sábado, 12 de junho de 2010

Erros e acertos

Bem amigos do colunista, é chegada a hora de dar uma de teletubie e dar tchau, estou me despedindo da coluna deste jornal que me acolheu com uma docilidade materna. Mas a mangueirosa se despede de mim também, a estada em Belém está acabada e outras paragens esperam a minha contribuição tão útil como a do macaco Simão.


Mas como fruto desta última tiragem de domingo, vamos falar da espera, algo tão desagradável quanto à ansiedade que a acompanha.


A espera praticamente está em tudo em nossas vidas, esperamos ansiosamente a hora daquela garota gostosa querer passar uma noite conosco, esperamos na fila da farmácia por um pacote de preservativos ou Viagra (não é meu caso ainda), esperamos a ereção chegar (que também não é meu caso), esperamos na porta do laboratório em pânico o resultado do Beta HCG, esperamos nove meses para uma vida inteira de responsabilidades, esperamos na fila do banco, na fila do almoço, na fila dos engarrafamentos da vida, esperamos a morte, esperamos no aeroporto o overbooking passar, esperamos o filme no cinema começar, esperamos rapidinho o dinheiro acabar, esperamos uma eternidade o salário retornar. Esperamos diariamente o sol chegar e se por, o sono vir e ir. Eu só fico magoado em esperar o que parece que nunca chega, uma salvação que nunca vem, esperamos a vida, esperamos a morte, esperamos o bonde, o carro, o taxi, o trem. Ói o trem, vem chegando de trás das montanhas...


É Raul (que não Castro), acho que temos que estar sempre nessa vidinha comezinha de esperar.


Bom, DAMM me aguarde que estou chegando.



Nota. "O clima de já vou embora é mesmo para te dar a sensação de partida"

Beijos mangueirosa, saudades do teu cheiro de tucupi.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dá uma vuvuzela pra eles.


A cada dia fico mais revoltado com os absurdos cometidos pelos parlamentares. Além de trabalharem pouco, ganharem o suficiente (às vezes até mais do que o necessário) pelo cargo que exercem, e as inúmeras vantagens (diretas e indiretas) do cargo. Poderiam pelo menos fazer o que lhes foi delegado pelo eleitor. 
Legislar, aprovar leis que beneficiem a população. Mas quando um deputado abre um projeto de lei, querendo instituir "O DIA DO SEXO", aí é sacanagem (parece até trocadilho), gente, já basta de dia disso, dia daquilo, dia de tudo. 
Quando eu era criança comemorávamos na escola o dia do índio (19 de abril), dia da árvore (21 de setembro). E agora nem se fala mais disso nas escolas. É quase certo que o nobre deputado deve ter algum motivo atrelado a sua tão brilhante proposta. Eu só posso supor que deve ser por motivos particulares que o digníssimo parlamentar quer limitar a sua ação sexual (em casa) a uma vez por ano. 
Por que ao que me recordo, sexo não tem dia nem hora é feito ao momento em que o corpo pede e o desejo manda. 
Não mais há necessidade do congresso acrescentar às suas (muito atarefadas) atividades, um momento para resolver as agendas sexuais do nobre deputado.
Mais trabalhos menos absurdos, a política brasileira precisa de gente séria e que leve a sério o papel democrático dos parlamentares.
Idiotas como esse, devem ser alijados do trabalho parlamentar. Lembrem-se disso na hora de ficar cara a cara com a máquina do tililin.
E que depois de eleitos, nem dando um concerto de vuvuzelas na porta do gabinete vai resolver o barraco se o sujeito for do time do absurdo, mas religiosamente cumprir o decoro pra inglês ver.
Feliz dia dos namorados amanhã para todos!
Como sempre motéis lotados, deve ser o verdadeiro dia do Sexo.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Poliglota sim, tapado não!


Acho que em algum momento de sua vida você já deve ter passado por uma situação em que você fala claramente das suas ideias, informações ou pontos de vista e seu ouvinte parece não entender nem uma palavra do que você disse. 
Eu constantemente passo por isso, e não é só com meus alunos, já que sou professor e lido diariamente com muita gente inteligente, mas também muita gente tapada demais, e olha que meu vernáculo não é tão rebuscado assim. E sempre me policio para não misturar um dos cinco idiomas que manipulo, com minha língua mãe. 
Às vezes acho que não estou falando o idioma pátrio com meus interlocutores. Até mesmo a mãe da minha filha (está bom pra você assim?) tinha essa dificuldade premente de me entender, eu acabava de falar algo para ela e ela discorria milhares de abobrinhas como se eu não tivesse dado nenhuma palavra explicando o fato em questão. O pior mesmo é o tipo de aluno com o qual você fala durante 50 minutos sobre determinado tema e quando chega ao quadragésimo nono minuto ele diz secamente: Eu não entendi, dava pra você explicar tudo de novo?
Aí é a gota d'água, afinal é inconcebível que um ser humano, dotado de um senso crítico e uma anatomia cerebral da qual só usa 6% da capacidade, mas usa, me dizer que após uma cantilena de quase uma hora, que não entendeu nada. Pra mim isso é quase como tirar um zero; e zero é ausência total de conhecimento, uso com moderação, mas de vez em quando tenho que lançar mão deste atestado de imbecilidade documentada.

Uma vez, quando eu discutia com policiais militares os meus direitos constitucionais sobre a moradia do cidadão brasileiro, após citar a constituição e as garantias ao cidadão. Um PM que também padecia desse grau anacrônico de imbecilidade virou para o outro e disse: “Esse cara tá bêbado ou drogado, que porra que ele a falando?”.

Pra mim PM que não sabe nada sobre direitos constitucionais, é um especialista em desserviço à segurança pública. Mas o pior é que eu como cidadão que paga uma fração dos 200 bi de impostos desse país ainda tenha que engolir o acinte de ser chamado de bêbado e drogado.

O campeão de audiência é claro é o responsável pelo artigo de hoje. É o judiciário brasileiro. Ontem uma figura rara do Estado do Pará foi condenada por pedofilia (alias não foi pedofilia por que isso não constitui nada no CPP) foi estupro de uma menor que o ilustre usou dos 9 aos 12 anos de idade para seu prazer carnal.

O que me revolta é a velocidade com que os direitos constitucionais desses pulhas endinheirados são defendidos pelos desembargadores e tribunais superiores neste país, afinal se essa velocidade se estendesse ao julgamento de todos os processos que abarrotam os tribunais, com certeza a justiça teria menos do que reclamar e mais para fazer, logo seria mais expedita. Mas o que me espanta mesmo é que após o julgamento os pedidos de Habeas corpus já sejam assinados e preventivamente como em alguns casos notórios nacionalmente. 

A velocidade de apelação e concessões a esses entes danosos à nossa sociedade é um caso a se pensar. Será que os pobres que estão alijados dessa velocidade jurídica estão encarcerados só pelo fato de não terem dinheiro para pagar um advogado menos chicaneiro que os já mal pagos defensores públicos? Ou será que para estes (cidadãos segundo a constituição, o princípio da isonomia) simplesmente falam um idioma que o sistema judiciário brasileiro ainda desconhece por não ter sido alfabetizado nesse dialeto popular. Isso carece de um zero para este golpe judiciário.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ser ou não ser, isso não é uma questão.


Semanalmente vemos as peripécias do presidente Lula às turras com o TSE pela insistência do presidente querer fazer campanha de Dilma antes da hora. Isso me lembra quando eu era estudante de colégio público e levávamos merenda para a escola, pois nessa época (nem faz tanto tempo assim!) não havia merenda escolar. 
Eu tinha uma coleguinha (que me perdoe, mas vou dizer o nome) chamada Sebastiana, ela era assim moreninha, gordinha com cachinhos nos cabelos e com bochechas que me lembro até hoje, pois o personagem de Jorge Garcia no Lost, o Hugo Reyes (Hurley) me lembra muito a Sebastiana. Mas o que interessa mesmo é que a Sebastiana sempre começava a fazer seu lanche logo que chegávamos à sala de aula, lá pelas sete e meia da manhã. Como todo bom glutão, ela fazia isso escondido enquanto manuseávamos tintas, lápis e pincéis para as atividades da educação infantil. 
E todos os dias era a mesma coisa, quando chegava à hora da merenda a Sebastiana se atacava em choro por não ter mais nada para comer na hora em que todos estavam comendo. A maioria de nós (criança sempre é mesquinha) ria dela e dos farelos de bolacha Mabel que ela sempre trazia agarrados em suas fartas bochechas. Eu de vez enquanto dava um dos biscoitos que minha mãe colocava na minha lancheira, eram poucos por que a gente não tinha tantos recursos assim, mas eram deliciosos os biscoitos com uma gota e goiabada derretida em cima.
Mas, assim como Sebastiana, o presidente Lula sempre está no afã de comer a merenda antes da hora.
Muitos anos depois soube que a Sebastiana tinha morrido devido a complicações cardíacas, não me surpreende que isso tenha ocorrido com uma mulher de trinta e poucos anos. Mas o nosso presidente que está a quase quatro meses de completar a idade de não pagar mais passagem de ônibus urbano, devia ter um pouco mais de vergonha na cara e dar exemplo, afinal ele é o presidente não é? O primeiro servidor público. Deixa a marquetagem para o Duda Mendonça. Ele pode.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ói nós aqui traveiz


Depois de um fim de semana revigorante, estamos de volta ao mundo Brazil tropical, em mais uma semana cercada de novos fatos da vida. Agitado, pois uma batalha hercúlea foi travada entre mim e a OI operadora de telefonia fixa. Saio para fazer minha caminhada entre as 18 e 19 horas, pois que acho bastante salutar andar no calçadão do aeroporto de Val de Cães, mas ao chegar em casa uma surpresa: O número do telefone fixo de onde resido havia sido trocado. 
E detalhe. Não solicitei; ninguém me avisou nada! Descobri por que quando ligo para o atendimento da OI, uma voz cibernética me disse que estava falando do número X se meu número é Y. Ai começou minha Odisséia. Ligo para a OI, descasco o abacaxi com galanteio de um britânico (por que estou sendo gravado!), e me prometem que em 24 horas o problema seria solucionado. Dia seguinte, 24 horas expiradas, lá vou eu de novo ligar para a OI. Novo problema: "O sistema está inoperante", me diz uma voz com sotaque do nordeste do país, o que me leva a deduzir que a moça do telemarketing nem no meu estado está. "Ligue daqui a duas horas". Podia ter sido pior, já fui atendido por telemarketing em que a atendente me falava com um inglês sotaqueado de parsi com fuso horário expirado.
Duas horas depois... Ligo e outro atendente (também com sotaque nordestino) pede que eu repita todos os dados que anteriormente informei. O que me leva a acreditar que o sistema de banco de dados da OI é feito por fichas manuais que são preenchidas pelos atendentes de telemarketing e como eles tem muitas fichas devido o serviço deficiente da operadora, nos forçam a ditar tudo de novo para não terem que procurar na pilha de papéis amontoados. De operador em operador, em uma única ligação repeti esses dados para cinco atendentes diferentes.
Domingo, finalmente o prazo segundo a gravação é para as 12 horas de domingo, fico tranqüilo, afinal já terei meu número de volta antes da segunda feira. Ligo às 13 horas, uma nova gravação me diz que a previsão é para as 17 horas de domingo. Recebo uma ligação de alento de um técnico de rua que me diz que já está a caminho da caixa de distribuição para resolver meu problema.
Nada.
Ainda a pouco liguei para a OI, uma gravação ainda repete insistentemente que minha solicitação de conserto está para 17 horas de domingo, hoje é segunda, são 09h41min, acho que os computadores ou fichas manuais da OI ainda não foram atualizados ou ainda estão procurando a ficha com minha solicitação para outro atendente gravar a nova mensagem, enquanto isso vou usando o número que me deram para fazer todos os DDD´s e DDI´s que eu puder, afinal a minha única esperança é que a conta chegue no final do mês sem estas ligações. 
Ai que saudade das Estatais!

Depois de um longo e tenebroso inverno...


Já faz um bom tempo que não venho aqui. A alegria estava trancada num quartinho de bagunças, o sol que sempre brilha no meu céu que há de ser sempre azul havia desbotado um pouco, um sol de uma cor opaca num céu um tanto sem cor. Não que as coisas tenham exatamente mudado, agora que retorno. Mas é preciso, de alguma forma, me libertar. Chego a pensar que perdi a chave do quartinho, e que se secaram todos os meus pincéis… Tudo parece inverno. Um tenebroso e longo inverno.
Não se pode caminhar se suas pernas estão amarradas. E então, a saída única é pular da cama, encarar os medos ou fingir que não os tem. Tanto maior a altura de onde se pula, tanto maior a chance de arrebentar as cordas, na queda, o que, apesar da dor que causa, revela-se libertador.

Se por determinado caminho não se pode caminhar, que se voe, então. As distâncias mais longas também têm um porto onde se pode ancorar. O que não há é justo motivo para a inércia…

Retorno lenta e gradativamente, porque a vida não exige, necessariamente, rapidez e brevidade; exige que se viva, e vida em abundância, o que denota intensidade.
Cheguei, sou o verão que adoça a vida e aquece a alma! 

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