Enfim o mês de julho acabou, as férias escolares em fase final, segunda feira tudo recomeça. Então um novo momento para recomeçar a vida é importante. Fazer um voto de mudança, de despertar novos rumos. O noticiário tanto regional como nacional fala de coisas horríveis que o ser humano é capaz de fazer, roubar, matar, destruir... Onde está Deus nesse momento? Será que sentado em seu trono iluminado ele consegue se arrepender tanto da sua mais bela criação? Somos o engedro de uma criação que beira a perfeição de todas as físicas, instrumentos de complexos mecanismos que nem nós mesmos entendemos. Até quando vamos ficar a merçê de que benesses divinas caiam em nossas vidas para nos ajudar a escolher os caminhos certos? Não critico Deus pelas nossas mazelas, afinal criador e criatura tem um pacto de não intervenção, como acontecia em outrora, se o homem errava era forçado a se auto flagelar, se pecava era destruido como fogo e enxofre, se perdia a noção da moral era afogado em águas diluviais. Ou na mais alta intervenção, mandava-se o filho de Deus pagar a conta. Mas e agora nestes tempos cabeludos de violência gratuita e falta de moral? Qual a solução final? Será uma solução nazista? Confinarmos em campos de prisioneiros da cultura moderna? Onde não há mais espaço para o purismo e sim para a moeda? Cremados pelo fogo da cegueira que nos faz não ver nem um palmo a frente do nariz? Sejamos sensatos, não é uma ação divina ou religiosa que nos fará mudar. Isso só acontece quando depois de todas as reminiscências mais profundas do âmago de nosso ser, e por que não dizer alma. Não chegarmos a conclusão de que nossa evolução depende de olhar pra si mesmo e ver o quanto de imperfeição nós temos e o quanto temos trabalhado para aprimorar mais ainda o ser humano de uma forma equivocada.
A la claire fontaine é uma cantiga de roda muito popular na França, tem me rodado na mente durante toda esta semana. Penso na letra tão simples dessa canção e faço um retrospectiva profunda em minha vida. As vezes a vida é assim, tão simples quanto uma cantiga. Tão doce como a melodia, as vezes sagaz, as vezes triste, as vezes reflexiva. Façamos assim, escolha uma canção cuja melodia te agrade, leia a letra dela, veja quantos pontos voce pode enquadrar nas coisas que voce vive ou viveu durante sua trajetória de vida. Quanto mais introspecções voce fizer, mais vai conseguir localizar sua vida e achar os pontos positivos e negativos da sua história e só assim ter a chance de corrigir suas falhas e tentar ser uma pessoa melhor. Esta é sua nêmesis.
Um forte abraço e bom fim de semana.
À la claire fontaine
Chanson enfantine
À la claire fontaine, M'en allant promener J'ai trouvé l'eau si belle Que je m'y suis baigné
Il y a longtemps que je t'aime (refrain) Jamais je ne t'oublierai
Sous les feuilles d'un chêne, Je me suis fait sécher Sur la plus haute branche, Un rossignol chantait
Chante rossignol, chante, Toi qui as le cœur gai Tu as le cœur à rire, Moi je l'ai à pleurer
J'ai perdu mon amie, Sans l'avoir mérité Pour un bouquet de roses, Que je lui refusai
Je voudrais que la rose, Fût encore au rosier Et que ma douce amie Fût encore à m'aimer
Ontem recebi um email interessante do meu leitor, Alberto.
Ele me relata algo que meu colega químico já havia criticado antes e até de uma maneira sarcástica em um artigo anterior chamado “Rota Hilusória”. Na verdade, tem todo o sentido a acrescentar algumas informações ao caso.
O Alberto está desempregado há uns quatro meses, ele me mandou uma cópia do seu currículo, que como analista, considero impecável, não falta a esse rapaz capacitação técnica e experiência profissional. Mas o que ele me relata, confronta com as armadilhas das agências de emprego, por que na verdade é isso que elas são, esse doce título de Recursos Humanos é fabula de psicólogo para vender livros de auto-ajuda.
Bom na verdade o nosso leitor me falou de um cartel de empresas que anunciam empregos que na verdade não existem, ou se existem foram apenas promessas da empresa contratante, algo do tipo cadastro de reserva, que é feito com concursos públicos quando alguma instituição precisa de um reforço no caixa e conta com a grande nuvem de desempregados que querem ser funcionários públicos. Ora se nem os concursados para vagas diretas são chamados, imaginem o cadastro de reserva.
Mas existem algumas artimanhas em anúncios que valem a pena comentar. Aqueles que querem contratar vendedores e mudam o nome do cargo para coisas pomposas como supervisor (quem não quer ser chefe?) ou consultor (quem não quer ganhar a vida dando conselhos?), pois é isso que estes cargos fazem como se ser vendedor fosse algo tão ruim quanto vender o drogas.
E ainda temos aqueles que contam com a ingenuidade das pessoas para aplicar golpes correntes, onde você tem que mandar dois selos de xR$ para uma caixa postal para resposta, como se uma carta comum custasse dois, três reais. É óbvio que os selos que você manda, são para envelopar cartas sim, mas a dos clientes do golpista.
Quanto ao caso mais triste, é o das empresas de recursos humanos que se dizem sérias, mas na verdade, pra mim é igual pai de santo, se cobra das pessoas e não das empresas para empregar candidatos, não tenham fé.
Não adianta mandar milhares de currículos, pois as vagas simplesmente não existem, data venha fiz uma experiência fenomenal. Mandei o currículo de meu amigo Marco Antônio Megiolaro, que é um dos papas da engenharia mecatrônica da USP. Seu currículo faz inveja a qualquer ser humano das ciências exatas. Claro que não coloquei seu nome no cadastro nem seu currículo na íntegra.
O que é certo é que das 16 vagas cadastradas com o currículo do Megiolaro em um site de uma “grande empresa de Rh” aqui do estado nenhuma ofereceu qualquer contato, nem por email nem telefone nem... Nada! Pude então constatar que não passa de uma grande enganação, algo do tipo, para você se cadastrar em um site e fazer um marketing de números para seus clientes pagantes: “temos milhares de cadastrados em nosso site”.
Quanta hipocrisia destas empresas.
E ainda tem o agravante, algumas têm a mania de consultar o SPC e SERASA do candidato como se ele fosse fazer uma operação de crédito. O que mais vão inventar. Afinal se um desempregado procura emprego é justamente por que não tem recursos para honrar seus compromissos e por ordem vai parar nos cadastros de proteção ao crédito. Então entramos no ciclo vicioso do ovo e da galinha e de quem veio primeiro.
Ah Ministério Público! Mas eles não procuram emprego em agências não é?
Quando faço a gestão de uma empresa, na maioria delas eu dispenso a ajuda de empresas de RH, afinal ainda temos gente séria e profissional, que é capaz de entrevistar um candidato a emprego, já massacrado pelo tempo fora do mercado e das agruras da falta de dinheiro quando o seguro desemprego acaba e descobrir se ele realmente vale a pena para a empresa interessada.
O pior de tudo são aquelas que recebem seu currículo, te entrevistam, te dão esperanças e nunca mais te dão noticias, e se recusam a te atender para te dar qualquer informação.
Tudo bem o direito de contratar ou não contratar é da empresa, mas que pelo menos não faça do candidato um joão bobo que fica ao lado do telefone com a virtude da espera de uma salvação que nunca vem.
Tenho abordado questões emergentes sobre situações e pessoas que chegam num ponto crucial de suas vidas e que, ao revisitarem os seus conteúdos anteriores para obter desempenho favorável no contexto atual de realidade, na maioria das vezes, pouco encontra de significativo.
Recebi alguns e-mails onde me foi questionado sobre a validade ou não de todas as vivências anteriores. Se nada teria valido a pena ou se seria oportuno que deixássemos para trás inclusive amigos e pessoas afins neste importante período de renovação interior.
Percebo que a questão aqui se torna muito mais profunda do que a simples aparência. As revisitações feitas nestes momentos ainda de plena transformação, fatalmente permearão os vícios emocionais que todos nós, humanos, estamos fadados a recorrer...
São lugares de nós mesmos onde nos reconhecemos como identidades, mas que neste momento deixam de ter o sentido anterior do que significa Ser. O que costuma acontecer é que se cairmos novamente nestes padrões, porém com o diferencial de estarmos mais conscientes sobre nós mesmos e muito mais lúcidos sobre alguns tipos padronizados de funcionamento, imediatamente pela incorruptibilidade que este tipo de ganho consciencial promove, desistimos de nos apegar a tudo o que pode ter o significado de casca sem conteúdo algum.
Entramos então numa segunda etapa, agora já mais pacificados dentro desta suposta caoticidade, na qual percebemos que estamos chegando num lugar de terra firme, definitivamente voltando do exílio de nós mesmos.
Devido à própria experiência de mutação, sabemos que este suposto lugar de terra firme nada mais é do que o encontro/sensação com a nossa própria essência. Mas o fundamental de todo esse movimento é poder entrar em contato com a inequívoca percepção do rumo de nossa vida, bem como com as nossas mais profundas questões existenciais que sempre estiveram no interior de cada um de nós...
Estamos fadados à ignorância. Permanecemos como que exilados de nós mesmos sempre que, cegos, rumamos para os dogmas que nos são inseridos durante as nossas vidas, sem questionamento algum. Imaginando que todo este tipo padronizado de cultura de momento que nos são sabiamente inseridos, fosse todo o nosso norte existencial. Que engano... Todos nós sabemos que há muito mais de nós para ser desvendado, sempre.
Ao retornar deste tipo de exílio de nós mesmos, poderemos resgatar aprendizados em benefício de entender o que de fato faz com que nos sintamos vivos, faz com que sintamos que a nossa passagem por esse planeta tenha valido a pena.
Temos também a oportunidade de voltarmos apenas com o nosso vestuário escolhido, abrindo espaço para efetivamente desenvolvermos nossos aspectos criativos por escolha lúcida, baseados apenas na função do prazer genuíno e não na distorção do mesmo.
Ao ler este texto, tudo pode parecer muito simples e até teórico, mas apenas a pessoa que vive este assunto ou vislumbra uma grande transformação em sua existência é que pode entender o profundo significado dos termos expostos.
Este tipo de jornada é o resultado de uma longa travessia no sentido de tornar-se consciente de tudo o que se assimilou, o que servirá aos novos propósitos e efetivamente decifrar e extirpar, de forma definitiva, padrões viciados de comportamentos que em essência não nos levam a lugar algum.
A seleção brasileira novamente sai do limbo após a derrota na copa da África do Sul. Mano Menezes assume não só a seleção, mas o desafio de gerir o time em seus desafios mais prementes como as olimpíadas de Londres, título o qual o Brasil apesar de ser o país do futebol, nunca levou. E também a cruzada de dirigir uma seleção em uma época em que a copa acontecerá em nosso país.
Cabe a todos o dever de, como dizia meu colega Weimar, deixarmos de ser uma pátria de chuteiras temporárias e sim uma pátria de verdade. Mas o desafio maior não será de Mano, afinal em época de eleições para presidente e para governadores, cabe a nós brasileiros, com a mesma empolgação que cobramos do técnico da seleção brasileira; cobrar dos novos dirigentes, nos próximos quatro anos, de sermos campeões em saúde, em educação, em geração de emprego e renda, em redução real da pobreza, em crescimento econômico, em qualidade de vida.
Só assim teremos como comemorar de cabeça erguida os títulos que com certeza Mano ajudará a nossa seleção a ganhar. Somos 180 milhões de torcedores voluntários e involuntários do futebol da seleção canarinho, mas também somos 180 milhões de brasileiros com fome não só de vitórias no futebol, mas também e muito mais importante, de sermos campeões brasileiros de um país onde um dia teremos nossa copa, não só a de futebol, mas a de um Brasil dos sonhos de cada brasileiro.
Vale lembrar que cada um, políticos e técnico tem quatro anos para provar se são capazes mesmo.