A ascensão dos mercados
ditos emergentes vem na caçamba da modernidade. A prova disso é o mercado de consumo
de tecnologia (aquela que você se utiliza todos os dias e nem percebe). Com
mais de 60 milhões de usuários, o Brasil é o quarto consumidor de apps no mundo.
E esse mercado vem ampliando o seu perfil de consumo, que até então era em sua
grande maioria de público jovem masculino e hoje já conquista mulheres,
crianças e idosos. Muito disso se explica pela facilidade de acesso aos
smartphones e as redes sociais; além é claro da utilização em muitas outras
áreas como na educação, nos negócios e na medicina, não sendo mais uma
exclusividade voltada apenas ao entretenimento, algo que o amapaense precisa incorporar
em sua rotina.
Outro mercado em
ascensão apesar de raramente explorado no Amapá, é do audiovisual. Em 2011, foi
regulamentada pelo Congresso Nacional a Lei 12.485, que determina a veiculação
de conteúdos nacionais e inéditos na programação das televisões por assinatura.
Com isso, além de valorizar a cultura local a produção audiovisual no Brasil, o
segmento ganhou ainda mais espaço e já se posiciona a nível global como a 12ª
maior economia nesse mercado que corresponde por 0,57% do PIB brasileiro. Em
pesquisa realizada pela Ancine, foi apontado um crescimento de 65,8% entre os
anos de 2007 e 2013, um salto de R$ 8,7 bilhões para R$ 22,2 bilhões, uma
evolução bem superior aos outros setores da economia.
E liderando o ranking de crescimento no
Brasil, temos a indústria da moda. Nos últimos 10 anos, o varejo de moda fez
com que o país saltasse da sétima posição para a quinta no ranking dos maiores
consumidores mundiais de roupas. Uma pesquisa realizada pela A.T. Kearney aponta
uma arrecadação de US$ 42 bilhões em vendas, sendo que 35% é através de
capturas online, sendo facilmente explicado pelo poder de influência das redes
sociais e blogs de formadores de opinião dessa área.
O mercado dos Jogos
Digitais, do Audiovisual e da Moda são apenas três exemplos dos 13 segmentos
que englobam o que chamamos de Economia Criativa. Um setor da economia
que vem ganhando destaque e driblando o cenário atual de crise pelo qual o
Brasil vem passando. São empresas que se destacam pelo talento e pela capacidade
intelectual de seus empreendedores e funcionários, e que não dependem do
tamanho da sua estrutura ou de quanto tem de capital.
O Brasil, de certa
forma, vem dando seus primeiros passos para se fixar nessa economia. Países
como EUA, China e Inglaterra já se consolidaram e juntos já correspondem a 40%
da economia criativa global. Muitas cidades no Brasil já possuem iniciativas de
estimulo à Economia Criativa, como por exemplo, Recife, Porto Alegre e São
Paulo. A cidade de Curitiba, também, se destaca como uma das mais atuantes, e por
meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento, circula por todo o ecossistema que
engloba a economia criativa, conectando coworkings, startups, iniciativas
públicas e privadas e estimulando o empreendedorismo de alto impacto. O amapá
ainda não foi citado.
A Economia Criativa, que
hoje já apresenta uma média de remuneração superior a outros setores, será um
dos grandes empregadores em um futuro breve. E as cidades que enxergarem essa
oportunidade, sairão na frente. O olhar sobre a formação de seus jovens, que é
a geração que mais impulsiona esse mercado, é um fator decisivo para o melhor
aproveitamento de uma fatia do mercado na qual o maior recurso é o potencial
criativo.