sábado, 14 de maio de 2011

Uma noite de interminaveis pensamentos


Esta foi uma semana dificil, cada vez mais percebo que a vida vai ficando cada vez mais dura.
Enfim, fiquei órfão de uma vez por todas, enterrei um pai ausente ano passado e uma mãe solenemente há dois dias.
Continuo com meu amor ausente em terras distantes, continuo em busca de um lar de verdade para enfim deitar acabeça em travesseiros que eu mesmo comprarei e descansar o sono dos justos, mas enfim eu não fui justo.
Nem comprei os travesseiros, nem escrevi o último conto, nem sei como vai terminar esta crônica. As incertezas tem sido cada vez maiores a cada dia e a cada momento o jogo muda suas regras e tenho tentado variar os royal street flashes e full houses mas acho que a donzela do capuz sabe blefar melhor do que eu, pois nao tenho tido muitas mãos boas nesta rodada. Estou quase sem fichas.
Falta-me chão ou senso de realidade, pois ainda não cheguei a conclusão de que estou realmente só agora. Senti isso quando abri a agenda do meu celular e vi que só haviam números de pessoas para quem eu nunca iria ligar para conversar, pedir ajuda ou consolo às minhas mazelas, só empresas e empresários ou pessoas que representam algo que não o pessoal.
Preciso sair mais, afinal meu conto de vida tem me feito um eremita recluso em um mundo que não existe mais há longas décadas, parei no tempo e não senti o tempo passar até me banhar em um lugar onde há espelhos e enfim perceber que as marcas e o preço do tempo chegaram finalmente e não há retrocesso a este processo.
As vezes penso em chutar o balde, mas como faz parte da minha natureza insana, nunca deixar nada inacabado, faço o que um suicida nunca faz: penso nos outros, penso no livro que não terminei, penso no trabalho que não conclui, penso no meu amor que ficará só e depois encontrará alguém para me substituir. Enfim, sou autruista demais para ser suicida.
Espero então a sorte virar, a donzela do capuz está em vantagem, mas o jogo assim como a vida pode mudar, uma rebordosa pode acontecer e enfim, eu acho que quebro a banca até lá.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Victor ou Victoria?


Lembro de Julie Andrews no papel cômico desta película dos anos 80. E mais recentemente de meu amor me acordando cedo e dizendo sobre uma decisão favorável do supremo que considerava a união estável entre pessoas do mesmo sexo.
Nossa, achei super bem vinda a idéia, afinal, já fazem alguns milênios que a homossexualidade está na humanidade, por que não tira-la da clandestinidade e promove-la ao status de família? Afinal, familia é bem mais do que papai e mamãe. Afinal até nestas convencionais sociedades falta amor e o arranca rabo é congênere.Sinto que uma ponta de revolta recai sobre a classe homofóbica, assim como o clero e os moralistas de carteirinha que devem estar virando beicinhos por aí com a notícia. Mas também com o puxão de orelha que o presidente do Supremo deu no presidente do Congresso e com a corja toda, era mais do que a hora de se acordar e ver que a comunidade homossexual, é na sua maioria de; consumidores ferrenhos, de poder aquisitivo considerável, poder de persuasão e principalmente, colégio eleitoral fiel.
Assim como os políticos americanos já descobriram que o eleitorado aposentado é forte, acho que não deve demorar muito para Jair Bolsonaro ir pedir votos na Le Boy, sabendo que isso rende mesmo.
No fim das quantas, a comunidade homosseuxual dorme mais tranquila ao saber que uma ponta de esperança em ter uma vida digna, tranquila e com o mesmo respeito que qualquer outro casal goza na sociedade.
Fico feliz, afinal, temos que impor respeito para podermos ser levados a sério e isso de alguma forma é bom, pois nem sempre se tem motivação para mostrar dentes e unhas em punhos crispados toda vez que se tem vontade de dar carinho e afeto a alguém, sem que se chame a polícia.
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