quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um passo adiante, um atrás


Todas as vezes que as ações politicas para a educação são aprovadas pelo Congresso Nacional, chego a ter alguns calafrios ao olhar pelo prisma de uma desconfiança arraigada por tantos tiros no pé que volta e meia aparecem sob o falso manto do benefício educacional.

Mas é claro que em algumas ações temos que baixar o semblante talibã e aplaudir a iniciativa. As duas ultimas aprovações que prometem realmente dar um caminho à educação no Brasil, já que depois de tantas cabeçadas provenientes de cabeças vazias que na verdade mesmo que revolucionário no campo educacional, não trouxeram mais do que alardes e polêmicas como as mal fadadas cotas.

O uso de 10% do PIB na educação vem mostrar talvez uma maturidade politica em um Brasil que cada vez mais se achava que tinha uma grave preferencia pelo obscurantismo da falta de educação de qualidade, levando os teóricos das conspirações até a imaginar que nos queriam burros, para que continuássemos cegos, surdos e mudos para as necessidades das quais temos direitos constitucionais assegurados, sendo a educação uma delas.

O investimento de maior monta na educação, não vai resolver milagrosamente da noite para o dia os problemas seculares que já fazem parte do histórico escolar, tanto quanto matemática e português. Mas uma consequência dos anos, talvez em uma década ou  quem sabe duas, tenhamos resultados concretos e práticos desse investimento plantado neste momento em que o Brasil parece sepultar de vez as velhas práticas militaristas retrógradas.

Outra alvissareira noticia é a limitação oficial para as salas de aula, com o número de 25 crianças por sala no ensino fundamental e 35 no ensino fundamental II e Médio. Com isso o rendimento escolar promete ser mais eficiente pelo valor de tempo disponibilizado por cada docente para com suas turmas, dando a possibilidade de um atendimento de ensino quase próximo da excelência.

O único porém (claro que sempre tem que haver um!) nesta segunda medida que tramita no Senado, é que não se pode colocar o carro na frente dos bois. Antes de se limitar a lotação útil de uma sala de aula, tem-se que primeiro prover o espaço para alocar tantos estudantes e jovens em idade escolar que seriam alijados após a contagem das cabeças. Ou seja, construir-se mais escolas. Algo que os 10% do PIB deva ajudar a resolver.

Mas a lei entra em vigor já em 2013 e estamos em meados do fim de outubro, de um ano eleitoral, com recessos chegando, pensa-se que nem com uma megaoperação de construção de escolas, consegue-se seguir a lei ao pé da letra antes mesmo de 180 dias corridos de 2013.

Como sempre, falta a estas medidas louváveis o papel fundamental dos técnicos, que na maioria das vezes são consultados, mas na maioria dos casos são ignorados os seus posicionamentos numéricos e estatísticos sobre determinados temas que conflitam com a “beleza” das leis criadas.

Técnicos que possam determinar o crescimento populacional em determinadas áreas dos municípios, para que se possam construir escolas onde realmente a carência de vagas seja saneada. Consultar estes técnicos antes de se propagandear estas leis que apesar de terem boas intenções, não carregam em seu bojo as soluções básicas para torna-las práticas. O que inviabiliza a lei e sua aplicabilidade em si ainda é o caminho.

Em suma; a velha fábula da minhoca que quer sair do poço, sempre avança dois palmos e escorrega três. Neste ritmo, as leis devem continuar fluindo, afinal é belo alardear que uma canetada resolveu as dores do mundo, mas é difícil acreditar nisso quando se vive imitando uma fábula, onde pelo jeito ainda somos nós as minhocas a querer incessantemente sair do poço.

O sujo e o mal lavado

Quando a concepção socialista surgiu após uma contemplação marxiana e leniana do que seria de uma sociedade se não houvessem fronteiras ao que é do publico e ao que é do privado, dando o poder do povo ao povo. Enfim a boa e velha filosofia grega da democracia ao pé da letra.

Mas o que na verdade acabou acontecendo ao sabor das correntes dos brios de cada um é que isso não passava de uma ficção que precisava da lapidação dos iluminados líderes que mais tarde viriam abraçar-se a bandeira do "povo poderoso", mas que no fim de tudo buscavam mesmo eram os próprios umbigos carentes das realizações dos interesses pessoais que fariam Maslow se revirar na tumba seguidas vezes.

De Mao Tsé, passando por Stalin até chegar no velho Fidel, chegamos aos ferrenhos seguidores brasilianos que seguindo ao pé da letra os ensinos tanto da corrente filosófica do social quanto dos deturpados saberes dos iluminados pregaram a liberdade e o moralismo baseados na premissa de que o mundo é belo e nele todos podemos queimar um baseado sem o peso na consciência que o ateísmo que acompanha a vã filosofia socialista prega: Um estado acima até mesmo do próprio Deus.

Nesse contexto uns gatos pingados meio que destituídos de voz dentro do Partido dos Trabalhadores resolveram clamar pela liberdade de se expressar em seus radicalismos, que não tinham vez, uma vez que dentro do universo da politica partidária, não se governa sem se abrirem concessões e o firmamento de alianças multipartidárias. algo que o PT teve que aprender a duras penas no primeiro mandato de Lula paz e amor.

Assim nasceu o PSOL, um partido pregando a moralidade nas verborragias e vomitórios de pragas nas bocas de seus principais pitbulls Heloisa Helena e Babá. Oriundos de uma corrente do PT que pregou até o fim a condenação ás negociatas partidárias que tanto condenou.

Conseguiram ao sabor das correntes também eleger uma liderança ascendente no senado federal, também oriundo das militâncias radicais e panfletagens do PT, o hoje senador Randolfe Rodrigues, chegou ao senado, arrotando a moralidade que tanto filosofou seu partido. Partiu até para o corpo a corpo contra Demóstenes Torres, aquele que em outro tempos, trouxe ao Amapá para discursar contra a corrupção e a favor da moralidade.

Com achaques da moralidade, criticando e crucificando tanto Demóstenes das cachoeiras quanto Roberto Jefferson que destampou o caldeirão do mensalão que agora é julgado pelo Supremo Tribunal Federal, fez valer por um curtíssimo espaço de tempo o viés pelo qual seu partido que era tido tão fundamentalista xiita quanto seu companheiro PSTU que ainda mantém a essência do bom e velho "FORA" alguma coisa, quer seja FHC, LULA, FMI ou outra sigla qualquer que represente o antagônico papel de imagem especular.

Um triste fim ver que mais uma vez a essência parida por Marx seja desvirtuada entre ação e discurso, para o fim de amealhar mais poder, com a falsa proposição de que isso é o melhor para o já escrachado "poder do povo" pregado pelos gregos, mas que na prática tem tanta aplicabilidade quanto absorventes internos já utilizados.

Esse é o PSOL, da liberdade aos grilhões da politicagem em um curtíssimo espaço de tempo. Fato este que não precisa de mais de alguns minutos de análise introspecta até mesmo do mais leigo dos cidadãos para se avaliar que entre o sujo e o mal lavado o que existe mesmo em comum e presença da sujeira, seja ela pouca ou muita, não importa, é sujeira...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

À sombra da samaumeira


Cada um procura um canto, um ponto, um espaço para se acomodar. Seja grande pequeno, novo ou velho, sob um calor escaldante, eles aguardam a chegada da rainha.

Cada um faz sua devida oração, para um canto para um espaço, para uma graça ou benção, não importa, o que importa mesmo é que serão ouvidos.

Vejo que sempre nos reportamos a Ela como advogada dos pecadores, a misericordiosa que move multidões para amá-la e saudá-la, afinal “Ela acreditou” e por isso ascendeu aos céus ao lado do pai e junto ao filho que gerou em carne para que pudesse ser imolado e em seguida adorado e amado pelos cristãos.

O Deus amado e grandioso em sua sapiência infinita não poderia ter nos dado maior presente do que Seu amor grandioso e por nos ter tornado crianças afim de que pudéssemos ter o reino dos Céus, e por que não uma mãe para nos acalentar em nossas vicissitudes e sofrimentos, uma mãe cuja temperança e o amor transcendem todo e qualquer amor banal.

Talvez seja por isso, que não importando as condições climáticas, a sede e a estafa. Mas tendo-se a fé que a Virgem de Nazaré em forma de uma pequenina imagem peregrina exsuda em cada um dos mais de dois milhões de romeiros que desembocam no grande rio que corre nas ruas da bela Belém, não pode ser em vão.

Assim como a busca pelo balsamo da sombra das samaumeiras enquanto se aguarda a chegada triunfante da rainha ao pouso temporário de uma quadra que ocupa soberana há mais de dois séculos.

Salve Maria de Nazaré!

Feliz Círio.

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