sábado, 22 de outubro de 2011

Dinheiro tem só me falta o gramour (sic)

A abertura da quadragésima oitava expofeira do Amapá reflete um quadro que senão tão gritante, solidifica e dá força ao pensamento crítico à oposição do governo do PSB. A ausência mássica das pessoas no grande parque de exposições fez com que o evento parecesse mais esmilinguído do que realmente era.

Grandes desencontros de informações e desorganização, denotam que a necessidade de centralizar tudo, como é costume dos socialistas, acabou gerando confusão na cabeça do pouco público que foi prestigiar a abertura do evento.

Solenidades a parte, o povo nem sabia se deveria ir ao encontro dos fogos ou da fala do governador e secretários que com o mesmo discurso cansativo das críticas ao governo anterior e suas lambanças homéricas e gastos nababescos.

Em um estado onde mais da metade da economia se baseia em folha pública, qualquer promotor de eventos, por mais modesto que seja, sabe por natureza instintiva que festa sem l’argent é fadada a bocejos e marasmo, como a noite de ontem. Existem regras para usar sete milhões em um evento. O planejamento e a técnica parecem ter sido unicamente a contar com que a população tenha guardado dinheiro nos colchões durante a greve bancária para comparecer à feira.

O planejamento; acredito que esteja em um grau muito incipiente, muito por falta de técnicos competentes e experientes nos meandros das políticas públicas, afinal entre programar uma festinha de aniversário para o filho e fazer um evento de grande porte, a temática é a mesma; agradar ao público, mas também tem que se planejar quanto se consumirá e quanto se receberá, o governo PSB parece ainda não ter descoberto essa pérola.

Uma prática muito comum neste governo é ausência de técnicos e o fechamento em copas para toda e qualquer espécie de ajuda que não venha de correligionários e cabos eleitorais despreparados ou apadrinhados. Alianças técnicas são desprezadas e o preparo dos gestores beira a duvida das incertezas de que se são mesmo capazes de fazer o que lhes foi outorgado.

Triste saber que o governador tem muita força de vontade, mas ao tentar acertar, cerca-se de tantos cães de guarda que no fim não querem zelar por ele mas sim por seus umbigos consensuais. Talvez sejam da mesma raça de sabujos que guardavam as portas de Waldez quando este era governador.

De um tempo onde as tetas eram ligadas a um úbere gigante que alimentava sonhos de grandeza desses pseudos-técnicos, hoje se reflete nas lojas de veículos usados e a infinidade de lanchas e jet-skis postos a venda, pois não se tem mais como sustenta-los na baixa uberina e tetas estagnadas.

Enfim, torço para dar certo, sejamos pragmáticos. Mas o discurso do “dinheiro tem, falta gestão” só pode valer quando houver gestão. Por ora a gestão segue o mesmo destino dos cabelos de freira e cabeça de bacalhau. Sabemos que estão por ai, mas ninguém os vê.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A dinastia que se foi ao pó

Mais um capítulo da revolução árabe se encerrou hoje, de maneira não muito espetacular. Lembro-me que alguns monarcas ao abdicarem de seus tronos, ainda tiveram a decência de se exilarem em algum país brejeiro para aproveitarem a leveza do fardo tirado à força.

Khadafi não foi muito bem aventurado. Após um embate com tropas da OTAN o mambembe monarca que fazia o melhor cosplay de cortinas que já vi na vida, foi abatido a tiros. A população circundante, não perdeu a oportunidade de ouro de dar seus sopapos e pontapés no cadáver do prosaico sujeito que governou a Líbia por 42 sofridos anos.

Justiça seja feita, a população árabe tem por hábito ser massacrada por ditadores que vivem nababescamente em seus palácios e suas excentricidades bancadas pelo PIB de seus países. No caso da Líbia, o décimo oitavo produtor de petróleo do mundo, a riqueza ficava confinada aos palácios e as contas bancárias de Khadafi que se apossava do erário como se sua porta-cédulas fosse.

Outros exemplos ainda gritam no mundo árabe, mas os principais ícones; sejam eles terroristas avulsos como Bin Laden, ou empossados por Alá, como Sadam Husseim, caem por terra como moscas varejeiras que sugaram o sangue de seus povos até se fartarem e levaram os mesmos a um estado de miséria e pobreza, dos quais nunca provaram em seus delírios de grandeza e poder.

Ditadores centenários, que enfim tomam o caminho por eles traçados, Khadafi já havia dito que só sairia do poder, morto, como mártir. Delirante a verborragias de insulto ao seu próprio povo, enfim ele foi, mas de martírio mesmo, só ficam as feridas do povo líbio.

E no vai da valsa de ditadores centenários e parasitas do erário, com sede de poder e ego tão abissal quanto as Marianas, temos também nosso ícone representativo do folclore Maranho-amapaense. Eis que sim, o grande homem das terras do calhau, que aportou na cidade do seu xará padroeiro.

José Sarney também tem a longevidade parasitária. Mas diferente de Khadafi e Sadam, que se esconderam em buracos e morreram junto com os filhos, como ratos encurralados, Sarney e sua prole, proliferam, infestam, por todos os cantos da política do poder, se cheira, se respira a fedentina da lagoa Jansen.

Sarney diferente de seus obtusos colegas do oriente médio, se prepara para a morte. Recententemente ele consegiu fazer com que a funesta Fundação José Sarney, hoje rebatizada de Fundação Memória da República, passasse a ser, por obra de sua humilde filha governadora, a ser bancada pelo erário maranhense.

Mal se sabe, que há uns 5 anos, Sarney já havia mandado edificar lá uma grossa lápide de granito negro, dentro do pátio do Convento das Mercês, onde a fundação parasita se abriga. Cercada de correntes, a lápide aguarda o dono do túmulo chegar. Sarney sonha com delírios de funeral Tancrediano ou Vargueano, para que o povo chore a grossas lágrimas a sua lastimável e aguardada partida.

Sabe-se lá para onde. Mas com certeza sabemos que agora para fechar a mesa de carteado no raio que o parta, três vagas na mesa se ocupam de donos. Eis que Sadam, Osama e Khadafi aguardam Sarney...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Falar é facil, fazer...

Já diz a sabedoria popular: Língua não tem osso, nem palavra volta!

Há diversos tipos de covardia, na internet os mais comuns são aqueles que comentam anonimamente com ofensas gratuitas e os trolls que são tipo aqueles valentões de filmes, que pegam alguém pra cristo e provocam e humilham a pessoa, aproveitando que estão longe (às vezes em outro país) e que dificilmente serão processados. Alguns chamam os amigos, por medo de ficar no vácuo, talvez.

Há mais um tipo, os kibadores. Surgiu com o site Kibe Loco, que pega(va) material de outros blogs, as vezes modificando um pouco o conteúdo e assinando como se fosse de autoria dele, sem deixar nenhuma fonte nem link (assim como estou fazendo agora. Reciprocidade…). A maioria dos kibadores são quase anônimos, mas alguns conseguem lucrar em cima do trabalho alheio, o que falaremos em outro momento.

De uns tempos para cá os chamados “humor inteligente”, quase um stand up, tem povoado a televisão brasileira, mas o resultado é algo pobre em humor, rico nem em sarcasmo e ironia, que ainda rendem uns gracejos, mas no fim de tudo a ofensa moral na ânsia de arrancar umas risadas para pagar o patrocínio envolvido mas o resultado é obtuso e vil.

Mas o que tem acontecido nos programas de “humor” se é que se podem classificar estes programas dessa maneira. Coisas antigas como o Planeta dos Homens, fazia um humor político, mas inteligente que até pôde ser usado pela turma do Casseta e Planeta, mas sem a maestria da ingenuidade humorística.

Sempre que posso, nunca assisto não em repúdio, pois esta gente nunca me ofendeu diretamente, mas fico a ver navios quando pessoas públicas, e nem tão talentosas assim, são achincalhadas diariamente na televisão e ninguém faz nada a respeito, nem ri.

No Amapá existem tais programas, mas nem de longe lembram algum foco de inteligência viva, a não ser um mix de piadas requentadas e o achincalhe do poder público, coisa que em tempos pós Lula, não rendem mais uma risada gostosa.

Meu único alento é que estes modismos vêm e vão com o vento, como os realitys shows que povoavam a televisão quase expondo o ser humano fazendo suas necessidades fisiológicas via pay per view. Quem sabe aconteça! Um cineasta que não me recordo agora já havia dito, em dez anos Hollywood mostrará penetração. Não falta muito.

Já que somos estuprados diariamente com humores deste calão tão baixo, que chega a ponto de arrancar uma piada seca com uma mãe e um filho ou até mesmo denegrindo a imagem de um estado já tão mal afamado como este.

Nossa internet não precisa ser um reflexo de nossa sociedade, com roubos, discriminação, brigas e etc. como nos últimos tempos. E se você jogar a toalha pode ser o início de uma tendência, que boa certamente não será.

Com a palavra os “humoristas”, já que Manoel da Nóbrega deve estar se revirando no túmulo com tais propostas...



terça-feira, 18 de outubro de 2011

Amapá, terra fértil em fraudes com dinheiro público

As terras amazônicas por natureza quase nada se prestam ao plantio, mas no Amapá, as terras são férteis para o plantio de verdinhas, azulzinhas, amarelinhas e toda a sorte de espólio que possa ser feito pela gatunagem de plantão existente no poder público que anda infestado por todos os lados.

As operações, algumas entre as mais impactantes da polícia, resultaram na prisão de um número recorde de pessoas. Nos últimos oito anos, foram detidos 308 políticos, servidores públicos e empresários acusados de fraudes com dinheiro repassado pelo governo federal. Os dados foram compilados por dirigentes do PSOL local. A última incursão da polícia em nichos de corrupção no estado aconteceu há menos de um ano. Cerca de 75% da economia do Amapá gira em torno de verbas públicas.

Deflagrada uma semana antes do primeiro turno das eleições, a Operação Mãos Limpas resultou na prisão do governador Pedro Paulo (PP), em pleno exercício do cargo; do ex-governador Waldez Goes (PDT) e do presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Amajás (PSDB), entre outros influentes políticos da região. O ex-governador João Capiberibe (PSB) também teve o mandato de senador cassado em 2005 depois de ser acusado de compra de votos.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) diz que o alto grau de corrupção dos poderes públicos não é uma exclusividade do Amapá, mas reconhece que no estado o problema, de fato, é grave. Historiador por formação profissional, Rodrigues argumenta que desvios de conduta têm origem nas elites que se apoderam do estado ao longo de sua formação. O isolamento geográfico também teria ajudado a reforçar a sensação de que ninguém seria punido por mais tosco que fossem os crimes.

- Criou-se aqui uma cultura muito forte de se misturar o público com o privado, e muitos se valem da impunidade em torno disso - afirmou o senador.

Um dos primeiros políticos atingidos numa investigação por corrupção foi o ex-prefeito de Macapá João Henrique Pimentel. Ele era do PT na época e agora está no PR. Pimentel foi um dos presos na Operação Pororoca, em 2004. Entre os detidos estava o secretário de Saúde. Desde então, outros dois secretários de Saúde foram detidos e nem assim a sangria aos cofres públicos foi estancada. Até hoje as obras do Hospital Metropolitano, iniciadas em 2001 e de crucial importância para a população mais pobre, não foram concluídas.

O estado também sofre com obras inacabadas em estradas e portos, entre outras áreas. Macapá tem 450 mil habitantes, mas não dispõe de banda larga. A telefonia celular local funciona de forma precária. A promessa do governo é instalar a banda larga a partir de 2012. Mas moradores locais vêem o programa com desconfiança.

Para o procurador da República Celso Leal, a corrupção no Amapá pode estar relacionada ao volume de verbas federais que abastece o estado. Ex-território, até hoje o Amapá sobrevive de investimentos públicos. Leal é um dos responsáveis pela prisão de 36 pessoas na Operação Voucher.

- O estado é muito dependente do governo federal. Talvez isso contribua (para corrupção) por ser um dinheiro fácil - disse o procurador.

Vai entender...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A arte de Furtar



O padre Antônio Vieira tinha certa predileção em ser irônico na arte do roubo, do furto, do "bom ladrão" ou de seu mais famoso opúsculo; a arte de furtar. Não tão contemporâneo; Vieira apesar de luso foi pragmático ao absorver e ilustrar com maestria o futuro das instâncias políticas das terras de Vera Cruz.
Nas Terras Tucujus não é diferente, sempre se acha um ponto ou um foco para se locupletar do erário, para se apropriar indebitamente as claras da justiça, que, diga-se de passagem, de nada justa se mantém.
Grandes caciques se aproveitam de todas as formas, como advogados viperinos, se aproveitam das brechas da lei para ganhar a causa, os políticos, os magistrados os servidores do bem público que de alguma forma alcançam a bolsa da viúva, o que nos leva a pensar: Terá esperança para o filho da viúva?
Certa vez recordo de um caso muito hilário quem nem chegou a público, mas em vésperas de eleições estaduais, um determinado grupo político estava a contar os grossos maços de caraminguás para compra de voto quando uma batida da Policia Federal adentrou a larga calçada da residência onde se fazia a divisão do subsídio da captação ilícita de sufrágio.
Em uma ação digna da descrição de Vieira, logo se pensou em como dar sumiço a prova cabal do crime, e logo se deu a solução; queimar os maços do dinheiro ilegal e fingir-se em uma cerimônia ritualística de umbanda, cerimônia essa, bem cara pois segundo as fontes presentes a fogueira de quase um milhão de reais era suficiente para baixar todos os caboclos e até os Orixás do Gantois.
Esta semana o Juiz presidente da justiça amapaense determinou que os juízes de todas as instâncias e desembargadores entreguem uma declaração de patrimônio, ante as bocas da visita de Eliana Calmon que estará possivelmente aqui em uma visita do CNJ.
Até parece que os magistrados que enriqueceram ilicitamente terão guardados em suas cadernetas de poupança os frutos de suas sentenças, ou que os vultosos imóveis por eles adquiridos na folia sentencial estarão no nome dos proprietários, sabe-se que de crime, somente os bandidos e os juízes entendem da melhor forma de suas instancias. Inocência do Juiz presidente...
Vale lembrar que certa vez da visita de Eliana Calmon aqui no Amapá, uma escolta da Polícia Federal a levou até a Assembleia Legislativa para uma visita do protocolo. Ao ver tantas viaturas da PF na porta da AL, a maioria dos deputados passavam direto pelo prédio e com temor de que suas vidas pregressas tivessem sido deflagradas pela PF, passaram a frente. Foi preciso o presidente da casa. Ligar para os fujões, e esclarecer que se tratava da visita de Eliana e que precisava deles lá para dar quórum e receber a ministra.
Até no esporte, os recursos são surrupiados, segundo a Veja desta semana, Alfredo Nascimento da pasta dos esportes, recebia seu agradinho na garagem do ministério. Uma vereadora portenha pseudo-brasileira, amealhando por uma verdadeira quadrilha recursos que para alimentar uma tropa, alimenta apenas um grupo bem pequeno de crianças.
Usa-se de tudo, aproveita-se de tudo para surrupiar o alheio. Até mesmo explicações como a do aposentado por nefropatia grave, se dizer curado há trinta anos quando se aposentou na farra das aposentadorias de uma assembleia legislativa. -Foi milagre! Disse ele a repórter. Você não acredita em Deus...
Para terminar, vamos apenas a declaração do presidente da Assembleia Legislativa do Amapá ao tentar explicar por que a presidência tem quase mil pessoas para assessorar um único indivíduo. -Como você acha que nossos deputados terão a representação política em todos os municípios e localidades e efetuar um bom trabalho? Nossa então vamos dizer que o trabalho da AL do Amapá quem nem tem emendas orçamentárias para obras públicas (graças a Deus!) tem um trabalho maravilhoso. Já que funcionários não faltam, inclusive os que trabalham no cemitério. Haja reza...

“E prouvera a Deus não tivera tanto de nobre, pois vemos que e tudo o mais que tem preço; e os sujeitos em que se acha são, por meus pecados, os mais ilustres. E para que não engasgue algum escrupuloso nesta proposição, com a máxima de que não há ladrão que seja nobre, pois o tal ofício traz consigo extinção de todos os foros da nobreza (…) entendo o meu dito segundo o vejo exercitado em homens tidos e havidos pelos melhores do mundo, que no cabo são ladrões, sem que o exercício da arte os deslustre, nem abata um ponto do timbre de sua grandeza.”.



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