sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sobe ao Panteão


Hoje foi um dia triste para mim, acho que para muita gente que tem José Saramago como um exemplo de figura literária ímpar. Hoje nosso amigo de tantos contos, cantados, recitados na conjectura portuguesa da língua, imutável.

Só tenho lamentações para esse dia, afinal acompanhei tardiamente a obra deste imortal, mas ele que também tardiamente começou a escrever, nos deixa com um bojo de obras que valem a pena o deleite da leitura de difícil compreensão a primeira vista, mas também que prende quem o lê e redescobre o prazer no absurdo ou no fantasioso ou nas inferências.


Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras, para temperamentos nostálgicos, em geral quebradiços, pouco flexíveis, viver sozinho é um duríssimo castigo. É preciso variar, se não tivermos cuidado a vida torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca.



Espaço Curvo e Finito

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

José Saramago



Falta vais fazer, espero que a imortalidade avance além dos teus livros e pensamentos.

Sexta feira sem mais comentários.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Raimundinha a professora inesquecivel.


Tenho acompanhado pelos noticiários, os fatos pertinentes às mudanças de comportamento na escola. Fico muito triste em ver que com as mudanças instituídas tanto na realidade escolar como na realidade familiar têm abalado as estruturas do ensino de maneira cruel e avassaladora.


Nos meus idos anos de estudante ginasial (era assim como se chamava o ensino fundamental). A figura do professor ou professora era de sumo respeito, o saber provinha deles e por isso tínhamos grande consideração e apreço. As regras também eram outras, não havia tantos trabalhos que hoje são facilmente copiados e colados da internet. Havia mais seriedade nas avaliações e o peso de se não conseguir recuperar-se era ficar reprovado.


Hoje com essas regras idiotas de facilitar a vida do aluno só para diminuir o índice de falhas do ensino público e privado, o aluno tem incontáveis chances de fazer reavaliações, dependências e todos os outros mecanismos criados pelo MEC apenas com o intuito de mascarar suas próprias falhas como entidade máxima do controle de ensino.


Vejo escatologias o tempo todo, que são fruto dessas medidas, para mim, gente que sentou em um banco de universidade, seja ela pública ou privada, não fala nem escreve errado, não falha no que foi formada a fazer, vemos bandos de médicos errando, advogados chicaneiros, prédios que caem por engenheiros ruins.

Será mesmo que o fim dos tempos não vem em fogo e enxofre, mas sim por queda na capacidade do ser humano em aprender e fixar o conhecimento para passar à posteridade?


Tenho colegas que são uma vergonha à categoria, mal formados, deficientes em seus conteúdos e práticas de ensino. Doutores de um saber que parecem mais defecar mármore em sua grandeza no alto do Olimpo.


Hoje os estudantes não têm o mínimo de respeito por eles, sites são feitos e comunidades criadas com o intuito de ridicularizá-los, faz-se por merecer. Mas agressão física, coação, ameaça, aí já é físico demais. É crime.

Certa vez uma mãe veio me procurar na escola por que queria que conversássemos com a filha dela, pois ela mesma como mãe já não dava mais conta da menina de dez anos.


O papel da escola é fazer o conjunto com a família, mas como já dizia Paulo Freyre: "A escola não pode fazer o papel da família e nem a família o da escola". Cada um em seu papel fundamental na educação quer seja de conteúdos (escola) quer seja de valores (família). Mais que isso, a própria sociedade tem que ser menos omissa na criação dos filhos que ela mesma teve, é muito lindo ter um bebê, ele chora, ri, faz coisas que todo mundo admira, mas quando crescem, tem que ter a percepção dos valores familiares.


Quantas vezes você já almoçou em família este ano? Quantas vezes já procuraram saber sobre a vida do seu filho, mas não com o inquisidor olhar de diretor de penitenciária, mas sim como pai, mãe, designador dos valores morais.
Pense nisso, nesse momento quem está na berlinda dos ataques são os professores, mais lá na frente a rebelião vai se voltar em massa para a autoridade dos pais, por que a dos professores, já caiu a partir do dia em que a Professora Raimundinha parou de lecionar.



Um forte abraço.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O batismo


Em Belém, o mal das grandes metrópoles chegou primeiro que o progresso, a violência arrasadora nos faz esgueirar-nos pelos cantos com medo de tudo e de todos. As pessoas andam na rua com desconforto, às vezes quando ando na calçada do Museu Emilio Goeldi, sinto que as pessoas vão desconfortáveis por haver alguém atrás delas. É muito chato, passo na frente e vou mais rápido para fugir da sensação de ser o cara que vai arrancar a bolsa da velinha na frente.


Mas recentemente fui batizado em Belém, um lanceiro (é como se denominam os oportunistas de momento para roubar uma bolsa, um objeto), meteu a mão no meu bolso em um coletivo e me levou a porta cédulas. Sorte que sou sempre pão duro e só ando com o dinheiro necessário, cerca de seis reais. Mas o gatuno me levou a cédula de identidade, e ai vem meu segundo batismo. A epopéia de tirar um novo documento.


Fui a uma delegacia no centro da cidade, ótimo, fui atendido rapidamente, eficiência das escrivãs de polícia da Seccional do São Braz merece aplausos.
Vem a segunda parte; fui tirar a propriamente dita cédula de identidade, fui a um posto em um Shopping Center, que segundo me informaram, dava gratuidade para quem teve seu RG roubado, como eu. Ao chegar lá por volta de sete e meia, surpresa, são distribuídas apenas setenta senhas, e quem estava fora desse número, na quilométrica fila, era informado por um super educado guarda que dizia: _Acabou, acabou, vão embora, só amanha!


Fui para casa, resolvi tentar no dia seguinte. Quatro da manhã, banho tomado, café da manhã no buchinho e zás. Cheguei às quatro e vinte. Pensei ser um dos primeiros. Que nada fui o vigésimo quarto (que sacanagem!), mas aí comecei a descobrir uma prática bem peculiar, gente que vai para a fila e vende o lugar, até ai tudo bem, quer vender? Vende. Mas os larápios, vendiam o lugar e continuavam ao lado de quem comprou, vendendo a vaga inúmeras vezes.

Resultado; de vigésimo quarto saltei para trigésimo sétimo (ufa), e finalmente às oito da manhã, fomos entrando no estacionamento do shopping. Mais um contra tempo; minha foto não estava no padrão exigido, cara de bolacha Maria na foto, fui e tirei nova. Mais um imprevisto, meu BO não serviu para nada, só é concedida a gratuidade para quem foi roubado uma vez, para quem foi roubado mais de uma vez, que se dane, pague a taxa.

Paguei R$ 28,10.


E ai lá pelas onze e quarenta, saí feliz, identidade nova, tudo maravilhoso. Enfim, o que me dá alento é que amanhã vou tirar uma nova carteira de trabalho, já me falaram que lá a fila enrola e as senhas são só vinte. Já estou pensando em comprar o colchão e levar hoje a noite, vai ser uma longa noite...



Fortes abraços!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Chifres em cabeças de todos os equinos


Todos nós temos nossas neuras internas, eu mesmo tenho minhas neuras, até tive uma empregada doméstica chamada Neura. Por isso não estamos livres de ter acessos de raiva e a começar a procurar chifres em cabeças não só de cavalos, mas de todos os cavalos da vida e fazê-los unicórnios míticos expiadores de nossas culpas.

Eu mesmo passo por isso constantemente, mas temos que ter o discernimento de que os chifres nem sempre existem, nem sempre sabemos como está a pessoa do outro lado, não podemos olhar nos seus olhos e ver o fundo de sua alma, não vemos nem sentimos nada por telefone, só a voz que nem sempre transparece nenhum sentimento. Devemos parar de procurar consumições para nosso ego e tentar arcar com a melhoria do futuro de todos nós.

Uma coisa é certa. Uma vez li em uma revista espírita (faz muito tempo), e tinha uma pergunta do leitor para o médium Chico Xavier, o leitor cujo nome não me recordo, perguntava qual seria o melhor remédio para que sempre estivéssemos em paz conosco e com os outros. Chico na sua sensatez admirável respondeu ao leitor: “Pra se ter paz, o começo é a caridade o perdão, e para se ter plena paz, O REMÉDIO É TRABALHAR.”

Então, vamos trabalhar, manter a consciência do bem comum como pregava Sir Thomas More, o bem comum só se atinge quando a consciência coletiva do ser humano é capaz de progredir, se não temos isso, parto para a filosofia do Espiritismo, seremos sempre espíritos pouco evoluídos, presos a coisas terrenas e impossibilitados de crescer e progredir no plano superior.

Vamos nos desapegar de tudo que nos coloca para baixo e nos impede de subir, de galgar mais alto os passos do criador e no fim, só podemos esperar para ver o que nos reserva o avante, por que o futuro é certo.


Beijo no coração.

Avatares e Eleições 2010


Bem amigos, estou em casa nova, esta semana abençoada começa com a estréia do Brasil na copa, contra a super potência de Kim Jong-il. Mas depois do jogo a gente fala sobre isso. Esta semana mesmo está marcada pelo fim do prazo para que pré-candidatos sejam efetivados pelos partidos como candidatos. Serra e Marina não trazem nenhum assombro no bojo, afinal já estão na labuta política há muito tempo, mas a candidata biônica Dilma, realmente consegue se desenvolver rapidamente como um clone cinematográfico de Lula, principalmente por que ele faz questão de dizer isso, Lula é Dilma e Dilma é Lula.

Na verdade o bordão é mesmo que Dilma é a alma feminina de Lula. Mas partindo do princípio que a candidata de laboratório tem fortes chances no páreo; paramos para pensar os quesitos que pesam sobre Dilma, além do fato de que se ela for eleita, será por puro mérito de Lula e ninguém mais, se ela não for eleita, que se dane, todo mundo vai dizer que era uma candidata artificial demais.

Falando sobre temas enfadonhos em meio ao lançamento oficial de sua candidatura, Dilma não tem carisma, é produto do sistema, quase como Lula que também teve que se modificar para hoje estar sentado no trono. Lula desafiou a justiça eleitoral posando com Dilma debaixo do braço para todos os cantos, tentando de todas as formas fazê-la de abelha rainha a parir todos os projetos assistencialistas de seu governo, o TSE comeu poeira.

As coisas andaram; ninguém fala mais em Dirceu nem em Palocci, nem em Delúbio nem em Gushiken, contemporâneos de Dilma na empreitada petista rumo a continuidade dinástica do PT, que fala do Brasil e do povo como se ele nunca tivesse sido do povo antes dos oito últimos anos.


Na verdade mesmo o que precisamos mesmo é que James Cameron volte ao Brasil, não para falar mal de Belo Monte nem dos malefícios que este projeto trará ao Brasil que não dá incentivos fiscais aos plantadores de algodão.

Mas sim para dirigir sua tão esperada continuação de Avatar, que já está em franca operação na pele da substituta ideal de Sigourney Weaver (que morreu no filme). Nossa Avatar DILMA ROUSSEF.



“Eu vejo você!”

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