A política amapaense tem tido reveses incomuns ao seu tradicionalismo curraleiro de todo o sempre. Haja vista as sucessivas perdas no campo eleitoral que o atual governo tem sofrido, com a tal praga da rejeição que parece assolar os campos socialistas antes da colheita.
Talvez a população tenha ido à razão de que um erro possa ter sido cometido diante do quadro que se apresentara na época das eleições de 2010. De que diante do iminente mal presságio que se abateu sobre todos os prováveis candidatos que disputavam o pleito naquele ano, o candidato socialista fosse o de escolha menos nociva aos anseios de um povo castigado por tantas pragas orthópteras que já haviam consumido o estado.
Ledo engano. Mas há de se convir que as lideranças que partilhavam a intenção de votos dos confusos eleitores em 2010, também tiveram sua parcela de culpa. Já conhecedores de um passado imerso nas trevas e da falta de desenvolvimento. Pratica fadada ao fracasso da política de catar castanhas na floresta para movimentar o mundo e a eterna ação de guerrear contra tudo e todos. Nada fizeram para impedir o caos que sinalizava voltar.
Ávidos pelo trono de barro, voltaram seus pensamentos nada altruístas à idéia fixa de que cada um seria o "Sassá Mutema" das mazelas do povo amapaense. E com isso, todos colocaram sua estrela reluzente nas testas e sem se importar com o que era melhor para o povo, foram à luta em sua busca solitária em ser governador, senador e outros anseios do campo particular.
2014 vem pedindo passagem e talvez seja a hora de novos ares e lideranças também aproveitarem o cordão, não o da mudança ou da harmonia, pois esta palavras já se sodomizaram na aceitação do eleitor e se esvaíram pelo ralo em idéias já fadadas ao esquecimento; oxalá que sim.
A preocupação maior destes "líderes" que já estão empacotados no velho papel pardo para novamente se colocarem à ribalta para habilitar-se a escolha popular. Não deve ser com eles próprios, mas sim de prevenir o efeito mesmice. Que seria mais um abalo na vida do amapaense que já enfastiado com as crises pede novos ares.
Caso não surja uma escolha entre os réprobos e lazarentos, que pelo menos venha o menos achincalhado de todos. Pois entre escolher entre uma liderança que não esteja maculada pelos vícios do passado e tomar como líder um que possa vir como o "prometido" em uma terra arrasada. É quase como se escolher o anticristo para governar o paraíso.
Experiências com lideranças estrangeiras, advindas do mundo empresarial, são um exemplo vivo de que há uma verdadeira devastação na política local. Os sojeiros como paranaense Blairo Maggi, é um exemplo de como dizimar os políticos locais em detrimento ao poder econômico e de novos nomes para a representatividade de um povo que não o seu.
Aqui no Amapá talvez essa praga de gafanhotos não seja o melhor exemplo de desenvolvimento, já que no ponto de vista agrário, somos menosprezados sempre pelas políticas do Ministério da Agricultura. Mas vale reforçar, que para os gafanhotos, tanto faz se seja quinhão de soja ou uma mata virgem a voracidade é a mesma e o prejuízo também.