sábado, 7 de janeiro de 2012

A saúde está tão transparente que ninguém vê

Em 2005 dei uma consultoria à Prefeitura de Macapá, onde na época era João Henrique o ocupante do Palácio Laurindo Banha. Meu trabalho consistiu em fazer um diagnóstico profundo das estruturas municipais de saúde para prever as demandas tanto de medicamentos quanto de equipamentos correlatos de uso perene e efêmero.

Visitar in locco as UBS fazia parte do trabalho e a situação era calamitosa, afinal, coisas básicas faltavam para atendimento da população. Às vezes via-se a angústia dos funcionários, médicos e demais profissionais de saúde em estarem impotentes diante da situação difícil em que eram obrigados a exercer os cuidados à saúde populacional.

Em certas unidades me sensibilizava até ao ponto de em algumas vezes aviar algumas receitas de quem nada tinha para aplacar a enfermidade do momento, e às vezes até mesmo os diretores dos postos também faziam o mesmo em ato de altruísmo. Mas, não dava para fazer isso com todos os pacientes, afinal, para isso existe a saúde pública e seus mantenedores como Estados e Municípios, assim como seus titulares das respectivas secretarias de saúde.

Talvez, digo, talvez, tenha sido esta mesma sensação de impotência e a necessidade de pelo menos desenvolver um trabalho menos frustrante, tenha levado a diretora do Hospital de Emergências a pedir em caráter de urgência o empréstimo de medicamentos básicos e alguns mais específicos à Secretaria Municipal de Saúde.

Não só a diretora do HE, mas a diretora do Hospital da Mulher, também apelou à Secretária de Saúde do Município para o empréstimo de medicamentos de mesma natureza, assim como também de insumos para diagnose e administração de fármacos, como filmes para radiologia e agulhas hipodérmicas.

Enquanto a administração estadual, não sabia, ou pelo menos fingia não saber, a situação foi cômoda, até mesmo pela incipiência da administração da CAF, órgão que cuida dos suprimentos às unidades de saúde do estado, que por muitas vezes alegou inúmeros motivos para a falta de medicamentos e insumos, incluindo o mais esdrúxulo: “Os fornecedores estão de recesso”.

O caos na saúde é bastante evidente para quem quiser ver, menos para os olhos anuviados de quem não quer dar o a mão à palmatória ou quem não faz uso dela e se acha no direito de dizer que tudo está bem e maravilhoso é. 

Já que, como Estado e Município estão sob a administração de partidos declaradamente imiscíveis, o Governo do Estado se recusa a reconhecer o caos, tanto que em novembro passado o sindicato dos profissionais de saúde solicitou ao governador que declarasse estado de calamidade pública, para que pudessem ser feitas as ações de compra emergencial dos suprimentos médicos. O governador se recusou.

A prefeitura da capital afirmou estar com estoque regular e com sobras, devido ao planejamento nas compras de medicamentos e suprimentos para que os postos do município não fiquem deficitários para o devido atendimento. O prefeito também se manifestou sobre o caso afirmando que embora o material seja a título de devolução posterior, quando o estado regularizar seu estoque.

O governo do estado em uma atitude digna de “Roswell” nega veementemente que o caso tenha acontecido e que tenha autorizado o pedido de empréstimo aos estoques do município, e que os estoques do estado tiveram déficit, mas já está solucionado.

Talvez o governador tenha esquecido que questões de saúde, não conhecem relógio nem pedidos de postergações. Simplesmente acontecem e necessitam de expedito auxílio para sua convalescença breve. Mas como é de se esperar de quem não utiliza o serviço público de saúde e não se integra às suas necessidades rotineiras, não tem como se importar com o que acontece ou deixa de acontecer nos corredores abafados dos hospitais e unidades de saúde, só que conhece é quem faz uso. 

Por via das dúvidas, para que a situação, considerada uma saia justa bem vexatória, não se repita novamente, o Governo do Estado resolveu exonerar a diretora do Hospital de Emergências. Quando o óbvio seria fazer a compra dos materiais e medicamentos necessários à população. Até a data de publicação deste, não se sabe se o governador voltou atrás na exoneração. 

Enfim, quando o sapato não lhe aperta o calo da dor, o calo da vaidade dói mais, quiçá, não importa se a responsabilidade é do estado ou do município, na verdade o jogo é dos brios e do garbo, em busca de uma vaidade, que sem sombra de duvida ou de excessos de eufemismos, se paga com sangue e com vidas! 

Tragam-me uma Dipirona por favor...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A era do radio devil

As décadas de 30 e 40 foram os momentos áureos do rádio. Naquela época, o rádio tinha um papel preponderante como veículo de comunicação de massa. A melhor maneira de se manter informado sobre os acontecimentos de sua cidade e do mundo era através dele.

A força e a influência do rádio na vida das pessoas foi tão grande que um episódio que realmente aconteceu, foi o programa de Orson Welles, inspirado no livro A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells. Na ocasião, Orson Welles transmitiu um programa especial do Dia das Bruxas, no ano de 1938, simulando uma série de relatos sobre invasões alienígenas à Terra. O programa causou tanta repercussão que a bolsa de Nova Iorque caiu, e alguns norte-americanos, assustados com a notícia, cometeram suicídio.

A magia de fada madrinha que o rádio tem; também é apresentada através da premissa de que você não precisa nem ser bonito, até porque como o meio radiofônico se utiliza apenas do som, nunca foi importante a aparência da pessoa. Por isso as mais belas vozes do rádio, nunca se mostravam ao público devida a falta de atributos de beleza.

Grande e nostálgica foi a era de maior impacto do rádio, já que na década seguinte ele perdeu espaço com a chegada da televisão. No entanto, mesmo com a sua decadência, podemos dizer que seu apelo foi mais profundo que o da televisão. Por se apoiar apenas no som, ele é naturalmente um veículo que exige mais atenção. Desta forma, naquela época, ele estimulava criativamente os ouvintes, pois cada um construía em sua cabeça aquilo que estava sendo transmitido. As histórias, portanto, ficavam no plano do imaginário, e é isso o que consiste o glamour dos programas radiofônicos.

Atualmente a força do rádio não se limita ao alcance em que as transmissões podem chegar, mas à força com que ele chega em milhões de casas como um instrumento formador de opinião ainda é grande. O rádio se firmou como um veículo das massas que orienta e esclarece a população quanto aos assuntos que fazem parte do dia-a-dia, seja através de personagens com os quais o ouvinte se identifica ou pela discussão de temas de interesse popular.

Assim como o rádio dá voz aos que não conseguem entrar no circuito (fechado) de outras mídias, ele impulsiona carreiras que, muitas vezes, desaguam na política como forma de continuar sua influência na vida pública.

Assim como em grande parte do Brasil, o ‘fazer rádio’ em algum ponto se encontra com a política. Não necessariamente pelo exercício direto de inclinações políticas, mas por popularizar locutores que chegam através do rádio à casa do ouvinte, e influenciam, mesmo que indiretamente, através de personagens, em decisões de ordem pública.

Neste ano de eleições vemos nomes que se construíram no rádio, migrarem para o patamar do legislativo na sua maioria. Usando seu poder de persuasão, já vi verdadeiros ícones dos programas de rádio, conseguirem convencer sem sortilégios, uma massa enraivecida em uma massa de ovação. Alguns apesar de se desvirtuar da profissão original, tendem a veia política de maneira positiva, sendo que outros se apagam de uma vez por todas na empreitada.

Não posso me furtar a também citar o motivo desta ode ao rádio, senão às suas mazelas. Uma delas são os programas de rádio que praticamente enaltecem padrinhos políticos, e mecenas da voz e da opinião de alguns radialistas que por terem ausência de personalidade, acabam substituindo a mesma por uma ideologia e uma retórica vazia.

Ouço rádio todos os dias o suficiente para ver seus vícios corrompidos, como o assunto mecanicamente repetido de se enaltecer governo ou oposição, dependendo do padrinho. Causa-me espanto, que não tão jovens assim são os tais "radialistas", para sucumbir as vaidades da juventude, mas o comportamento infantil de digladiar-se com ouvintes conflitantes, e até mesmo a explicita defesa de seu padrinho, os apaniguados gritam espumam em explosões coléricas contra tudo e todos que divirjam de seus ideais de militante difuso ou de aluguel.

Mas as partes hilárias, como ouvintes imitando personalidades da politica local, tendo livre fala em programas que se intitulam imparciais, fazem com que a infantilidade do ato chegue a anuviar a falta de ética dos que se intitulam jornalistas e que bufam do outro lado das ondas. 

Além disso, existem os ouvintes que são adestrados para falar nesses programas, em situações bem homogêneas, como quando os caciques dos grupos mecenas são entrevistados um eloquente ouvinte liga e monopoliza o tempo para que o cacique super-elogiado por lágrimas e afagos melosos não seja importunado por ouvintes críticos.

Risos a parte, surpreende a capacidade de algumas pessoas ligarem mais de uma vez com o mesmo timbre de voz, se passando por inúmeros personagens para enfim em uma gota de quase desespero tentar enaltecer seus ídolos de pés de barro. As vezes mensagens de texto de celular enviadas pelos "ouvintes", extrapolam o limite de 140 caracteres de elogios e loas tecidas aos "radialistas" e seus padrinhos.

Lagrimas de vez em quando são roladas, mas não as de crocodilo, mas pelo pesar de ver um veículo tão charmoso ser usado de maneira tão despropositada aos seus princípios iniciais e sendo levado a ruína por um ato tão reprovável de tais elementos. 

Viva a era do rádio!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O canal que não muda nunca!

Em um tempo onde ainda não se falava em preservação ou poluição. Macapá despontava para um comportamento de crescimento urbano e populacional. Mesmo estando sob custódia da União ao ser decretada capital do Território Federal, a cidade não demorou muito para pedir pelo crescimento urbanístico. Algo ainda impensado no momento de sua concepção como cidade planejada.
Foi nesse clima de pré-desenvolvimento que na década de 50 que o mercado central passou a ser o ponto principal do comércio que o canal da Mendonça Júnior começou a ser construído para coletar as águas pluviais, mas no decorrer do tempo, passou também a escoar o esgoto e despejar no rio Amazonas logo a frente.
O tempo passou e o canal acabou passando por um processo de ocupação desordenada de seu entorno e sobrecarga da estrutura sanitária na diluição em seu despejo. As Secretarias de Meio Ambiente, tanto no âmbito estadual, quanto municipal, esqueceram-se do canal que caiu no abandono. Se imaginarmos como será a qualidade de vida em Macapá daqui a alguns anos, estando o nosso precioso rio poluído por coliformes fecais, latas, papéis, metais, plásticos, vidros, pneus de carro, óleo diesel e imundícies que já figuram na sua paisagem, talvez nos encorajem no presente, a tomarmos as atitudes necessárias em prol de um maior cuidado com a natureza, passando assim, a proteger e conservar nosso meio ambiente, com cada um fazendo a sua parte para tornar a cidade limpa, menos poluída e mais digna de ser habitada.
Em um comparativo curioso temos o canal Campos-Macaé, um canal artificial que interligava as cidades cariocas de Campos de Goytacazes à Macaé, no litoral. Apesar de sua construção ser mais antiga que o canal macapaense, o canal Campos-Macaé também impressiona por seus números; sendo quinze metros de largura distribuídos em uma extensão de 106 quilômetros, considerado o segundo canal artificial mais longo do mundo, ficando atrás apenas do canal de Suez que tem 163 quilômetros. E maior que o do Panamá que possui 82 quilômetros.
O canal foi inaugurado em 2010 sob muitos fogos e muita festa para a população beneficiada, já que antes o nome pejorativo do canal em toda sua extensão era simplesmente “canal da merda”.  Mas mesmo com os atrasos e um ano e oito meses de transtornos, a obra que consumiu R$ 18,6 milhões e alguns aditivos, pois antes não contemplava a recuperação ambiental, mas somente a revitalização urbanística. Foi concluída.
Logo na eleição de Roberto Góes para a prefeitura de Macapá, um clima de esperança se instalou nos moradores dos 1,8 km de extensão do canal, já que a prefeitura administrada por dois mandatos de João Henrique Pimentel, não concluiu as obras tão esperadas.
Com direito até a deputado federal licenciado do congresso para assumir a secretária de obras, com muita firula e muita falácia as obras iniciaram como toda obra publica tradicionalmente começa, tapumes e placas. Seguidas de crises orçamentárias, atrasos e paralisações da RTR Engenharia e Comércio Ltda., responsável pela execução das obras e até mesmo choque direto com comerciantes que se instalaram nas calçadas do canal em sua parte que chega ao centro, árvores foram retiradas, calçadas estouradas e... Nada mais aconteceu.
Enfim o governo estadual resolveu se adonar do mesmo canal babilônico na gestão do governador Pedro Paulo, o que gerou mais placas, tapumes e firulas e mais nada... Com o discurso de que 15% das obras estão concluídas, as mesmas se arrastam a passos de cágado, os tapumes e as placas o tempo já se encarregou de deteriorar e a vida do macapaense continua, e as chuvas se avizinham.
R$ 8 milhões é o que se diz ter investido nas obras de revitalização e urbanização do canal, valor este que assusta quando comparado com o valor gasto com o canal Campos-Macaé, já que o canal da Mendonça Junior apresenta uma extensão de menos de 2% do canal carioca e consome um orçamento de 43% do mesmo. E nem contempla a recuperação ambiental.
Para fazer uma melhoria significativa na estrutura física e no paisagismo (já que não se vai construir um novo canal), um serviço que inclui revitalização do piso do canal, passeio público que envolve as calçadas, meio fio e sarjetas, instalações elétricas, pintura e mobiliário urbano, como bancos e lixeiras.
Obra básica da construção civil, que envolve uma estrutura que causa dano ambiental diário com o crescimento populacional exponencial e o despejo de efluentes indiscriminado, já há anos se arrasta por mandatos e mandatos. Solução em si, não se viu até hoje, apenas placas e tapumes. Uma coisa é certa, a indústria madeireira parece ter sido a única contemplada com as obras do canal da Mendonça Junior. 

Para ver uma proposta de projeto de recuperação ambiental do canal, clique aqui!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ministro Bezerra semeia e aguarda a chuva

Zequinha Sarney foi ministro do Meio Ambiente no governo de Fernando Henrique Cardoso em seu segundo mandato. Como era de se esperar, o “cachaça louca” como Jackson Lago costumava apelidar o filho do meio de Sarney;  mandou tudo o que podia em verbas federais de sua pasta para o Maranhão quando sua irmã ocupava o Palácio dos Leões. Quando não havia mais nada a mandar, Roseana ainda queria mais e não sendo atendida, jogou um paralelepípedo na porta de blindex da casa do irmão ministro.

Jader Barbalho também teve seus momentos de ministro de Estado, Quando ministro da Reforma Agrária, tratou logo de enviar verbas a seu Estado para a desapropriação de uma fazenda, por onde passaria uma estrada que conduziria à Ilha de Caratateua, também chamada Outeiro. O que não se sabia na época é que a desapropriação para a passagem da estrada que conduziria a ponte, tão sonhada pelos paraenses por anos, ao seu balneário preferido, passava nada a menos do que pela fazenda Esperança, de propriedade de Joercio Barbalho, pai do ministro. Tanto a ponte quanto a estrada saíram.

Gedel Vieira Lima sempre foi um pimentinha do Congresso Nacional, mas quando o baiano ingressou no Ministério da Integração Nacional do governo Lula, não fez feio e remeteu à Bahia, uma vultuosa quantidade de recursos de seu ministério, deixando muitos Estados que logo a frente viriam a sofrer grandes perdas com os deslizamentos e chuvas torrenciais, como o Rio de Janeiro.

As enchentes em Alagoas e Pernambuco castigaram estes dois Estados em junho de 2010, quando mais de trinta municípios dos dois Estados declararam situação de emergência. O tempo virou e quem é a bola da vez este ano é Minas Gerais, com 66 municípios em situação de emergência. Enchentes e muitos deslizamentos ainda fazem vítimas no Estado onde os rios subiram assustadoramente. As cidades estão isoladas por causa de pontes que caíram ou estão interditadas. O governador Antônio Anastasia tem visitado as cidades afetadas.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, admitiu nesta quarta-feira que Pernambuco foi o Estado que mais recebeu recursos para prevenção de desastres. Bezerra é natural de Pernambuco, cotado para disputar a prefeitura de Recife nas eleições deste ano e provocou desconforto no Palácio do Planalto quando veio à tona a notícia de que ele destinara 90% da verba antienchente do governo para  seu Estado. Chegou-se ao número considerando os valores efetivamente gastos pelo governo para os projetos de um total de 28,9 milhões de reais para todo o Brasil, Pernambuco recebeu 25,5 milhões de reais. O ministro então interrompeu as férias e convocou uma entrevista coletiva.

Para tentar se explicar, Bezerra citou outros números, o valor empenhado em ações de prevenção e destinado aos estados. Dinheiro empenhado não significa dinheiro gasto. Em 2011, o empenho total repassado à unidades federativas foi de 218 milhões. Disso, admitiu o ministro, 98 milhões de reais foram para Pernambuco, ou quase 50%. Do dinheiro empenhado em Pernambuco, 70 milhões de reais foram para a construção de cinco barragens. Ele justificou a liberação dizendo que o estado teve um dos maiores acidentes naturais da história do Brasil, com mais de 80.000 pessoas atingidas. 

Depois de Pernambuco, os estados que mais receberam verbas federais para combate a desastres naturais foram São Paulo, com 40 milhões de reais empenhados, e Espírito Santo, com 16 milhões de reais.  Ainda não choveu.

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann a pedido da Presidente Dilma  deixou a folga para acompanhar a situação das enchentes e o caos em aeroportos no fim de ano. O ministro admitiu que retornou ao trabalho depois da conversa com Gleisi. Ele disse que voltou para poder “checar” as ações do ministério que já estavam andamento em decorrência das enchentes. E deixou claro que a ministra está, sim, supervisionado seu trabalho. “Ministra Gleisi está inteiramente a par dessa nossa exposição”. 

E ainda não choveu na horta de Fernando, mas uma coisa é certa, que ele foi semeado na reforma ministerial de Dilma, com certeza foi...

Entrevista da semana - Dalto Martins

Em uma conversa meio conturbada pelos críticos, via Twitter o Coisas da Vida entrevistou o médico, biólogo, médico legista da Politec, tenente da Polícia Militar de São Paulo, piloto de avião e deputado estadual por três mandatos pelo PMDB-AP. Dalto Martins do Amapá. Abordando temas como relações entre o executivo e o legislativo, educação e verba indenizatória, Dalto foi bem esclarecedor em uma entrevista bem informal durante o período de recesso do legislativo e as férias, quando se dedica a aviação, seu hobby particular.

@Coisasdavida: Uma entrevista via Twitter é algo meio inusitado, embora as redes sociais estejam monopolizando a comunicação, como é a sua interação neste tipo de mídia?
@DaltoMartins: Quem usa o Twitter pra fazer anarquia não merece a minha atenção e de ninguém que tenha compromisso com o Amapá...
@DaltoMartins: Eu aceito criticas, sugestões, discordar de minha atuação, mas não aceito #DESRESPEITO.
@DaltoMartins: Tudo na vida até mesmo as redes sociais devem ser usadas para construir experiências positivas

@Coisasdavida: É, na verdade muitos perfis fakes se estabelecem para fazer politicagem e até denegrir a imagem de alguns usuários, você como homem público lida com isso de que maneira?
@DaltoMartins: Tem secretário e assessor que entra na TL só para agredir parlamentares, poder judiciário e qualquer outra pessoa que criticar a situação.
@DaltoMartins: Deveriam se preocupar com suas pastas de atuação, no campo político quem foi eleito foi o governador. Onde fica a #liberdade?

@Coisasdavida:  Com objetivo tácito de quê?
@DaltoMartins: É como se eles tivessem objetivo de gerar crise, guerra... #ódio isso é muito ruim para o Estado.
@DaltoMartins: Mas fazem ao contrario, só #AGRIDEM e pioram a situação...
@DaltoMartins: Quem agride não constrói nada só estraga... É coisa de quem não tem o que fazer

@Coisasdavida:  Esse comportamento é generalizado no executivo?
@DaltoMartins: Enquanto o @CamiloPSB constrói a governabilidade tem assessor que faz questão de desconstruir, agredindo o parlamento e parlamentares.
@DaltoMartins: Não é apoiada, mas também não é combatida essa atitude

@Coisasdavida: Mudando de assunto, as relações com Brasília têm sido meio tolas e tímidas, na sua concepção isso afeta de que maneira a gestão?
@DaltoMartins: Não entendo porque o governador @CamiloPSB recebe o presidente Sarney, faz questão de conversar com os parlamentares e uns assessores...
@DaltoMartins: A portas fechadas sem ter pelo menos um projeto articulado para aproveitar a influencia e o poder do presidente do senado.

@Coisasdavida: Você não acha que este clima mais acirrado entre os "lados" tem mais do que atrapalhado a gestão publica?
@DaltoMartins: Com toda a certeza concordo com você. Entre os poderes não deve haver intrigas, picuinhas #quedadebraço se não quem sofre é o povo.

@Coisasdavida: Vejo como positiva a postura da ALAP quanto algumas matérias do executivo que são votas com expediente positivo, mas e sobre os vetos?
@DaltoMartins: Da mesma forma que aprovamos o orçamento para ALAP, aprovamos orçamento para o executivo com 3 bilhões e 100 milhões, para executar em 2012.
@DaltoMartins: Sempre que o executivo manda uma matéria, mesmo que as pressas mas que seja de interesse popular, nos votamos a favor.
@DaltoMartins: Não vejo motivo para vetos.

@Coisasdavida: Sempre que vou ao Amapá visito a ALAP, há uma evolução muito grande por lá em relação às legislaturas passadas, mas não é a hora de esclarecer ao publico as ações dos deputados?
@DaltoMartins: Tenho postura de #posição não de oposição ao governador @CamiloPSB votei a favor de vários projetos por achar positivo para o povo...
@DaltoMartins: Votei contra quando discordava, como por exemplo a extinção da fundação Tumucumaque, projeto do governo que votei contra.

@Coisasdavida: Neste momento @joaocapi esta na rádio reiterando que a ALAP agiu sem prestar contas de esclarecimentos, o deputado também pensa dessa forma? Em guerra com o executivo?
@DaltoMartins: Mas quem disse que eu penso assim? Com cargo ou sem, sempre me coloquei a disposição para uma conversa saudável e construtiva.
@DaltoMartins: Deputados tem que dar satisfação para qualquer um que questionar... Cargo não tira a condição de cidadão.
@DaltoMartins: Fui convidado hoje pelo governador @CamiloPSB para ir a Oiapoque visitar aos obras do hospital, não fui porque tinha outro compromisso agendado. Sem guerras.

@Coisasdavida: Daqui a pouco sai mais um listão da Unifap, a maioria das vagas do curso de medicina foi ocupada por amapaenses, você se orgulha disso?
@DaltoMartins: Quero parabenizar todos os estudantes que se esforçaram, abriram mão de muitas coisas para estudar para o vestibular #dedicação=sucesso.
@DaltoMartins: Isso é motivo de muito orgulho para mim. #Curso de #Medicina foi o meu primeiro Projeto de Lei...
@DaltoMartins: Faz muita diferença estudar perto da família e dos amigos. Estudei em outros Estados e sei muito bem a dificuldade #solidão.

@Coisasdavida: Dalto, a maior polêmica do ano que tomou proporções maiores do que o esperado por causa do CQC foi a #VERBAINDENIZATORIA. Enfim o que é fato e o que é mídia?
@DaltoMartins: Primeiro: em todas as 27 Assembleias do país tem verba, mas no senado e na câmara dos deputados existe lei que determina o valor da verba para o uso.
@DaltoMartins: No mandato passado o valor era de 30 mil, antes de terminar o mandato passou para 50 mil...
@DaltoMartins: Já nesse mandato por determinação da mesa diretora da casa ficou determinado que se poderia usar até 100 mil.
@DaltoMartins: É bom ressaltar que nenhum deputado se posicionou contrário ao valor e que todos fazem uso da verba indenizatória.
@DaltoMartins: O que diferencia de antigamente é que existia a verba mais o auxilio paletó, auxilio gasolina, auxilio passagem etc.
@DaltoMartins: Com os auxílios em muitas Assembleias o total dos auxílios passa do dobro do valor da ALAP.
@DaltoMartins: O que aconteceu foi que, o presidente Moisés retirou todos os auxílios, do parlamentar e do gabinete colocando os gastos em uma única rubrica.

@Coisasdavida: Mas o auxilio paletó não é o valor equivalente a um salário do deputado repassado ao final de cada exercício?
@DaltoMartins: Este auxílio existe em todas as Assembleias, nós tiramos e incluímos na verba.
@DaltoMartins: Na regulamentação a verba pode ser usada para comprar passagem (aérea, terrestres) alugar carros, ônibus...
@DaltoMartins: Comprar gasolina, aluguel de escritório político, despesas de hotel e alimentação em horário de trabalho parlamentar...
@DaltoMartins: Divulgação do trabalho parlamentar mídias, faixas, informativos, ou seja tudo o que for necessário na hora de desenvolver as nossas atividades.

@Coisasdavida: Ou seja, tudo foi unificado em uma única forma de ressarcimento? Como se presta contas dessas despesas?
@DaltoMartins: Não existe nenhum outro tipo de auxilio nos gabinetes a ao parlamentar como existe em outros Estados.
@DaltoMartins: A logística para o uso: o gabinete ou o parlamentar faz a despesa comprova com notas ficais ( inclusive com certidões negativas) depois....
@DaltoMartins: Apresenta na administração, e no mês seguinte é ressarcido apenas pelo que gastou.

@Coisasdavida: E o controle?
@DaltoMartins: Assembleia é fiscalizada pelo Tribunal de Contas, Ministério Público Estadual e Policia Federal, além é claro do controle social.
@DaltoMartins: Já me posicionei publicamente que sou a favor da divulgação de todos os gastos dos parlamentares #integrais sou a favor da #transparência.

@Coisasdavida: Dalto se a gente fizer gosto a conversa vai longe, então... 2012?
@DaltoMartins: Feliz 2012 para o Amapá!






“Faz muita diferença estudar perto da família e dos amigos. Estudei em outros Estados e sei muito bem a dificuldade da solidão.”





Entrevista concedida em 29/12/2011
* Os textos passaram por correção ortográfica devida à limitação de linguagem no Twitter, mas foram preservados na sua integralidade de entendimento a mensagem do entrevistado.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O aquecimento do cambio entre o Oficial e o Paralelo

A boa sabedoria diz que a melhor forma de lidar com um grande problema, é transforma-lo em um problema menor, não só em importância quanto em gravidade.  Talvez seja esse o enunciado de uma proposição simples que talvez não seja tão simples quanto parece. Mas aos olhos do observador externo e que não deve nada para a liturgia burocrática do sistema, talvez o caminho seja menos tortuoso e seus meandros possam driblar as armadilhas morais que o poder público coloca no caminho de seus servidores.

Podemos ver sob essa ótica a teoria de Gilvam Borges sobre a instalação do governo paralelo.  Se sendo uma forma de afronta ao regime da situação, com papel de oposição ferrenha ou simplesmente um brado de que as coisas realmente não estão dando certo sob o mandato dos socialistas e se instale uma sucursal governamental para dar apoio e não um motim.

Embora a minimização dos ritos para implantar os projetos preteridos pareça surreal aos olhos da população. Vejo como agente de desenvolvimento, que há uma grande probabilidade da ideia dar certo, mesmo com grande torcida contrária. Afinal, mesmo parecendo uma jogada política, uma bravata oposicionista, é de se esperar que as ações propostas sejam concretizadas, ou seria leviandade temporal e suicídio de carreira politica, que não acredito que esteja passando na cabeça de Gilvam ideias kamikazes neste momento.

Mas a velocidade com que as coisas tem se propagado, muitas insurreições hão de se levantar quanto ao governo paralelo, afinal sua sede deve ser inaugurada até o final deste mês e a mídia situacionista já chama de “Palácio do Governo” com tom jocoso. Os embates prometem ser homéricos e muitas devem ser as baixas a se relatar daqui para frente, até mesmo por que alguns agentes da mídia oposicionista foram abalroados pela policia, pouco antes da virada do ano novo e o recado foi dado pela situação e seus assessores biônicos: “Estamos de olho, não se metam conosco!”

Mas as 25 mil casas populares devem ser esclarecidas à população, não como um milagroso PAC, mas como um projeto em longo prazo com intercalação de mandatos, que deve culminar com o pleito de 2014. Assim como as ações de desenvolvimento e apoio as atividades do Governo Oficial dependem dos recursos oficiais enviados pelas emendas parlamentares e financiamentos via BNDS que podem ocorrer com as prefeituras que tem contrapartida e nenhuma restrição no sistema da união.

Talvez seja esse o grande erro dos políticos, não só amapaenses, mas no cenário nacional. A falta de detalhes, nem digo transparência, pois não cabe neste enfoque, mas o povo gosta de detalhes, afinal o diabo mora e se esconde nos detalhes. Então é bom deixa-lo desabrigado.

Não basta apenas divulgar o tão polêmico projeto de atuação do PMDB e demais partidos da base aliada à oposição como o PDT. Mas como todos os outros que não compõem a pequena e frágil base de Camilo, afinal o PT já começa dar sinais de que a cisão acontecerá quando o PSB resolver anunciar (e isso é falácia, pois já está resolvido desde a posse do governo PSB) o lançamento de chapa própria ao Palácio Laurindo Banha, deixando o PT a cavar o poço do que fazer, para não fazer água.

Gilvam sabe muito bem desse contexto todo, afinal seus tempos de menino a brincar petecas na sob o olhar vigilante de seu Miguel já se foi há muito tempo e a política já se incorporou ao seu DNA, assim como tantos outros políticos amapaenses. Seu principal oponente promete uma guerra ferrenha e atira para todos os lados, por ora seus canhões de pólvora negra, aquela faz muito barulho e fumaça, mas pouco estrago; estão voltados para a ALAP e Moisés Sousa, que tem se revelado um oponente de peso desde que se soltou dos grilhões do baixo clero. Mas não me admirará se amanha o MP estadual não se entorte todo em críticas a legalidade do "governador" Gilvam.

A corrida à prefeitura de Macapá começa, embora o pomposo orçamento cantado sempre em tempos de eleição seja muito comprometido e tenha feito Roberto Góes rebolar bastante para se manter a frente da PMM com sua fraca equipe (que não são todos, ainda se tem bons gestores) não tão coesa no secretariado. Mas a comunicação é boa, não se pode negar; a máquina da mídia ainda faz muita diferença.

Pode ser que Gilvam também se utilize deste expediente, pois apesar das boas intenções, o nome “governo paralelo” ainda remete a algo imoral e criminoso, devido ao preconceito de palavra, mas isso são armadilhas da língua portuguesa, não vamos divagar tanto, apenas aguardar para ver os episódios que virão deste quadro dantesco que tem se formado diante da falta de diálogo e excesso de testosterona e estrógeno que tem dado tanta efervescência a este caldo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Bandeira branca amor, não posso mais...

Mesmo nas guerras mais duras, é comum, no Ocidente cristão, que haja uma trégua no Natal, ainda que limitada a algumas horas. Na política, atividade que existe exatamente para impedir as guerras sangrentas, esses dias de fim de ano induzem à interrupção dos embates, retóricos ou não, e é normal que os adversários se congratulem mutuamente. Ainda que seja pelos ritos de cortesia, impera a ideia de que somos iguais, portadores da mesma humanidade daquele rapaz de Nazaré, que maravilhava, quando menino, os doutores do templo e conduzia multidões pela força de sua doutrina a de absoluta igualdade entre todos os homens.

Mas não devemos confiar muito em que a paz prevaleça nas próximas horas. Há sempre o perigo de algum desatino. Já tivemos fins de ano encharcados de pequenos conflitos e algumas denuncias que beiram a falácia ou até mesmo se levados a fundo quem sabe não rendam umas manchetes de verdade.

Como já se passaram as festas, e a vida voltou ao seu curso, será difícil impedir a emersão das divergências, e novas dificuldades para a região, que desde Janary. Logo o jogo de acusações e dossiês comprometedores e inquéritos em andamento vão pulular como sementes te grama em terreno fértil. Um pouco da munição de festas foi estourada antes mesmo do menino Jesus se deitar na manjedoura. Vamos aguarda o desfecho.

No Brasil o fim de ano esteve um pouco inquieto. A probabilidade de que, a pedido do deputado Protógenes Queiroz, se convoque uma Comissão Parlamentar de Inquérito para reexaminar o processo da privatização das empresas estatais, faz subir a tensão dos meios políticos, já que a “Privataria tucana” embora rechaçada pelo PSDB tenha provocado reforço no Governo e rebaixado as pretensões dos tucanos que já começam a mudar as penas.

A essa tensão se acrescenta outra, a da reação corporativa do Poder Judiciário a que seus membros tenham a vida investigada por uma instituição criada legalmente para isso. É difícil aceitar que a transparência seja danosa, a não ser para aqueles que preferem a opacidade. De qualquer forma, o recesso parlamentar servirá para a preparação do novo ano, e dará à presidente da República o tempo necessário à meditação e à escolha de novos ministros de Estado.

A transparência tem sido uma cobrança emergente pela população, afinal e uma forma de prestação de contas do que se arrecada e que publicamente o impostômetro que informa em tempo real, fechou em mais de 1,4 trilhões em 2011. Saber o que o poder público faz com esse dinheiro, é importante para a população que tem sido cada vez mais crítica, pois o que sobra em gastos públicos exorbitantes, falta no bolso do contribuinte.

Saber exatamente que surpresas trás o ano bissexto no seu balaio, ainda se reserva para o futuro, Dilma tem uma reforma ministerial para fazer depois das férias, e pouco se sabe do que passa na cabeça da presidente, a não ser que o PMDB tenha mais pretensões de se consolidar como eminencia parda. O que não é nenhuma surpresa, já que não tem ocupado espaços no executivo há muito tempo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

É que Narciso acha feio quem não é ele mesmo

O espírito de liberdade é essencialmente avesso a quaisquer fanatismos. Sendo ânsia de liberdade, não pode querer dogmas, nem disciplinas, nem mandamentos humanos ou divinos e, muito menos, inquisições, santos-ofícios, índices e autos-de-fé. Pregando o trabalho livre, o pensamento livre, o amor livre, a ação livre, não aceita nenhuma limitação às faculdades intelectuais ou emotivas, nem reconhece bitolas, cremalheiras, pauta, à exteriorização de ideias ou sentimentos. 

Só o indivíduo tem o direito de dirigir seu raciocínio, regular sua linguagem, enfrentar seu estilo, moderar seu juízo, orientar sua ação. Os ideiais de liberdade combatem a todo transe o despotismo de qualquer feição, o feitorismo de toda casta, tudo quanto lembre autoritarismo, chefia, canga, subserviência, dominação física, mental ou moral. Assim, repele o regime carcerário do capitalismo, condena as fábricas de doutores, padres, militares, homens vazados num molde único, manequins talhados num só modelo, títeres cujo enchimento é a mesma palha seca e dissubstânciada. Só o indivíduo conhece os seus caminhos. Impor, ao que pende para o norte, a marcha para leste, é roubar-lhe o destino, a vida, a personalidade. Esses princípios, não é ser anarquista, aplicamo-los rigorosamente na luta pela emancipação dos homens. E, dizendo "dos homens", firo um ponto essencial do anarquismo, por isso não posso sê-lo.

Acima da mera emancipação econômica, está certamente a emancipação moral e mental. Cumpre arrancá-los à tutela dos guias, políticos ou religiosos; e à tirania das "morais", criações de opressores para fanatizar escravos. Destarte, não compreendemos um revolucionário cuja ação promana de uma servidão. Como instituir um regime livre se não nos desvencilhamos das algemas tradicionais? Como pretender uma vida livre, se vivemos impondo regras e ouvindo ordens que mesmo obtusas, são cumpridas? Como desejar o homem "pôr si", habituando-nos, a nós e aos outros, a disciplinas vexatórias, censuras obsoletas e punições degradantes? Mal compenetrados dessa concepção de liberdade, isso não é ser anarquista nem pensar anarquicamente, isso é ser livre de pensamento, sem sectarismos, sem dicotomias, sem essa brejeirice maniqueísta.

Todos esses ataques e lamentações atuais pelos quais a população tem passado revelam a tendência sectarista milenarmente entranhada nos homens. Por mais que estudemos, aprendamos, eduquemos o espírito, a pressão tradicional é tão forte, o meio ambiente, todo dogmático é tão rígido, que dificilmente conseguimos nos safar dessas determinantes poderosas. Pessoalmente, ao contrário, vejo nessas várias tendências anárquicas o melhor sinal de vida do anarquismo. Todos os homens não podem ver as coisas do mesmo modo, nem resolver os problemas pelo mesmo processo. A transformação social é um problema com soluções múltiplas.

Seja, pois, cada tendência livre na execução do seu modo de entender a solução final. Todas as águas afluentes irão dar na mesma foz. O verdadeiro anarquista, penso eu, aquele que se libertou totalmente do preconceito sectarista, colabora em todos os grupos, atua em qualquer tendência, mas não se integra a um conjunto de regras sociais que enfim são necessárias a condução da espécie. 

Vamos sonhar, vamos ter a vaidade que nossa natureza nos deu, afinal somos homens e mulheres. Não vamos conseguir mudar isso por mais espelhos que existam no mundo para provar algo incontestável... Nossa extinção não se dará por algum evento cataclísmico, mas sim pelo preço de nossa vaidade em desde a mordida da maçã, querermos nos equiparar a Deus...

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