quarta-feira, 4 de maio de 2016

Empreendedor ou sobrevivente?

Com o anuncio recente feito pelo IBGE de que 10,2% dos trabalhadores estão fora do Mercado em função da instabilidade econômica e política que só tem feito mal ao país criando esta bola de neve crescente de desemprego de 10,4 milhões de pessoas. Para ‘driblar a crise’, muitas pessoas estão buscando alternativas para a geração de receita no empreendedorismo como solução viável ao cenário atual.

Segundo informações do Governo Federal, anualmente o Brasil ganha cerca de 600 mil novos negócios. Além disso, existem em torno de 1,5 milhão de microempreendedores individuais. Em valores absolutos, o País está apenas atrás da China, no número total de empreendedores, ou seja, 21,1 milhões.

Mas isso não necessariamente se reflete em um índice de sucesso garantido para os que almejam serem donos de seu próprio negócio, pois, embora seja uma alternativa viável, construir um novo negócio é tarefa árdua que envolve uma série de questões legais, tributárias e financeiras e acima de tudo: a capacidade de fazer o negócio “acontecer”.

O início de uma atividade empreendedora não é fácil, pois, além de necessitar de investimentos de tempo e dinheiro, esbarra em questões culturais e mercadológicas, como baixa rentabilidade do empreendedor, conhecimento do mercado, viabilidade do negócio e aceitação do público, dentre outros fatores que podem fazer uma receita de sucesso dar lugar a um convite ao fracasso em outro.

Fatores como a instabilidade da moeda e um mercado afetado por rupturas conjecturais e políticas, oscilação do preço dos produtos e serviços, estimulados pela inflação, prejudicam a lucratividade do empresário, desestimulando os futuros empreendedores na busca de estratégias que viabilizem seus negócios.
No entanto, a crise vivenciada nos últimos anos fez florescer o desejo e o espírito empreendedor de parte da população, principalmente pelo grande índice de desemprego que assola o país e a necessidade de sobrevivência.

Por isso, a máxima para sobrevivência de qualquer negócio, principalmente em períodos de crise, é a busca frenética de uma atitude empreendedora que visem a excelência, fazendo do insucesso um aprendizado para a melhoria contínua, sustentação e vida do negócio.

Algo que não deve ser ignorado no portfólio do negócio são as análises do cenário e do mercado escolhido para empreender, para que o empreendedor possa traçar um plano de negócios estruturado com base no seu capital real (de no mínimo três meses) para que possa arcar com as despesas fixas, evitando gastos desnecessários na abertura do novo negócio.

Dentre as inúmeras atitudes empreendedoras que o futuro empresário deve ter em mente, a maioria delas se consegue através de uma boa orientação profissional como o Sebrae ou consultores empresariais e contábeis. Fazer isso sozinho é um risco desnecessário.

Ser empreendedor é ser um sonhador, é buscar, por meio do seu trabalho e muitas vezes teimosia, a satisfação do desafio de sustentar um negócio. É uma mudança de paradigma. Infelizmente, nem todos têm um espírito empreendedor e acabam desenvolvendo negócios de sobrevivência duvidosa e que inicialmente parecem ser excepcionais, mas que, no decorrer do caminho, apresentam fragilidades, como falta de capital de giro e clientela, lucro baixo ou prejuízo, levando o investidor à falência.

Esses são os riscos do mundo dos negócios, mas que graças a um longo aprendizado deixado por nossos antecessores que desbravaram o mercado voraz, permitiram que um negócio que se faz de maneira estruturada, com mapeamento, estudos, análises e aprendizados que possam assegurar a sua subsistência, está sempre no caminho certo para que o empreendedor não se torne mais uma estatística ruim no mundo empresarial.
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