sábado, 17 de dezembro de 2011

Um dia a gente aprende

Roberto Marinho, monoglota, “Doutor” sem curso superior, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras embora jamais tenha escrito um único livro! Até aí nada! Uma Casa que alberga gente como o general Rubem Ludwig (lembram dele? Aquele “Ministro da Educação” da Ditadura que ficou famoso por dizer: “Índio não tem cultura!” outro monoglota sem trabalho escrito algum...), o cirurgião plástico Ivo Pitangui, o bruxo Paulo Coelho entre outros, aceita qualquer coisa mesmo... Provavelmente escreve aí para não esquecer, Fernando Henrique Cardoso, também apoiado pelo “Doutor Roberto”, venha a ser o próximo “Imortal”. Ele ou o Collor, duas “crias” da Rede Globo...
A tradição da Rede tem sido a de esconder a História ou providenciar versões convenientes aos donos do poder. Tudo que se sabe por ouvir dizer é a expressão da verdade, que ainda espera a oportunidade de aparecer. Quando o presidente Juscelino Kubitschek morreu, a Rede Globo não mostrou a multidão emocionada que o levou, a pé, do Russell ao Santos Dumont.
O cantor e compositor que juntamente com Milton Nascimento, Gilberto Gil e outros eram segregados e proibidos pelo “Doutor Roberto” de sequer serem mencionados como pessoas vivas na TV, Chico Buarque comentou: “Era televisão e futebol. Construíram estádios e essa rede impressionante de telecomunicações por todo o Brasil, e ao mesmo tempo uma degradação crescente em termos de educação e saúde. Tudo isso foi descuidado”. Mais: “Ele tem o poder, veja bem, de impedir que um artista apareça, ou seja, sequer mencionado em outros meios de comunicação!” Ao concluir, uma denúncia: “Hoje em dia existe um tipo de censura econômica muito importante. Por exemplo: um artista que queira cantar num dos vários programas de variedades, pois não há programas musicais, ele ou a sua gravadora tem que pagar à TV Globo para poder aparecer. Ou seja, os profissionais de música pagam a TV Globo para trabalhar para ela...”
A Rede Globo de Telealianação e o “Doutor Roberto”; nunca entendi direito os motivos que levavam as pessoas a chamar um jornalista que sequer tinha curso superior de “Doutor”, por sinal... foi um dos mais bravos bastiões de defesa da Ditadura Militar e a Censura Interna das “Organizações Globo” por muitas vezes era ainda mais drástica que a Censura da Ditadura Militar. Mentem os que dizem que o “Doutor Roberto” protegia os jornalistas de esquerda que trabalhavam com ele, muitos foram conduzidos ao DOPS, ao DOI-CODI e a outros órgãos de repressão, tortura e morte por ordem do próprio, sem mencionar que uma espécie de “atestado ideológico” era conditio sine qua non para trabalhar na Globo... 
Durante as duas décadas da ditadura militar no Brasil, Roberto Marinho ficou riquíssimo e era talvez o civil mais poderoso do país. Com o fim do regime militar seu domínio cresceu ainda mais, além de qualquer regulamentação ou controle. Perguntado por um potentado árabe por que não se candidatava à presidência da república do Brasil respondeu laconicamente: “para quê?” Se sempre foi ele que fez e desfez presidentes, desde a Ditadura Militar até o Lula, por sinal, para que se meteria em política se podia controlar tudo pelos bastidores?
Roberto Marinho era um dos poucos biliardários brasileiros com negócios em todas as áreas econômicas. Foi odiado no mundo, mas temido no Brasil, pelo fato de controlar milhões de brasileiros através do vício televisivo alienante, encontra neste instante em que finalmente presta contas ao Criador, uma rara unanimidade.
Seu legado agora agoniza, suas crias envelhecem e abrem seus baús com todas as mazelas de uma época onde o poder se concentrava na propaganda, como Joseph Goebbels que espalhava as mentiras centenas de vezes até que se tornassem verdades absolutas.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Quanto vale sua indignação?

Uma enfermeira resolveu ter um ataque de fúria contra um yorkshire e foi registrada por uma câmera. Um outro dono de cachorro resolveu queimar e enterrar seu cachorro. Até aí vemos como uma selvageria sem propósito, afinal quando se quer exterminar algo, se faz de maneira rápida para se diminuir o suplício.
Mas estas atitudes são dignas de selvagens e insanos, ao que parece os dois e não só eles, como outros casos que não avançam pelo universo da internet acontecem diariamente e ninguém diz nada nem muito menos se indigna com nada.
Posso até inferir que a tão temida banalização do mal esteja tomando conta do mundo que o mal por si só se consome. Mas o mal maior, não é o provocado pelos maus tratos cometidos contra os animais em questão, mas sim o de uma população indignada a ponto de em rede nacional derramar lágrimas pelo cão espancado, em alguns casos falar em crime ambiental, por um animal que nem é pertencente a fauna brasileira. E mil e uma punições como só nós conseguimos imaginar em nossas pequenas vinganças mentais.
No Brasil as pessoas só se revoltam com aquilo que veem, afinal elas não veem os doentes e indigentes que morrem de maneira cruel nos mal amparados hospitais públicos, não veem as crianças que por falta de leite nos seios das mães que passam fome, morrendo bem ao lado, não veem quem morre por causa de um celular ou uma carteira com seis reais, não veem as mulheres que são violentamente estupradas ou os menores que por falta de oportunidade caem no crime para vitimizar o próximo transeunte. Quando elas deixarem seu mundinho de rosas de seus carros financiados e peliculados e suas falsas bolhas de utopia dos seus apartamentos seguros e fartos.
Que se importem com a banalização do mal, mas também se importem consigo e com seu próximo, para quem falta muita atenção e cumplicidade no ato de ajudar o que esta menos favorecido. Não só em épocas como essa de fim de ano, de festas, pois nem sempre há festas em lares onde a violência, a fome, a miséria de tudo o que se imaginar, onde apenas um pouco de água consegue fazer o papel de matar a sede e acalmar estômagos vazios.
Dentre os esquálidos corpos que jazem sob o manto da violência da falta de esperanças e até mesmo da vontade premente de que a morte chegue logo. É nesse mesmo mundo de favorecidos e desfavorecidos que vivemos nos indignando com coisas comezinhas, fruto talvez de nossa própria ignorância de cuidar de nós mesmos e dos nossos.
Quem sabe se arredássemos os plumbus maximus das cadeiras estofadas de nosso mundo digital e pelo menos adotássemos uma carta das crianças carentes que ainda acreditam em papai noel, veríamos dramas e mais dramas, como uma carta que adotei no dia em que fui aos correios retirar uma correspondência. Uma menina queria um aparelho de DVD, mas não por capricho, nem por diversão. Mas pelo fato de ser órfã e sem pai conhecido e as únicas imagens que podia ver de sua mãe estavam gravadas em um disco de DVD que ela nunca tinha assistido. Não tenho muito, mas um aparelho de DVD não me deixará mais pobre ou menos digno de pelo menos acalmar um coração que seja, mesmo que seja apenas um.
Quem sabe as pessoas parem de se importar com um yorkshire e passem a se importar mais com sua própria espécie que cai em desgraça.

E a mídia começa a vomitar pragas e maldições


Bertold Brecht já profetizava em o analfabeto politico. O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
Privataria Tucana de Amaury Jr assim como Honoráveis bandidos de Palmério Dória são dossiês é um grande remédio para o surto de ética seletiva da grande imprensa desse país.
Precisamos de mídia que atente para os fatos, que faça jornalismo e não militância política. Apesar de rapidamente se tornar um grande boom literário na última semana. A privataria tucana resgata o tema corrupção mas não sai nos telejornais e pior, o livro é censurado por toda a imprensa, dita grande. 
E depois de quase uma semana, duas matérias tanto da Folha de São Paulo como do Estadão têm conteúdos de defesa dos tucanos Serra e FHC de um lado, de outro constrói a tese de desqualificar o referido jornalista e os documentos que estão contidos no livro. 
FHC se resguarda no fato de o autor estar envolvido em investigações da PF. Isso não é prerrogativa de desmerecimento, afinal Thomas Mallory, Oscar Wilde, Voltaire, Cervantes e Graciliano Ramos, produziram enquanto encarcerados por culpa ou não.
A Rede Globo mesmo depois da morte se seu general civil continua tentando derrubar ministros do governo Dilma por um lado, de outro silencia sobre privataria tucana. 
Como sempre, com sua visão enviesada e míope prefere ocultar do povo brasileiro o maior escândalo da história da República brasileira: a privataria tucana. 
Enquanto isso, Rede Globo e o resto da grande mídia tentam derrubar mais um ministro. E na Tucolândia, o emendão tucano for colocado em banho pela mesma mídia. Dois pesos e duas medidas, mas até quando? 
Com a repetição de denúncias contra ministros e a criação incessante de pequenos fatos jornalísticos em geral mal investigados, a grande mídia conservadora visa transformar o governo Dilma num grande escândalo político.
A substituição do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, numa cerimônia na qual a presidente Dilma Rousseff fez grandes elogios a ele, a seu sucessor, Aldo Rebelo, e à legenda de ambos, o PCdoB, foi considerada, pelos maiores meios de comunicação do País, um escárnio, um desprezo à opinião pública. Jornais e revistas como O Estado de São Paulo, O Globo, Veja, Época e Isto É promoveram uma agressiva e eficiente campanha de denúncias contra Silva e seu partido e acham que falam de um Olimpo, acima do bem e do mal, em nome de todos, “da sociedade”, como se fatos extraordinários tivessem se arremessado sobre eles por imposição divina, para que denunciassem a gestão do ex-ministro e de seu partido no Ministério do Esporte.
A imprensa dita séria perdeu a vergonha, a dignidade e principalmente o respeito ao povo brasileiro. Mesmo os mais ingênuos sabem, no entanto, que não é assim. Os fatos não se impõem aos jornais por conta própria nem são selecionados por uma divindade superior, imune aos interesses dos mortais comuns. 
O jornalismo é parte da luta política. Os fatos são empurrados para a mídia por pessoas, que representam interesses próprios, de grupos, de classes sociais. A campanha contra Silva foi deflagrada pelo PM João Dias Ferreira, que chegou a ser candidato a deputado distrital pelo PCdoB em 2006 e de quem o Ministério do Esporte cobrava cerca de 4 milhões de reais. 
Ferreira estava ameaçado de perder todos os bens, em função de ação iniciada pelo ministério e levada adiante pela Justiça federal, que o acusava de ter desviado aquele montante para benefício próprio, pela manipulação, com notas “frias”, das contas de um convênio com o ministério.
O ataque a Silva foi combinado também com uma ofensiva contra o governador do Distrito Federal (DF), o ex-ministro do Esporte e também ex-militante do PCdoB Agnelo Queiroz. Nessa parte da campanha foram usadas pessoas que compunham o grupo do PM, mas se voltaram contra ele depois de terem sido cooptadas pela Polícia Civil do governo do DF em 2010. 
E até as crianças menos ingênuas da capital federal sabem que as forças derrotadas por Queiroz na campanha do ano passado estão vivas na política do DF e interessadas em desestabilizá-lo. Tanto o PM Ferreira quanto seus dissidentes acharam na grande mídia conservadora aliados essenciais.
A história de Ferreira foi divulgada pelo semanário Veja e pelo diário O Estado de São Paulo. Veja divulgou o depoimento do PM na sua edição que começa a circular nacionalmente no sábado sem investigar praticamente nada da história e sem efetivamente dar ao ministro acusado o direito de defesa pois o conteúdo mais preciso da acusação, como disse a RB o secretário-executivo do ministério, Waldemar de Souza, só foi recebido no final da tarde da sexta-feira anterior. Mesmo assim a revista apoiou a acusação com vastas considerações editoriais.
O jornal paulista, em editorial, já na segunda-feira seguinte, 17 de outubro, após Veja estar em todo o País com a entrevista do PM afirmando ter Silva recebido na garagem do ministério 1 milhão de reais de dinheiro ilícito, disse claramente que a presidente Dilma deveria demitir o ministro do Esporte, mesmo sem essas acusações estarem minimamente documentadas. Como fizera uma campanha de denúncias contra o ministério no início do ano, também sem provar nada, talvez o grande diário conservador se julgasse no direito de exigir a demissão de um ministro apenas porque o denunciava.
A campanha contra Queiroz foi liderada pela IstoÉ, com um artigo de capa no qual a semanal pretendeu revelar “com detalhes como o atual governador de Brasília teria montado um propinoduto para desviar dinheiro público no Ministério do Esporte”. O material básico com o qual Isto É trabalhou é, no fundo, o mesmo de Veja. Foi produzido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) no final do primeiro semestre de 2010, num inquérito estranho que investigava desvio de verbas federais – que é da competência da Polícia Federal (PF) e não da Polícia Civil. 
Já se vivia, então, a plena campanha eleitoral, a qual disputaram, de um lado, Queiroz, e, de outro, Weslian Roriz, a mulher de Joaquim Roriz, o lendário político do DF, cuja candidatura fora vetada pela Justiça. Ferreira e mais cinco pessoas ligadas a ele foram presas em abril daquele ano. Duas pessoas que aparentemente participavam do esquema de manipulação de verbas de convênios com notas “frias”, Geraldo Andrade e Michael Silva, foram cooptadas pela PC-DF e depuseram a favor de Weslian, no programa eleitoral de TV, algum tempo depois. Esses mesmos depoimentos foram usados agora contra o governador Queiroz, e gravações de conversas de Ferreira daquela época, apreendidas em sua casa pela PC-DF, foram usadas, agora, por Isto É e Veja, contra Queiroz e Silva.
Não se deve acreditar que a grande mídia conservadora aja assim por acaso e, tampouco, que faça isso por participar de uma grande conspiração, inventando fatos do nada para infernizar um governo de serafins e querubins. A grande mídia tem um método, é o denuncismo. Fez com Silva exatamente o que fez em 2005, logo após as denúncias do então deputado do PTB Roberto Jefferson, que apontou o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, como o chefe da operação conduzida pelo tesoureiro do PT à época, Delúbio Soares, e pelo publicitário mineiro Marcos Valério. O esperto presidente da sigla trabalhista tinha criado, para usar o jargão do jornalismo, a “retranca” do “mensalão”. 
O Estadão, por exemplo, foi, também, o primeiro a dizer, em editorial, que Dirceu era o chefe do mensalão. Foi ainda peça destacada da grande mídia na campanha de denúncias que levou tanto à demissão, a pedido, quanto à cassação, pelo Congresso, do deputado Dirceu, sem que, até agora, tenham sido apresentadas outras provas concretas. Além da palavra de Jefferson de que ele comandava o tal esquema. No caso da demissão do ministro do Esporte, o jornal criou uma retranca chamada de “esporteduto” sob a qual, além de trabalhar pela demissão de Silva, procurou desmoralizar os comunistas do PCdoB.
A grande mídia não constrói seu ponto de vista do nada a partir de um amontoado de mentiras. Jornais e revistas são editados com propósito, segundo regras, por um corpo de grandes editores nomeados pelos patrões. E todos têm dezenas de jornalistas e profissionais que todo dia acrescentam ao tema no qual estão focados miríades de informações. Dito de outra forma: a avalanche de informações que divulgam, de modo geral, não é falsa por ser um conjunto de pequenas mentiras; ela induz o leitor ao erro contando pequenas verdades, indo em busca apenas de coisas que são do interesse dos patronos dos editores. Fazendo uma avaliação muito ampla, pode-se dizer que há verdades parciais, “malfeitos” para usar a expressão da presidente Dilma, em todas as matérias de denúncias publicadas pelos grandes veículos citados. 
Imagino que se na mídia nacional as atitudes de imparcialidade se instalou há muito tempo, aqui no Amapá ela já é decana em imprensa que abertamente exerce a politica-partidária, onde a única vantagem é o dinheiro recebido para enaltecer ou crucificar a bola da vez.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Breakfast

O palco a ALAP, os cômicos: Desta vez não o CQC, mas ainda as consequências deixadas por um minuto de fama. Se por enquanto Cristina Almeida paga por sua língua demagoga por declarar levianamente que não recebe um dinheiro injusto. Sua batata assa perante seus pares que indignados lutam contra o governo PSB.
Os demais deputados discutem a soberba, coisas comezinhas como mudanças de nomes de escolas e do palácio do governo, mesmo em frente a uma crise econômico desenvolvimentista que assola o Estado que tem cada vez mais sua economia encolhida e estagnada.
Não se vê futuro, nem horizontes a não ser o próprio mundo deste Brasil que o Brasil não conhece. De um lugar que assim como os reinos encantados, talvez não mude nunca e também nunca abras suas portas para novos habitantes que não sejam nordestinos ávidos por empreender um pequeno comércio. Se não for assim. Nada feito.
Quando não se assume lados e se constitui uma relação de submissão onde a politica graça o foco. Nada mais pode ser feito. Se não há quem o recomende, não existe vitae curricular por mais extenso e gabaritado que o salve. Se não for almejante do serviço público, Deus te guie.
Acomodados em um mundinho miúdo e sem horizontes, que passa de pai para filho, que, mormente é a herança deste povo tão sem horizontes de crescer, a não ser por mérito do universo fomentador da politica, onde os pares se rechaçam ao prazer do eleitorado, que os acolhe em carros, com alegorias e adereços com palmas e lagrimas nos olhos crocodilianos ávidos por alguma vantagem.
Nove meses a observar o comportamento desse povo, como uma esperança de algo que nunca vem. Vejo com certo desdém a sua pequenez e seus objetivos tão insignificantes quanto a um futuro próspero.
Terra esta, da pantomima, da patuscada, da fantasia, onde escolas de samba e carros toscos recebem fundos e os doentes de câncer morrem à míngua. Onde a indignação de uns é orgulho de outros. Onde o pior para quem está dentro é motivo de comemoração para quem esta fora.
Assim então deixo esta terra para trás. Sem remorsos ou apiedação por sua gente, que não é de todo má. Mas que escolhe mal e vive um futuro incerto que sofre enormes abalos mesmo quando a interferência parece pequena e nem se dá conta de que nada vai mudar se os olhos enfim não se abrirem para a lucidez.
Como em uma obra de Saramago, a rotina dessa terra beira o fantástico e a indignação. Mas tudo parece tão comum. Ontem mesmo vi uma deputada despejar um copo de café com leite em um jornalista da mídia comum, por se sentir coagida dentro da chamada “casa do povo” onde se tem limites para o povo que não é dono da casa, pois a demagogia é grande e o povo conformista.
Longa vida ao Amapá e sua corte do reino das fadas e duendes. Que os próximos anos sejam melhores, pois os anteriores fazem parecer que a Fortaleza ainda esta em construção e os carros de boi transitam pelas ruas de chão batido...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quem mexeu no meu abiu?

Ontem a deputada Cristina Almeida líder da base do governo PSB foi notificada que tem dez dias para apresentar sua defesa ao pedido de processo de cassação protocolado pela deputada Roseli Matos. Uma rusga se cria e começa o bate boca.
O fio condutor da polêmica, ainda se dá pelas declarações da deputada ao programa humorístico CQC de que não recebia a tão famigerada verba indenizatória aprovada na ALAP de até 100 mil reais. Diga-se de passagem, nem foi tão polemico assim, até por que os deputados “machos” sumiram da frente da câmera e da câmara, deixando as mulheres de para o tiroteio.
Algumas considerações curiosas sobre o fato vem simplesmente da situação. É ilegal receber o dinheiro? Não. Apenas imoral em um estado em que o cidadão gasta unitariamente cerca de 220 reais por parlamentar, quanto que em estados como o de São Paulo, esse custo fica em 34 reais. Imoral o fato de que os deputados agora nadam na piscina de lama que eles mesmos criaram.
A atitude da mesa diretora de mitigar a gravidade da imoralidade da situação, catalisando isso em cima das declarações de Cristina ao humorístico, vem baseada na politica de riscar um fósforo no momento de flatulência, ou seja, um odor ruim para substituir um odor podre.
Muita coisa esdrúxula se enevoa sobre as cabeças dos 23 deputados e seu presidente. Cercados por uma situação incômoda como essa, a garrafa gira agora em torno de Cristina e de sua declaração demagoga sobre o fato.
Afinal a verba é indenizatória e por lógica você tem que gastar para ser ressarcido. Mas vamos partir do princípio de que o salário de deputado não chega a 40 mil. Mas que o mesmo gastou 40 mil para ser indenizado. Salvo uns quatro ou cinco deputados que tem um patrimônio empresarial e financeiro abastado oficialmente, é de se pensar muito, de onde alguns deputados tiram o dinheiro para serem indenizados posteriormente. Ou se tem um caderninho do fiado para deputados, ou o talão de cheques pré-datados é bem grande ou simplesmente o que é mais provável. Os deputados tem tirado dinheiro de lugares ocultos.
Não sou nem um pouco favorável a politica do PSB e nem muito menos ando com os Almeida no colo. Mas é uma grande falta de senso moral dos colegas parlamentares, de crucificar apenas Cristina por dizer que não recebe a tal verba em detrimento dos outros que recebem abertamente e a população nem tem conhecimento de quanto, pois a ALAP não é transparente nas contas públicas.
Nem é tão difícil criar um processo de prestação de contas públicas na internet, para que a população acompanhe os gastos de seus representantes. Afinal o que não falta no CPD da ALAP é tempo livre, haja vista que ontem eu sentado na galeria via os técnicos jogando paciência spider pelos vidros fumês, bem acima da mesa diretora.
A medida de Cristina de propor a mudança do valor da verba de 100 para 30 mil vem meio tardia, pois quase doze meses de legislatura só agora depois do ridículo exposto nacionalmente é que os deputados se mobilizaram a fazer algo, pois a população local não se digna a isso por comodismo.
O PSB poderia virar a mesa contra a oposição, de maneira estratégica, mas o PSB e nem seus dirigentes são estratégicos, pois mais parecem uma empresa familiar, mas assim como essas empresas um dia tendem a ver que não se cresce usando prata da casa, abrem espaço para técnicos que podem criar politicas pelas quais são preparados pra tal, e não na politica do achismo como tem ocorrido.
Mas o governo do PSB não descobriu essa pérola por achar que sabe tudo. Mas nesse momento tem sido como uma fruta regional chamada abiu, que é amarela, pegajosa e as pessoas só escolhem a tal frutinha quando não há nenhuma opção!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A saga do anel recomeça

Parecia que a trilogia do anel, obra de Tolkien teria terminar no "Retorno do rei". Mas ao que parece, a saga recomeça no Amapá. Pois faltando menos de um ano para o pleito municipal. Começou a luta pela conquista do poder. As alianças começam a ser forjadas.

Não tem quem agüente a politicagem explicita nos meios de comunicação, dos bate bocas, das carreatas, caminhadas, das homenagens veladas sob o manto do poder publico. Briga de cães entre GEA e ALAP. Cada um puxando a sardinha para sua brasa como melhor lhe convém, para que as coisas ganhem corpo nesta terra onde se respira a política partidária.
Sob o olhar atônito de discrepâncias venais, como a paralisia dos serviços de atendimento oncológico. Das super bactérias que se entremeiam entre esclarecimentos mal ajambrados. Da discórdia entre os deputados sob a ótica de iniciar a caça às bruxas com Cristina Almeida. Da inoperância do Estado em tentar fazer tudo parecer bem quando tudo vai mal.
Os anéis começam a buscar os mestres e os mestres, aos dedos que precisam para alojar cada vez mais seu povo no seio do erário em qualquer canto onde seja possível se abastecer mais e mais com a busca incessante na consolidação do poder.
Vejo com certo escárnio estas relações factóides com as quais o embrião de sociedade que é este pequeno estado. Que talvez nunca avance em função da rebelião de seu povo, acomodado em suas espreguiçadeiras, apenas em busca da melhor oferta. E quem se propõe a oferecer o melhor agrado.
Às vezes cansa surta. Leva ao delírio mental ver quanta hipocrisia existe nesse mundinho abobado de Amapá. Terra fértil de muita coisa, mas que volta e meia, entre revolucionários e punguistas, se vê o quanto as coisas se encaminham ao nada.
Isso parece assunto de deprimido, mas realmente essa política comezinha cansa, pede um valium. Leva ao espaço abaixo.
Talvez hoje eu não esteja com garra para apontar o dedo para ninguém e posar como o bastião da moralidade. Quem sabe eu não esteja vendo tudo errado. Afinal a loucura só se mede quando a realidade da maioria é a verdade absoluta. Como sou minoria, então insano sou eu e não o Amapá com suas mazelas intermináveis.
Por isso acho que a missão esta findada. Os anéis já estão todos nos dedos de seus mestres e uma longa jornada rumo ao comodismo e estabilidade de costumes em um lugar onde o tempo parou e estacionou em uma escala onde dificilmente as coisas mudarão sem que a atitude se mostre como mãe de todas as mudanças.
Por ora, vou me conformar com o poder de olhar, sem interferir. Quem sabe assim essas pequenas mazelas por si só não sejam sinal eminente de que de uma forma ou de outra as mudanças venham, senão por amor, quem sabe por dor e pesar.
Por ora vou me conformar em assistir pela vidraça do CPD da ALAP, o paciente técnico jogar mais uma partida de freecell com a ajuda do dinheiro público.
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