sábado, 3 de julho de 2010

O curioso caso do sr. D


Sigmund Freud? Na última semana, o jornal O Globo consultou uma série de psicanalistas para tentar entender a personalidade de Dunga. Ou, freudianamente: “O caso do Sr. D”. Isso demonstra que ele, Dunga, está certo: o pessoal da imprensa realmente merece ser insultado e castigado. Que o Brasil — e, em particular, o Rio de Janeiro — tenha uma série de psicanalistas já é um contrassenso. O que caracteriza os brasileiros é nossa mente perfeitamente desprovida de pensamentos conscientes ou inconscientes. O técnico da Eslováquia, Vladimir Weiss, poderia ser psicanalisado. Assim como Dunga, ele costuma insultar e castigar os repórteres, chamando-os de estúpidos. Mas, ao contrário do que ocorre com os eslovacos, as categorias da psicanálise sempre soam ridiculamente impróprias quando aplicadas aos brasileiros.

O Brasil, mais do que um ensaio de psicanálise, é um teste behaviorista. E, se o Brasil é um teste behaviorista, Dunga só pode ser nosso B.F. Skinner. Ele faz com seus jogadores precisamente o mesmo que, nos primórdios do behaviorismo, B.F. Skinner fazia com os pombos e com os macacos de seu laboratório. Primeiro, prende-os numa gaiola. Segundo, isola-os de qualquer contato com o exterior. Terceiro, raciona seus alimentos. Quarto, condiciona seu comportamento administrando-lhes choques elétricos.

Luís Fabiano recebe 220 volts no pé direito toda vez que perde um gol. Quer saber o que é melhor? Funciona. Acreditar que um de nós possa ter mais autonomia de pensamento do que um pombo ou do que um macaco de laboratório é um daqueles desejos infantis interpretados por Sigmund Freud. Continue a insultar e a castigar o pessoal da imprensa, Dunga! Pode ser que um dia eles também aprendam que, quando aquela luzinha vermelha se acende, dentro da gaiola, está na hora de fugir.

No período em que jogou no time da Fiorentina, Dunga interessou-se pela obra de Maquiavel. B.F. Skinner, em seu romance behaviorista Walden II, idealizou uma sociedade totalitária e coletivista, que seria comandada, segundo ele, por um “Maquiavel moderno, mecanizado e empresarial”. Dunga transformou-se exatamente nisso no comando do time do Brasil, unindo, com seu 4-4-2, os dois eminentes liberticidas: B.F. Skinner e Maquiavel. A utopia futebolística de Dunga, que se baseia no comportamento de pombos e de macacos engaiolados num laboratório, é um mecanismo sem falhas. O time só perde quando os adversários morrem.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Praga pega!


De vez em quando eu comento sobre temas da personalidade do ser humano. Mas o tema de hoje é baseado em um fato que li durante as muitas pesquisas que faço diariamente. Tem a ver com ódio, com falta de reciprocidade amorosa e até onde isso leva.

Durante a construção de uma adutora em Vizeu (Portugal), a equipe de trabalhadores se deparou com um pequeno cemitério familiar, as lápides não informavam os nomes dos ocupantes, por isso foi chamada uma equipe do patrimônio histórico para ajudar na remoção do que pudesse haver nos túmulos.

A equipe de pesquisadores não tinha muitas esperanças de remover nada, pois o período provável das sepulturas era o século XVII. Mas Uma surpresa: Um caixão de carvalho foi retirado de uma das sepulturas e estava bem deteriorado por fora, mas quando aberto, revelou em seu conteúdo um corpo saponificado de uma idosa, vestida de negro e bem conservada. Em suas mãos, um terço de rosas e um pequeno quadrado de papel dobrado.

Ao ser levada para o centro de pesquisa histórica de Lisboa, finalmente o papel pôde ser desdobrado e enfim seu conteúdo lido:

Por haveres me abandonado, enquanto trabalhava para prover o sustento de nossa família, por haveres levado a honra de nosso santo matrimônio à ruína, apenas pela arrogância do teu ser, me privado da convivência de minha prole. Levanto minha voz contra ti e contra tua existência para que qualquer demônio que perambule nas redondezas ouça-me e dê-me o dom da revanche. Nada em tua vida irá vingar. Tua prole te abandonará para não mais te ver em vida, os homens que por ventura tiveres ao longo de tua existência, não serão teus e sim do mundo e só te terão para aplacar a concupiscência de tua carne e mais a deles. Seca será tua vida daqui para frente. Nenhum comuna ou parente te fará frente ou regozijo pela tua presença. Abandonada à solidão será tua existência vil.

Tu que sempre enaltecesse a tua vaidade, secará por dentro e por fora. Os sobreiros farão semelhança em sua casca à pele do teu corpo, acinzentar-se-á tua pele e os vincos da tua intolerância levarão tua carne aos assemelhes da pele de cão decrépito.

E por fim, na hora de tua morte a virgem não segurará tuas mãos para guiá-la ao criador. Será teu corpo e alma abandonados à terra sem que nela se consuma, sem que saias do teu casulo, sem que recebas a redenção do ungido nem suas dignas exéquias, sem que jamais se lembrem de ti ou dos atos danosos que fizestes em vida, pútrida e sem ideal, apenas por tua vontade ignóbil e egoísmo vil.

Os espíritos da vingança que se aproveitem de mim e de minhas palavras para prover a necessidade de sua existência. Que assim seja teu desterro, tua vida e tua morte
”.

Aff, que história. Do marido e da mulher não se teve informações do que aconteceu, nem seus nomes e nem o que aconteceu até a carta chegar às mãos da moribunda, nada além dos fatos figurados na carta.

Mas uma coisa é certa. Nesse dia os espíritos da vingança, estavam dispostos a atender uma prece.


Bom fim de semana a todos!

Pátria de 90 minutos


Bom, como não é mais novidade, nossa seleção canarinho, perdeu a copa, não vai ser hexa desta vez. E como eu havia previsto (e eu nem sou um molusco!), no caminho de casa até este computador mais próximo, o patriotismo terminou em frangalhos de bandeiras derrubadas e pessoas tomando sua cerveja mesmo que o Brasil tenha tido seu sonho de hexacampeonato interrompido no começo da tarde de hoje.

Só nos resta agora, enrolar as bandeiras que sobraram e aposentar as vuvuzelas adquiridas (graças a Deus!) neste momento festivo e esperar a próxima copa, lembrando que desta seremos anfitriões e vamos tentar fazer bonito. Afinal ser brasileiro, como diz o dito: É não desistir nunca, e esta não foi a última copa, virão outras mais e mais, que nem dia das mães e que nem natal, sempre haverá mais um enquanto formos seres humanos.


Os lojistas devem estar queimando fogos de felicidade, afinal, o comércio, os bancos e repartições públicas não vão mais interromper suas atividades por causa dos jogos, logo, ninguém vai deixar de vender, comprar ou pagar alguma coisa para ver a final da copa, que deve ser com algum país sul americano obtuso. (leia-se, inveja)


Como bom brasileiro, mas não fanático por futebol, também já engoli os sapos hoje a tarde assistindo a um repetido filme em dvd, sai para dar uma volta e expressar minha decepção também. Vesti vermelho. Não pelo PT, nem pelo garantido, mas por lembrar que estamos vermelhos de raiva. Não com Dunga, afinal depois de batalhar com a Rede Globo, acho que a punição dele vai ser o esquecimento, o limbo, pois quem não está na globo não esta na copa, e o Brasil não esta mais em nenhuma das duas.


Vamos ver o próximo show de cara de pau, que serão as eleições 2010, onde cada espetáculo que beira a tragicomédia será exibido em rede nacional e em horário nobre, para que possamos poluir mais uma vez nossos ouvidos com abobrinhas repetidas e sem nenhuma graça como as piadas do macaco Simão.

Sejamos Brasileiros, e vamos a luta!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vidraça e vidraceiro


Um dos filmes que mais me marcou quando criança e depois também como adulto, foi O Garoto (The kid - Charles Chaplin - 1921). Nele Chaplin faz o papel impagável de Carlitos, que encontra um garoto abandonado pela mãe e o cria da maneira mais simples que a história pode propor.


Carlitos é um vidraceiro, que passa o dia andando pela rua querendo trocar vidraças, e com a ajuda do simpático moleque, interpretado por Jackie Coogan, que sai a rua jogando pedras nas janelas para que depois o malandro Carlitos passe e o futuro cliente contrate seus serviços providenciais.


Nos dias de hoje, podemos ver muitos comportamentos como esse; no velho estilo, doença X remédio. Ontem o presidente Lula recebeu Silvio Berlusconi. Como sempre muito fanfarrão, o primeiro ministro italiano falou de futebol, das suas conquistas brasileiras e é claro, dos planos futuros de Lula.


O grande carcamano disse que Lula (e disso eu não duvido), vai conseguir eleger Dilma, vai esperar o mandato dela terminar e dê no que dê, vai voltar a presidência por mais dois mandatos!


Ufa. Tomara que as previsões do Signori Berlusconi não se concretizem, senão teremos uma dinastia da estrela implantada nesse país. Ainda bem que o polvo Paul é alemão e não italiano, senão começaria a me preocupar com videntes europeus vindos do reino animal como Paul e Berlusconi.


O que não me assusta é eu saber desse plano sicário para tomar o país de assalto pela politicagem comezinha, o que me assusta é que um outro sicário como Signori Berlusconi também compactue do mesmo ponto de vista que eu. Isso me faz pensar que a celeridade deste pensamento também se agregue a outras lideranças internacionais e isso influencie a cabecinha já conturbada dos brasiliani.


Italianos à parte, façamos a nossa parte, a analogia de que faz sentido, Lula mandar Dilma (sua garota de recados) quebrar as vidraças deste já em frangalhos aparato governamental, camuflado pelo milagre econômico, e em seguida passa providencialmente com todas as vidraças novas para ser o salvador da pátria do cliente (o povo brasileiro) providencial no momento de necessidade.


Tenho saudades de quando podíamos fazer que nem a Regina Duarte: Eu tenho medo...

Ave Lulis patecticus.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cuidar das pessoas?


Gente parece que agora a moda mudou seu rumo. Antes, nos horários de propaganda eleitoral, a vedete eram as “obras públicas”, supostas melhorias que seriam realizadas para o bem da população, coisas que iam bem além do poder do mandato de um político. Hoje por exemplo não existe mais prefeito desavisado de que não pode prometer casa própria, ou vereador prometendo grandes campanhas de asfaltamento em massa.

Mas a moda agora é a bandeira do “cuidar das pessoas”. Como bem sabemos a política brasileira existe bem antes da república em 1889.

A politicagem populista vem até mesmo do Imperador que queria vender as jóias da coroa para aplacar o sofrimento do nordestino. E com o Getúlio sempre bancando o pai dos pobres.
Salvo conduto ou não, boa vontade política ou não, a questão do cuidar das pessoas tem sido mais fortemente abraçada, pois psicologicamente, quem não gosta de sentir que tem alguém cuidando da gente? Deus não se envolve em políticas públicas! Por isso não contem com Ele no horário eleitoral.

Mas se tudo isso fosse verdade mesmo, não teríamos tanta gente morrendo na porta dos hospitais por falta de médicos e profissionais de saúde que faltam nos feriados e também nos dias úteis. Alegando baixos salários. Mas e o cidadão que é atendido por este serviço? Que às vezes nem salário tem?

Se cuidar das pessoas fosse uma política de verdade, não sofreríamos tanto ao ver nossas estradas e ruas das cidades em péssimo estado, mesmo sabendo que pagamos os impostos destinados a esse “cuidado com as pessoas”. Ficamos chocados ao constatar a situação das farmácias em postos de saúde e hospitais, onde o socorrido chega e é colocado em uma maca e lá fica para esperar o Zé da foice chegar.

Afinal, quem cuida de nós? Quem se importa, se o aparelho de Raios-X do pronto socorro está quebrado há mais de dois meses, se as ambulâncias do SAMU são insuficientes para atender pelo menos a metade da demanda de urgências a que são destinadas. Se apenas 9% das pessoas “cuidadas” tem plano de saúde particular.

Se as pessoas fossem tão bem cuidadas assim, certamente não teríamos idosos vegetando nos pontos de ônibus, esquecidos pelos motoristas que parecem ter participação acionária no capital social das empresas de ônibus, pois não param para os idosos que tem direito à gratuidade, assegurados por lei. E alguns quando param, nem esperam os idosos subirem o primeiro degrau e partem, deixando a massa de velinhos literalmente no chão.

Seria bom se os políticos realmente cuidassem de nós e de nossos direitos como cidadãos que os elegem para esse fim, mas cada vez que se elegem, cuidam apenas do próprio umbigo e voltam quase quatro anos depois para dizer que querem cuidar de nós mais um pouco, mais um mandato. Eu como trabalhador não consegui amealhar uma fortuna ou um patrimônio invejável como muitos deles que com um salário conhecido, jamais poderiam também fazê-lo, mas mesmo assim o fizeram.

Certamente se cuidássemos de nós, teríamos mais lixeiras à vontade nas ruas (chupei uma bala e passei meia hora para achar uma lixeira para o papel). Com certeza, o fornecimento de água não sofreria interrupções enormes e o transporte público seria uma maravilha. E teríamos mais segurança de andar nas ruas.

Teríamos mesmo?

Políticos cuidem de mim...

Brazil boa sorte hoje contra os chilenos e Osvaldo, um forte abraço pela contribuição de hoje.

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