sábado, 8 de outubro de 2011
Um estado de fé
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
No Equador se divide tudo
Eu que já não tinha muita credibilidade nas instituições amapaenses de maneira geral. Talvez por muitas experiências desastrosas no decorrer do uso das instituições que ostentam uma pseudo-organização, minha descrença já esteve em face a policia civil pela omissão e desrespeito, a policia militar pelo corporativismo e conluio.
Até mesmo a tão afamada justiça, em todas as esferas do direito gozam da minha descrença e descrédito às suas ações devastadoras. Isso sem falar das instituições de uso maior, como as do estado, município e união, que beiram a caoticidade de tempos bem maianos, quem sabe até 2012 e não falo de eleições.
Mas a gota d’água para quem mora em Macapá é uma instituição que bem que podia ser extinta e não mais faria falta; pelo menos não o desserviço a que ela se propõe executa com maestria, mas fora isso. Sua existência é veladamente sem uso ou propósito, quem sabe até mesmo uma cópia ruim e mal ajambrada dos grandes veículos que ora alienam ora informam, a imprensa amapaense tem apenas um propósito em comum: desinformar.
Pautada em politicagem brejeira, com os brios e escrúpulos pagos por A, B ou até mesmo Z, a imprensa escrita é uma verdadeira piada, erros ortográficos até são desculpáveis por omissão do editor revisor, ou por ausência de corretor ortográfico da Microsoft nas redações, mas as concordâncias verbo nominais deixam qualquer Pasquale abobado com o atentado ao vernáculo.
Isso sem falar da argumentação cheia de redundâncias para defender o ponto de vista da ideologia ou retórica ufanista dos mecenas que os sustentam e manipulam as penas em papel. Tristes dos jornais meia boca que em poucas páginas conseguem estampar o ponto de vista favorável ao governo ou a oposição, depende do bolso ou de quem paga mais, ou melhor.
Isenção? Nem nas rádios nem nas redes de TV se vê a tal isenção que os jornalistas costumam apregoar como o estandarte de suas profissões. Cada um olha para suas contas, remetem ao público uma opinião deturpada, os entrevistados A, B ou Z aparecem sob pontos de vista suspeitos e unilaterais com informações que a cada dia mais confundem a já mal cuidada e mal informada população, que tenta armar um ponto de apoio para seu voto com tantos bombardeios inverídicos e fantasiosos pertencentes ao reino de Oz.
Alguns apelam para a irreverência e propagandeiam abertamente que são parte daquilo que se pode chamar de arremedo de imprensa ou imprensa marrom, outros, veladamente recebem dinheiro de A, B ou Z e simplesmente aderem a política parcial do pau oco, sem desmerecer os santos. As vezes a descrença e a hipocrisia são tantas que chegam a se digladiar ao vivo e ao público.
Às vezes até sinto-me morando na ilha de São Luis, ou sarneylândia, onde há o decreto ou se assiste SBT ou Globo, que são ditadas pela família Sarney ou pela família Lobão. Mas não estamos no Maranhãozão, embora haja muitos maranhenses aqui e até mesmo o próprio Sarney também esteja incrustado aqui, e ainda beijam-lhe a mão como Otávio Mangabeira fez com Eisenhower no acalorado discurso do general em 46, derramando-nos à vergonha alheia.
Enfim não posso apedrejar a todos, tenho que pelo menos recorrer ao velho Vieira e seu opúsculo mais apropriado para o evento: “O bom ladrão”, (...) os ladrões que falo não são aqueles miseráveis a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida (...). O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera (...)
Talvez reflita que temos muito joio para pouco trigo e em meio a tantos pulhas que humilham o jornalismo quando se auto-intitulam parte desse grupo, também temos o bom jornalista, embora que poucos, que agem como tais, investigando, divulgando sem fronteiras ou pudores as mazelas as quais a imprensa tem obrigação de mostrar para enfim manter o status da tão clamada Liberdade. Para eles não existem lados, e o Equador não divide nada...
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Nem Rei, nem Fé, nem Lei
Já dizia Pero Magalhães Gandavo em sua análise sobre a população indígena do Brasil a época do descobrimento. “Uma sociedade em que na própria língua inexistem a Lei, a Fé e a Imagem do Rei e vivem desordenadamente, são por falta de ordem, sociáveis a serem colonizados como povo de inferior valia”.
A juíza carioca, brutalmente assassinada pela corja corrupta da policia militar do Rio de Janeiro, foi velada e esquecida por seus pares na mesma velocidade com que o diabo esfrega um olho. Velocidade esta bem estranha para uma instituição tida como a mais corporativista e menos produtiva de todas; O judiciário brasileiro.
Não se viu a turba em manifestações públicas, acaloradas ou revoltadas por parte dos seres de toga. O único evento que fez com que a paz e tranquilidade reinante no mundo mágico do judiciário saísse da rotina foi a paralização de um dia para que os juízes sobreviventes fosse treinados em táticas de sobrevivência a atentados.
Ainda não sei onde estava Cesar Peluso que não crispou seus punhos, como lhe é peculiar, em ares de revolta e a espumar pelo canto da boca, clamando justiça (irônico, não?!) ou providencias sérias para o caso, enquanto presidente do STF, ele fez um grande escarcéu com a Presidente Dilma Rousseff quando a mesma passou a tesoura no orçamento dos seus delírios de supremo deus.
Mesmo que a morte da magistrada carioca não tenha despertado o sonolento ministro-presidente do STF com sua megalomania e egocentrismo exacerbados. Algo conseguiu fazê-lo esta semana e mais uma vez em algo que pisa novamente nas unhas encravadas de Peluso seus brios.
Esbravejando contra Eliana Calmon do CNJ, que tem feito um excelente trabalho moralizador, embora a caminhada seja longa, Peluso pediu retratação pela declaração de Eliana, o que no mínimo reflete o meu e o pensamento e de muitos brasileiros que tem o mínimo de descrédito pelo judiciário.Eliana declarou que dentro do judiciário existe uma infiltração de bandidos vestindo toga.
A reação veio logo a seguir com a resposta de Peluso a vomitar pragas e acusações contra Eliana, taxando-a de leviana e cobrando duramente dela uma ação de retratação pública sobre a declaração que feriu mortalmente a honra de Peluso, o semideus.
Não demorou muito para que personalidades, algumas delas inusitadas, como gente do congresso nacional, partissem em socorro a Eliana. Que não se retratou e disse que não vai fazê-lo, o único acréscimo que concedeu à sua declaração foi de que este número de pústulas togados está em torno de 1%.
Eliana deveria dar um pulo em cada um dos estados e com certeza suas estatísticas aumentariam drasticamente, lugares onde a toga, além de meio de vida (e que vida!), se tornou uma moeda de troca bem comum em sentenças e envolvimento e conchavos de todas as naturezas possíveis. Com seus usuários autoproclamados divinos e intocáveis com a veste sagrada, colocando-os acima até mesmo da própria lei, sepultando a moral e a ética que recheia a lei que eles um dia juraram defender.
Há muito que a moralização dos poderes é necessária. O CNJ não pode ser tolhido. Afinal não podemos dar tanto credito a seres que usam seu manto vestal e falam em plural majestático como se verbalizassem no olimpo ou os próprios olimpos que criam para si mesmos. Com seus egos inflados, colocando-os como senhores da vida e da morte sobre os pobres e desassistidos mortais como nós.
No alto de suas futilidades primam a primazia de seus deleites e fazem pouco caso e pouco produzem para o muito que custam ao parco orçamento da plebe que os sustentam em oferendas para seus devaneios e ostentações.
Que seja direito ou torto, mas assim como considero que doutrinas e dogmas corrompem a fé, acredito também que ao contrário das instituições onde as regras deturpam; nesta em questão, o direito, as regras são belas e aplicáveis, o que estraga são os zeladores da lei que se escamoteiam da mesma como se para eles, as regras não surtissem efeito.