terça-feira, 10 de setembro de 2013

A história é como você conta

Existem algumas histórias que a gente aprendeu lá no passado e nem se dá conta de que, com a passagem do tempo e a descoberta de novas tecnologias, aquilo pode não corresponder mais a realidade, se tornaram meias verdades, mentiras inteiras, como a atribuição ao Alcorão da velha frase: "Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé” que na verdade tem origem em uma parábola inventada por Francis Bacon.

Mas também existem as mentiras convenientes que visam lançar proveito de algum aspecto da mentira. Ao apresentar a verdade em doses homeopáticas para sarar a própria consciência do mentiroso que volta e meia passa acreditar piamente em seus delírios como se fossem fatos reais, mas que no fundo do seu Id resplandece a sobra da verdade.

Talvez seja por isso que um vasto compêndio de fábulas seja fartamente divulgado pelo atual grupo político que governa o Estado ou pelo menos acredita que governa, seja tão eloquente em crer em seu próprio conto da carochinha a ponto de registrá-lo e distribuí-lo como pão de bálsamo aos pobres.

Nada pode faltar neste cancioneiro, a começar pelas declarações que mais parecem ter saído pás páginas dos contos de Grimm do que da boca de uma secretária de saúde; afinal segundo ela a saúde vive seu melhor momento! Palmas para a jovem moça das madeixas encarnadas que provavelmente não usa o serviço de saúde que administra.

Ou quem sabe aquele conto do vigário que o ocupante mor do palácio governamental aplica nos desavisados prefeitos que desconhecem haver uma lei aprovada na assembléia legislativa e sancionada por ele mesmo que estabelece a contrapartida nas obras dos municípios com recursos federais. Mas é mais fácil levá-los no bico dizendo que o Estado pode dar a contrapartida e assim colher os louros do corte da fita de inauguração.

Sem falar de tantos outros contos que são aplicados diariamente não só no povo, mas também entre eles mesmos. Afinal pregava o velho Goebbels, que basta repetir, repetir e repetir a mentira e tudo se encaixa na veracidade. Se bem que em alguns casos a coisa fica difícil de digerir até mesmo para o sistema gástrico mais robusto possível.

Nesse caso apela-se para medidas extremas; um exemplo: O candidato tucuju à ABL lançou um livro de fábulas em que conta que foi preso e perseguido, cumpriu pena, puxou cana braba. E mesmo assim lança com seu pequeno exército molambo a apologia da vergonha pela prisão de seu adversário político. Meio contraditório para quem frequentou o cárcere por crime comum, afinal não há nada de patriótico em saquear uma sorveteria.

Também não consigo vislumbrar esses heroicos atos supostamente praticados em nome da democracia contra a repressão da ditadura militar. Por acaso alguém ouviu falar deste ser mítico que hoje patusca na tribuna senatorial em uma corda bamba que pende entre a moralidade de um apontador de jogo do bicho ao caso do jaraqui doméstico que figura em rede nacional, figurando entre as listas do MOLIPO ou da COLINA? Ou quem sabe do MR-8?

Ou quem sabe perfilado ao lado dos martirizados Marighella e Herzog? E nem se pode alegar a justificativa de que ambos morreram na luta contra a ditadura. Afinal até a presidente Dilma que está vivinha da Silva, tem suas cicatrizes dos tempos em que carregava fuzis para o VAR-Palmares. Mas o que este indivíduo tem para contar? Nada mais que lendas e auto-elogios.


Eis então que se versará sobre ele para a posteridade, que junto com sua prole estabeleceu uma verdadeira dinastia da Matrix na cabeça do conturbado cidadão que cada vez mais se convence que realmente vive em outro mundo, o mundo de fábulas e lendas contadas por João e Maria (será mesmo Maria?) em que o final com certeza não promete ser feliz em nenhuma das versões escritas nessa epopeia das florestas...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...