sexta-feira, 18 de março de 2011

Amparo e circunstância


Sexta feira, dia de se contabilizar os estragos e os lucros da semana pós carnaval. Hoje mesmo senti a necessidade de mudar um pouco os planos antes traçados e de uma maneira radical. Acho que uma guinada será suficiente para exercitar esse quadro de inércia ao qual me prostrei durante tanto tempo. Vejo que se passou quase um ano desde que comecei o Coisas da Vida, minha vida também teve várias revoltas emudanças e o mundo também.

Hoje vejo claramente sob uma perspectiva mais crítica e exigente as cores e tintas que usei durante este tempo, desde minha volta ao Brasil, depois de tantas idas e vindas ao velho mundo e ao extremo oriente. Luz, sempre a luz. Fui em busca de luz e achei tanta luz que hoje já vejo o mundo meio que desfocado pelo excesso de trabalho dos cones e bastonetes.

Vejo também que as pessoas tem uma necessidade premente de se satisfazerem, de tirar proveito das situações, enfim, de se dar bem. Infelizmente apesar de toda a malícia e experiencia, não comunguei deste comportamento e hoje pago o preço de nunca querer ter sido um parasita, um vampiro, nem emocional nem social nem financeiro.

Pagamos o preço o tempo todo de sermos diferentes, de as vezes acharmos que estamos em um planeta ou num tempo que não o que deveriamos estar. Sinto isso desde a primeira vez que abri os olhos ao ser parido.

As circuntancias que me levam a inferir a existencia de eventos paralelos ou universos paralelos ou até mesmo a conrcordar com a teoria das super cordas, para justificar esta diferença gritante entre a realidade e a terra de desafios tão pouco desafiadores, que poderiam ser mais estimulantes queos trabalhos de hércules, mas não são.

Acho que cansei de viver uma vida que não é minha, de invadir corpos alheios, de tomar como minhas as posses de outros e as faculdades de outros, a alma dos outros. Cansei mesmo de coletar almas perdidas e viver suas vidas como dantes eram quando viviam.

Hoje vejo o quanto de responsabilidades carreguei nesta caçamba de almas, personagens, valores e fundamentos, e no fim para que serve tudo isso? Qual a benesse deser outra pessoa? Bem acho que este foi o unico meio disponivel para viver uma vida comum como pessoa comum, se bem que isso foi sempre impossivel.

Sempre correndo, sempre com medo sempre saindo daqui para ali com uma finalidade imensa de achar um lugar no mundo onde eu pudesse ser simplesmente eu. E olha que o mundo é grande, mas não achei esse lugar. Mas acho que ele está mais próximo do que eu procurava. Não está no velhomundo nem nos confins do oriente.

Simplesmente este lugar sou eu mesmo, acho que agora entendo por que este meu mundo precisa de amparo, é uma mera circunstancia, uma pea do destino, uma piada de Deus. Eu, criado para um mundo que não está pronto para mim ou eu não estou para ele, não sei ao certo, só sei que chegou a hora de sepultar este veículo e voar para outras paragens, talvez lá eu possa ser a metade do que sou sem me preocupar em ser eu inteiro, se isso nunca foi possivel.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Peregrino em uma terra pagã


Mais uma vez a crise passou, depois de todos os males, tsunamis e terremotos, posso dizer que mais uma vez fui salvo pela perseverança e resiliência, e mais um pouco de fé. Afinal sem ela somos menores que o grão de mostarda.

Hoje a tarde estava fazendo um extrato da minha crise x paz, enquanto soldava umas peças metálicas, vi o quanto a vida pode ser diferente para cada caso, depende do nosso ponto de vista.

As vezes fazemos juizo errado das pessoas e situações, tomamos nossas conclusões e maquinamos meios de nos indispormos com alguem, simplesmente pelo fato de termos acreditado que o que acontece com os outros e nos afeta, é por que a coisa é pessoal.

Aprender a lidar com a diversidade das pessoas, isso nos faz criar um sentimento de confiança, mesmo que não seja mútua, mas já está de bom tamanho, afinal errar e condenar, são fraqueas estritamente humanas.

Mais uma vez aprendemos o poder medicinal do perdão, mesmo que não se utilize a palavra vazia das desculpas. Mas o perdão é importante, com ele deixamos de sobrecarregar nossas vidas com o peso alto das culpas e dos remorços, e assim o ódio nunca nos deixa sozinhos. É importante perdoar, sem medidas sem pesos sem julgamentos precipitados.

Com isso podemos ficar livres, livres e soltos para viver uma vida sem fronteiras ou barreiras morais, sociais ou até mésmo psicológicas. Isso me faz lembrar a luta do peregrino, através do mundo pagão, tentando jogar pérolas aos porcos, ou semear no pedrisco.

Ou até mesmo dos pecados capitais, aos quais nos prendemos como forma de limitar nossos sonhos ou desejos. Mas temos que ser comedidos, a vida está lá fora e ela nunca para, nem acaba com a morte, só temos que aprender a seguí-la como o veleiro segue a rota do vento.

Em virtude disso acho que aprendi a controlar a ira, desistir da inveja, parar com a gula e deixar a vaidade para os belos. Só a pregiça que as vezes bate a porta, mas a mando embora junto com a avareza, da qual não comundo por ser farto de mais. Mas da luxúria não abro mão.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A gota d’água


Pode ser a gota d’água... Assim já cantava Chico Buarque em sua música homônima. E as vezes parece que as gotas de água nunca param de pingar como uma eterna tortura chinesa.
Esta semana tive uma briga homérica com pessoas de minha estreita relação, por causa de uma dessas gotas. Afinal sempre procuro cumprir meu papel social, moral, financeiro e afetivo com toda a risca possível. Mas nunca esqueço uma ingratidão, até mesmo por que sou adepto da gratidão eterna.
Fico estarrecido de ver como as pessoas são mesquinhas e no fim de tudo mesmo, o que importa para o mesquinho, é a vantagem, o benefício ou o lucro que vão obter em suas transações afetivo-comerciais.
Me abneguei da importância do dinheiro e dos bens e dos lucros a partir do momento em que esses fatores passaram a me trazer todo o tipo de dissabores e desgostos, de fatos de longa data. Hoje posso dizer que apesar de não ser rico nem tão remediado assim, acho que alcancei o estágio evolucionário de desapego e com isso o sofrimento de conviver com seres ainda involuídos e escravos da usura.
Não posso ser ridículo em dizer que não precisamos do dinheiro. É claro que precisamos, afinal sem ele não se faz nada em um mundo extremamente dependente dele. Até mesmo a forma como conduzo minha vida depende desta ferramenta destrutiva.
Fico pensando quantas vezes deixei de ser feliz por causa da ausência ou da presença do dinheiro. Fazendo jus a sabedoria popular que diz que realmente o dinheiro não trás felicidade, nem muito menos compra a felicidade nem a sua ausência proporciona a felicidade. Posso então classificar o dinheiro como o oxigênio que respiramos que apesar de ser necessário para as funções da vida, sua mera presença dentro de nós causa a oxidação e o envelhecimento, que no futuro levam à morte.
Depois destes fatos não esclarecidos, resolvi novamente dar mais uma guinada em minha vida. Acho que esta na hora de sair na chuva, enfrentar as gotas de água, parar de me esconder e me omitir que o tempo esta passando e tudo pode mudar e eu não acompanhar o carro das mudanças.
Então amanhã é um novo dia e talvez o começo uma nova era, onde finalmente posso ser cada um por si e Deus por mim e por todos. Decisões tardias nem sempre são boas, pois o risco da falta de dependência de alguém me leva a crer no medo que sinto.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!
Como já achei o alguém da minha vida, meu passo agora é enfrentar os desafios e cuidar desse algum, pelo qual nasci para estar perto. O resto? São gotas d’água de uma eterna chuva. Mas para isso existem os impermeáveis...
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