Uma noite bem acalorada no aeroporto internacional de Val de Cães. Malas azuis no pátio. Olhos marejados da mãe e olhar sério e sempre cauteloso do pai. Camisa de lã bege e calça jeans com bota de couro zebu.
Foi assim em uma noite de quinta feira 14 de agosto que guardei as últimas imagens desta terrinha por onde passei quase seis meses, falta menos de uma hora para embarcar no airbus TAM com destino a Recife. Algumas horinhas de vôo me separam da porta de entrada do Lufthansa.
Quase dez anos depois, abandono mais uma vez meu país, para um exílio que agora suponho sem volta. Antes como mero estudante bolsista de doutorado rumo a Hamburgo para a velha e doce der Bundeswehr, agora vou já maduro e conciente que esta é minha última cruzada sobre o Atlântico rumo ao velho mundo.
Sei que ao novo mundo não regressarei mais em vida. A passagem é só de ida e o mundo dos florins e moinhos de vento desta vez é o destino certo para uma extensão deste segundo momento de vida a que me destina Deus.
Strassburg. Terra da pilsen mais gostosa do mundo, viver em meio a âmbares líquidos e com o odor do lúpulo ou amargor da levedura me faz pensar que simplesmente eu nasci em um útero de um propagador de mosto.
Decidi isso deitado em uma rede a tarde de chuva de um sábado quando pensava em que iria fazer para minha nova vida. Decidi então reatar velhos contatos e enfim um dia surgiu um telegrama ( é eles ainda existem!) e enfim, estou aqui.
Já tomei alguns cafés, meus pais já se foram para casa, viver suas calmas vidas e eu estou indo. Sozinho para um futuro bem novo, uma língua nova dentre as tantas velhas que aprendi a dominar. Menos o portugues que nunca consegui me fazer entender até hoje.
Mas acho que é isso. Uma despedida simples para quem não deixa nada para tras a não ser o rastro do avião, que com certeza nunca mais me trará de volta para esta terra de lembranças que não quero mais.
Deus me acompanhe e me guie!
Foi assim em uma noite de quinta feira 14 de agosto que guardei as últimas imagens desta terrinha por onde passei quase seis meses, falta menos de uma hora para embarcar no airbus TAM com destino a Recife. Algumas horinhas de vôo me separam da porta de entrada do Lufthansa.
Quase dez anos depois, abandono mais uma vez meu país, para um exílio que agora suponho sem volta. Antes como mero estudante bolsista de doutorado rumo a Hamburgo para a velha e doce der Bundeswehr, agora vou já maduro e conciente que esta é minha última cruzada sobre o Atlântico rumo ao velho mundo.
Sei que ao novo mundo não regressarei mais em vida. A passagem é só de ida e o mundo dos florins e moinhos de vento desta vez é o destino certo para uma extensão deste segundo momento de vida a que me destina Deus.
Strassburg. Terra da pilsen mais gostosa do mundo, viver em meio a âmbares líquidos e com o odor do lúpulo ou amargor da levedura me faz pensar que simplesmente eu nasci em um útero de um propagador de mosto.
Decidi isso deitado em uma rede a tarde de chuva de um sábado quando pensava em que iria fazer para minha nova vida. Decidi então reatar velhos contatos e enfim um dia surgiu um telegrama ( é eles ainda existem!) e enfim, estou aqui.
Já tomei alguns cafés, meus pais já se foram para casa, viver suas calmas vidas e eu estou indo. Sozinho para um futuro bem novo, uma língua nova dentre as tantas velhas que aprendi a dominar. Menos o portugues que nunca consegui me fazer entender até hoje.
Mas acho que é isso. Uma despedida simples para quem não deixa nada para tras a não ser o rastro do avião, que com certeza nunca mais me trará de volta para esta terra de lembranças que não quero mais.
Deus me acompanhe e me guie!