quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Lula o querubim


Num documento em que prega a necessidade de produzir uma narrativa histórica própria sobre os dez anos em que comanda o governo federal, o PT se diz vítima de uma campanha de desmoralização e compara o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Getúlio Vargas e João Goulart.
Chamado de "carta convocatória" para seu quinto congresso nacional que é o fórum máximo para decisões sobre o rumo do partido, o texto é assinado pela direção do PT e aponta temas que deverão ser debatidos.
Na carta, o PT afirma que Vargas e Goulart foram vítimas de uma "insidiosa campanha de forças políticas" que visavam desestabilizar seus governos, mesmo processo que estaria sendo orquestrado, desde 2003, para desconstruir a era Lula.
O presidente Vargas se suicidou em 1954. Em sua carta-testamento, tratou o gesto como uma resposta a "forças e interesses contra o povo". Jango foi deposto em 1964, o que deu início à ditadura militar no país.
"A partir de 2003, de forma intermitente, tratou-se de anular os notórios êxitos do governo, com campanhas que procuravam ou desconstruir as realizações do governo Lula ou rotula-lo de 'incapaz' e 'corrupto'", diz o documento petista.
"Sabe-se que denúncias de corrupção sempre foram utilizadas pelos conservadores no Brasil para desestabilizar governos populares, como os já citados casos de Vargas e Goulart", conclui.
O texto não cita o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, que condenou ex-dirigentes e homens fortes do PT pela compra de apoio político no Congresso Nacional.
No entanto, deixa implícita uma menção ao caso ao afirmar que "grandes episódios de corrupção" dos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Fernando Collor (1990-1992) "nunca mereceram investigação que levasse seus responsáveis à punição pela Justiça".
O congresso do PT está marcado para fevereiro do ano que vem, mas antes a sigla realiza eleições internas. Em 2014, acontece a eleição presidencial que definirá a sucessão de Dilma Rousseff.
O texto de convocação ataca a mídia e "grupos incrustados em setores do aparelho de Estado" como substitutos dos partidos da oposição em uma suposta tentativa de desqualificar o PT.
Diz ainda que o partido precisa "construir" uma "narrativa" própria sobre os últimos dez anos.
"O PT não foi capaz, até agora, de construir plenamente uma narrativa sobre o período histórico que se iniciou em 2003. [...] A ausência de um balanço aprofundado de nossa experiência de governo e de nossa presença na sociedade dificulta a construção e a continuidade do nosso projeto político", justifica a sigla no documento.
A carta petista contém algumas autocríticas. Afirma que o partido deixou de lado o debate interno e que perdeu a capacidade de mobilização sobre setores que tradicionalmente o apoiam.
"O debate interno está rarefeito. Sofremos um processo de burocratização e assistimos a um debilitamento de nossas instâncias coletivas de direção", afirma.
O texto diz ainda que é preciso atualizar a agenda estratégica petista e empreender um esforço para decifrar os anseios de "novas classes" sob pena de o partido não ser reconhecido por eles como seu principal benfeitor.
Além disso, a convocação fala que é preciso formular uma proposta para acelerar o crescimento econômico e prega o desenvolvimento de uma estratégia para promover a "internacionalização do PT" como representante de um novo ideário socialista.
Em suma; a auréola e a as asinhas brancas estão adornando o primeiro santo genuinamente brasileiro, mesmo que seja do pau oco.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

E tudo se fez novo...


O primeiro dia do ano novo começa com o silencio sepulcral estranho a uma sempre movimentada capital, com suas barulhentas caixas de som a ecoar as vozes de pato que se autodenominam “melody”, e motores de carros estrondosos por aqueles que não param de deslumbrar com a engenhosidade da explosão interna da gasolina. Mas por enquanto não. 

Só o silencio reina até que os primeiros tamborins e atabaques comecem a retumbar as primeiras manifestações culturais que se avizinham logo que os fogos da virada se apagam.

Dentro em breve o carnaval começa a invadir as ruas, e a famosa Banda a atrair sua torrencial turba de brincantes arremedando diversos estereótipos como acontece ano após ano.

E por falar em turba, este ano como não eleitoral, faz com que a capital fique sem seu maior fomento de luta, a militância eleitoral, que tanto anima os ânimos, e faz com que inimigos se abracem e amigos se engalfinhem diante da postura de cada um na escolha de seu representante, que mais tarde pode não representa-lo a contento.

2013 começa. Particularmente gosto do 13, sempre associo este numero a boas coisas de minha vida, então talvez com a síndrome de "mãe Dinah" que acomete uma boa parte de nós nesta época do ano que termina e o que começa. Evitemos as prestidigitações e sortilégios.

Então, curtamos o banzo do dia de hoje. Calmaria e tranquilidade, afinal amanhã é dia preto na folhinha, e tudo recomeça no eterno faz de conta da vida real, na velha capitania de Andaluzia Macapaba, onde o tempo para de vez em quando, mas o que importa?

Afinal, as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo. Milenarmente as palavras da sagrada escritura abre sempre as portas para um Feliz Ano Novo!
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