eleito!), que exibe suas listras pretas e brancas intercaladas, cavalgou fazendo de Ofirney a zebra do segundo maior colégio eleitoral do estado.

Com perplexidade os grupos políticos que se afamavam “donos da bola” viram minguar suas expectativas de governar o município, e, diga-se de passagem, foram composições bem densas entre partidos de expressão e tradição política que se juntaram para apoiar os três candidatos ditos, mais bem cotados, como Marcivânia, Isabel Nogueira e o atual prefeito Robson Rocha.

Em alguns casos houve até debandada, como o caso do senador Davi Alcolumbre que ao ver sua nau ir a pique fazendo água por todos os lados, pegou o único bote salva-vidas e pulou para apoiar Marcivânia Flexa deixando para sua pupila o mesmo destino do Titanic.

O prefeito que corria pelas beiradas, mesmo que vigiado pelo MPE, já que há precedentes passados de que a máquina pública havia empreendido para eleger a irmã, a deputada Mira Rocha, não conseguiu a compreensão do santanense em lhe confiar as chaves do município mais uma vez.

Antônio Nogueira que, mais uma vez queria sentir o gosto da cena de alcaide, mesmo que por intermédio da irmã, também teve o passe negado pelo eleitor, e no caso de Santana, essa recusa não se deve a crise do PT em nível nacional, mas sim pelo histórico de vários indícios de malversação dos recursos públicos e histórias que entraram para o cancioneiro popular como as famigeradas CNHs.

Já Marcivânia Flexa, relutou muito em consentir arriscar a cadeira que tem no Congresso Nacional para governar um município cheio de desigualdades que pululam a periferia. Para isso tentou enfiar o marido goela abaixo no eleitor. Não colou. Então foi ao plano B e igualmente usou a tática de seu ex-correligionário de partido e lançou a irmã, que sem nenhuma afinidade ou tato com a política, também não foi digerida e se liquefez. Não deu outra. Se lançou candidata, ao estilo “banana amadurecida na marra”.


Enquanto isso, Ofirney Sadala chupava um blaus à espera do resultado das eleições. Talvez o ex-juiz e atual tabelião, não tivesse a visão desse cenário que o tornaria prefeito. Aliás, nenhum analista político ou pesquisa de intenção de voto moldou este cenário incomum, que sob uma óptica mais nova mostre que o Santanense quer arriscar mais e experimentar novos sabores, já que os últimos, vindo dos Petistas e Trabalhistas desceram travosos e ainda deixam o gosto amargo na boca do santanense.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Quase igual as eleições de Pompéia

Ceium Secundum é igual aos nossos candidatos ao pleito municipal de 2016. Melhor dizendo: Nossos candidatos são iguais a Ceium Secundum. Mas afinal, quem é Ceium Secundum?
Ele é, antes de tudo, um morto. Ele morreu quase 2000 anos atrás, quando as cinzas do Vesúvio soterraram Pompéia, em 24 de agosto de 79 DC. Ele é, portanto, um morto e uma múmia. Além de ser um morto e uma múmia, Ceium Secundum, no momento da tragédia que matou todos os moradores da cidade, era candidato a um cargo público.
Quando os arqueólogos italianos, no século XIX, desenterraram Pompéia, encontraram alguns de seus cartazes de propaganda eleitoral. Um deles dizia o seguinte:
“Ceium Secundum para duoviro. Seu pai o apoia! ”
É nisso que Ceium Secundum e nossos candidatos se assemelham. Tanto um quanto o outro só possuem um atributo eleitoral: o apoio de quem os gerou. O primeiro tem o apoio do pai, o segundo tem o apoio de inúmeros padrinhos. Mas até agora só ouvimos os afilhados, e uma pergunta ecoa por aí nas cabeças dos formadores de opinião: O que pensam os padrinhos? Afinal se eles nunca falam, nem sobem em palanques, o que será que eles pensam?
Para alguns candidatos o que conta mesmo é quem os apoia, quer seja para duoviro, quer seja para vereador ou prefeito, não importa, pois, nós meros eleitores não sabemos na verdade o que “eles” pensam.
Mas se nossos candidatos são iguais a Ceium Secundum, podemos comparar alguns a Cuspium Pansam. Os cartazes de propaganda eleitoral desse segundo ilustre desconhecido também resgatados nas ruínas de Pompéia, aludiam exclusivamente à figura de seu padrinho:
“Cuspium Pansam para conselheiro.”
Quem pede para votar nele é Fabius Eupor, o príncipe dos libertinos.
Os padrinhos de alguns candidatos, em fotos (não mais em cartazes manuscritos como em Pompéia de 79 DC) pedem para votarmos neles. Na verdade, esses padrinhos, parece que batizaram seus afilhados na última missa de domingo, pois até antes disso, nunca tínhamos ouvido falar deles, nem uma única linha de elogio, ne se quer um rabisco em discurso; nada, nada.
Mas agora eles surgem, vem pedindo votos, com sorrisos e elogios com uma ternura secular, num gesto de pura libertinagem eleitoral tentam incutir na cabeça do incauto eleitor uma intimidade inexistente para com seus afilhados.
Alguns padrinhos tem um grande senso de oportunidade. Se um sagui é capaz de escolher o momento certo para entrar pela janela da cozinha e pegar um cacho de bananas, alguns padrinhos são capazes de escolher o momento certo para atropelar as leis e apoiar seu afilhado. Assim como Ceium Secundum e Cuspium Pansam, as múmias pompeianas, esses afilhados sempre se mantiveram à sombra de alguém e não gratuitamente vão permanecer sob as asas do padrinho.
O curioso de tudo isso, é que ao longo dos anos, quando conseguem adentrar na vida pública, esses afilhados trocam de padrinhos, como um motel troca de lençóis em sexta-feira de pagamento do funcionalismo. Logo no primeiro ano, já os vemos sob novas legendas, sob novos padrinhos, sob novas ideologias, ou simplesmente atrás de uma cerca intransponível entre eles e o eleitor.
Vigiai ó eleitor, vigiai! Pois sobre Ceium Secundum e Cuspium Pansam os pompeianos nada puderam fazer, pois o Vesúvio explodiu em cinzas ardentes antes das eleições acontecerem e nos darem no resultado do pleito; qual foi o melhor padrinho, se o pai de Ceium Secundum ou o príncipe dos libertinos que apoiava Cuspium Pansam.

Por aqui pelo Amapá, não temos o velho vulcão, mas uma força muito mais titânica pode se mostrar mais eficiente contra a eleição de “postes”, “marionetes” e oportunistas. O “Vesúvio das urnas”, o eleitor amapaense.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Agora é muito mais do que bate-boca no Twitter

Chega o período eleitoral e as redes sociais usadas como plataforma política vem se transformando no antro da difamação e da propaganda negativa em face de candidatos, partidos e coligações. Encorajados, militantes maliciosos encaminham a grupos e listas de transmissão montagens, trucagens, calúnias, ofensas, vídeos e áudios, na certeza de que estão em um ambiente protegido. Na Justiça, o responsável pelo App continua a insistir: "Basta descobrir qual a operadora do número telefônico identificado na ofensa e diretamente pedir dados a ela". Como veremos, não é bem assim.
Aplicativos como parallel space permitem duplicar e ter dois WhatsApps no mesmo celular. Tecnologias de envio de mensagens em massa usando Short-codes, por exemplo, denominação dada a um número geralmente de 5 dígitos, utilizado para comunicação de mensagens SMS, tanto para o envio quanto para o recebimento das mesmas, não permite que vítimas descubram qual a operadora ou prestadora responsável pelo código. A vítima recebe a ofensa, e quando busca um número telefônico, encontra um código, não associado a nada nem ninguém.
Inúmeros manuais na rede e deep web ensinam desde montar chipeiras, utilizar serviços para receber códigos via SMS anônimos, clonar um Whatsapp legitimo em questão de minutos a mesmo usar um WhatsApp fake, incluindo, mas não se limitando a fake de GPS, impedindo que a real localização do remetente seja descoberta.
Outras tecnologias ainda como Bulk WhatsApp Messengers permitem o envio de milhares de mensagens e massa a números desconhecidos, com ferramentas ainda que permitem garimpar estes números destinatários na web, permitindo ampla difamação em massa em questão de minutos, burlando inclusive os mecanismos de segurança da aplicação. Quando a aplicação detecta e bloqueia os envios já é tarde e muitos já receberam o conteúdo ilícito.
Os ofensores anônimos ainda usam serviços de canais, que são números internacionais para se cadastrarem no WhatsApp e enviarem mensagens. Os canais são descartáveis, não regulamentados pela ANATEL (Aliás, nem o SMS é regulamentado!) sendo utilizados por pouco tempo e logo que o Aplicativo bloqueia, são abandonados, porém já serviram à finalidade criminosa. Quando a vítima busca a operadora responsável, descobre se tratar de operadora no exterior.
Outras técnicas são ainda a utilização de números virtuais, que usam codificação internacional, também descartáveis, e que permitem o cadastro no aplicativo. A partir dos números, o criminoso pode espalhar ofensas e inverdades, ciente de que o provedor do número virtual não registra informações sobre o proprietário da conta. Todas estas técnicas podem ainda ser combinadas com um "simulador android", onde não existirão rastros do equipamento celular (como loggins em estações radio-base), mas em verdade trata-se de um software que simula em um computador qualquer o funcionamento do sistema operacional de um terminal, computador este que pode operar com um proxy ou mesmo ser um servido cloud, em localidade incerta.
Estas são apenas algumas das técnicas que dificultam ainda mais ao ofendido apurar a autoria de desinformações, ofensas e propagandas negativas, razão pela qual, diante do crescente número de ofensas compartilhadas pelo aplicativo, que se intensificam em período eleitoral, dá-se por ainda mais necessário que a provedora de aplicações coopere com a Justiça, atendendo ordens judiciais emanadas neste sentido, fornecendo os registros os quais é obrigada a custodiar, por lei. Não temos dúvidas que o Spam das guerrilhas das mensagens piratas em massa crescerá cada vez mais, sobretudo em período eleitoral, prejudicando a muitos. Tememos, logicamente, por mais decisões radicais em face de provedores reticentes em cumprirem a Legislação Brasileira, que prejudiquem milhões de usuários. É preciso um meio-termo, urgentemente.

As vítimas, por fim, não devem recear, pois a Legislação, sobretudo eleitoral, assegura a vedação no anonimato na campanha e até mesmo a remoção de ofensas e propagandas negativas oriundas de anônimos. 
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