Os protestos da ultimas
semanas evidenciaram a insatisfação da população com o governo, já que o mesmo
cobra em impostos aquilo que não retorna em serviços de qualidade pelo menos
palatável às necessidades da população que desembolsa encargos em patamares
escandinavos e os recebe em benefícios subsaarianos.
Uma semana de protestos que
chegaram a encurralar madame presidenta em seu palácio de cristal, parece não
ter sido suficiente para fazer a luz do discernimento e da lógica tomarem conta
das cabeças iluminadas pela estrela do PT.
Nem bem os revoltos populares
saíram das ruas e os fuzuês dos quebra-quebras foram amainados pelo tempo e pelas
balas de borracha. Uma luz de sapiência assolou a cabeça de Dilma e companhia
em reformar a politica através de consulta popular.
Claro que o fato vem da
cabeça do mágico de Oz encarnado em João Santana e seus conselhos miraculosos
para tornar Dilma uma espécie de fada boa do oeste, ao invés do atual quadro
tenebroso que faz despencar a popularidade da presidente, como enxurrada no
morro do Bumba.
Uma consulta dessa natureza,
desde os mais céticos até as mais realistas cabeças pensantes, sabe que não vai
dar em nada. Afinal que tipo de lucidez terá o brasileiro para opinar sobre
algo que pouco conhece como a reforma politica?
Imagino o arroubo das
multidões a dirigir-se às seções eleitorais a tentar em vão teclar os “sins”, “nãos”
e “talvezis” em demasia para satisfazer a necessidade de Dilma em acalmar seus
súditos, mal ajambrados para decidir se ao invés de gastarmos dinheiro com
estádios suntuosos, patrocinaremos as patuscadas dos candidatos nas campanhas
eleitorais.
Imagino até a nova tela do
TSE, que ao invés ler-se Horário Eleitoral Gratuito, veremos então em garrafais
letreiros: Horário Eleitoral Bancado Pelos Brasileiros. Seria então a gota d’agua,
a ultima sensação no mundo civilizado. Depois de bancarmos as mais diversas
orgias com o dinheiro público, de tapioquinhas a aviões da FAB para políticos frequentarem
casamentos e jogos da seleção. Bancaremos a propaganda da mentira!
É Brasil, embalemo-nos em
berço esplêndido, caiamos no sono pueril, assumindo nossa conduta pós
manifesto: fechemo-nos os olhos para mais um ardil, urdido no pano do pavilhão
nacional que mais uma vez desbota ao sol na ânsia de descer de lá mais uma vez
para cobrir a nudez da modeletes nas passeatas só para inglês ver...