segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Um biênio de rufiões, cafetões e proxenetas

É bem possível que nos próximos anos passemos a nos questionar sobre o Brasil entre os anos de 2015 e 2016 e tenhamos uma surpresa sobre os resultados encontrados não só no Google como nos recortes de jornais e revistas daqueles dois anos estranhos que poderiam ter marcado a mente dos brasileiros de maneira indelével, mas não marcaram. Simplesmente passaram!
Talvez o ávido leitor se recorde vagamente que foi ano de impeachment, ano de olimpíadas, ano de Dilma, Lula e Temer em uma grande rede de traições e reveses da qual dentre mortos e feridos o Brasil acabou redescobrindo Eduardo Cunha e sua mão boba, assim como Sergio Moro e sua mão pesada.
2015 foi um ano atípico, afinal nele começou a desembocar não se sabe ao certo por onde, todas as mazelas da economia moderna, como o descalibramento do cambio, alta da inflação como nunca dantes a pós-ditadura militar e índices de desemprego semelhantes aos dos militantes do núcleo do Partido dos Trabalhadores. Foi o ano da ultima centelha do Mensalão e do fogaréu da Lava-jato que queimou tanto quanto a fogueira santa de Edir Macedo, foi o ano até de ressuscitar o Templo de Salomão e de ter os Dez Mandamentos como Blockbuster nos cinemas brazucas, com direito até a “carona da fé”.
Já 2016 não foi nada diferente no quesito frissons, piripaques e siricoticos. Tivemos uma sessão circense no Congresso nacional, com direito a “beijinho, beijinho” e “Tchau querida” sob o manto de confetes de Wlad, o deputado festeiro e agora cassado. Que no frigir dos ovos acabou defenestrando a “Dama de metal ausente na tabela periódica” juntamente com sua corte do Palácio idealizado por Niemeyer para simbolizar o novo Brasil nascido do planalto central de JK.
É verdade, foram anos atípicos dos que estávamos acostumados, muitas marolas, muitas firulas. E até a Seleção entrou na roda, quem diria... Chegou até ao ouro olímpico apesar de não ter podido varar a rede de Iraquianos e dinamarqueses, lavou à meia-boca a honra da “Copa das Copas”.
Mas entre sobressalentes e remanescentes, 2016 foi o ano do “legado grego”, assim como 2014 foi o ano da “Copa das Copas”. Os resultados práticos disso, a gente ainda não contabilizou, mas os rombos deixados no tesouro nacional depois de dois megaeventos dessa envergadura comprovam a capacidade dos petistas e da dinastia da estrela com certeza saberem fazer oba oba.
Também um ano de eleições municipais, diga-se de passagem as eleições mais esquálidas das quais se tem noticia em função da minirreforma eleitoral que empobreceu partidos e coligações mas não extinguiu o caixa 2, pelo contrário, abriu brechas abissais por todo e qualquer tipo de mal feito no intento de cooptar de maneira ilícita o sufrágio universal.

Claro que com o “Pai da Copa” e a “Mãe da Olimpíada”, acabamos ficando órfãos nesse pós-PT que enevoou os olhos de alguns, deu luz a outros, mas no frigir dos ovos deixou para trás muitas incertezas, a mais gritante delas, é se ainda vai ter algum brasileiro capaz de relevar o passado, enxugar as lágrimas e recolocar a cobra surucucu de volta no ninho e se preparar para mais doses cavalares de soro antiofídico para suportar mais duas décadas vindouras de maus agouros, com direito a mais piripaques e siricoticos que de nada adiantaram até hoje, junto com os gritos e ranger de dentes que nosso novo “Pinóquio”, Ryan Lochte vem acrescentar em nossas agruras.
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