segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O privado não é público!


Com o desinteresse do grupo Anglo American nas atividades no Amapá, até mesmo por que o polo foi atrelado compulsoriamente ao grande pacote que Eike Batista fez no meganegócio que o tornou a personalidade brasileira mais bem aquinhoada e notícia revista Forbes. A estrutura da mineradora, ainda herança dos tempos da Icomi, volta à baila do noticiário tucujú.

Sem perder a oportunidade de amealhar louros e foguetórios para tentar diminuir os galopantes índices de rejeição de sua administração. O governador Camilo tratou logo de sentar-se à mesa com Pramod Agarwal, Ceo do grupo Zamin Ferrous, que timidamente atua no Amapá pela Zamapá Mineração.

Na ribalta armada com os coadjuvantes prefeitos dos municípios mineradores e mais o prefeito de Santana, o município escoador. Camilo chamou a imprensa para anunciar a descoberta da pólvora: Que o Amapá não pode sobreviver colhendo castanhas e recebendo mesada do FPE, como assimilou seu pai quando foi governador do estado por dois mandatos capitaneados pela politica de catar coquinhos na floresta.

Já não é de hoje que a fama de japiim, aquele pássaro amazônida imita todos os outros pássaros e que cria os filhos alheios. Faz parte do perfil de Camilo e sua administração. Pois bem se sabe que as diversas obras das quais ele corta a faixa inaugural, ainda são remanescentes de governos passados, ou obras que foram conseguidas a duras penas pelos membros da bancada federal. Mas nenhuma substancialmente dos membros de seu próprio partido. Que, diga-se de passagem, são umbilicalmente ligados ao governador pelo fato de serem seus próprios pais.

É louvável que o Grupo de Agarwal venha para o Amapá. Mais louvável que venham os investimentos. Tanto de capital financeiro, quanto o maior aporte que a empresa pode fazer: o da geração de empregos para técnicos, engenheiros e muitos outros profissionais que não tem a vocação de berço para se aboletar nas repartições públicas como servidores concursados. Desejo que ao que parece começa a deixar de ser o sonho do amapaense.

Vale ressaltar que o papel politico neste momento em que o Amapá parece engatinhar no passo da industrialização, comemora-se o governo com fogos e estouros de espumante de sidra, um fato que já é comum em cidades como Marabá, que tem mais de dúzias de altos fornos em franca operação e um desenvolvimento que deixaria a capital tucujú de bochechas coradas.

Já não é de hoje que os entusiastas da industrialização cantam a pedra de que o estado precisa desesperadamente de recursos que não venham apenas da mesada da viúva, mas sim fruto de seu próprio valor. Alardear a vocação do porto de Santana ou a qualidade do nosso minério de ferro, já não é mais uma descoberta inaudita e sim um fato consumado e de domínio público.

Camilo tem formação intelectual suficiente para saber que uma jogada de marketing politico como essa, já não entusiasma mais ninguém. Pois quem tem conceitos para formar opinião sobre o tema, já entendeu há muito tempo que um empreendimento privado trás benefícios. Mas que é preciso do apoio através da concessão de energia farta, incentivos fiscais. Estruturas que estão sob a regência da administração pública.

E o leigo, apesar de ter conceitos sobre o benefício da geração de emprego. Não vai associar nunca a iniciativa de um grupo privado que veio para o estado com as próprias pernas, atraído por uma oportunidade comercial proporcionada por outro grupo privado, para um empreendimento privado. Como o primeiro milagre econômico da administração de Camilo e seu grupo privado.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...