sexta-feira, 14 de junho de 2013

Flatulências e eructações


Se eu fosse um escritor famoso como Drummond ou Saramago, me seria permitido falar aberta e escrachadamente sobre os termos técnicos da flatulência e da eructação. Mas para não parecer deselegante perante meus leitores vou preferir fazer minha dissertação comparativa aos ditos termos científicos e a realidade que de repente cobriu as terras tucujus de obras por toda parte.

Camilo resolveu incorporar o espirito de JK e encher as terras da capital de tapumes, de onde lê-se em garrafal vernáculo que “agora a coisa anda!”. Talvez desprovido de um pouco de audácia, esta que não faltou a Juscelino quando desbravou o planalto fincando colunas de concreto na sua capital solitária. Ou até um presumido surto de inocência politica, Camilo esquece-se que a maioria das pirâmides anunciadas, não durarão menos que o resto de seu insosso mandato.

Num afã desenfreado em diminuir sua rejeição que a cada dia mais cresce, e não pelo fermento da oposição, mas pelas inúmeras mãos amigas que lhe aplaudem os feitos nada gloriosos e lhe fazem a cortês saudação do dia: “Tá tudo bem governador!” e assim lhe levam no bico, sob os ares das inúmeras eructações diárias de que no mar azul por onde Camilo navega, ninguém, por mais visível que seja, lhe tem a coragem de gritar: Iceberg!

Talvez por este esmerado cuidado dos condutores das pastas governamentais,  o ócio e a inercia do governante nos últimos três anos tenha sido tão grande, pois se achar que se está tudo em ordem, por que tomar alguma atitude que desagrade os cardeais partidários e seus balaios de apaniguados que como carrapatos encrustados no úbere da grande mãe Amapá, continuam a sugar-lhe o néctar até nada mais restar.

Mas calma! Se este velho úbere secar, ainda se tem a probabilidade de lhe repor mais leite, afinal para que existe o BNDES? Senão para abrir mais linha e amamentar os desvalidos, enquanto os que ainda nem saíram pelas portas do ventre materno, já estão endividados até a vida adulta.

É neste quadro que vemos mais uma vez a demagogia baratíssima em cima do já tão combalido amapaense criar corpo, e aquele que deveria ter um mínimo de respeito com o bom senso e com a inteligência dos que um dia acreditaram nas promessas de palanque apenas sentem os ventos das fartas flatulências de obras eleitoreiras, mas que não se esqueçam que que primeiro vem os gases e logo em seguida as excrescências.

 
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