sábado, 18 de fevereiro de 2012

Parada para Folia

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

E agora, quem poderá nos defender?

As pessoas recebem informações sobre crimes através de várias fontes: mídia, órgãos públicos e laços interpessoais na própria comunidade. Dentre elas, certamente a mídia é o meio cujo alcance é o mais significativo. Contudo, a influência da mídia sobre a população, por intermédio das informações sobre a violência que ela difunde, ainda é um tema bastante controverso, assim como as respectivas pesquisas que buscam sua quantificação.

Ser incorrer o risco de polemizar, mas a violência criam reações psicológicas somo a Síndrome do Pânico, que em geral acarreta neurose e paranoia. Situações que são capazes de evoluir para transtornos físicos.

Alguns pesquisadores são unânimes no tocante a relação da mídia com o fenômeno da explosão da criminalidade, em sua vinculação com a percepção do crime e da violência. Muitas das vezes a mídia faz uma exibição da violência cotidiana, supostamente sem motivação psicológica, ideológica ou política aparente. Mas vamos convir que o efeito do fato noticiado possa produzir maior comoção na opinião pública quando o fato noticiado possui o envolvimento policial como sujeito provocador.

Ao buscar o sensacionalismo, fascínio e banalização da violência para produzir maiores níveis de audiência, muitas das vezes beirando o tétrico ao mostrar mutilações, corpos e cenas pouco apropriadas à compleição da noticia. A mídia é assim, muitas vezes dá a visibilidade exagerada a determinados fatos, dramatizando-os e, com isso levando a informação para campo não neutro, em busca da maior repercussão possível.

Pode estar parecendo uma crítica à mídia de massa, mas na verdade o foco é a segurança pública e as variáveis que tem cercado este item primordial de controle social, já que muitas capitais brasileiras já têm números crônicos da violência e só depois de muito tempo se teve noção de que do jeito que está não deve ficar.

Uma das declarações polêmicas parte do próprio Secretário de Segurança do Amapá que para defender o ponto de vista de seu Governador, que é contra o aumento dos valores do orçamento 2012 efetuados pela Assembleia Legislativa apenas por oposição partidária. Emitiu uma declaração dizendo que a segurança pública não precisa de dinheiro!

Algo meio esdrúxulo em meio a um segmento que junto com educação e saúde, sempre precisam de dinheiro, pois o crescimento populacional tende a intensificar o uso destes serviços essenciais. Dizer que não há necessidade de aumento de fundos para a segurança é basicamente um crime, em contraponto que interesses pessoais e partidários, ultimamente têm sido priorizados ao interesse popular. Mais insensatez ainda foi que nesse dia algumas viaturas estavam paradas por falta de combustível. Ou seja, não precisa de dinheiro, combustível se tira do rio a frente!

Falar sobre segurança pública é algo difícil até para mim que já fui assaltado em mais de 10 Estados do Brasil, sem falar das vezes em que fui assaltado em ônibus interestadual, para quem não tenho a quem repassar à estatística, pois a geografia não me situou em que estado aconteceu o crime.

Estatísticas policiais as vezes são uma faca de dois gumes. Lembro bem que a ficção volta e meia procura mostrar a vida real, um exemplo interessante é aquele em que no filme "Tropa de Elite" o comandante da policia reclama que as estatísticas de assassinato aumentaram, e os policiais na maior desfaçatez informam que é culpa da outra regional que estava desovando defuntos na regional ao lado para diminuir o índice de mortes na sua própria. O fato é hilário, mas muito mostra o quanto as estatísticas pode ser falhas e o estudo para resolver os possíveis problemas, mascarados por jeitinhos brasileiros como esse e dos outros que por tão extensa criatividade nem vou me deter em listar.

Claro que ninguém precisa ensinar a gestor de segurança pública que ao invés de se basear em apenas estatística, o planejamento de áreas de combate ao crime, não se faz em salinhas com arapongagens e intimidações, mas com a distribuição quatro bases distintas da matriz medo X criminalidade: As áreas com altos índices de medo do crime e baixos índices de criminalidade, assim como as áreas com altos índices de medo e altos índices de criminalidade. E a mesma analogia aos baixos índices de medo e criminalidade.

O que não deve mais é se colocar nas mãos do destino o futuro do cidadão. Se as estatísticas estão baixas, dizer que isso é melhora em apenas um ano de dados em um segmento que tem um índice de variabilidade imprevisível e nem um pouco sazonal, é leviandade, maior ainda é levar isso para o campo político para ganhar pontos e uma estrelinha na testa. Dizer que se está fazendo muito, faça-se mais, afinal não podemos deixar que os índices cheguem aos alarmantes de capitais como Belém, onde o crime está descontrolado e o medo e a insegurança imperam. Dizer que não precisa de recursos, que não é necessário, é de uma demagogia nauseante. Já que para todas as ações públicas se necessita de recursos, armas, munições, combustível, EPI's. Nas disso é gratuito e o Estado não pode e não deve se deixar levar pelo palanque eterno.

Enquanto fugas em massa acontecem na única instituição carcerária e parece ser tratado com a politica do "escapa e recaptura" é a mesma do morde e assopra, apenas um paliativo. Ações correcionais no Brasil nem vamos comentar, pois inexiste na cultura do sistema carcerário.

Eis então a grande pergunta se faz todos os dias, o que será de nós com esta explosão de violência? Estou há alguns meses na cidade e pelo menos seis pessoas de quem já ouvi falar ou até mesmo pessoas que conheci em minhas relações foram assassinadas. Se só para o conjunto universo de um indivíduo (no caso eu), a margem está para seis ocorrências, Fico pensando se a criminalidade não anda mesmo em alta, mas mascarada, ou se eu estou trabalhando com o Zé da foice e nem estava sabendo desta minha ocupação incomum...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Tolos encantados


Sathyanarayana, mais tarde popularizado como Sai Baba, fez em 1944 a sua primeira viagem como "sábio" à região de Bangalore. Desde este momento começou a vestir a túnica que inicialmente foi cinza claro, depois branco e finalmente cor de açafrão. Segundo os devotos, a missão de Sai Baba não incluía a criação de uma nova religião, seita ou culto, o qual motivou que pessoas de diferentes religiões se aproximem dele, ainda que ao final deixem sua própria religião.

Sai Baba tornou-se famoso por suas curas suspeitas, pela suposta materialização de uma variedade de substâncias que distribui entre seu público (incluindo comidas quentes e líquidos), por sua suposta faculdade de bilocação, teletransporte, levitação e precognição e por seus fenômenos luminosos.

Foi objeto de limitados estudos por parte dos investigadores psíquicos do Ocidente, que não puderam provar a validade de suas proezas paranormais. Rapidamente, Sai Baba atraiu seguidores assombrados com seus milagres e cativados por sua personalidade ainda que muitos o criticassem e o rejeitassem. Sai Baba negou-se a se submeter a experiências controladas a fim de verificar suas faculdades psíquicas tornando desta maneira impossível a obtenção de provas irrefutáveis.

Até que suas máscaras começaram a cair após sucessões de escândalos envolvendo fraude e até pedofilia. Um ex-devoto através de uma carta disse: "Quero compartilhar com todos, as várias observações que pude fazer sobre a operação Sai Baba durante meus anos como membro do corpo de inteligência e segurança do Ashram.

Primeiro quero lhes contar o que sei de fato. Sai Baba é uma tremenda fraude e tem muita gente ajudando-o em diferentes níveis. A maioria da ajuda mais séria e a assistência mais ativa procede de um círculo e não mais que seis ou dez indivíduos, quase todos indianos, que estiveram com Sai Baba por décadas. É precisamente este grupo, o que tem um controle total dos fundos e que responde só e diretamente a Sai Baba".

Mais adiante revela que há um segundo nível de pessoas, provavelmente um número entre doze e vinte, isto inclui a alguns estrangeiros e que respondem algumas vezes diretamente a Baba, mas regularmente têm que ir através do círculo mais próximo. Estes não controlam os fideicomissos, mas têm um acesso limitado a alguns dos fundos segundo lhes permite Sai Baba e seu círculo mais íntimo.

Segundo o relato, algumas das funções do segundo grupo é apoiar a base do primeiro grupo mantendo o mito de Sai Baba "vivo" no estrangeiro, promovendo atividades entre os devotos estrangeiros, organizando sutilmente as doações de grandes quantidades de dinheiro e o mais importante de tudo, promovendo o espetáculo dos "milagres", tanto entre os devotos nacionais como entre os estrangeiros. 

Os círculo mais íntimo e mais próximo a Sai Baba são regularmente membros do fideicomisso central de Sai Baba e muito raramente mudam. Este fideicomisso também inclui homens muito eminentes com altos postos, mas estas "figuras públicas" nunca recebam a autoridade para manejar os fundos, mas que estão para ser um enlace efetivo nas antessalas do poder e acrescentar uma aura de respeitabilidade à organização de Sai Baba.

A recompensa para estes executivos de mais baixo nível por sua "lealdade" é uma entrevista anual com Sai Baba concertada pelos membros do fideicomisso de segundo nível. A maioria destas pessoas não sabem a história de Sai Baba completa, alguns deles até acreditam que Sai Baba é "divino" e poderoso e atuam com crenças mal guiadas. Outros sabem exatamente o que está acontecendo e está somente cumprindo com seu papel para receber "promoções" como fariam em qualquer outro negócio. Estes são os que preparam todas as conferências.

Em 1988 um fervoroso seguidor de Sai Baba, estava totalmente absorto na áurea de Sai Baba. Convencido de que era um Avatar e se tornou tão devoto que pensava e contemplava somente a imagem de Baba. Mas o ex-devoto aponta que em 1993 começou há suspeitar um pouco devido ao estilo de vida de Sai Baba e as atividades no ashram.

Todos os anos via custosos edifícios novos uma crescente comercialização da divindade de Sai Baba. Em 1996 viu Baba saindo do ashram em um "Jaguar" e outros carros caros como um "Mercedes" e um "BMW" da linha mais cara". As desilusões fizeram com que  a imagem do Guru coberto de glória fosse aos poucos migrando para um mestre da decepção, como alguns ex-devotos passaram a denominá-lo.

Mestre na arte de criar seguidores devotos, e ao mesmo tempo misturar carisma com o poder do dinheiro, Sai Baba foi um ícone do ilusionismo, onde alguns eram capazes de morrer por ele sem ao menos telo visto pessoalmente, ou matar por ele sem se que te ouvido sua voz. A história é semelhante para quem conhece a rotina local. Um grupo que comanda o outro e faz tudo para que continue endeusando seu ídolo precioso e vantajoso, e a ele vão defender até que a ultima moeda seja arrancada, extorquida e pilhada.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Plumas, paetês, togas e becas... Na batalha de confetes

Cada vez mais me convenço de que todos os setores da nossa sociedade estão sendo fartamente invadidos pelo ambiente politico. O que não é saudável já que temos a necessidade dos refúgios não desencantados pelo universo da politica, seja ela partidária ou ideológica.

O carnaval é um deste últimos refúgios onde a sociedade pode tudo. Pode se omitir das tristezas, das iniquidades, dos financiamentos bancários e até mesmo da febre amarela ou da peste negra. Claro que as folias de Momo não permitem transgredir às leis. Mas o que o folião quer mesmo é submergir nos dias gordos da carne e não se preocupar com o dia seguinte nos dias que se realizam os festejos da carne.

Essa guerrinha entre a LIESA e a agremiação Piratas da Batucada, tem dividido opiniões. Cada vez mais, partidários ou não da causa, criticam a presença do judiciário não só dentro de casos como esse, mas como em assuntos até de competência dos outros poderes; Executivo e Legislativo. Mas não por que o Judiciário seja o penetra na festa, já que o Poder Judiciário por sua concepção, só atua quando provocado.

E provocado está, em necessidade de decidir o que geralmente, não é um juiz de direito mas um juiz de bateria, de harmonia, de samba enredo, deve decidir. Itens que talvez o órgão que se diz máximo na organização dos desfiles das escolas de samba parece desconhecer, em alegações tão inconsistentes quanto fantasias de papel crepom na chuva.

Mesmo sendo inapropriado, a juíza Alaíde de Paula declarou a agremiação Piratas da Batucada, campeã do carnaval 2010 e concedeu-lhe o direito de desfilar entre as outras agremiações do grupo especial.  E indo de encontro a esta manifestação jurídica dentro do espaço carnavalesco. A LIESA impetrou um agravo regimental na intenção de derrubar a decisão liminar proferida pela magistrada.

Em vai e vem estamos às bocas e cabeças do desfile, e isso ainda deve gerar polêmica até o período de apuração se o resultado for diferente do que cada agremiação espera. Pois com este ambiente jurídico imperando na avenida do samba, é bem capaz de que os resultados sejam colocados sob suspeição e gerando mais ações em efeito "bola de neve", ou seja: nunca mais vai ser a mesma coisa.

Vamos resolver as justas no pé, no calor e no suor, na alegria de fazer com que esta manifestação, apesar do estrangeirismo do nome, mas puramente brasileira, não seja comprometida e levada ao esquecimento, como a derrocada das grandes escolas de Belém, que já teve o terceiro melhor carnaval de desfiles do Brasil, transmitido ao vivo para todo o Estado e com grande repercussão nos tempos da rivalidade entre "Rancho não posso me amofinar" e "Arco-íris" as cabeças de chave.

Hoje o carnaval de Belém se resume a parcas programações que tentam a todo custo resgatar o carnaval de rua do passado no centro velho. Mas nada comparado ao glamour dos desfiles na Visconde de Souza Franco, a famosa Doca.

Isso tudo começou com a mesma beligerância judicial que se inicia ainda que só com uma agremiação, mas que no Pará que acabou desestimulando, brincantes, dirigentes e comunidades até que as agremiações fecharam as portas e entraram para a história dos tempos do carnaval na Praça 11 cantados "Pelo telefone".

Não vamos deixar o carnaval amapaense se perder neste mesmo desencontro as custas de uma luta inglória de vaidades e garbos. Desfile de carnaval se ganha na avenida, sob as ovações do publico que saúda as escolas em sua grandeza não só cultural, mas de brilho, de amor a cada escola, as efusões que a cultura popular forte do povo brasileiro exala e faz com que a vitória seja a certeza de que o samba deve continuar...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mesmo com charme, golpe é golpe!

A bela Paris no primeiro quarto do século XX passou maus bocados. A crise foi tanta que até mesmo o maior patrimônio da Cidade Luz entrou em estado de penúria, a torre Eiffel começou a oxidar e a prefeitura não tinha dinheiro nem para as despesas essenciais, imaginem desoxidar 325 metros de aço.

O austro-húngaro Victor Lustig, homem que falava diversos idiomas e se orgulhava de seu refinamento e cultura, conseguiu dar o grande golpe da sua vida vendendo a Torre a um industrial incauto, que acreditou que a Torre seria leiloada como sucata. Lustig era reconhecido não apenas por sua audácia, mas, sobretudo pelo seu conhecimento de psicologia humana; podia avaliar uma pessoa em minutos, descobrindo seus pontos fracos, e tinha um verdadeiro radar para detectar otários.

Aproveitando que a prefeitura de Paris estava em dificuldades financeiras (ainda sob reflexo do período pós-guerra) que a impedia inclusive de dar a devida manutenção ao monumento oxidado, Lustig se instalou na suíte mais elegante do Hotel de Crillon, em frente à Place de la Concorde, com uma ótima vista da Torre para sua futura vítima. Com a ajuda de um falsificador conseguiu várias folhas em branco, envelopes e selos com o timbre da prefeitura e convocou por escrito os cinco mais importantes negociantes de sucata do país, para lhes propor um grande negócio que exigia o máximo de discrição.

Os cinco interessados foram ao encontro de Lustig que, em meio a canapés e taças de champanhe, lhes revelou que havia sido destacado pelas autoridades municipais para vender a Torre Eiffel à melhor proposta. Enquanto explicava as dificuldades financeiras que obrigavam a prefeitura a se desfazer do monumento, observava seus interlocutores para saber qual deles era o mais ambicioso e ingênuo. Segundo Lustig, a prefeitura Após 48 horas recebeu cinco envelopes fechados com propostas de compra.

Independente do valor, só se interessou por aquele que achava que cairia mais facilmente na mentira. Convocou-o no dia seguinte para lhe comunicar que sua proposta era a que tinha sido aceita. Ao perceber a desconfiança do industrial, Lustig teve outra idéia brilhante: "Mas você sabe que nestes casos costuma-se fazer chegar discretamente ao senhor prefeito certa quantia em dinheiro vivo, para agradecer o apoio", disse Lustig, ao que o novo dono da Torre aceitou imediatamente. Claro que o fato de pedir uma propina por fora não deixava dúvidas de que o negócio era sério.

No dia seguinte o feliz comprador chegou para ver Lustig com uma pasta cheia de cédulas, e acertou voltar à tarde para assinar a transferência oficial. Porém, foi surpreendido com a notícia de que Lustig tinha feito as malas, pago a conta e deixado o hotel com destino desconhecido. Para não passar publicamente por otário, o comerciante sequer prestou queixa contra Lustig. E a Torre Eiffel segue sendo um monumento de propriedade da prefeitura de Paris.

O Amapá não é Paris, apesar de estar fronteiriço a um dos departamentos da França. Mas com certeza tem seu Lustig. O feliz proprietário da Tocantins Mineração Ltda.

O cidadão é quase um poltergeist na arte de se fazer ausente em qualquer situação cabulosa que envolva seu nome Jorge Augusto Carvalho de Oliveira. Foge da justiça do Trabalho como o canhoto da cruz.

Consegue enfiar na Papuda, gente graúda do poderio local como o ex-governador Waldez Góes e seu grupo politico. E mesmo assim continuar no cenário local sem nenhum arranhão. Sinceramente acho que esse sujeito deve estar quase emplacando com Mister M para um quadro no Fantástico. Afinal as peripécias mágicas que ele faz, são dinas de tais aplausos e ovações.

Nosso Victor Lustig comprou a ICOMI por R$ 1,00 (primeira mágica), trocou o nome de sua empresa para conseguir adaptações quanto a pagamento de royalties (segunda mágica, talvez um aperitivo) e finalmente: Montou um escritório digno de Muda Hassanal Bolkiak - Sultão de Brunei), lá em Copacabana, ocupando um andar inteiro do prédio. (Grand finale).

Reuniu-se com várias potenciais empresas compradoras do minério que está estocado no Amapá. Fechou negócios, ganhou dinheiro a rodo. E não satisfeito, resolveu também ressuscitar os mortos; já que a ICOMI é falecida e extinta segundo os registros públicos.

Mesmo assim se você chegar a Serra do Navio vai deparar-se com placas e mais placas (novas) delimitando o terreno e identificando-o como sendo da falecida mineradora de Augusto Antunes e o Generalato da ditadura. Enfim o cara é bom mesmo. E com certeza deve ter lido a história de austro-húngaro Lustig, por que fez o dever de casa com riqueza de detalhes.

Não entendo essa cavalgada das Valquírias do GEA através da JUCAP em retaliar a Ecometals em detrimento a Tocantins Mineração. No apagar das luzes as duas tem seu grande rastro de polvora, pronto para ser aceso. Mas o Amapá, assim como o cliente lesado de Lustig, também fez a lição de casa; nem se quer deu queixa de tudo e preferiu tomar parte de um dos lados e muito menos se deu ao trabalho de reclamar publicamente. Talvez pelo mesmo motivo: Para não passar publicamente por otário, quem sabe... Acabou conseguindo!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quando gato olha para tigre e se vê leão

Neste período em que as atenções estarão voltadas prioritariamente para as eleições municipais, há uma discussão que deve ser retomada entre nós: trata-se dos problemas dos relacionamentos funcional e institucional entre os poderes Executivo e Legislativo, que vêm crescendo de forma perturbadora.

Um dos fatores que mais contribui para essa situação é a forma como o poder Executivo dispõe da faculdade de continuar com essa intratabilidade, como se o poder Legislativo fosse um oponente que o tempo inteiro tem a função de usurpar o mandato conquistado nas urnas com legitimidade. Agindo dessa maneira o Governo Estadual vem tentando anular a independência do Legislativo, ignorando suas prerrogativas e fazendo o que quer como se essa não existisse com sua autonomia legislativa, prevista na Constituição Federal e reiterada na Carta Estadual.

Claro que o Executivo tem sua autonomia e seu poder privativo, mas que parece esquecer-se disso muitas vezes quando diz que Legislativo invade a esfera do Executivo e promove uma verdadeira balbúrdia nas atividades do outro poder. Em contraponto o fiel da balança tem sido o Judiciário, que recentemente aprecia a questão do orçamento da discórdia entre GEA e ALAP e o Ministério Público que também ajudou a encerrar uma querela entre a PMM e a CAESA, que apesar de pertencerem a núcleos diferentes, para o governador e seus assessores em sua ótica monocromática, todos são ameaça! 

É importante notar que essa faculdade superior exercida pelo Executivo acontece em uma fase em que suas ações sofrem interferências de toda a natureza, derivadas do processo de incipiência mostrada não só pelo gestor do Executivo como de seu secretariado inepto. Num processo como esse, acontecem coisas fantásticas. Um Estado como o Amapá, que se diz “pobre”, quando na verdade é uma pedra não lapidada, tem sido constrangido a executar políticas ditadas por conceitos emanados da falta de planejamento e conhecimento técnico.

Somos obrigados a ver silogismos e ações sobre as quais não temos controle direto, mas que temos o poder de mudar. Não que o "modelo de governo" seja totalmente rejeitável. Há coisas perfeitamente razoáveis, mas as discrepâncias e a infantilidade que em pleno momento de crise na saúde e na segurança pública, sem falar da educação que não está em foco devido as férias escolares. Se façam firulas e festejos em cima de museus, bondinhos e vias que vão demorar anos para se concluir, como a BR 156 e se comemorem por antecipação.

Equilíbrio orçamentário, o que não é um mal em si; controle sobre a relação dívida estadual, o que também é saudável; redução das despesas do Estado, com a privatização deste elefante moribundo que é a CEA. São ações que melhorariam a eficiência e o desempenho da máquina de governo. Poderíamos até ter tirado melhor proveito se o Executivo arregaçasse as mangas e realmente fizesse algo melhor pelo setor primário através de um sistema de fomento sério e não essa brincadeira de oficinas de costura. Agricultura espera o ordenamento territorial, espera por uma ação forte das mãos do Executivo, que parece achar melhor passear no bosque e sonhar com o regatão amapaense.

O maior constrangimento que nos é imposto, contudo, é o da falta de horizontes, em um governo que parece ainda não saber para onde caminhar e que tem como fazer caminhar pela liberdade de movimento e autonomia que goza, mas prefere se fazer prisioneiro das gigantescas ondas de pessimismo e perseguição que se diz sofrer; despendendo gigantesca energia e propagar aos quatro ventos com sua máquina midiática que não pode executar suas ações por entrave do Legislativo.

Por essas razões tornou-se uma questão da maior urgência e relevância discutir os problemas do relacionamento entre os poderes. O Legislativo precisa ter suas prerrogativas restabelecidas na plenitude e isso compreende fazer as leis. Precisamos de um Judiciário que continue independente e de um Ministério Público mediador, capaz de fazer com que as leis sejam obedecidas, garantindo os direitos dos cidadãos face aos excessos de um Executivo todo poderoso.

E é esse Executivo de "saia curta" que a cada dia se apossa menos das suas funções e força o poder Legislativo a assumir seu papel constitucional fiscalizador, pois não fica indiferente à enorme perturbação produzida nas esferas do ambiente palaciano, que ao que parece não se sabe ainda quem usa a coroa, quem senta no trono, quem manda e quem tem realmente o juízo das coisas do Estado.

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