terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Não fui eu, foi o homem sem braço

A máxima do título precavem o leitor das agruras pelas quais passou o doutor Richard Kimble do folhetim “O Fugitivo” o qual Harrison Ford protagonizou na década de 90 e que conta a história de um médico acusado de matar a mulher, e contra todas as provas e argumentos que diziam, era inocente.

Já nem tão semelhante ao caso da ficção americana, temos Lula, que tem passado as agruras de chegar tão perto da barra da toga do juiz Sérgio Moro, tentando explicar de todas as formas possíveis não ser dono do apartamento tríplex no condomínio Solaris, o que tudo leva a crer que foi uma forma de compensação da empreiteira OAS para dar um agradinho ao ex-presidente que já não se vangloria de ser a pessoa mais honesta na face da terra.

Embora o Instituto Lula publique em seu site reproduções de documentos que negam a posse do polêmico apartamento no condomínio Solaris, no Guarujá, a Luiz Inácio Lula “Honesto” da Silva e sua família. A entidade, presidida por Paulo Okamotto, confirmou que o ex-presidente esteve na unidade 164-A, um triplex de 215 m², em uma "única ocasião", em 2014, acompanhado da mulher, Marisa Letícia, e de José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, sócio da OAS.

Lula e Marisa foram intimados na semana passada a depor no próximo dia 17 como investigados em inquérito do Ministério Público Estadual que apura oito empreendimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop) assumidos pela OAS, alvo da Lava-Jato por formação de cartel na Petrobras entre 2004 e 2014. Um desses empreendimentos é o condomínio Solaris — também alvo da Operação Triplo X, a 22ª fase da operação.

Em revolta Lula “O Honesto” chama de "levianas" acusações de ocultação de patrimônio, mesmo tendo visitado ele e sua esposa, as obras do apartamento, como se fiscais de obras fossem, já que a pergunta seria: o que faziam lá senão tem ligação como imóvel? Caridade para o CREA?

Desde que surgiram suspeitas na relação do triplex “sem dono” com a família Lula, o instituto do ex-presidente vinha divulgando notas afirmando que o petista e sua família nunca adquiriram o apartamento em si, mas uma cota-parte da Bancoop para aquisição de um imóvel no edifício, e que, posteriormente, desistiram da compra.

O promotor Cássio Conserino afirmou que viu incoerência nas informações apresentadas. E o Ministério Público paulista, avalia que as informações corroboram os indícios de tentativa de ocultação de patrimônio.

Para servir de linha de frente na defesa de seu patrono, o Instituto Lula, que ao que parece só tem uma finalidade: defender o próprio Lula! Lançou seus papelórios, os chamados: "Documentos do Guarujá: desmontando a farsa", afirmando que a família do ex-presidente desistiu no ano passado da opção de compra do tríplex 164-A no condomínio Solaris "mesmo tendo sido realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam incorporadas ao valor final da compra)", por causa de "notícias infundadas, boatos e ilações que romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento". A reforma no imóvel de 215 m², contratada pela empreiteira OAS, custou R$ 777 mil.

O texto, compartilhado neste domingo pela página do instituto no Facebook, afirma que "adversários de Lula e sua imprensa tentam criar um escândalo a partir de invencionices".

A entidade voltou a criticar a decisão do promotor de intimar Lula e sua mulher a depor como investigados. "Além de infundada, a acusação leviana do promotor desrespeitou todos os procedimentos do Ministério Público, pois Lula e Marisa sequer tinham sido ouvidos no processo."

Devaneios a parte, Lula parece ter cometido um erro crasso ao testar a paciência do Ministério Público com a demagógica declaração de que “não há nem um ser vivo no Brasil e no Mundo mais honesto que ele”. Algo que agora parece ser uma questão de honra, não mais só para a oposição, mas para o pacote inteiro que foi citado ser menos honesto que Lula, “o sem tríplex”.

Aguardemos o desfecho desta novela, afinal Richard Kimble era inocente ao final de tudo o homem sem braço tinha realmente matado sua mulher em uma trama rocambolesca. Mas no caso de Lula “o honesto sem teto”, o revés parece ser bem menos emocionante do que a trama do cinema, já que Sergio Moro e o Procurador Cássio Conserino não lembram nenhum pouco Tommy Lee Jones, o algoz de Kimble.





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