segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Comer, rezar, amar... Educar nem pensar.


Quando se avalia no crivo da educação as tantas propostas eleitorais, ou em alguns casos as quase nenhumas no campo educacional. Vê-se realmente que de educação, a política dos candidatos, sejam eles a presidente, governador ou prefeito, tem tanta afinidade com o meio quanto a união de água e óleo.
A maioria dos políticos acredita ainda em fundar a escola modelo que servirá de base para toda a rede educacional que pretende gerir. O que eles esquecem é que não existe escola padrão.
Atualmente todas as escolas, não importando se são da rede municipal, estadual ou federal padecem do mesmo mal: são díspares. Os resultados são ruins e os que aferem os tais resultados ainda insistem em mascarar uma realidade: a educação é ruim por que os gestores são desqualificados para gerir.
Tentam com uns surrados alfarrábios dos quais denominam sob o pomposo nome de projeto politico pedagógico incutir nas cabecinhas cansadas de muitos educadores os conceitos de Piaget e Vygotsky (algo que todos sabem citar a exaustão nas defesas de TCC´s) e esquecem que nada disso tem serventia senão for vivido por ambos os lados: educadores e educandos.
Mas para isso eles sempre têm um remédio. Senão as ferramentas criadas para “diminuir” o índice de analfabetismo, ou a humilhação das “cotas” que insultam a inteligência de quem é colocado no mesmo conjunto universo pelo fato de ser pobre ou negro, ou uma minoria das tantas criadas pela sociedade de difernças, associado diretamente à incapacidade de aprender.
As ferramentas de avaliação também são draconianas a contar que não se mede o que se aprendeu se não se sabe como avaliar. E não é com provas realizadas com o conluio de certas instituições e gestores que criam pequenos grupos de “gênios” que resolvem as provas e repassam a falsa ideia de que o ensino público vai maravilhosamente bem.
Enclausurados em seus gabinetes, os tais criadores do ensino brasileiro regurgitando frases de Paulo Freyre tentam a todo custo criar uma “Escola da Ponte” em cada prédio público mal ajambrado, tentando a todo custo copiar o que parece ser bom lá fora como a descoberta da pólvora aqui dentro. E por isso enfiam goela abaixo as chamadas disciplinas extracurriculares como se estas fossem melhorar o fiasco anual do ENEM.
Mas também porque não olhar criticamente as secretarias de educação atulhadas apenas por pedagogos e nem um especialista em demografia, que possa dizer quantas crianças nascerão nos próximos anos e assim indicar quantas escolas devem ser construídas ou as vagam aumentadas em outras.
Mas não. O olhar se volta para a visão europeia, onde um livro que lá deu resultados maravilhosos e a escola tinha paredes na cor magenta, faz com que um universo onde há muitos educadores e quase nenhum gestor, faça com que tenhamos um padrão de escola na cor de groselha desbotada e crianças lendo livros fazendo biquinho à francesa.
Dispor de novas tecnologias como notebooks e tablets e doa-las aos professores como se isso fosse reverter o quadro é mais um ledo engano de quem acredita que a tecnologia pode mudar o mundo unilateralmente quando na verdade o cunho como sempre não é o proveito do rendimento educacional e sim o bom e velho eleitoreiro de sempre.
Educar é uma arte, não tomar parte nisso como educador e ao mesmo tempo gestor é um desperdício total de todos os recursos mal empregados que os tais “gestores da educação” não sabem como usar. Passam a vida inteira tentando construir um modelo perfeito de escola dos sonhos que mal sabem a diferença entre o velho conteudismo que empregam e o construtivismo que tentam a todo custo enfiar goela abaixo de uma sociedade passiva que ainda acredita que comer, rezar e amar são melhores propostas de governo do que educar.
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