sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Carmem Miranda tinha razão


Ele é um ícone marcante, até Carmem Miranda não seria a mesma sem os seus volumosos turbantes na cabeça. Mas muito mais que um simples pedaço de pano, o turbante, tem uma história riquíssima! Além dos povos do oriente, ele também faz parte da cultura africana, brasileira e vira e mexe aparece nos desfiles de moda.

Este vestuário secular na África tem muitos atributos, já que o turbante faz parte da indumentária por muitos motivos, para completar o conjunto. É utilizado por homens e mulheres e na África negra, os chamados turbantes Gelê têm funções sociais e religiosas.

Existe também o turbante Ojá que pode ser usado enrolado na cabeça, enrolado na cintura das mulheres ou sustentando crianças nas costas das mães e que nas religiões africanas além de turbante, rodeando o busto e terminando num laço, como na roupa de alguns Orixás.

Também é amarrado com um grande laço ao redor dos atabaques em cerimônias importantes, atado ao tronco de uma árvore sagrada e sua cor varia conforme o Orixá.

O turbante Ojá ou torço chegou ao Brasil, dada a influencia africana, muito forte em nosso país. Aqui se trata de uma manta que se enrola na cabeça e que compõe o traje das baianas, uma das principais figuras típicas daquela região. Mulheres batalhadoras que regularizaram a sua profissão.

Além disso, assim como na África ele também tem função religiosa, sendo utilizado no candomblé, umbanda, xangô do nordeste com as mesmas finalidades, variando o número de abas de acordo com o Orixá e o decanato sacerdotal, pois representa senioridade e respeito e serve de proteção para os filhos de santo, principalmente para as mulheres.

Seu uso é sinônimo de grande respeito entre os sacerdotes e sacerdotisas das religiões afro-brasileiras, pois um grande caminho deve ser trilhado dentro da religião para se ter o direito de usá-lo em conjunto com os demais itens da indumentária.

É de se perguntar: Porque depois de tanto tempo um turbante foi desenrolado e desaparecido para lugar incerto e não sabido?
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