sexta-feira, 4 de junho de 2010

Rota Hilusória - RH


Nos últimos dois meses tenho frequentado os sites de RH (recursos humanos) daí para constatar uma tese. Praticamente me cadastrei em todos os sites com meu currículo (que não é pouca coisa!), para ver se algum desses sites tinha algum resultado ou alguma chance para mim. Foi uma completa decepção. Dois meses de cadastros, candidaturas para vagas onde meu currículo especificamente caía como uma luva! E... Nada.

Recebi um telefonema de uma delas me convidando para uma entrevista. Fui até lá, uma psicóloga bem novinha (parecia estagiária) me entrevistou, leu todo o anúncio da vaga como se fosse um sermão de Vieira, me deu algumas dicas sobre como fazer um bom currículo e só! Como naquelas músicas do passado: disse que ia me ligar e nunca mais deu notícias. Só para tirar a dúvida, entrei no site da empresa que oferecia a vaga. Uma multinacional da área de alimentos e fertilizantes. As vagas já não estavam mais disponíveis. Que pena.

Outros sites atacam de táticas mais pomposas como anunciar o salário a ser pago a titulo de incentivar os candidatos a veicularem seu currículo no site (que é pago!) e lá fui eu com meu "Américan Esquece" para testar estes sites. Não preciso dizer que nunca recebi uma mísera ligação e os emails que chegam destas empresas para minha caixa de mensagens são ofertas de novos produtos ou serviços para comprar.

Um site curioso foi um de renome nacional, que a gente paga e as vagas oferecidas são as que veiculam em agências e sites locais que não são pagos. Mas o incauto assinante só descobre isso depois que fechou um contrato de no mínimo 3 meses com a dita empresa para veicular seu currículo em valores de vão de R$ 30,00 a módicos R$ 280,00 dependendo do pacote. Em alguns, você paga até para saber quem está querendo te contratar.

Fico imaginando como deve ser para uma pessoa que está desempregada, bater a cara na porta dessas agencias virtuais, porque ou esta sem grana (pois o seguro desemprego não é eterno) ou porque seu "Américan Esquece" já não é mais aceito por ser uma verdadeira navalha.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Something evil's lurkin' in the dark (Algo maligno está espreitando na escuridão)


Já dizia Michael Jackson em seu Cult dos anos 80: "Cause this is thriller, Thriller night".
E não é que ele tinha razão. No pleito 2010 o eleitor tem que ter cuidado, pois vai encontrar vários motivos para ter medo (E não é o medo que Regina Duarte tem de Lula!). É a bomba relógio do apagão, caso Belomonte não saia do papel e do discurso. A reforma política, a reforma tributária, a ficha limpa que tem jeito de meio tisnada, o medo de uma crise grave mundial balançar as finanças brasilianas. E pasmem! Os próprios candidatos à presidência da república. Cá pra nós, não sou preconceituoso, mas esse pacote de candidatos faz meu querido e saudoso Enéas Carneiro parecer Dorothy no reino de Oz. Ô povinho esdrúxulo.
Temos nosso digníssimo Candidato José Serra, que tenta, tenta e talvez novamente morra na praia, assim como muitos outros que tentaram (o próprio Lula tentou três vezes antes de sentar no trono). Mas sua imortalidade poderá ser explicada por uma semelhança aterradora com Klaus Kinsky quando imortalizou Nosferatu na década de 20, no noir pérola do cinema expressionista alemão.
A seguir temos a temerosa Marina Silva, que aponta além de baixo índice nas pesquisas, por que a população brasileira é preconceituosa sim, e não vota em gente de cor (afro descendente, desculpem) muito menos uma pessoa que se alfabetizou na pré-adolescência. E cá pra nós, o medo que Marina nos dá é o de ser não tão radical quanto a Heloisa Helena, mas por que também não faz o tipo Mãezona. E tem uma semelhança suspeita com Chucky de Child's Play, filme B de 1988.
E a grande finalista do dia é a Madame do título fantasma. O que assusta é o fato de nem mesmo o site da Casa Civil saber que a candidata não é nem mestrada nem doutorada em nada, “só cumpriu os créditos”, mas não defendeu a dissertação nem a tese. Eu que já passei por estes dois tormentos (summa cum laude graças a mim e a Deus!) posso me apresentar assim, mas a Dilma não. "Mestrando" e "doutorando" contribuem tanto na qualificação acadêmica quanto ser "vestibulando". E quanto a isso fico em dúvida se há um toque de Ugly Betty em Dilma ou se fica para a cômica maquiagem de Angélica Houston em Convenção das Bruxas de 1990.
Nota: Os que não foram citados, foi porque não figuram na lista de quem assusta, são meros fantasmas ou são funcionários comissionados do Senado.
E Voltando a Michael Jackson...
"Cause this is thriller
Thriller night
And no one's gonna save you
From the beast about to strike
You know it's thriller
Thriller night
You're fighting for your life
Inside a killer
Thriller tonight, yeah"

Curta o feriado e vá para a Igreja, amanhã é Corpus Christi. Reze por nós.

 

terça-feira, 1 de junho de 2010

Algozes & Carrascos יִשְׂרָאֵל


Se existe um povo pelo qual tenho grande admiração e respeito é pelo povo judeu. Sua histórica saga transcende as histórias do antigo testamento. Ô povinho para sofrer. Foram expulsos, escravizados, enxotados, torturados, banidos, divididos, passaram por centenas de guerras, foram abençoados por Deus, amaldiçoados por seus pecados, viram cara a cara figuras lendárias como Abraão, Moisés, Salomão, Jesus, Golda Meir e Ithzak Rabin. Depararam-se com figuras desprezíveis como Casimiro e Adolf. E mesmo assim... Como as baratas pós holocáusticas, sobreviveram a tudo. E hoje são um exemplo de desenvolvimento na árida região onde se instalou o Estado de Israel desde 1948 quando foi declarado independente.
Mas com a notícia sobre o ataque a navios civis que tentavam furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, fica explícito o papel de Carrasco que Israel assume a partir de agora. No afã de proteger seus direitos o Estado toma para si o papel ditatorial, fundamentalista e nocivo. Os EUA neste momento estão de bico selado para qualquer comentário sobre o ocorrido. Não houve proposições à ONU para que alguma medida fosse tomada pelo conselho de segurança, nem mesmo para puxar a orelha de Benjamin Netanyahu que parece, puxou a arrogância de seu acamado antecessor Ariel Sharon.
Acredito que essa postura boca de siri por parte dos EUA deve ser pelo fato de que Israel não dormiu no ponto e enquanto o mundo se dividia pela cortina de ferro, tratou de fazer para si "A Bomba", objeto hoje tão cobiçado por Armadinejad e seu Irã cheio de urânio pauperrimamente enriquecido que nem para bombinhas de São João servem no momento.
Hoje então nos perguntamos... Israel está imitando quem?
שָׁלוֹם עֲלֵיכֶם - Shalom Aleikhem 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quimeras e Belerofontes


Hípono, homem de grande beleza e rara coragem, era filho de Poseidon e da rainha Efira (futura Corinto), esposa do rei Glauco (que, por sua vez, era filho de Sísifo).


Um dia, quando Hípono passeava junto à fonte Pirene, surpreendeu o cavalo alado Pégaso a matar a sede. Então, graças a um freio mágico que lhe tinha sido oferecido por Atena, prendeu-o.

Entretanto, o trono de Corinto tinha sido usurpado por certo Belero, que o príncipe irá matar, passando a usar a partir desse momento o nome de Belerofonte (assassino de Belero). Segundo a lei, Belerofonte teria de sofrer um exílio durante certo tempo, a fim de expiar este crime.

Segue-se então para a corte de Tiríntio, onde reinava o rei Preto. Acontece que a rainha Estenebéia (ou Antéia, segundo Homero), esposa de Preto, se apaixonou por Belerofonte. Mas este a repeliu. No entanto ela, temendo ser descoberta, denunciou-o ao seu marido, dizendo que o príncipe tinha tentado seduzi-ia.

O rei acreditou nas suas palavras, mas não querendo violar as leis da hospitalidade (que Belerofonte tinha violado; segundo sua mulher), enviou o jovem, com uma mensagem, ao seu sogro, o rei da Lícia, para que este se encarregasse da punição do seu hóspede.

Ióbates, rei da Lícia, em vez de matar o jovem, como Preto lhe pedira, preferiu sujeitá-lo a uma prova, na qual ele obrigatoriamente encontraria a morte, Essa prova consistia em libertar o país de Quimera, uma criatura fabulosa, nascida da relação entre o monstruoso gigante Tífon e a ninfa com corpo de víbora Equidna.

Quimera apresentava-se com a forma composta de um leão, uma cabra e um dragão, cuspia fogo e devorava os rebanhos. Belerofonte lembrou-se então de utilizar os serviços de Pégaso, Montou no cavalo alado e percorreu o céu, repelindo o monstro e abatendo-se sobre ele em vôo picado. Quimera tentou resistir, cuspindo as suas chamas, mas Belerofonte selou-lhe a boca com uma bola de chumbo, asfixiando-o.

O herói triunfou, ainda, noutras provas imaginadas pelo rei da Lícia: venceu o povo selvagem dos Sólimos, massacrou as Amazonas e fez abortar uma emboscada urdida pelos melhores guerreiros do país, que ele matou um a um. Reconhecendo o valor excepcional de Belerofonte, Ióbates, rei da Lícia, ofereceu-lhe uma das suas filhas em casamento e simultaneamente metade do seu reino.

Como Belerofonte regressou a Tiríntio, a tradição conta que a rainha que o tinha caluniado e que era irmã da sua mulher, se suicidou ou que esta, tendo querido fugir, utilizou o cavalo Pégaso, que a sacudiu da sela, sobre o mar, provocando a sua queda no meio das ondas.

Belerofonte teve dois filhos, lsandro e Hipóloco, e uma filha, Laodâmia. Esta, seduzida por Zeus, teria dado à luz o herói Sarpédon (que comandou um contingente de Lícios, ao lado dos Troianos, tendo perecido sobre as muralhas de Tróia, como o seu primo Glauco, filho de Hipóloco).

Belerofonte não conseguiu, no entanto, escapar à tentação da vaidade. E assim, certo dia, montado no cavalo Pégaso, quis atingir o Olimpo, a fim de se tornar imortal. Mas Zeus derrubou-o da cela, fazendo-o cair sobre a terra, onde permanecerá errante e paralítico "consumindo o seu coração, diz Homero, e evitando os caminhos dos homens". Laodarnia também pereceu às mãos de Ártemis e lsandro às mãos de Ares.

E como vemos a mitologia sempre enreda a vida real. Mesmo sem os entes fantásticos, o enredo de quem matou quem traiu quem venceu quem perdeu e quem pereceu. Ainda é muito atual, guardem minhas palavras para depois de Copa do Mundo, aí vem as Eleições!

domingo, 30 de maio de 2010

Uma moeda por seus pensamentos...


Domingo de calmaria. Eu também estou com a guarda em baixa após uma supra-reflexão sobre a vida. Convenhamos que a vida seja um grande balaio de gatos, com todas as raças e variações de matizes que os felinos podem ter. Assim é a vida, nascemos, crescemos, mudamos... Mudamos? Será que realmente faz parte da nossa natureza a arte de mudar? Acredito que o verbo mais indicado é ADAPTAR, mudar realmente nunca mudamos; faz parte de nossa natureza estar em constante adaptação a novos tempos, costumes e fatos, mas a essência do que somos essa realmente não se altera. Nem nos grandes momentos como a conversão, doutrinação ou pela força da ordem nos faz mudar a essência boa ou má que temos dentro de nós.
Queria eu que isso fosse possível, pelo menos assim deixaríamos esse contexto de pseudo-mudanças, para uma vida realmente nova. Acredito que os "Pretenders" como eu, sim, mudem de fato, mas somos pessoas tristes e solitárias, que ao invés de nos adaptarmos a novas regras, simplesmente criamos nossas regras e mudamos de personalidade, estilo e essência para vivê-las.
Peças intercambiáveis sem as quais seria impossível o mundo evoluir, o que nos faria uma sociedade de funcionários públicos, grande em número, mas, poucos em eficiência. Mudando o tempo todo, de vida, de nome, de essência, só para se adaptar ao meio, como bactérias evolutivas e errantes.
Ser assim é ser triste, sem raízes sem fundamentos, sem ética e nem moral. Vidas adaptáveis são vazias sim, mas são mais de seis bilhões vivendo vidas adaptáveis, quase como peças prontas. Às vezes não nos adaptamos nem mudamos. Meu pai, por exemplo, ainda não se adaptou ao maravilhoso mundo da internet, talvez nem se adapte, mas não é culpa dele, talvez seja culpa dos novos tempos. Que chegam a dar medo quando olhamos com mais atenção o que o tempo é capaz de fazer conosco e com os outros. E, ufa!
Acho que já chega desse papo medonho de Freud. É melhor mesmo não quebrarmos a cabeça tentando descobrir o que Rodin tinha na cabeça quando fez Le Penseur. E a pergunta que não quer calar (dentre milhões de perguntas sem resposta: Michael Jackson morreu mesmo?). O que diabos o pensador está realmente pensando naquele raro momento de introspecção em que se encontra depois de um século?
Acho que essa é mais uma das grandes perguntas que nunca vão ser elucidadas, até mesmo porque Auguste Rodin já está no andar de cima há muito tempo e nenhuma carta psicografada chegou até hoje explicando o fato. E para o Le Penseur, eu até tive coragem para perguntar quando o olhei nos olhos ano passado, mas acho que meu francês era moderno demais para ele, por que não obtive resposta, então, fui bater na Porta do Inferno.
Ela abriu!
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