segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ideologia, eu quero uma pra viver...

O mote desta semana foi a esdrúxula filiação de Marina Silva ao PSB. Afinal, depois de lutar contra o sistema para tentar atar sua rede nas escápulas junto aos 32 já existentes, não teve o mesmo sucesso que seus contemporâneos PROS e Solidariedade que conseguiram se balançar com aliados e filiações do oba oba criado pela brecha na legislação vigente.

Mas uma filiação não é algo inaudito, mas sim a via que se abre para que Marina se pendure no pescoço de Eduardo Campos já que não houve espaço para suas ideologias da libertação, pregadas no estatuto de sua natimorta Rede.

O que causa espécie, é que o discurso da ex-senadora quando registrou o estatuto de seu novo partido, no 1º Cartório de Registro de Pessoa Jurídica de Brasília, parece ter caído por terra já que antes de protocolar o documento, Marina criticou as posturas dos atuais partidos políticos brasileiros e disse que o foco das legendas passou a ser "o poder pelo poder".

Ou talvez a linha mais perolada de seu discurso de que não aceitaria a política pragmática e sim um partido que discutiria o projeto e visão de mundo. Sua REDE então seria essa visão do mundo perfeito e que nada mais alem disso serviria para seus desígnios políticos.

Enfim, Marina parece ter dormido com a missão de curar as dores do mundo e acordado com uma baita dor nas costas devido a sua posição mal dormida na REDE que furou e com ela esvaíram-se os pudores e as bravatas contra as famosas “zelites”.

Algo não muito incomum para quem discursava pelos cotovelos, como a também ex-senadora Heloisa Helena, que apontou tantas vezes o seu leque de dedos pela moralidade esquerdista, lhe custando inclusive a sua expulsão do PT, por discordar da política das “zelites” de Lula, mas que no frigir dos ovos selou seus lábios e ficou silente ao ver seu colega Randolfe Rodrigues entupir o palanque de Clécio Luis com os mesmos “partidos sujos da direita racista” que ela tanto criticou em tempos de cotovelos de lábios ferinos.

Enfim Marina entrega os pontos, recebe apoio da colega alagoana e tudo se rende as tão famigeradas legendas que se viciaram no poder, e por que não contaminarem aqueles que enveredam pelos meandros do mandato? Afinal Marina já demonstrou que quer um mandado a qualquer preço, como todo mundo, como todos os partidos “sujos” segundo ela mesma.

Nada nos admiraria se Marina se filasse ao PDT, ao PT ou até mesmo ao PMDB, tanto faz, já que ela colocou todo mundo em vala comum quando tentou assentar a pedra angular de sua REDE que nem se quer chegou a dar um embalo pra lá ou pra cá e já arrebentou os punhos e o cadilho.

Vale tudo, só não vale dançar homem com home e nem mulher com mulher. Ah claro que agora já pode: casamento homo afetivo, células tronco, interrupção de gravidez de anencéfalo... Afinal estamos na modernidade! Por que não então, críticos ferrenhos das “zelites” não poderem se tornar a própria “zelite”?

Então só nos resta relembrar Cazuza, que cada vez mais tem se consolidado como o profeta do apocalipse da política brasileira, e de onde comparamos Marina “com aquele garoto que queria mudar o mundo, e agora assiste a tudo, em cima do muro... ideologia, eu quero uma pra viver...”



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...