Esta será
provavelmente a eleição mais anômala do todos os tempos, afinal não é só por se
tratar de um novo pleito para o majoritário municipal e parlamento mirim, mas, como
o primeiro após a minirreforma eleitoral que promete criar toda sorte de empecilhos
para quem já estava acostumado a ter sua “muralha da China” particular nas
tesourarias de campanha.
Para começar o número
de eleitores neste ano está 4% maior que nas últimas eleições municipais de 2012.
Com isso os custos também aumentaram, pois, segundo o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), o processo eleitoral deste ano foi estimado em R$ 600 milhões,
o que equivale dizer que a justiça eleitoral vai desembolsar cerca de R$ 4,16
para cada um dos mais de 144 milhões de brasileiros aptos a votar se dirigirem
de casa para a urna eletrônica.
Outro fator-chave reside
nas mudanças de perfil dos eleitores, algo que sugere que as táticas usadas em
outros carnavais para ganhar o voto do brasileiro deverão mudar radicalmente
neste ano para convencer em números atuais a massa de eleitores formada por 74.459.424
mulheres (52,13%) e 68.247.598 homens (47,79%).
Outro ponto
importante é que o índice de jovens eleitores com 16 e 17 anos que correspondem
a 2.311.120 (1,60%) também teve uma mudança no quesito escolaridade, fazendo
destas eleições municipais a que tem um eleitorado de maior escolaridade e por
tabela um mais refinado senso crítico sobre as promessas apresentadas por cada
um dos postulantes às eleições municipais em comparação com as duas últimas
eleições.
O aumento do número
de jovens de 16 e 17 anos que poderão votar nas eleições municipais deste ano,
em relação à eleição presidencial de 2014 mostra um cenário onde há 2.311.120
jovens com título de eleitor, um crescimento de 41% em relação a 2014, quando
eram 1.638.469.
Já em 2012 eram
2.902.672 os jovens de 16 e 17 anos que poderiam votar, o que representa uma
queda de 20% nestas eleições em relação à última disputa municipal.
Em 2012, aqueles que
não haviam concluído o ensino fundamental eram a maioria (51%), incluindo os
analfabetos e os que sabiam ler e escrever. Este ano esse grupo caiu para
44,17% do eleitorado e, em 2014, o percentual foi de 47,56%.
Também aumentou o
percentual dos que passaram pela universidade. Os eleitores com ensino superior
completo ou incompleto, em 2016, respondem por 10,7% do eleitorado. Em 2012,
eles eram 7,5% e, em 2014, 9,2%. Já o percentual dos que possuem o ensino médio
completo ou incompleto é de 38%. Em 2012, foi 34,2%.
Este ano aumentou o
número de cidades que poderão ter segundo turno, por terem mais de 200 mil
eleitores. Serão 92 nessas eleições, ante 83 em 2012.
Também cresceu a
utilização da biometria, quando o eleitor é identificado pela impressão digital
na hora de votar. O sistema será usado em 27,66% dos municípios (1.540
cidades). Em 2012, foram 299 municípios, ou 5,37%. Há ainda outros 840
municípios que utilizarão a biometria em apenas uma parte dos locais de
votação. Assim, no total, 2.380 cidades terão urnas biométricas.
Todas estas mudanças
de perfil do eleitor, associadas com os poucos recursos que a legislação eleitoral
permite farão deste pleito um balão de ensaio para 2018 e principalmente apontarão
um fator de destaque para o eleitor: Os candidatos que forem eleitos e que
conseguiram isso com porcos recursos, têm predicados suficientes para lidar com
a crise que assola os 5.570 municípios brasileiros. Afinal, o bom gestor não se
revela nos momentos de fartura e sim nos momentos de penúria, e por enquanto,
penúria é o que não falta nos cofres do tesouro municipal de cada um dos
municípios do Brasil.