Tenho acompanhado pelos noticiários, os fatos pertinentes às mudanças de comportamento na escola. Fico muito triste em ver que com as mudanças instituídas tanto na realidade escolar como na realidade familiar têm abalado as estruturas do ensino de maneira cruel e avassaladora.
Nos meus idos anos de estudante ginasial (era assim como se chamava o ensino fundamental). A figura do professor ou professora era de sumo respeito, o saber provinha deles e por isso tínhamos grande consideração e apreço. As regras também eram outras, não havia tantos trabalhos que hoje são facilmente copiados e colados da internet. Havia mais seriedade nas avaliações e o peso de se não conseguir recuperar-se era ficar reprovado.
Hoje com essas regras idiotas de facilitar a vida do aluno só para diminuir o índice de falhas do ensino público e privado, o aluno tem incontáveis chances de fazer reavaliações, dependências e todos os outros mecanismos criados pelo MEC apenas com o intuito de mascarar suas próprias falhas como entidade máxima do controle de ensino.
Vejo escatologias o tempo todo, que são fruto dessas medidas, para mim, gente que sentou em um banco de universidade, seja ela pública ou privada, não fala nem escreve errado, não falha no que foi formada a fazer, vemos bandos de médicos errando, advogados chicaneiros, prédios que caem por engenheiros ruins.
Será mesmo que o fim dos tempos não vem em fogo e enxofre, mas sim por queda na capacidade do ser humano em aprender e fixar o conhecimento para passar à posteridade?
Tenho colegas que são uma vergonha à categoria, mal formados, deficientes em seus conteúdos e práticas de ensino. Doutores de um saber que parecem mais defecar mármore em sua grandeza no alto do Olimpo.
Hoje os estudantes não têm o mínimo de respeito por eles, sites são feitos e comunidades criadas com o intuito de ridicularizá-los, faz-se por merecer. Mas agressão física, coação, ameaça, aí já é físico demais. É crime.
Certa vez uma mãe veio me procurar na escola por que queria que conversássemos com a filha dela, pois ela mesma como mãe já não dava mais conta da menina de dez anos.
O papel da escola é fazer o conjunto com a família, mas como já dizia Paulo Freyre: "A escola não pode fazer o papel da família e nem a família o da escola". Cada um em seu papel fundamental na educação quer seja de conteúdos (escola) quer seja de valores (família). Mais que isso, a própria sociedade tem que ser menos omissa na criação dos filhos que ela mesma teve, é muito lindo ter um bebê, ele chora, ri, faz coisas que todo mundo admira, mas quando crescem, tem que ter a percepção dos valores familiares.
Quantas vezes você já almoçou em família este ano? Quantas vezes já procuraram saber sobre a vida do seu filho, mas não com o inquisidor olhar de diretor de penitenciária, mas sim como pai, mãe, designador dos valores morais.
Pense nisso, nesse momento quem está na berlinda dos ataques são os professores, mais lá na frente a rebelião vai se voltar em massa para a autoridade dos pais, por que a dos professores, já caiu a partir do dia em que a Professora Raimundinha parou de lecionar.
Um forte abraço.