sábado, 23 de abril de 2011

A decisão mais difícil


Todos os dias temos que decidir as coisas difíceis na vida, desde aquilo que parece ser mais simples, como o momento de atravessar a rua, até os momentos mais delicados como aqueles que podem alterar o completo curso da sua vida.

Em termos a vida é meio rebelde quando se trata de decisões que possam mudá-la radicalmente,a s vezes ela reluta, dá o troco, tenta evitar que modifiquemos sua quietude e conformismo, nos dando todos os indícios de que estamos agindo de maneira precipitada, mas na verdade é um alento, um argumento que ela apresenta para que tenhamos medo de tomarmos as decisões que julgamos serem a s corretas para o momento ou para a situação.

Não coloco isso de uma forma que venha a ilustrar as minhas decisões, afinal tenho que ser imparcial, até mesmo por que as outras ações são parciais demais, a justiça, a vida, até mesmo Deus de vez em quando toma partidos, por que eu tenho que tomá-los?

As decisões são sempre difíceis, sempre vem em pares e sempre andam com infinitas conseqüências, por isso são sempre difíceis de tomá-las, até mesmo o ato de atravessar uma rua, se fossemos tomar o mesmo princípio de análise que temos a outras decisões que julgamos afetar nossas vidas mais do que atravessar uma simples rua, jamais a atravessaríamos, afinal atravessar uma rua põe a vida em risco.

Decidir, decidir, decidir... Nossa é sempre tão difícil sai da zona de conforto e tomar uma decisão radical que vai zerar o cronômetro, que vais dar um basta a alguma coisa, que vai alterar uma rotina. Somos tão apegados as rotinas, somos tão conformistas de que o que está acontecendo é o certo mesmo que tenhamos mil e uma evidencias de que não é.

Se formos parar para pensar em todas as decisões que tomamos ou temos que tomar, o mundo pára, a vida pára, o giro pára.

Por isso sejamos majestáticos; decidamos a sós...

“Toda decisão que você toma – toda decisão – não é uma decisão sobre o que você faz. É uma decisão sobre Quem Você É. Quando você vê isso, quando você entende isso, tudo muda. Você começa a ver a vida de um modo novo. Todos eventos, ocorrências, e situações se transformam em oportunidades para fazer o que você veio fazer aqui.”

( Neale Donald Walsch )

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Um dia que se faz por sí só


Hoje é sexta feira da paixão, um feriado logo após o outro, em que se pára para olhar por dois imolados, ontem Tiradentes, Hoje Jesus.

Fico as vezes pensando se não nos martirizamos demais perante as situações sofridas por estes dois personagens. Já que os mesmos sofreram grandes atrocidades na hora da morte, em busca de ideais nem sempre compartilhados por todos em suas épocas, mas podemos vê-los não como libertinos revolucionários, vamos deixar essa fantasia para Camilo, Ernesto e Fidel.

Hoje amanheci pensando o quanto as coisas podem mudar, os caminhos traçados podem ser mudados, bifurcados, modificados, mas nunca são uma certeza matemática para encontrar a redenção.

As batalhas homéricas que se tem que travar no âmbito da busca da felicidade são tão desgastantes que acabam levando um pouco da longevidade, jovialidade e até mesmo a fé, nos caminhos desta batalha diária, nem nos damos conta disso ao longo de intensas lutas.

As vezes derramamos sangue e nem nos damos conta de quanto o temos nas mãos, pelo sentido figurado do sacrifício alheio. Tornamo-nos ou mais sensíveis ou mais duros, depende da experiência travada, depende do caminho escolhido.

Lembro que há muito tempo travei uma batalha, uma cruzada contra Deus, e hoje somos aliados, isso prova que os inimigos de ontem são os aliados de amanhã, assim como aqueles que nos vivem debaixo das asas podem nos cortar as tranças e a garganta no posterior.

Já me curei das tranças, pois cabelos sempre crescem, mas as cicatrizes da degola, por mais que se freqüente Pitangui em pessoa, nunca somem, mesmo que fisicamente ausentes, na mente e no imaginário, nunca se curarão de vez.

Talvez por isso nos lembremos de Jesus e de Tiradentes, mais pelo sofrimento e pelas feridas dos que propriamente dito pela recompensa. Tiradentes tornou-se pai dos idéias libertárias da opressão e ironicamente de condenado criminoso a patrono de alguns quartéis militares.

Jesus recebeu a recompensa maior, ressuscitou e ascendeu aos céus para junto do Pai. Cabe a nós apenas relembrar sofrimentos? Por que não levar em consideração as graças que são maiores?

Reflexão e paz são boas para hoje.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um bom início


Minha primeira tentativa de criar um blog, foi lá pelos idos de 2003 ou 2004, foi coroada de estrondoso fracasso. Meu acesso a internet ainda era via conexão discada e algumas páginas demoravam tanto pra entrar que dava tempo de passar um café ou ler a primeira página do jornal enquanto isso. As ferramentas também não ajudavam muito, as interfaces eram meio complicadas, às vezes era preciso saber mais de html do que eu estava disposto a aprender. Bateu a maior preguiça, o meu blog foi então abandonado à própria sorte, juntando poeira em algum cantinho oculto do ciberespaço e eu deixei a idéia pra lá.

Isso mudou quando meus alunos de química começaram a pedir que eu desse a eles dicas de sites e atividades que eles pudessem consultar na internet, e que servissem como apoio fora do horário de aula. Resolvi então criar, no começo de 2010, o Project Zowec (uma hora dessas eu explico de onde veio o nome) que, para minha grande surpresa, ainda está vivinho da silva um ano depois e recebe acessos de gente do mundo inteiro. Não é exatamente um blog com B maiúsculo, mas já é um começo.
Assim, por incrível que pareça, eu comecei a blogar primeiro em inglês e em alemão pois a clientela era mais farta. Eu sempre achava que devia começar um em português também, trazer de volta um tempo legal de quando escrever era um prazer para mim e eu era capaz de encher páginas e páginas dos meus cadernos Caderflex (alguém se lembra deles?) com um monte de idéias e observações do cotidiano. Esta é, então, a minha tentativa de ressuscitar meus cadernos e voltar a escrever pelo prazer de escrever.
Espero que leia e goste. E, se gostar, que volte e passe o link adiante. E quem sabe até deixe um comentário…
Hoje o "Coisas da Vida" faz um ano de cônicas, pensamentos e idéias que me fazem muito feliz em compartilhar com quem quer que seja. O livro sai em agosto, recheado de muita coisa que está no blog, mas de muitas outras coisas que publiquei no Folha Press, Diário do Pará, O Liberal, A Crítica, Diário do Amapá, e muitos outros cadernos que não lembro de cabeça por onde andam.
Agradeço fielmente a Eliane Cantanhêde, Osvaldo Belarmino Júnior, Teca Yamada, Aramis Weimar, Otacilio Junior, Érico Nogueira, Elio Gáspari, Rui Meneguel e muitos outros que me ajudaram a fazer o que fiz.

Beijos no coração e PARABÉNS ao "Coisas da Vida" que muitos e muitos anos e textos continuem a fluir do meu coração e da minha pessoa.

Uma pulga atrás da orelha


Meu catolicismo costumava dar umas derrapadas. Não que eu não estivesse preparado para relevar algumas passagens bíblicas meio nebulosas demais para a minha então tenra compreensão, mas outras simplesmente me pareciam conversa de pescador. Quer dizer, de uma maneira geral a história toda até era bacana e fazia seu sentido, mas alguns detalhes às vezes me deixavam com a pulga atrás da orelha.
A Última Ceia, por exemplo. Eu sempre achei o seguinte: deve ter sido O Último Café da Manhã ou, no máximo, O Último Almoço. Tentei rever os cronogramas, horários, a ordem dos eventos e todo o resto, mas por mais que eu fizesse e refizesse os cálculos, eu não conseguia descobrir como foi possível espremer tanta coisa entre uma noite de quinta-feira e uma tarde de sexta. Pensa bem, Jesus estava numa ceia (então devia ser fim do dia), foi preso, levado pelos guardas, encaminhado para Pilatos, Pilatos mandou chicotear, foi para Herodes, voltou para Pilatos, Pilatos mandou perguntar para o povo quem devia ser eliminado no paredão, Jesus ou Barrabás, Jesus fez todo o caminho pra ser crucificado. Tudo, literalmente, da noite para o dia, naquele tempo em que tudo era feito a pé e a comunicação em tempo real era isso mesmo, tinha que ir lá e comunicar ao vivo e a cores. Para mim não fazia o menor sentido, não dava tempo, nem se usasse um teletransportador do Star Trek.
Mas eis que Sir Colin Humphreys, professor e cientista de Cambridge, veio em meu socorro esta semana. Parece que toda essa confusão na minha cabeça não passou de uma simples questão de calendário. Troque de sistema de folhinha e podemos ir da véspera até uma semana depois. Convenhamos, 24 horas a mais podem fazer bastante diferença. Daí que a última ceia deve ter acontecido na quarta, eliminando a entrada do teletransportador na história.
Claro, essas coisas não chegam a comprometer the big picture, embora eu ache legal contar com essa mãozinha da ciência para explicar algo que sempre me deixou curioso. Além disso, para efeito de feriado (algo sempre relevante no calendário da brasilândia), antecipar a quarta e emendar a quinta não parece uma má idéia. Mas o que eu acho mais curioso é constatar que aquela história maluca do Monty Python sobre a Penúltima Ceia de repente começou a fazer muito mais sentido.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma doce conversa...


Meu amigo Aramis Weimar sempre me contava as passagens das agruras de sua vida, um dia desses ele estava me relatando como contou à sua filha que tinha um cancer no pancreas, achei a história tão interessante que resolvi escreve-la e incluí-la aqui.

"Foi num sábado de manhã que contei tudo à minha filha...

Caminhávamos, como sempre, de mãos dadas no paredão do Porto Arthur...ela tomava um sorvete, olhando as ondas que se quebravam sobre o muro de arrimo...

Depois de muitas hesitações, e de muito pensar no que dizer, e porque é importante nada esconder às crianças, lá desfiz todos os nós na garganta e consegui vencer os meus medos de pai...

"Filha, o pai tem uma bolinha no pâncreas; lembras-se, quando estudamos o pâncreas no corpo humano lá para a escola? Bem o pai tem aí uma bolinha, que tem que ser tirada com uma operação, senão o pai pode ficar muito doente!"

Olhou-me, e abraçou-se a mim carinhosamente, com força, fazendo-me aquele sorriso que sempre me faz quando passeamos juntos...

Lembrei-me de um dia de lágrimas em casa do meu avô, era eu pequeno. Tentei seguir esse exemplo que o meu pai me deu um dia...

Revi-o ainda com a espuma da barba na cara, disfarçando as lágrimas, apertando-me contra o seu corpo, enquanto alguém na varanda acenava em direção ao carro onde a minha avó partiu para o hospital, não me lembro bem, mas acho que se foi para não voltar mais a casa...

Eu choro nos filmes. Ás vezes até a ver desenhos animados. E já me preparava para o pior, quando ela apontou para um pequeno cão que passava, e correu para ele, largando-me da mão. Isso me deu alguns uns segundos para me recompor.

Segundos depois, quando voltou, correndo para mim, abriu os braços e perguntou-me: pai há quanto tempo você sabe disso?

"Há umas semanas, mas andava com medo de te contar. Não te queria assustar filha!" - respondi-lhe eu.

Foi então que, com um ar confiante, me respondeu: "não se preocupe pai: confia nos médicos e nos hospitais, não confias?"

Disse-lhe que sim, e ali ficou arrumado o assunto, sem grandes dramas e com a promessa de lhe arranjar um telefone para ter sempre à mão, para falarmos sempre que quisermos enquanto estiver internado...

No fim do passeio, lá rematei com a minha velha frase: "quem é a filha mais querida do mundo?"

"Sou eu, respondeu-me ela..."

domingo, 17 de abril de 2011

Confiar


Algo hoje que é mais difícil do que ganhar na mega sena é confiar em algo, nem tanto em coisas ou serviços, mas especificamente nas pessoas.

São tantos os motivos que levam a queda de tal grau de confiabilidade que acabamos nos imergindo em outros sentimentos à custa da ausência de confiança.

Basta darmos uma olhada ao nosso redor e ver como a confiança anda tão em baixa que tudo é motivo para contestá-la, que seja pela sua ausência ou pela sua presença fragmentada. O quanto temos contribuído para enxotá-la do nosso meio e colocar em dúvida tudo aquilo em que acreditamos e confiamos.

Cada dia mais as pessoas perdem o crédito, apenas por fazerem coisas que comumente fazem, mas que pelo semblante da falta de confiança, tudo passa a ser suspeito, sujo, pecaminoso e digno de ser desconfiado.

Conheço uma pessoa assim, não tem paz um só instante, cada dia seu é um tormento de angústia por não saber se esta sendo enganado, traído, ofendido, magoado. Enfim a desconfiança causa mais mazelas do que os efeitos colaterais em si.

O ciúme, por exemplo, não é tão devastador quando não está combinado com desconfiança, mas quando a mistura ocorre... Sai debaixo, é desastre na certa.

Assim também ocorre com outros sentimentos que tem a confiança como seu coadjuvante de tempero. Enfim a confiança vai, e não volta, passa-se uma vida inteira para construí-la e apenas um mísero fragmento de segundo para destruí-la de forma irreparável.

Ah quando se reflete em confiança e se vê que realmente a vida depende dela para tudo, até mesmo para existir. Isso torna basicamente a confiança uma forte aliada da vida, pois até mesmo quando a confiança fraqueja a vida se torna uma corda bamba.

Desenvolver uma cultura de geração de confiança é fundamental para todos os que desejam triunfar. Muitas vezes, nos falta autoconfiança para agir, para assumir novos compromissos e até para sair de casa e procurar emprego, daí fica difícil despertar confiança nos outros.

A confiança nos ajuda a construir relacionamentos sólidos, fazer verdadeiros amigos e prosperar. Se a confiança for quebrada, não se abale tanto, pois ela poderá ser recuperada. Claro que vai exigir muita dedicação para reconstruí-la, mas ainda assim poderá ser feito.

Portanto, fique alerta para os sinais de quebra de confiança, divisões, afastamento etc. Sempre que algo assim ocorrer, atue rápido para evitar prejuízos ainda maiores. Afinal de contas, um fator importante para o sucesso é a confiança e um fator importante para a confiança é a construção de uma cultura de gerar relacionamentos confiáveis.

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