quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Feijão e arroz pela "hora da morte", amém!

Quando nessa semana a Secretaria de Planejamento anunciou que o nosso pobre feijão já não é mais tão pobre assim, pois aumentou a inflação do estado em 7,11% e sofreu uma alta nos preços de 31,14%, então é chegada a hora de afirmar: O feijão está pela hora da morte.
Sendo a estrela de uma das combinações mais tradicionais e preferidas dos brasileiros – o feijão junto com o arroz – pode estar com os dias contados, tendo em vista a constante alta nos preços dos dois produtos. Nos últimos 12 meses, o preço do feijão carioca já subiu mais de 58%. Este ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a escalada do preço do feijão chega a 33,49%.
Já o preço do arroz, desde o início do ano, aumentou quase três vezes mais do que a inflação – uma alta de 12,42%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados. Somados ao óleo, cebola e alho, ingredientes utilizados no preparo dos dois pratos, a alta atinge a 131,53%. Sem muitas opções, a saída para o consumidor é substituir os alimentos.
De acordo com especialistas, a alta dos produtos se deve ao clima e à elevação da cotação do dólar, além da crise internacional. O excesso de chuvas, principalmente na Região Sul do país, que detém 70% da produção nacional de arroz, registrou perdas e atraso no plantio. O mesmo ocorreu no Paraná, que responde por cerca de 24% do feijão que é produzido no Brasil. A alta média desses produtos foi quase o dobro da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de 12 meses, que fechou janeiro em 10,74%. No mesmo período do ano passado, a variação em relação a 2013 havia sido de aproximadamente 10%.
Porém, não é só o clima que determina o aumento nos preços de alimentos. Outro fator fundamental é a valorização do dólar, que elevou em 25% os custos de produção do arroz na safra 2015/2016 em relação à colheita anterior, a maior alta desde a implementação do Plano Real. Os preços de itens cotados na moeda, como agroquímicos e fertilizantes, subiram 19% e 44%, respectivamente.
Esses fatores diminuem a oferta dos produtos, enquanto há uma pressão da demanda. Quando há redução da oferta, os preços sobem. Quando a oferta de produtos é maior, os preços se ajustam. A demanda acaba pressionando a oferta. A crise é um componente que gera aumento de custos, principalmente dos insumos utilizados na produção. Além disso, ainda há as intempéries do clima, como a chuva em excesso e a seca, comum para este período, e que comprometem a produção. Todos esses fatores acabam ocasionando o aumento nos preços.

Apesar dos preços altos e das tentativas de substituição do nosso “par perfeito” nada substitui o substrato básico do prato dos brasileiros, afinal já é uma cultura nacional que não tem como ser alterada. Cabe ao povo bater os pés e ranger os dentes, quem sabe assim as políticas voltadas para o setor agrário voltem a ser uma realidade e não um caminho para a lenda do feijão com arroz, contada para nossos netos com o saudosismo de algo bom que não voltou mais...
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