Em uma sociedade econômica
moderna, a produtividade é o pule de dez. Mas temos uma realidade brasileira
muito diferente do que já ocorre no mundo globalizado ha um bom tempo. Desde os
anos 80, época em que o governo federal lançou a Política Industrial, Tecnológica
e do Comércio Exterior centrada na inovação de lá pra cá não inovamos nem
produzimos nada que impulsionasse a política industrial brasileira.
Não fugindo dessa realidade,
temos os estados brasileiros que nasceram com o perfil equivocado de que por estarem
dentro da Amazônia deveriam ter vocação para o extrativismo e eterno berço de
commodities para dar um falso testemunho de conservação do velho “pulmão do
mundo”. Esquecendo-se que nesse novelo os principais emuladores de
produtividade, inovação tecnológica e o desenvolvimento industrial estão
atrelados diretamente à educação como projeto de longo prazo.
Com isso a baixa neste
crescimento tem como marco de sepultamento o desatrelamento do ensino técnico
em conjunto com o ensino médio na década de 90, que tendeu a uma cada vez menos
expressiva procura por parte da massa estudantil em detrimento ao crescimento
de vagas nas universidades, criando uma geração de pretensos chefes e muito
poucos chefiados.
O Amapá não escapou desta
vocação, de onde o ensino técnico praticamente adotou a formação de normalistas
e técnicos em contabilidade. Mas muito pouca expressão da indústria que
vocacionalmente veio a relampejar com o natimorto projeto Jarí e mais tarde com
o a atuação da ICOMI.
Políticas
desenvolvimentistas nem vamos falar, já que na verdade apesar da interligação
recente ao sistema elétrico nacional e a construção de hidrelétricas não usufruí
disso e nosso potencial se quer foi estimado para criar uma estratégia
desenvolvimentista. Na verdade nem se teve a boa vontade de planejar qualquer
estratégia.
Essa inquietação é cada vez
mais gritante quando se vê minúsculas províncias no meio do cerrado brasileiro esticarem
os braços e agarrar-se avidamente ao setor primário, ao desenvolvimento, mas de
maneira planejada, sem as velhas manias demagógicas de catar coquinhos na
floresta.
Esta página, senão um
capítulo inteiro regurgita teimosamente na garganta dos entusiastas das políticas
de desenvolvimento, nos precursores da inovação, que tristemente vem ao Amapá a
dar-se de cara na porta por não ver expectativas além da velha politicagem e compadrio
que entra e sai das cadeiras da gestão a cada dois pares de anos.
Exemplos como esses vão
criando uma história do “já teve” ou “já foi assim” mas vão entrando nos anais
da história como um estado que amorfo ainda não definiu seu perfil mesmo depois
de mais de duas décadas, deixado para trás por caçulas do mapa geográfico do
Brasil, tonando-se uma eterna Pasárgada.
E com isso o tempo vai
passando, empresas, negócios e oportunidades batendo a porta, mas ninguém abre,
e as que ficam tem pouco a contar, senão a epopeia clássica de viver num estado
esquecido pelas políticas de desenvolvimento cujo maior feito no momento foi o
de extinguir uma fábrica de Coca Cola, servindo de exemplo de que nem aqui o
filão inventando por John Pembertom conseguiu frutificar.