sábado, 10 de setembro de 2011

Servir ou fazer?

Existe certa confusão entre liderança servidora com a liderança fazedora. Primeiramente, quem precisa fazer o trabalho dos colaboradores, tendo em vista que estes não o realizam a contento, não é um bom líder. No máximo, seria um bom capataz, chefe, gerente.


Há autores, palestrantes, renomados no mercado, que mantêm a opinião de que a liderança de servir não gera resultados às organizações, o que é, uma grande inverdade. Há muita discussão sobre o tema liderança e, certamente, temos que respeitar as mais variadas opiniões, pelo fato de que, se onde estivermos, seja no campo das idéias ou da aplicação prática dessas idéias, estamos sempre aprendendo, evoluindo. Contudo, em assuntos como motivação, vendas, liderança, carreira, não há axiomas, mas sim, caminhos em busca da excelência, poucos deles, consolidados ou imutáveis.


A liderança servidora não, necessariamente, faz com o que o líder execute qualquer tipo de trabalho. Aliás, há líderes (e esse é o papel deles) que não executam qualquer trabalho de operacionalização, mas são tão capazes de alocar pessoas e recursos certos nos lugares certos, que este é o grande diferencial: eles geram resultados no campo das idéias, das estratégias, da motivação de pessoas.

Não podemos subtrair os valores da liderança servidora, tampouco negar os resultados da liderança recíproca, que tenho difundido sempre, por ser um conceito próprio, mas, sobretudo, porque fica fácil a percepção de que gera enormes resultados, é claro, desde que esteja alinhada aos objetivos, missão, visão e valores da empresa.


Temos que tomar cuidado para não gerarmos uma grande confusão entre a liderança que serve, e a que executa. A liderança que serve, quando o colaborador não consegue executar seu trabalho, diz: "Olha só, você me parece com um potencial muito maior do que o que vem nos apresentando. Você sabe que vivemos de resultados e, principalmente, positivos. É isso que queremos de você. Como é que podemos lhe ajudar para que você nos apresente o melhor que pode? Onde estamos errando com você, ou você e vice-versa?" Note que é uma conversa franca. O líder mostra que não está contente com os resultados, mas, que acredita no potencial do indivíduo e pede ajuda para que consigam encontrar a melhor solução.


Servir não é no sentido de se tornar escravo dos colaboradores, aceitar a improdutividade, o descaso. A liderança do servir é treinar, dar oportunidades para que a pessoa encontre significado no trabalho e para que perceba o quanto é importante para a geração dos resultados, que precisa entregar seu potencial maior à empresa e à equipe da qual faz parte.


Outro ponto é negar os exemplos de pessoas notórias, que deram uma enorme contribuição à liderança servidora. O fato é que, especialmente, pessoas como Gandhi, Madre Tereza, Jesus Cristo tinham outros propósitos que não a acumulação de riquezas e, certamente, é isso que aborrece a muitos o estilo de liderança que pregaram. Não meramente falando no aspecto religioso, até porque nenhum deles disse que a pobreza salva, que a pobreza faz bem, que ela enobrece o ser humano. É outro erro de interpretação. O que eles diziam é que não é interessante que UM seja bilhardário, enquanto um bilhão são de miseráveis, o que é plausível. O jeito de liderar desses respeitáveis nomes não coaduna com o princípio do "POUCOS NO LUXO e MUITOS NO LIXO".


A forma de liderança servidora e recíproca pode ser aplicada a toda e qualquer organização ou pessoa que se alinhem aos princípios destas. Obviamente que, se o único e gélido objetivo é o lucro para poucos, tais aspectos e princípios dessa liderança podem não surtir os resultados particulares esperados.


Enquanto muitos de nós ainda estudamos maneiras de promover a motivação, o interesse, de dar vida à obra de cada colaborador, mostrando que são peças fundamentais de uma engrenagem, esses grandes líderes apontados, há séculos, já sabiam e faziam isso.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Uma crise do nada

Em breve estaremos no momento copa do mundo de novo. Novos eventos, velhos problemas. As contas públicas estão cada vez mais arrochadas e o reflexo no governo Dilma tem sido evidente. Até mesmo o Banco Central tem procurado se esquivar das acusações de que a presidente tenha interferido na baixa de juros do Copom recentemente.

Uma das coisas que me leva a crer é que Dilma agora tem a oportunidade de ouro de se mostrar realmente a mulher fria e calculista que é. Utilizando apenas a ferramenta que mais lhe cai bem; os números.

Depois da saída de Palocci e Dirceu da corriola do Planalto e com Lula na defensiva correndo pela raia lateral. Pela primeira vez Dilma pode atuar sozinha, o que antes se fazia em trupe ela agora tem a oportunidade de mostrar a que veio e se veio.

Nunca fui a favor de Dilma para presidente, não vou mudar de idéia neste instante só por que ela esta sozinha e meio que isolada em um momento que pode ter tudo para dar certo ou, caso minhas palavras proféticas de 2010 se comprovem, ela possa ser realmente a biruta de aeroporto em um momento em que o vento parou.

Assim como ela o congresso enfrenta uma crise de sem precedentes da fase de inutilidades domésticas, as coisas estão calmas demais e nenhum escandalosinho tem ecoado, como propinodutos ou denuncias de corrupção generalizada, a não ser a ultima cruzada de defesa dos Roriz, mas com isso já estamos acostumados desde Luis Estevão e Nicolau.

Até mesmo Sarney tem se posto a guarda baixa com seus bonecos de pano, seu único passatempo tem sido o de torturar seu desafeto amapaense, João Capiberibe, que aguarda sentado a chance de voltar ao Senado. Enquanto isso ele brinca de Sarney no Amapá.

Voltando a Dilma e sua crise existencial, talvez um pouco de leitura à Rhonda Byrne a deixe mais confiante para enfrentar a "crise do nada", talvez até mesmo Lula, compadecido da companheira de luta lance alguma crise para que as coisas possam ficar mais acaloradas, pois se continuar desta maneira, talvez William Bonner e Fátima Bernardes tenham que voltar para casa mais cedo e providenciar quadrigêmeos desta vez.

Quem sabe assim temos mais noticias...


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Novas pessoas, velhas revoluções


George Orwell foi um precursor das comparações do mundo animal, com nossa sociedade humana. Em Animal Farm, que teve seu titulo traduzido para o português, como "A Revolução dos Bichos", Orwell retrata como seria a hipocrisia de uma sociedade alimentada por seus donos e que em uma bela manhã de sol os próprios bichos resolvem tomar conta de si mesmos, mas em um futuro não muito distante, os porcos (sempre os porcos!), tomam conta da administração e acabam repetindo todos os erros dos humanos.

Assim a política local tem se comportado, rebelando-se contra a própria espécie que a criou. O Governo do Estado, ainda sem nenhuma bússola definida continua tentando acertar nas mudanças, sendo que as tais propostas mudanças tem acontecido sim, mas não no contexto de beneficiar a população amapaense, mas no próprio governo.

Peço licença a Orwell para comparar à conjuntura atual a mesma política fantasiosa, elaborada pelo porco Major (personagem de A Revolução dos Bichos), que ao sentir que sua hora de ir para a mesa estava chegando, resolveu compartilhar seu sonho; o de serem governados por eles próprios, sem as interferências ou as submissões de seus amos ou donos humanos.

Criando uma série de regras e leis complicadas demais para todos entenderem na essência o estatuto do regime, eles resumiram para os animais menos inteligentes todos os complicados mandamentos do sentido socialista de ser em apenas um mandamento simples: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim". Que era repetido laconicamente pelas ovelhas, como forma de propaganda mássica de um regime pseudo-ideal.

Chego a imaginar se Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, não se inspirou na política resumida dos porcos, pondo em prática o que mesmo em tempos modernos, ainda dá certo com as massas. O que importa mesmo é que os porcos conseguiram adesão total, até mesmo das galinhas com suas duas pernas por falta de mais duas.

Interessante é que tempos depois os porcos passaram a andar sobre duas pernas e enfim a adotar todos os comportamentos humanos que tanto serviram de bandeira para as ações de revolução. No fim das quantas os porcos já moravam dentro de casas, adquiriram os mesmo vícios humanos, fazendo até mesmo com que o slogan da revolução fosse adaptado a nova tendência. "“Quatro pernas bom, duas pernas melhor!"

Enfim a revolução socialista de Camilo, realmente tem sido cada vez menos afeita a mudanças positivas. Durante minha estada no Pará vi uma grande rede de escândalos cercando a ex-governadora petista Ana Júlia, mas apesar da rejeição nas urnas, o governo do PT conseguiu pelo menos fazer algo positivo. Obras que tem algum fundo de ação a população. Diferente do governo amapaense, que tem se preocupado apenas em fazer alianças para uma guerra que talvez nunca chegue a acontecer.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cão sem dono

Como de costume, acordo cedo e faço meus alongamentos matinais e escuto o radio, para ver o mundo lá fora. Particularmente costumo ouvir o programa de dois jovens antipáticos que tem um programa chamado "O Troco". Apesar de não comungar da política local, como estrangeiro, em terras tucujús, não costumo me furtar à dádiva da opinião.

Particularmente, não sou afeito aos mimos da ditadura, de onde não se podia se quer olhar torto para uma autoridade. Mas daí a levantar o desrespeito a uma data importante para o civismo brasileiro, como palco político do descontentamento popular, é sinceramente uma idéia no mínimo "brasileira" demais.

Com tantos momentos para se manifestar, gritar, vaiar ou simplesmente manifestar sua opinião pessoal sobre o conceito do governo, é válido. Qualquer pessoa pode adentrar o Palácio do Setentrião e marcar uma audiência com o Governador, não estou defendendo o Camilo, mas de todas as vezes que fui até lá, falei com ele, ou com quem tinha ido falar e eu nem sou famoso.

Mesmo não sendo amapaense, (mas sou eleitor aqui), me dou ao direito de dizer sim: -Governador, o senhor precisa se cercar de mais assessores competentes, neste momento o único diplomado é a primeira dama (sic) e ...

O dia da independência é um dia para ser colocado no brado de orgulho dos brasileiros, não para abrir manifestos que podem ser bradados a qualquer hora e a qualquer dia, basta organização e disposição, mas a contar que isso até já virou tradição, como a marcha dos excluídos lá em Brasília.

Um dia desses, aquela mocinha lá da Bahia, a Ivete, veio aqui fazer um show e de quebra causou um desconforto bem grande ao saudar o Governador que se encontrava no camarote em plena crise da saúde no Estado. Uma grande salva de vaias veio à tona, mas o pito, que muitos não gostaram, veio da própria Ivete, que disse ser uma visitante, mas que a população escolhesse melhor seus governantes na próxima vez que votassem. O povo não gostou do pito, mas, enfim é uma verdade soberana.

Não sou partidário de Camilo, mas pessoalmente não preciso gostar do Governador. Também não preciso manifestar um ódio mortal por ele nem por quem o antecedeu ou quem o sucederá. O povo nunca estará satisfeito, afinal, lembro-me de Lula e seus brados "Fora FMI", "Fora FHC" e outros foras em siglas da época. E em tempos seguintes Lula era a sigla fora da vez, nas manifestações esquerdistas extremas.

Mas de todo o caldo desta sopa, sou forçado a concordar com os garotos do programa de rádio: Dinheiro tem, falta gestão. Senti isso quando vi a forma com que o governo do estado escalou seu time de "técnicos", ao estilo sorteio de cartas como se fazia antigamente nos programas de televisão que tinham sorteios. Apenas na sorte a seleção aconteceu e como era de se esperar, o universo das probabilidades e a Lei de Murphy sempre conspiram que o pão do pobre caia com a parte da manteiga virada para baixo e assim se deu.

Assim se tornou o Governo do PSB; isolado, sem rumo e o que é pior. No leme além do comandante, um monte de imediatos que mal sabem lavar o convés.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A divindade do mal

Pequenas coisinhas que não entram no nosso ambiente, pessoas contraditórias e atitudes que não correspondem. São essas as características mais marcantes da presença do mal entre nós.

Quando falo em mal, não me refiro a entidades fantasmagóricas importadas do "A Haunted" do Discovery, refiro-me mesmo ao mal em sua essência, seu âmago. Quando nos deparamos com esse mal, físico e sólido... É difícil escapar sem maiores danos.

"Durante muito tempo também pensei como muitas pessoas que o mal é a essência dos espíritos ruins combinados com a malevolência luciferiana. Ledo engano, o mal está entre nós e ao contrario da meta, não precisamos de padres ou pastores para exorcizá-lo."

A cada ação não compreendida, a cada infortúnio, a cada mudança de humor, geralmente responsabilizando os hormônios, o stress, as agruras da vida moderna. Enfim, não responsabilizamos o principal catalisador do mal; nós mesmos.

Você pode até dizer que estou errado, que você vai a igreja todos os domingos, faz sua cota de caridade e está com um dos pés no terreno do paraíso. Mas te pergunto; será?

Ontem tirei minhas conclusões sobre a natureza do mal, fazendo-me de cobaia para testar o quanto somos vulneráveis às tendências do mal, das suas auspiciosidades quando se trata de fazer com que sejamos infelizes e cavemos nosso próprio abismo negro.

Vejo também de soslaio o quanto o mal pode se apossar das pessoas, afastando de dentro dos seus corações a imagem da gratidão e a importância do sacrifício. Todos nós fazemos sacrifícios, embora ele seja por nos mesmo, nunca, jamais tendemos a fazer sacrifícios pelos outros, a abrir mão de algo importante para nós em função do outro que as vezes nem dão o referido valor ao ato sacrificado.

Enfim o mal prevalece se adona de nossas vidas, rege como um soberano cruel que tende a cada vez mais levar seu reino a ruína, como um vírus encarregado de matar seu próprio hospedeiro, não sem antes se proliferar.

O mal então é um vírus, se esse se propaga na velocidade do mesmo e age sob a mesma égide, então podemos tirar o mal do campo do esoterismo e agregá-lo ao mundo das patologias, de onde pode se curar dele ou não, depende muito dos avanços que temos em diagnosticar e sarar.

O mal enfim triunfa, quando se apossa e se prolifera, se propaga e enfim, faz jus a máxima: o mal nunca morre. Personifica a natureza da cultura que ele sempre encarna a face do imortal e indestrutível. Apenas afiançável, mas nunca exterminado.

Deixo meus leitores sob influencia do mal, não por que os amaldiçoe, já que ninguém precisa de um ente perverso e demoníaco para se auto-amaldiçoar. Para isso já temos o sumo sacerdote que assim que deseja, pode se encarregar de lançar maldições e fazer o mal prosperar... Nós mesmos.

*** Contribuição - Revista Nova Escola

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