terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Uma imagem, mil likes, infinitos danos

Hoje, independentemente da geração, todos têm pelo menos um perfil em alguma rede social. Além de ser fonte de informação e entretenimento, elas facilitam o contato de negócios e estreitam laços entre empresas e clientes.
De uns anos para cá, as declarações nas redes no mundo virtual têm causado forte impacto e, até mesmo, problemas no mundo real. Diariamente, várias pessoas perdem (ou deixam de ganhar) um emprego por conta da maneira como se apresentam na internet. Já existem até manuais de como manter a sua imagem e como se comportar no mundo virtual. Porém, o bom senso ainda é a melhor opção.
As redes sociais têm impactado principalmente as empresas jornalísticas e os formadores de opinião. Estudo recente divulgado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) mostra que 90% das empresas de comunicação têm perfis nas redes sociais. Segundo a pesquisa, 70% já tiveram de chamar a atenção dos jornalistas pelo seu uso e 40% já tiveram problemas com o que é postado.
Alguns podem até achar inocente dar uma cantada em alguém via Facebook ou Whatsapp, mas dependendo do destinatário, o tiro pode sai pela culatra e atingir o próprio pé do candidato a Casanova, como recentemente dois casos que surgiram acabaram tisnando a imagem dos galanteadores pois as moças destinatárias não gostaram nada do tipo misógino das mensagens.
Atualmente deve se tomar muito cuidado com o conteúdo do que você posta ou envia, afinal, para manchar uma imagem basta uns “likes” e uns compartilhamentos para tornar uma brisa em um tornado de proporções devastadoras. Então, seja comedido, com intimidades, nudes, e com as palavras que só devem ser pronunciadas lábio-ouvido.
Personalidades, políticos e até gente comum – não há distinção –, pois quando algo desabonador acontece com sua imagem, o Supremo Tribunal do Google acaba por dar uma sentença quase perpétua, pois difícil mesmo é desfazer tudo, mesmo que tenha sido um mal-entendido que não há remédio eficaz e eficiente para curar.




quinta-feira, 17 de novembro de 2016

No mundo dos negócios é melhor ser franqueado ou independente?

Após dez anos resolvi abrir mais uma empresa para contemplar atividades que antes exercia de modo independente. Com as mudanças tecnológicas vigentes atualmente, pude contemplar que a facilidade que antes apenas contemplava os Microempreendedores Individuais (MEI) agora se estende aos ME’s e aos Ltdas.
Isso me levou a cogitar entrar no mercado de franquias, visto que, este tem se tornado um investimento cada vez mais viável para os brasileiros e, por isso, muitas vezes, tem sido associado à ideia de uma compra de emprego por tempo indeterminado. Talvez por isso, não seja uma opção comumente analisada por especialistas que estejam em busca de novas oportunidades ou uma recolocação profissional. Em geral, esses profissionais preferem abrir seu próprio negócio. Mas, será essa a opção mais acertada?
Segundo dados do Sebrae nacional, cerca de 30% das empresas fundadas no Brasil fecham as portas antes de completar dois anos de atividade. Sendo assim, o risco de começar uma empresa do zero não é de se desprezar, mesmo que você já tenha todo o know how necessário para atuar em determinada área. Agora, quando você investe em uma franquia, além de receber todo o suporte necessário para a operação do negócio, você ainda terá a seu favor o peso de uma marca consolidada no mercado, que já passou e superou por todas as intempéries que, muito provavelmente, você enfrentaria ao abrir sua empresa.
Além disso, por mais que as franquias sejam um mercado extremamente democrático, com opções para inúmeros segmentos, gostos e bolsos, profissionais mais técnicos e especializados que optam por investir no segmento, principalmente, quando escolhem uma área em que já possuem afinidade, têm uma chance de sucesso ainda maior. Isso acontece porque, normalmente, os setores que demandam profissionais mais qualificados à frente da operação do negócio, costumam atender uma demanda específica, porém recorrente.
Em uma consultoria de gestão da qualidade, por exemplo, o foco da empresa é contribuir para a evolução de organizações de portes e segmentos variados, através da implantação, manutenção e otimização dos modelos de gestão. Trata-se de uma demanda extremamente específica, mas, ao mesmo tempo, constante, uma vez que será difícil encontrar uma empresa que não se interesse em aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar a lucratividade.
Nesse caso, quanto mais especializado e qualificado o franqueado for, melhores serão os seus resultados. Pois, ao entender as necessidades da empresa, ter conhecimento das ferramentas que pode utilizar, dos processos essenciais a serem melhorados ou implantados, mais do que credibilidade, ele irá passar ao seu cliente conhecimento e empatia, o que sem dúvida, faz muita diferença. Principalmente por esses motivos, especialistas não só podem, como devem olhar o modelo de franchising como uma oportunidade de conquistar o sonho do próprio negócio. Portanto, se essa era uma dúvida que te afligia, avalie sua carreira e, se esta não estiver te trazendo mais a satisfação que deseja para sua vida, busque novas alternativas e inclua as franquias em seus planos.
Caso contrário, como foi o meu, quando ainda não houverem franquias para sua ideia de negócio, o melhor que se faz é se cercar de profissionais competentes e experientes encarando o mercado independente. Claro, que com um olhar para o futuro e muita competência, quem sabe lá na frente você não gera sua própria franquia de negócios!


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Com a reforma trabalhista em curso, os empresários estão preparados?

Gilmar Mendes, Ministro do STF suspendeu de forma liminar todos os processos que discutem a manutenção de cláusulas de acordos e convenções coletivas após seu vencimento enquanto não forem renegociadas. O STF vem se manifestando no sentido de prestigiar e reconhecer a prevalência das normas coletivas negociadas em face da legislação trabalhista, notadamente em matérias relacionadas a salário e jornada de trabalho. 
Com o posicionamento da mais alta corte do país representando o início de uma reforma trabalhista, tão aguardada, tendo em vista as muitas mudanças das relações de trabalho nas últimas décadas. O empoderamento dos sindicatos dos trabalhadores acabou por refletir na justiça do trabalho e nas relações entre as empresas e seus colaboradores, impulsionando o número de processos recebidos nas varas trabalhistas que, em 2016, deve bater novo recorde.
Isso fez com que muitas empresas passassem a lidar com um passivo trabalhista crescente em decorrência das diversas particularidades de cada setor, legislação aplicada e, principalmente, contestação de cláusulas pactuadas junto aos sindicatos laborais que acabam por causar extrema insegurança jurídica às empresas, que parecem não ter se preparado para esta enxurrada de direitos diversos.
Modernizar a legislação trabalhista, diminuir a burocracia e criar leis específicas que permitam aumentar a competitividade e o diálogo entre empresas e colaboradores é extremamente necessário para tornar o Brasil um país mais competitivo economicamente. A manutenção das cláusulas de acordos e convenções coletivas acabou por inchar os custos das empresas com os mais diversos benefícios, os quais devem ser adequados à atual situação econômica do país, bem como à realidade de cada empresa.
Só em 2016, mais de um terço das negociações salariais realizadas resultou em reajustes abaixo da inflação. É a mais longa sequência de recuos no número de acordos que se tem notícia. Benefícios concedidos anteriormente por meio de acordos e convenções coletivas acabaram por se tornar verdadeiros monstros em relação ao custo da mão de obra no Brasil, como é o caso dos planos de saúde que começam a ser revistos com decisões favoráveis junto aos Tribunais brasileiros com o entendimento de que o poder diretivo confere ao empregador a liberdade de escolher a operadora e o tipo de plano oferecido aos funcionários, cuja adesão ao convênio é voluntária. Trata-se, portanto, de faculdade do empregador de proporcionar aos colaboradores plano de saúde, pois, a obrigação de fornecer saúde à população é do estado. 
Muitos são os casos de empresas que chegaram a um custo em folha superior ao seu faturamento, tendo em vista os valores pagos a título de plano de saúde dos funcionários, muito devido aos reajustes superiores aos índices de inflação acumulados por anos e autorizados pela ANS. Este ano o reajuste de planos empresariais para algumas categorias foi superior a 30%, sendo a inflação do período de 9,28%.
O momento é ideal para a negociação de acordos e convenções coletivas buscando alternativas para que as empresas se tornem cada vez mais competitivas sem sucumbir à crise econômica e aumentando a oferta de empregos, com cláusulas que estimulem a produção, a participação e o comprometimento dos colaboradores com o crescimento da empresa e não apenas voltadas ao benefício de uma parte em detrimento da outra.

A tendência para o futuro é a modernização da legislação trabalhista, com maior segurança jurídica para as empresas, permitindo a geração de empregos de qualidade e com boa remuneração, aumentando a produtividade e competitividade para a indústria e que leve ao crescimento da economia do país. Com maior segurança jurídica, as empresas podem trabalhar melhor, investir, produzir e exportar cada vez mais – o que será benéfico não só aos trabalhadores e ao país, mas também, para que grandes empresas multinacionais retornem seus planos de investimento no Brasil trazendo novamente o capital externo que se evadiu durante a crise econômica em curso. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Franquias, será uma forma de driblar a crise?

Em tempos em que se fala muito em crise, em fechamento de empresas, em endividamento e desemprego, o mercado de franquias tem se mostrado extremamente promissor e vai muito bem, obrigado.
O número de pessoas que se interessam pelo segmento cresce a cada dia. Entretanto, muita gente acaba desistindo no meio do caminho por uma simples questão, com tantas opções disponíveis o potencial investidor não consegue escolher qual é o melhor negócio para investir e acaba se sentindo desmotivado para prosseguir com esse sonho.
A dúvida é comum. Afinal, segundo a Associação Brasileira de Franchising, existem mais de 3.000 marcas de franquias no país divididas em 20 amplos segmentos. Por isso é recorrente procurarmos fórmulas mágicas sobre como escolher a melhor opção para investir. Mas, por experiência própria, já posso te adiantar que não será assim que você vai encontrar as respostas que procura.
O mercado pode estar crescendo, a marca pode ser interessante, o produto de qualidade e o retorno de investimento ser excelente. De nada vai adiantar todos esses argumentos, você encontrará pontos negativos nas melhores opções se estas não tiverem a ver com o seu perfil. Assim, a pergunta correta não é qual a melhor franquia para investir, mas sim qual a melhor franquia para você.
Para isso, é importante que você avalie quais são suas principais motivações para investir nesse mercado. Por exemplo, você deseja uma franquia para se tornar sua principal fonte de renda ou para presentear algum familiar, cônjuge ou filho? Ou, na verdade, seu objetivo é só fazer um dinheirinho extra? Essa definição é essencial para que você tenha mais clareza na hora de avaliar as marcas que mais combinam com você.
Depois disso, também é preciso cuidado para não cair em algumas armadilhas bem comuns. Por exemplo, se você deseja uma franquia como fonte de renda principal, mais do que escolher sua marca favorita, é importante você se imaginar no dia a dia do negócio, acordando e indo trabalhar. Se coloque no lugar do dono daquela marca e pense como seria sua motivação diante de suas obrigações diárias, quais tarefas você gostaria ou não de fazer? O que você não desejaria fazer de jeito nenhum e o quanto isso afetaria seu bem-estar caso fosse obrigado a fazê-lo? Como é mais fácil saber aquilo que não queremos, provavelmente, ao final dessa reflexão você terá a maior parte dos segmentos de franquia pré-selecionados na lista de franquias que você não se imagina trabalhando!
Ao invés de responder qual é a melhor franquia, primeiro é fundamental entender qual é o perfil da pessoa e objetivo pelo qual ela estava interessada em comprar uma franquia. A verdade é que a melhor franquia para um, não é necessariamente a melhor franquia para o outro.
Isso significa que em quantos uns sonham em ter uma franquia Cacau Show, ou uma franquia Subway, outros encontrariam 10 objeções para mostrar como essas franquias não são boas opções, e diriam que boas oportunidades de negócio são franquias de estética e que “sem dúvida nenhuma, uma franquia de depilação é a opção certa, pois é muito fácil de administrar e ao lado de minha casa tem uma que vive lotada ”.
Portanto, facilitar a sua busca, ao invés de seguir a rota tradicional e filtrar franquias por valor do investimento ou por segmento, não me restringirei as dicas tradicionais para escolher a melhor franquia. Aliás, encontrar a franquia ideal não é tarefa fácil. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem quase 3.000 marcas de franquia no Brasil.
Além do grande número de marcas de franquia, a diversidade de segmentos é grande. A ABF divide as franquias em 20 segmentos diferentes, e ainda assim, são segmentos amplos e que alguns casos, agrupam franquias bastante diferentes
Entretanto, não se desespere com a grande diversidade de franquias disponíveis. Fazendo uma busca inteligente, é possível reduzir as opções a um número gerenciável.
Se você tiver grande dificuldade, existem trabalhos de coaching personalizados que podem ajudá-lo a encontrar a franquia certa. Aliás muita gente se interessa pelo franchising mas poucas pessoas acabam de fato abrindo uma franquia.
Para quem busca uma franquia que seja a principal fonte de renda, é fundamental procurar algo que esteja alinhado ao seu campo de interesse. Muitas pessoas enxergam na franquia uma oportunidade para ganhar o máximo de dinheiro possível e, ao mesmo tempo, se livrar do seu chefe e tornar-se dono de seu próprio destino.
Embora essa visão seja respeitável, se você procura uma franquia para ser sua principal fonte de renda, as chances são altas que você irá trabalhar diretamente no negócio. Isso significa que, é fundamental que busque algo que você goste de fazer. Nesse caso, um ponto de partida inicial é buscar franquias de produtos e serviços que você goste, ou até mesmo, que seja um consumidor desse produtos e serviços.
Independente do objetivo que você tenha para empreender, a certeza é que você encontrará boas opções para serem exploradas no mercado de franquias. E, se você procurar de forma inteligente a melhor franquia que encaixa no seu perfil, não ficará perdido na vasta imensidão de marcas de franquias disponíveis.

Com os devidos cuidados e com a devida dedicação, uma boa franquia é garantia de bons negócios!

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A zebra que chupou um "blaus" e acabou prefeito de Santana

Nas duas primeiras páginas de uma busca no Google, encontrei cerca de 14 resultados de candidatos que na última eleição usaram o nome político de “Zebra”. Em uma rápida consulta nos resultados a apuração de domingo passado, certifiquei-me de que pelo menos oito conseguiram uma cadeira na câmara municipal de seu município.

Em Santana, talvez Ofirney Sadala, embora não tenha usado o nome de “zebra” em sua legenda, mas, o belo equino africano (não me refiro ao prefeito eleito!), que exibe suas listras pretas e brancas intercaladas, cavalgou fazendo de Ofirney a zebra do segundo maior colégio eleitoral do estado.

Com perplexidade os grupos políticos que se afamavam “donos da bola” viram minguar suas expectativas de governar o município, e, diga-se de passagem, foram composições bem densas entre partidos de expressão e tradição política que se juntaram para apoiar os três candidatos ditos, mais bem cotados, como Marcivânia, Isabel Nogueira e o atual prefeito Robson Rocha.

Em alguns casos houve até debandada, como o caso do senador Davi Alcolumbre que ao ver sua nau ir a pique fazendo água por todos os lados, pegou o único bote salva-vidas e pulou para apoiar Marcivânia Flexa deixando para sua pupila o mesmo destino do Titanic.

O prefeito que corria pelas beiradas, mesmo que vigiado pelo MPE, já que há precedentes passados de que a máquina pública havia empreendido para eleger a irmã, a deputada Mira Rocha, não conseguiu a compreensão do santanense em lhe confiar as chaves do município mais uma vez.

Antônio Nogueira que, mais uma vez queria sentir o gosto da cena de alcaide, mesmo que por intermédio da irmã, também teve o passe negado pelo eleitor, e no caso de Santana, essa recusa não se deve a crise do PT em nível nacional, mas sim pelo histórico de vários indícios de malversação dos recursos públicos e histórias que entraram para o cancioneiro popular como as famigeradas CNHs.

Já Marcivânia Flexa, relutou muito em consentir arriscar a cadeira que tem no Congresso Nacional para governar um município cheio de desigualdades que pululam a periferia. Para isso tentou enfiar o marido goela abaixo no eleitor. Não colou. Então foi ao plano B e igualmente usou a tática de seu ex-correligionário de partido e lançou a irmã, que sem nenhuma afinidade ou tato com a política, também não foi digerida e se liquefez. Não deu outra. Se lançou candidata, ao estilo “banana amadurecida na marra”.


Enquanto isso, Ofirney Sadala chupava um blaus à espera do resultado das eleições. Talvez o ex-juiz e atual tabelião, não tivesse a visão desse cenário que o tornaria prefeito. Aliás, nenhum analista político ou pesquisa de intenção de voto moldou este cenário incomum, que sob uma óptica mais nova mostre que o Santanense quer arriscar mais e experimentar novos sabores, já que os últimos, vindo dos Petistas e Trabalhistas desceram travosos e ainda deixam o gosto amargo na boca do santanense.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Quase igual as eleições de Pompéia

Ceium Secundum é igual aos nossos candidatos ao pleito municipal de 2016. Melhor dizendo: Nossos candidatos são iguais a Ceium Secundum. Mas afinal, quem é Ceium Secundum?
Ele é, antes de tudo, um morto. Ele morreu quase 2000 anos atrás, quando as cinzas do Vesúvio soterraram Pompéia, em 24 de agosto de 79 DC. Ele é, portanto, um morto e uma múmia. Além de ser um morto e uma múmia, Ceium Secundum, no momento da tragédia que matou todos os moradores da cidade, era candidato a um cargo público.
Quando os arqueólogos italianos, no século XIX, desenterraram Pompéia, encontraram alguns de seus cartazes de propaganda eleitoral. Um deles dizia o seguinte:
“Ceium Secundum para duoviro. Seu pai o apoia! ”
É nisso que Ceium Secundum e nossos candidatos se assemelham. Tanto um quanto o outro só possuem um atributo eleitoral: o apoio de quem os gerou. O primeiro tem o apoio do pai, o segundo tem o apoio de inúmeros padrinhos. Mas até agora só ouvimos os afilhados, e uma pergunta ecoa por aí nas cabeças dos formadores de opinião: O que pensam os padrinhos? Afinal se eles nunca falam, nem sobem em palanques, o que será que eles pensam?
Para alguns candidatos o que conta mesmo é quem os apoia, quer seja para duoviro, quer seja para vereador ou prefeito, não importa, pois, nós meros eleitores não sabemos na verdade o que “eles” pensam.
Mas se nossos candidatos são iguais a Ceium Secundum, podemos comparar alguns a Cuspium Pansam. Os cartazes de propaganda eleitoral desse segundo ilustre desconhecido também resgatados nas ruínas de Pompéia, aludiam exclusivamente à figura de seu padrinho:
“Cuspium Pansam para conselheiro.”
Quem pede para votar nele é Fabius Eupor, o príncipe dos libertinos.
Os padrinhos de alguns candidatos, em fotos (não mais em cartazes manuscritos como em Pompéia de 79 DC) pedem para votarmos neles. Na verdade, esses padrinhos, parece que batizaram seus afilhados na última missa de domingo, pois até antes disso, nunca tínhamos ouvido falar deles, nem uma única linha de elogio, ne se quer um rabisco em discurso; nada, nada.
Mas agora eles surgem, vem pedindo votos, com sorrisos e elogios com uma ternura secular, num gesto de pura libertinagem eleitoral tentam incutir na cabeça do incauto eleitor uma intimidade inexistente para com seus afilhados.
Alguns padrinhos tem um grande senso de oportunidade. Se um sagui é capaz de escolher o momento certo para entrar pela janela da cozinha e pegar um cacho de bananas, alguns padrinhos são capazes de escolher o momento certo para atropelar as leis e apoiar seu afilhado. Assim como Ceium Secundum e Cuspium Pansam, as múmias pompeianas, esses afilhados sempre se mantiveram à sombra de alguém e não gratuitamente vão permanecer sob as asas do padrinho.
O curioso de tudo isso, é que ao longo dos anos, quando conseguem adentrar na vida pública, esses afilhados trocam de padrinhos, como um motel troca de lençóis em sexta-feira de pagamento do funcionalismo. Logo no primeiro ano, já os vemos sob novas legendas, sob novos padrinhos, sob novas ideologias, ou simplesmente atrás de uma cerca intransponível entre eles e o eleitor.
Vigiai ó eleitor, vigiai! Pois sobre Ceium Secundum e Cuspium Pansam os pompeianos nada puderam fazer, pois o Vesúvio explodiu em cinzas ardentes antes das eleições acontecerem e nos darem no resultado do pleito; qual foi o melhor padrinho, se o pai de Ceium Secundum ou o príncipe dos libertinos que apoiava Cuspium Pansam.

Por aqui pelo Amapá, não temos o velho vulcão, mas uma força muito mais titânica pode se mostrar mais eficiente contra a eleição de “postes”, “marionetes” e oportunistas. O “Vesúvio das urnas”, o eleitor amapaense.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Agora é muito mais do que bate-boca no Twitter

Chega o período eleitoral e as redes sociais usadas como plataforma política vem se transformando no antro da difamação e da propaganda negativa em face de candidatos, partidos e coligações. Encorajados, militantes maliciosos encaminham a grupos e listas de transmissão montagens, trucagens, calúnias, ofensas, vídeos e áudios, na certeza de que estão em um ambiente protegido. Na Justiça, o responsável pelo App continua a insistir: "Basta descobrir qual a operadora do número telefônico identificado na ofensa e diretamente pedir dados a ela". Como veremos, não é bem assim.
Aplicativos como parallel space permitem duplicar e ter dois WhatsApps no mesmo celular. Tecnologias de envio de mensagens em massa usando Short-codes, por exemplo, denominação dada a um número geralmente de 5 dígitos, utilizado para comunicação de mensagens SMS, tanto para o envio quanto para o recebimento das mesmas, não permite que vítimas descubram qual a operadora ou prestadora responsável pelo código. A vítima recebe a ofensa, e quando busca um número telefônico, encontra um código, não associado a nada nem ninguém.
Inúmeros manuais na rede e deep web ensinam desde montar chipeiras, utilizar serviços para receber códigos via SMS anônimos, clonar um Whatsapp legitimo em questão de minutos a mesmo usar um WhatsApp fake, incluindo, mas não se limitando a fake de GPS, impedindo que a real localização do remetente seja descoberta.
Outras tecnologias ainda como Bulk WhatsApp Messengers permitem o envio de milhares de mensagens e massa a números desconhecidos, com ferramentas ainda que permitem garimpar estes números destinatários na web, permitindo ampla difamação em massa em questão de minutos, burlando inclusive os mecanismos de segurança da aplicação. Quando a aplicação detecta e bloqueia os envios já é tarde e muitos já receberam o conteúdo ilícito.
Os ofensores anônimos ainda usam serviços de canais, que são números internacionais para se cadastrarem no WhatsApp e enviarem mensagens. Os canais são descartáveis, não regulamentados pela ANATEL (Aliás, nem o SMS é regulamentado!) sendo utilizados por pouco tempo e logo que o Aplicativo bloqueia, são abandonados, porém já serviram à finalidade criminosa. Quando a vítima busca a operadora responsável, descobre se tratar de operadora no exterior.
Outras técnicas são ainda a utilização de números virtuais, que usam codificação internacional, também descartáveis, e que permitem o cadastro no aplicativo. A partir dos números, o criminoso pode espalhar ofensas e inverdades, ciente de que o provedor do número virtual não registra informações sobre o proprietário da conta. Todas estas técnicas podem ainda ser combinadas com um "simulador android", onde não existirão rastros do equipamento celular (como loggins em estações radio-base), mas em verdade trata-se de um software que simula em um computador qualquer o funcionamento do sistema operacional de um terminal, computador este que pode operar com um proxy ou mesmo ser um servido cloud, em localidade incerta.
Estas são apenas algumas das técnicas que dificultam ainda mais ao ofendido apurar a autoria de desinformações, ofensas e propagandas negativas, razão pela qual, diante do crescente número de ofensas compartilhadas pelo aplicativo, que se intensificam em período eleitoral, dá-se por ainda mais necessário que a provedora de aplicações coopere com a Justiça, atendendo ordens judiciais emanadas neste sentido, fornecendo os registros os quais é obrigada a custodiar, por lei. Não temos dúvidas que o Spam das guerrilhas das mensagens piratas em massa crescerá cada vez mais, sobretudo em período eleitoral, prejudicando a muitos. Tememos, logicamente, por mais decisões radicais em face de provedores reticentes em cumprirem a Legislação Brasileira, que prejudiquem milhões de usuários. É preciso um meio-termo, urgentemente.

As vítimas, por fim, não devem recear, pois a Legislação, sobretudo eleitoral, assegura a vedação no anonimato na campanha e até mesmo a remoção de ofensas e propagandas negativas oriundas de anônimos. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Um biênio de rufiões, cafetões e proxenetas

É bem possível que nos próximos anos passemos a nos questionar sobre o Brasil entre os anos de 2015 e 2016 e tenhamos uma surpresa sobre os resultados encontrados não só no Google como nos recortes de jornais e revistas daqueles dois anos estranhos que poderiam ter marcado a mente dos brasileiros de maneira indelével, mas não marcaram. Simplesmente passaram!
Talvez o ávido leitor se recorde vagamente que foi ano de impeachment, ano de olimpíadas, ano de Dilma, Lula e Temer em uma grande rede de traições e reveses da qual dentre mortos e feridos o Brasil acabou redescobrindo Eduardo Cunha e sua mão boba, assim como Sergio Moro e sua mão pesada.
2015 foi um ano atípico, afinal nele começou a desembocar não se sabe ao certo por onde, todas as mazelas da economia moderna, como o descalibramento do cambio, alta da inflação como nunca dantes a pós-ditadura militar e índices de desemprego semelhantes aos dos militantes do núcleo do Partido dos Trabalhadores. Foi o ano da ultima centelha do Mensalão e do fogaréu da Lava-jato que queimou tanto quanto a fogueira santa de Edir Macedo, foi o ano até de ressuscitar o Templo de Salomão e de ter os Dez Mandamentos como Blockbuster nos cinemas brazucas, com direito até a “carona da fé”.
Já 2016 não foi nada diferente no quesito frissons, piripaques e siricoticos. Tivemos uma sessão circense no Congresso nacional, com direito a “beijinho, beijinho” e “Tchau querida” sob o manto de confetes de Wlad, o deputado festeiro e agora cassado. Que no frigir dos ovos acabou defenestrando a “Dama de metal ausente na tabela periódica” juntamente com sua corte do Palácio idealizado por Niemeyer para simbolizar o novo Brasil nascido do planalto central de JK.
É verdade, foram anos atípicos dos que estávamos acostumados, muitas marolas, muitas firulas. E até a Seleção entrou na roda, quem diria... Chegou até ao ouro olímpico apesar de não ter podido varar a rede de Iraquianos e dinamarqueses, lavou à meia-boca a honra da “Copa das Copas”.
Mas entre sobressalentes e remanescentes, 2016 foi o ano do “legado grego”, assim como 2014 foi o ano da “Copa das Copas”. Os resultados práticos disso, a gente ainda não contabilizou, mas os rombos deixados no tesouro nacional depois de dois megaeventos dessa envergadura comprovam a capacidade dos petistas e da dinastia da estrela com certeza saberem fazer oba oba.
Também um ano de eleições municipais, diga-se de passagem as eleições mais esquálidas das quais se tem noticia em função da minirreforma eleitoral que empobreceu partidos e coligações mas não extinguiu o caixa 2, pelo contrário, abriu brechas abissais por todo e qualquer tipo de mal feito no intento de cooptar de maneira ilícita o sufrágio universal.

Claro que com o “Pai da Copa” e a “Mãe da Olimpíada”, acabamos ficando órfãos nesse pós-PT que enevoou os olhos de alguns, deu luz a outros, mas no frigir dos ovos deixou para trás muitas incertezas, a mais gritante delas, é se ainda vai ter algum brasileiro capaz de relevar o passado, enxugar as lágrimas e recolocar a cobra surucucu de volta no ninho e se preparar para mais doses cavalares de soro antiofídico para suportar mais duas décadas vindouras de maus agouros, com direito a mais piripaques e siricoticos que de nada adiantaram até hoje, junto com os gritos e ranger de dentes que nosso novo “Pinóquio”, Ryan Lochte vem acrescentar em nossas agruras.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Feijão e arroz pela "hora da morte", amém!

Quando nessa semana a Secretaria de Planejamento anunciou que o nosso pobre feijão já não é mais tão pobre assim, pois aumentou a inflação do estado em 7,11% e sofreu uma alta nos preços de 31,14%, então é chegada a hora de afirmar: O feijão está pela hora da morte.
Sendo a estrela de uma das combinações mais tradicionais e preferidas dos brasileiros – o feijão junto com o arroz – pode estar com os dias contados, tendo em vista a constante alta nos preços dos dois produtos. Nos últimos 12 meses, o preço do feijão carioca já subiu mais de 58%. Este ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a escalada do preço do feijão chega a 33,49%.
Já o preço do arroz, desde o início do ano, aumentou quase três vezes mais do que a inflação – uma alta de 12,42%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados. Somados ao óleo, cebola e alho, ingredientes utilizados no preparo dos dois pratos, a alta atinge a 131,53%. Sem muitas opções, a saída para o consumidor é substituir os alimentos.
De acordo com especialistas, a alta dos produtos se deve ao clima e à elevação da cotação do dólar, além da crise internacional. O excesso de chuvas, principalmente na Região Sul do país, que detém 70% da produção nacional de arroz, registrou perdas e atraso no plantio. O mesmo ocorreu no Paraná, que responde por cerca de 24% do feijão que é produzido no Brasil. A alta média desses produtos foi quase o dobro da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de 12 meses, que fechou janeiro em 10,74%. No mesmo período do ano passado, a variação em relação a 2013 havia sido de aproximadamente 10%.
Porém, não é só o clima que determina o aumento nos preços de alimentos. Outro fator fundamental é a valorização do dólar, que elevou em 25% os custos de produção do arroz na safra 2015/2016 em relação à colheita anterior, a maior alta desde a implementação do Plano Real. Os preços de itens cotados na moeda, como agroquímicos e fertilizantes, subiram 19% e 44%, respectivamente.
Esses fatores diminuem a oferta dos produtos, enquanto há uma pressão da demanda. Quando há redução da oferta, os preços sobem. Quando a oferta de produtos é maior, os preços se ajustam. A demanda acaba pressionando a oferta. A crise é um componente que gera aumento de custos, principalmente dos insumos utilizados na produção. Além disso, ainda há as intempéries do clima, como a chuva em excesso e a seca, comum para este período, e que comprometem a produção. Todos esses fatores acabam ocasionando o aumento nos preços.

Apesar dos preços altos e das tentativas de substituição do nosso “par perfeito” nada substitui o substrato básico do prato dos brasileiros, afinal já é uma cultura nacional que não tem como ser alterada. Cabe ao povo bater os pés e ranger os dentes, quem sabe assim as políticas voltadas para o setor agrário voltem a ser uma realidade e não um caminho para a lenda do feijão com arroz, contada para nossos netos com o saudosismo de algo bom que não voltou mais...

terça-feira, 26 de julho de 2016

Um osso ainda mais duro de roer

Esta será provavelmente a eleição mais anômala do todos os tempos, afinal não é só por se tratar de um novo pleito para o majoritário municipal e parlamento mirim, mas, como o primeiro após a minirreforma eleitoral que promete criar toda sorte de empecilhos para quem já estava acostumado a ter sua “muralha da China” particular nas tesourarias de campanha.
Para começar o número de eleitores neste ano está 4% maior que nas últimas eleições municipais de 2012. Com isso os custos também aumentaram, pois, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o processo eleitoral deste ano foi estimado em R$ 600 milhões, o que equivale dizer que a justiça eleitoral vai desembolsar cerca de R$ 4,16 para cada um dos mais de 144 milhões de brasileiros aptos a votar se dirigirem de casa para a urna eletrônica.
Outro fator-chave reside nas mudanças de perfil dos eleitores, algo que sugere que as táticas usadas em outros carnavais para ganhar o voto do brasileiro deverão mudar radicalmente neste ano para convencer em números atuais a massa de eleitores formada por 74.459.424 mulheres (52,13%) e 68.247.598 homens (47,79%).
Outro ponto importante é que o índice de jovens eleitores com 16 e 17 anos que correspondem a 2.311.120 (1,60%) também teve uma mudança no quesito escolaridade, fazendo destas eleições municipais a que tem um eleitorado de maior escolaridade e por tabela um mais refinado senso crítico sobre as promessas apresentadas por cada um dos postulantes às eleições municipais em comparação com as duas últimas eleições.
O aumento do número de jovens de 16 e 17 anos que poderão votar nas eleições municipais deste ano, em relação à eleição presidencial de 2014 mostra um cenário onde há 2.311.120 jovens com título de eleitor, um crescimento de 41% em relação a 2014, quando eram 1.638.469.
Já em 2012 eram 2.902.672 os jovens de 16 e 17 anos que poderiam votar, o que representa uma queda de 20% nestas eleições em relação à última disputa municipal.
Em 2012, aqueles que não haviam concluído o ensino fundamental eram a maioria (51%), incluindo os analfabetos e os que sabiam ler e escrever. Este ano esse grupo caiu para 44,17% do eleitorado e, em 2014, o percentual foi de 47,56%.
Também aumentou o percentual dos que passaram pela universidade. Os eleitores com ensino superior completo ou incompleto, em 2016, respondem por 10,7% do eleitorado. Em 2012, eles eram 7,5% e, em 2014, 9,2%. Já o percentual dos que possuem o ensino médio completo ou incompleto é de 38%. Em 2012, foi 34,2%.
Este ano aumentou o número de cidades que poderão ter segundo turno, por terem mais de 200 mil eleitores. Serão 92 nessas eleições, ante 83 em 2012.
Também cresceu a utilização da biometria, quando o eleitor é identificado pela impressão digital na hora de votar. O sistema será usado em 27,66% dos municípios (1.540 cidades). Em 2012, foram 299 municípios, ou 5,37%. Há ainda outros 840 municípios que utilizarão a biometria em apenas uma parte dos locais de votação. Assim, no total, 2.380 cidades terão urnas biométricas.

Todas estas mudanças de perfil do eleitor, associadas com os poucos recursos que a legislação eleitoral permite farão deste pleito um balão de ensaio para 2018 e principalmente apontarão um fator de destaque para o eleitor: Os candidatos que forem eleitos e que conseguiram isso com porcos recursos, têm predicados suficientes para lidar com a crise que assola os 5.570 municípios brasileiros. Afinal, o bom gestor não se revela nos momentos de fartura e sim nos momentos de penúria, e por enquanto, penúria é o que não falta nos cofres do tesouro municipal de cada um dos municípios do Brasil.

terça-feira, 19 de julho de 2016

O eterno proselitismo partidário

O TSE já contabiliza 35 agremiações partidárias registradas. Constantes entre nanicos e titãs, as máquinas de fazer candidatos já estão azeitadas de supostas ideologias, mas é evidente que não existem tantas ideologias político-partidárias que justifiquem a existência de tantas siglas, algumas das quais basta mudar uma singela letra da legenda que o sentido muda radicalmente ou insignificantemente.
Algumas dessas agremiações correspondem a posições de momentos históricos anteriores, como é o caso do PDT que representa o nacional-desenvolvimentista a partir do getulismo pré 1694. Ou como é o caso do PMDB e do PP que são nada mais do que fósseis da era do bipartidarismo imposto durante o regime militar.
Após a redemocratização do país e da promulgação da Constituição de 88, nesse caldeirão fervilhante de partidos é possível identificar mesmo que sensivelmente, as principais correntes de ideologias políticas em alguns dos mais encorpados partidos. Como por exemplo, o PFL, hoje DEM que tem seu umbigo atrelado a ARENA/PP, que vislumbra o liberalismo exacerbado.
Ou como é o caso do PSDB e do PT, formados por integrantes do antigo MDB, que representam respectivamente a socialdemocracia e a dita "esquerda" de origem marxista-leninista, mesmo que seja apenas na casca mais fina do verniz externo. Hoje no PSDB essa marca não é mais visível, já o PT tenta, mesmo que na corda bamba, mantê-la indelével.
Já o caso do PMDB, hoje no poder de fato, e sempre no poder pelas extremidades, esteve na conjuntura política pós 88. Já que durante o período militar, o MDB constituiu-se como uma frente política organizada em torno de um programa mínimo, a redemocratização do Brasil. Por sua composição plural, foi capaz de liderar a luta democrática de massa pela reconquista do Estado Democrático de Direito. Cumpriu sua tarefa quando Ulysses Guimarães promulgou a Constituição Cidadã.
A partir de então, seu mérito tornou-se seu defeito. Após 88, a tarefa política urgente no país passou a ser a afirmação de um programa para o desenvolvimento econômico e o combate às desigualdades sociais. E justamente por ser uma frente, o PMDB passou a enfrentar enormes dificuldades para dar conta dessa tarefa. Tornou-se uma federação de interesses regionais, que vive do passado da luta democrática contra a ditadura e que, por isso mesmo, apesar de ser o maior partido brasileiro, passou a desempenhar papel de principal coadjuvante na disputa eleitoral polarizada entre o PSDB e o PT nas eleições de1994 a 2014.
Por outro lado, é compreensível que, após a conquista do Estado Democrático, num país desigual como o Brasil é; apesar dos governos do PT pregarem o contrário. A disputa tenha se polarizado entre os dois partidos que apresentam propostas diferentes para a promoção de justiça social.
Entretanto, apesar desse propósito em comum, mesmo que não admitido pelos petistas, PSDB e PT são radicalmente diferentes em questões como responsabilidade fiscal, economia de mercado, gestão pública e políticas sociais emancipatórias e não assistencialistas.

Por fim, se é verdade que há ou pode haver corruptos em qualquer partido, a existência de tantas legendas pode justificar o mesmo fenômeno que ocorre em algumas seitas carismáticas, em que quando ocorre uma dissidência de ideias gerais, se funda uma nova Eclésia a fim de prosperar “novas ideias” que nada mais são do que uma reorganização da ideia original. Simples assim: a política sempre vai ser uma eterna dicotomia tentando se travestir de multiopções para vender sempre o que menos entrega: a tal da revolução popular.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O mercado só oportuniza para quem tem criatividade

A ascensão dos mercados ditos emergentes vem na caçamba da modernidade. A prova disso é o mercado de consumo de tecnologia (aquela que você se utiliza todos os dias e nem percebe). Com mais de 60 milhões de usuários, o Brasil é o quarto consumidor de apps no mundo. E esse mercado vem ampliando o seu perfil de consumo, que até então era em sua grande maioria de público jovem masculino e hoje já conquista mulheres, crianças e idosos. Muito disso se explica pela facilidade de acesso aos smartphones e as redes sociais; além é claro da utilização em muitas outras áreas como na educação, nos negócios e na medicina, não sendo mais uma exclusividade voltada apenas ao entretenimento, algo que o amapaense precisa incorporar em sua rotina.
Outro mercado em ascensão apesar de raramente explorado no Amapá, é do audiovisual. Em 2011, foi regulamentada pelo Congresso Nacional a Lei 12.485, que determina a veiculação de conteúdos nacionais e inéditos na programação das televisões por assinatura. Com isso, além de valorizar a cultura local a produção audiovisual no Brasil, o segmento ganhou ainda mais espaço e já se posiciona a nível global como a 12ª maior economia nesse mercado que corresponde por 0,57% do PIB brasileiro. Em pesquisa realizada pela Ancine, foi apontado um crescimento de 65,8% entre os anos de 2007 e 2013, um salto de R$ 8,7 bilhões para R$ 22,2 bilhões, uma evolução bem superior aos outros setores da economia.
E liderando o ranking de crescimento no Brasil, temos a indústria da moda. Nos últimos 10 anos, o varejo de moda fez com que o país saltasse da sétima posição para a quinta no ranking dos maiores consumidores mundiais de roupas. Uma pesquisa realizada pela A.T. Kearney aponta uma arrecadação de US$ 42 bilhões em vendas, sendo que 35% é através de capturas online, sendo facilmente explicado pelo poder de influência das redes sociais e blogs de formadores de opinião dessa área.
O mercado dos Jogos Digitais, do Audiovisual e da Moda são apenas três exemplos dos 13 segmentos que englobam o que chamamos de Economia Criativa.  Um setor da economia que vem ganhando destaque e driblando o cenário atual de crise pelo qual o Brasil vem passando. São empresas que se destacam pelo talento e pela capacidade intelectual de seus empreendedores e funcionários, e que não dependem do tamanho da sua estrutura ou de quanto tem de capital.
O Brasil, de certa forma, vem dando seus primeiros passos para se fixar nessa economia. Países como EUA, China e Inglaterra já se consolidaram e juntos já correspondem a 40% da economia criativa global. Muitas cidades no Brasil já possuem iniciativas de estimulo à Economia Criativa, como por exemplo, Recife, Porto Alegre e São Paulo. A cidade de Curitiba, também, se destaca como uma das mais atuantes, e por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento, circula por todo o ecossistema que engloba a economia criativa, conectando coworkings, startups, iniciativas públicas e privadas e estimulando o empreendedorismo de alto impacto. O amapá ainda não foi citado.
A Economia Criativa, que hoje já apresenta uma média de remuneração superior a outros setores, será um dos grandes empregadores em um futuro breve. E as cidades que enxergarem essa oportunidade, sairão na frente. O olhar sobre a formação de seus jovens, que é a geração que mais impulsiona esse mercado, é um fator decisivo para o melhor aproveitamento de uma fatia do mercado na qual o maior recurso é o potencial criativo.


quinta-feira, 16 de junho de 2016

O dilema do velho e do novo rende um epílogo sombrio ao Brasil

Claude Levy Strauss em suas andanças pelo interior do Brasil, que lhe colocaram em contato com diversas etnias brasileiras e o transformaram no mais importante antropólogo do mundo, foram fruto do acaso, contado de forma sublime no seu livro meio autobiográfico “Tristes Trópicos”.
Com muitas ideias intrigantes, sempre me chamou atenção a ideia do confronto entre o Velho mundo, lento e ancião, e o Novo, veloz e decrépito, antes do envelhecimento. Sempre me perguntei se não havia uma visão eurocentrista. Mas recentemente tenho repensado minha leitura. O Novo mundo, Brasil, como diz o turista, se torna caro antes de se tornar rico, velho antes de alcançar a maturidade. Por isso, entre outros, a leitura de Levy Strauss é tão importante neste momento de crise.
Os caminhos possíveis do desdobramento da presente crise são todos caliginosos, sombrios. Salvo uma alternativa que nenhum analista tenha detectado.
A primeira é o retorno da presidente Dilma, pouco provável, mas possível. Seu resultado mais esperado será uma elevação da crise, haja vista sua reconhecida incapacidade de dar um rumo ao País ou mesmo de simplesmente governá-lo. Ela não goza de credibilidade nem junto ao empresariado, nem ao pé dos parlamentares, e menos ainda adjunto ao povo. Seu partido não tem a menor intenção de que isso ocorra, apesar das aparências do jardim da infância na comissão do senado.
As chances de bem governar, pelo presidente interino, a segunda alternativa, estão se desfazendo. Temer conseguiu enfrentar aparentemente bem, duas de suas arenas de luta. A arena da economia: com a nomeação de pessoas de altíssimo reconhecimento no mercado, parece estar bem encaminhada. Tem desempenho similar na arena parlamentar. As primeiras votações mostram o acerto do presidente em exercício, embora as maiores batalhas ainda estejam por chegar. Porém, na arena da sociedade o resultado é, para dizer o menos, medíocre.
Falta uma administração de crise na área da comunicação. Ao invés disso sua equipe gasta tempo em elaborar um plano de comunicação. Algo sem sentido em um momento de emergência, em que o avião tem que ser concertado em pleno voo. Desta forma, a narrativa oposicionista do PT, simplória e frágil, sustentada em dois trilhos, a ideia de golpe e a de destruição dos direitos conquistados, surpreendentemente ganha força. E vence por omissão do governo. Ora, sem vencer nesta arena, o governo não terá como assegurar a adesão da base parlamentar nem, a médio prazo, a confiança do empresariado. O risco de desastre nesta alternativa é, portanto, grande.
A terceira alternativa, que há um ano, quando Marina a defendia, não parecia ter chance, ao ponto da mídia não lhe dar a menor importância, ganha musculatura. Uma frente partidária importante se articula em torno desta alternativa, que vai do PT ao PSB, passando pela Rede Sustentabilidade. E conta com o apoio da Operação Lava-Jato. Mais agora, que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, prepara uma delação premiada programada. Ou seja, delação na qual as informações prestadas têm um único objetivo, além daquele de reduzir sua pena, a de melar as eleições presidenciais com provas de que foram alimentadas por recursos financeiros ilícitos. Dessa forma, o TSE não terá como não cassar Dilma-Temer e convocar novas eleições. Delação programada e apressada, pois, a cassação dos presidentes terá que se feita este ano, para que seja possível convocar novas eleições.
Tudo indica que há um bom apoio popular a esta alternativa. Contudo, seus resultados não são previsíveis. Qual político conseguirá governar com tal Parlamento? Marina, Cristovam e Ciro certamente não. Lula, Serra ou Aécio, talvez. Mas, terão chances de ser eleitos? Tudo é incerteza. Triste Brasil, periga chegar à decadência antes de iniciar a maturidade. Fica um sobre aviso para o Amapá cujo enredo politico começa a se mesclar com o do país...

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Não existe fórmula para lidar como desemprego

O declínio econômico está seguindo uma trajetória tão previsível, dia após dia, que as pessoas que realmente entendem o mecanismo dos ciclos econômicos nem precisam ler as notícias. É perfeitamente possível intuir o que vai acontecer em seguida, pois tudo está acontecendo como se fosse um exemplo saído de um livro-texto - ainda que a mídia insista em reportar tudo com aquela contínua sensação de novidade.
As reportagens da imprensa sobre a recessão têm sido como os relatórios de um hipotético comitê que, sem saber nada sobre a lei da gravidade, tenha sido designado para observar e comentar o que acontece quando objetos são abandonados de lugares altos.
Eles se põem a escrever inúmeros e repetitivos relatórios sobre como os objetos caem - uma mudança bizarra e indesejável dos eventos -, e em seguida saem formulando maneiras de impedir que isso aconteça, sempre por meio de alguma intervenção externa. No caso, eles recomendam pacotes de socorro financeiro, gastança, pacotes de estímulo, mais regulamentações e inflação.
Tudo o que o cidadão quer é um pouco da atenção deles para poder explicar uma coisa simples: o que está ocorrendo é parte da estrutura da realidade em si, e não há nada que vocês possam fazer para parar isso. Podem tapar os olhos, trocar os espelhos, dar cambalhotas, conjeturar, falar e reclamar o quanto quiserem. No final, a verdade é uma só: a recessão é uma reação necessária e inevitável ao boom anterior. E ela deve poder seguir desobstruidamente seu caminho até o final.
Na semana retrasada, por exemplo, vimos a taxa de desemprego do Brasil subiu para 11,4%, de acordo com as estatísticas oficiais. É aí que vemos a face humana da recessão. Trata-se também de uma inevitável reação ao boom. As pessoas que estavam empregadas em excesso nas indústrias estimuladas pela bolha agora serão levadas dos setores em declínio para os setores viáveis - a um sério custo de transição. Os salários se ajustarão para baixo e as pessoas abandonarão os empreendimentos economicamente insustentáveis e irão para aqueles mais economicamente viáveis.
Mas a maneira como tudo isso é reportado é o suficiente para enlouquecer qualquer um. A imprensa faz parecer que tudo é algo perfeitamente corrigível. É como se as ordens do comitê político central, uma vez executadas, restabelecessem de pronto a normalidade. Um banco está quebrando? É melhor alguém socorrê-lo logo! Os preços dos imóveis estão caindo? Que se gaste trilhões para estimulá-los! As pessoas estão perdendo seus empregos? Ora, vamos criar trabalhos para elas - ou vamos simplesmente subsidiar o desemprego com mais auxílios-desemprego, fazendo com que ele dure mais tempo.
Falando particularmente sobre o desemprego, esse é de longe o quesito que mais trouxe calamidades durante o século XX. O problema em si é largamente artificial, no sentido de que o desemprego é criado pelos ciclos econômicos (ciclos de expansão e recessão). E estes, por sua vez, são consequência direta de uma política monetária frouxa implementada pelo banco central. Qualquer sociedade que tenha uma moeda sólida e estável não terá problemas de desemprego. E assim seria porque, como Mises explicou, em um livre mercado todo o desemprego é puramente voluntário.
Mas, nas economias flageladas pelos ciclos econômicos, não é apenas o capital que é erroneamente direcionado para setores insustentáveis; o trabalho também é atraído pelas bolhas criadas pelo crédito subsidiado. Quando essas bolhas estouram, os empregos são eliminados. E esse é um efeito dominó, que flui de um setor a outro. A consequência disso é a ocorrência maciça de alterações por toda a estrutura da economia.
Não há razão alguma para supor que a mão-de-obra seja menos capaz de se transferir de uma linha de produção para outra do que o capital. Porém, quando você tem sindicatos, pisos salariais mínimos, benefícios obrigatórios, custos trabalhistas, encargos salariais e outras intervenções, essas transferências acabam levando mais tempo do que deveriam - e é aí que começamos a ver o alto desemprego que vem perdurando cada vez mais.
A maneira mais segura de garantir que o problema pior é tentar consertá-lo por meio de seguro-desemprego, gastos governamentais com bolsas, empregos públicos e coisas do tipo. Todas essas intervenções apenas atrasam o necessário e inevitável ajuste, além de prolongar e piorar a crise.
Infelizmente, a classe política não dá a mínima para fatos e lógica. Assim, ela segue em frente com seu arsenal de medidas destrutivas, sob o sempre entusiasmado apoio da mídia, repetindo todos os trágicos erros do passado. A conclusão lógica é que essas pessoas podem criar todo o desemprego que quiserem, desde que elas continuem tentando "fazer algo" quanto a isso. O público apoia as medidas porque esse é um assunto que está entre os mais alarmantes e assustadores de todo o campo econômico. Afinal, "certamente a classe política pode fazer alguma coisa para resolver isso!".

terça-feira, 10 de maio de 2016

Brasileiro sim, subversivo, nunca mais

A crise político-econômica do país pode ter consequências ainda mais profundas, devido ao acirramento dos discursos dos governistas e da oposição, que têm revelado um lado violento nos embates e discussões. Observamos assustadora mudança cultural dos brasileiros, cuja índole solidária, pluralista e serena, presente inclusive em numerosas eleições e momentos de intenso debate partidário-ideológico, está sendo substituída rapidamente pela intolerância e truculência.
O direito de opinar está sendo patrulhado nas redes sociais e se convertendo em objeto de intimidação das pessoas. No Congresso Nacional, nas empresas e nas redes sociais, não faltam histórias e casos de agressão verbais e até físicas, envolvendo indivíduos que se dizem comprometidos com a ética e a democracia. Aqui no Amapá, nem se fale no número de casos, até eu já entrei no balaio.
De um lado, vemos uma minguada base aliada do governo, que defende ferrenhamente o mandato da presidente Dilma Rousseff. De outro, uma oposição renovada, que ganha forças com o impeachment. Porém, o debate político, de ambos as partes, transcende ao espírito republicano, revestindo-se de exagerada agressividade e agressões morais e físicas. Muito preocupante é como a população está cada vez mais contaminada por esse embate truculento, que não interessa à democracia e muito menos à sociedade.
A política pode até mesmo ser paixão, pois isso é inerente ao ser humano. Porém, não pode fomentar o ódio. Na fronteira entre os dois sentimentos, nota-se preocupante mudança de um paradigma cultural dos brasileiros. As sessões do Legislativo lembram as brigas de torcidas organizadas. Nas redes sociais, o debate democrático deu lugar à barbárie, com trocas de ofensas pessoais, insultos e ameaças. Veem-se pessoas que justificam o emprego da tortura (um crime no Brasil!), pedem a volta da ditadura militar, fazem apologia ao estupro como prática educativa e defendem que o adversário deveria ser exterminado (genocídio?).
Segundo uma pesquisa recente, uma em cada cinco pessoas diminui seu contato com amigos na vida real devido a brigas nas redes sociais. E 19% dos 2.698 entrevistados admitiram ter bloqueado ou cancelado amizades por causa de discussões virtuais. É triste constatar que a violência tomou o lugar do uso da razão e que a intolerância com quem pensa diferente transforma amigos e parentes em inimigos e colegas de trabalho em adversários.
Estamos na contramão da história, já que, desde o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo organiza-se para a construção da paz. O Brasil sempre teve papel importante na mediação de acordos multilaterais, exatamente devido à vocação de nosso povo e governantes para o diálogo. Talvez tenhamos esquecido de que fazemos parte de uma nação e queremos que ela supere suas dificuldades, para que todos nós, brasileiros e estrangeiros que aqui vivemos, tenhamos vida digna e progresso social e harmonia.
O debate político e o contraste das ideias e ideologias são enriquecedores e contribuem para o fortalecimento da democracia. Porém, digladiando-se com crescente agressividade, os políticos têm dado um mau exemplo. Eles deveriam cumprir melhor o papel de mediadores das relações entre o Estado e a sociedade e guardiões dos princípios republicanos, postura básica de quem recebe um mandato público.

É premente pacificar os ânimos. O PIB, os empregos e os investimentos voltarão a crescer, pois toda crise tem fim, afinal "Não há mal que sempre dure, nem bem que se não acabe", escreveu Gabriel Garcia Marques em “Cem anos de solidão”. No entanto, será muito difícil reverter a ruptura em curso no grau de tolerância dos brasileiros. Precisamos reaprender a conviver com as diferenças sem cair na subversão.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Empreendedor ou sobrevivente?

Com o anuncio recente feito pelo IBGE de que 10,2% dos trabalhadores estão fora do Mercado em função da instabilidade econômica e política que só tem feito mal ao país criando esta bola de neve crescente de desemprego de 10,4 milhões de pessoas. Para ‘driblar a crise’, muitas pessoas estão buscando alternativas para a geração de receita no empreendedorismo como solução viável ao cenário atual.

Segundo informações do Governo Federal, anualmente o Brasil ganha cerca de 600 mil novos negócios. Além disso, existem em torno de 1,5 milhão de microempreendedores individuais. Em valores absolutos, o País está apenas atrás da China, no número total de empreendedores, ou seja, 21,1 milhões.

Mas isso não necessariamente se reflete em um índice de sucesso garantido para os que almejam serem donos de seu próprio negócio, pois, embora seja uma alternativa viável, construir um novo negócio é tarefa árdua que envolve uma série de questões legais, tributárias e financeiras e acima de tudo: a capacidade de fazer o negócio “acontecer”.

O início de uma atividade empreendedora não é fácil, pois, além de necessitar de investimentos de tempo e dinheiro, esbarra em questões culturais e mercadológicas, como baixa rentabilidade do empreendedor, conhecimento do mercado, viabilidade do negócio e aceitação do público, dentre outros fatores que podem fazer uma receita de sucesso dar lugar a um convite ao fracasso em outro.

Fatores como a instabilidade da moeda e um mercado afetado por rupturas conjecturais e políticas, oscilação do preço dos produtos e serviços, estimulados pela inflação, prejudicam a lucratividade do empresário, desestimulando os futuros empreendedores na busca de estratégias que viabilizem seus negócios.
No entanto, a crise vivenciada nos últimos anos fez florescer o desejo e o espírito empreendedor de parte da população, principalmente pelo grande índice de desemprego que assola o país e a necessidade de sobrevivência.

Por isso, a máxima para sobrevivência de qualquer negócio, principalmente em períodos de crise, é a busca frenética de uma atitude empreendedora que visem a excelência, fazendo do insucesso um aprendizado para a melhoria contínua, sustentação e vida do negócio.

Algo que não deve ser ignorado no portfólio do negócio são as análises do cenário e do mercado escolhido para empreender, para que o empreendedor possa traçar um plano de negócios estruturado com base no seu capital real (de no mínimo três meses) para que possa arcar com as despesas fixas, evitando gastos desnecessários na abertura do novo negócio.

Dentre as inúmeras atitudes empreendedoras que o futuro empresário deve ter em mente, a maioria delas se consegue através de uma boa orientação profissional como o Sebrae ou consultores empresariais e contábeis. Fazer isso sozinho é um risco desnecessário.

Ser empreendedor é ser um sonhador, é buscar, por meio do seu trabalho e muitas vezes teimosia, a satisfação do desafio de sustentar um negócio. É uma mudança de paradigma. Infelizmente, nem todos têm um espírito empreendedor e acabam desenvolvendo negócios de sobrevivência duvidosa e que inicialmente parecem ser excepcionais, mas que, no decorrer do caminho, apresentam fragilidades, como falta de capital de giro e clientela, lucro baixo ou prejuízo, levando o investidor à falência.

Esses são os riscos do mundo dos negócios, mas que graças a um longo aprendizado deixado por nossos antecessores que desbravaram o mercado voraz, permitiram que um negócio que se faz de maneira estruturada, com mapeamento, estudos, análises e aprendizados que possam assegurar a sua subsistência, está sempre no caminho certo para que o empreendedor não se torne mais uma estatística ruim no mundo empresarial.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Será que o MST sabe cuidar da terra?

Vendo os bloqueios nas estradas Brasil adentro, com queima de pneus e protestos pró-Dilma e contra um suposto golpe que estaria acontecendo com a conivência do legislativo e judiciário, o MST levantou uma questão séria sobre os rumos da terra no Brasil.

Mais recentemente na história do Amapá, vimos que a presidente Dilma repassou as antigas terras da União para o domínio do estado do Amapá, isso prova que a União através da Presidência da República tem total autonomia para gerir o destino das terras no Brasil.

Mas aí vem a questão sobre o MST. Afinal Lula esteve no comando do país por dois mandatos, Dilma emenda a dinastia petista com mais um mandato e meio o que já dá quase quinze anos de poder de mando do partido das estrelas. Mas não se viu em nenhum momento nenhuma politica de reforma agrária digna de ser alardeada pela mídia como foi o “Bolsa Família” ou o “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo.

Mas ao ver tal comoção do MST nas ruas defendendo se possível com violência a permanência de Dilma e do PT a frente do destino do País, vale se perguntar: O que ganhou o MST para isso? Reforma Agrária? Lotes do Incra? Programa de desapropriação de terras devolutas ou de latifúndios não utilizados para a agricultura ou pecuária?

A resposta é o mais imenso vazio fundiário que se possa pensar, afinal nada aconteceu, mas mesmo assim quando se procura nos meios oficiais o que vem a ser o MST, vê-se a pomposa descrição que o cientista social Paulo Silvino Ribeiro fez para o “Brasil Escola” ensinar nossas crianças: “O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no tocante à luta pela reforma agrária brasileira.”

É assim que se define o MST nos livros de geografia espalhados pelas escolas públicas, como um bastião da luta pelo movimento agrário, não como um braço armado e imputável de um partido politico que em vez de lutar por reforma, como é auto definido didaticamente, luta por um partido, mas a troco de que afinal?

Questiono-me que se por um passe de mágica houvesse uma megapolitica de reforma agrária no Brasil e de repente, não mais que de repente, todos os membros do MST inclusive João Pedro Stédile e José Rainha ganhassem o seu tão sonhado pedaço de chão, já que há décadas estes dois senhores ainda não conseguiram a terrinha prometida.

Teria a massa que queima pneus, fecha estradas, invade fazendas produtivas, mata gado para promover churrascadas, derrubam árvores e saqueia plantações, a capacidade de arar e semear a terra? Ou de fazer pastar seu próprio gado?

Minha mãe já dizia que a prática sempre leva ao conhecimento e que se você arar a terra terá calos nas mãos, mas saberá a hora certa de plantar feijão. Mas os membros politizados do MST que estão há tanto tempo longe dos campos, militando por Lula, por Dilma, ou quem sabe até, se o mensalão fosse um conto da carochinha, não estivesses levantando bandeiras vermelhas com a inscrição “Zé Dirceu” saberiam realmente o valor da terra?

Parece ser uma incógnita insolúvel, digna dos anais da matemática do calculo diferencial, uma resposta abstrata que faz refletir que se um movimento que reivindica terras fica ao lado de um partido que está há tantos anos no poder e não deu se quer um palmo de chão, é por que com certeza dessa semente não sai nada além de mais uma bandeira que tremula sem propósito e que nem verde nem amarela é, e Deus nos livre que seja regada com, sangue se a dinastia “trabalhadora” for defenestrada do Plano Piloto.
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