sábado, 29 de janeiro de 2011

Você pode ser mais que isso!


Hoje é um dia histórico em minha vida, na manhã de ontem (27/01/2011), casei a beira do lago, jurei meus votos mais profundos, entreguei minha vida nas mãos de meu amor. Abri meu coração diante de patos marajoaras e tucunarés submersos.

As testemunhas de meu enlace foram as bétulas e as acácias e as begônias e as bromélias do lago. Jurei amor eterno, e amor eterno me foi jurado. Abri meu coração de tal maneira que se fosse mais físico teria meu peito aberto e exposto. Se preciso fosse, me arrancaria a tampa do externo.

Nunca em minha vida havia experimentado tal júbilo, mesmo tendo tido grandes amores (ou será que foram pequenos amores? Será que foram amores?) antes. Mas o que importa mesmo é que apesar da natureza diferente desse amor, afinal temos muito pouco em comum em personalidade, mas nossa comunhão é perfeita quando os opostos realmente se atraem, e nesse caso se atraem mesmo. Em todos os sentidos.

Ah como estou feliz, sinto que estes altos e baixos pelos quais tenho passado são apenas provações desse amor, afinal ele ficou adormecido por mais de um ano e quando aflorou novamente, foi avassalador em seus efeitos e conseqüências que mudaram minha vida radicalmente e não tenho nenhum arrependimento disso. Afinal não tenho mais medo.

Agora estou indo em direção contrária do meu amor; recém casado, tive que me ausentar em plena lua de mel, mas dessa vez mantive o controle, só lágrimas de saudade rápida rolaram na saída do navio. Meu amor não pôde me deixar no porto, mas esta comigo sempre, nas pequenas coisas, nas grandes coisas, em sua camisa suada que levo à mala para me consolar pelos dias em que estarei ausente.

São coisas do amor, como meu grande amor mesmo diz, penso, penso e vejo que este amor é diferente dos outros. Apesar de ser passional, e de se assemelhar aos anteriores, pela diferença de idade (12 anos eu tenho a mais), sempre achei que os outros amores careciam de uma maturidade não só intelectual, mas vivencial também. Por isso nem foram amores.

Ontem enquanto declarava meu amor e fazia meus votos, também fiz uma retrospectiva de mim mesmo para justificar ao meu amor, o porquê de tanto amor. Chorei como sempre, afinal guardei as lágrimas a vida inteira a espera desse momento, que talvez tenha sido um misto de emoção, alegria, tristeza e arrependimento pelo passado. Enfim, senti o quanto meu grande amor sofreu minha ausência, assim como eu, tentando buscar consolo em outras pessoas que nem de longe se assemelhavam a nós.

Fomos usados, coadjuvantes nas histórias de outras pessoas que buscavam algo diferente de nós. Na verdade estávamos o tempo todo buscando um ao outro em outros. E isso nos fez ver o quanto precisávamos um do outro para sermos realmente felizes.

Nossas formas de lidar com esse amor são tão diferentes até na maneira de expressá-lo. Eu por exemplo, adoro declamar, proclamar, que amo, encho meu amor de elogios ressaltando o quanto sua perfeição se adéqua ao plano da pessoa que sempre quis para amar. Digo-lhe o quanto me libertou de todas as maneiras que um ser humano pode libertar o outro, de todas as amarras e correntes e grades e travas que me atavam a uma vida triste e vazia.

Com muito jeito, meu amor; enquanto eu encheria páginas e mais páginas com declarações abertas ao amor e a felicidade que estou sentindo. Consegue me satisfazer com uma pequena mensagem de quatro palavras em plena madrugada, dizendo: “Te amo. Te amo”. E isso me basta para transbordar de felicidade e saber que ser amado e amar, são sensações recíprocas e das mais prazerosas que um ser humano pode experimentar. Ainda mais quando sabe que a pessoa amada é sua alma gêmea.

Em outras épocas, quando ainda em querela com Deus, eu teria fraquejado diante da situação atual em que estou. Afinal estou em uma fase metamórfica em que assumi compromissos estáveis em um mundo, mas meu coração e minha alma estão em outro mundo. Fraquejaria até o ponto de talvez me sacrificar em nome da vergonha ou do fracasso. Mas hoje não. Não mais...

Já sofri muito antes por amor. Já penei quando amei e não fui amado, quando quis e não fui quisto. Quando paixões avassaladoras rondaram minha vida. Quando fui enganado, humilhado, depredado, achincalhado e até mesmo morto. Mas nada disso doeu mais do que ter meu amor usado contra mim. E até por isso já passei.

O amor de amigos eu já esqueci. Não preciso mais desse amor igual a pedra preciosa, que brilha mas não dá calor; já vi o suficiente nessa última jornada que o conceito de amizade, mesmo que eu tenha mudado, nos outros, ainda é o mesmo: uma merda! As pessoas esquecem muito rápido o amor de amigo e o repassam para uma névoa ou ao limbo. Ou seja, esse amor mesmo, nunca existiu.

Por isso decidi me casar ontem. Levei meu amor em um lugar especial, onde deposito todos os meus pensamentos, dúvidas e aflições, onde converso com Deus para me orientar e onde resolvi desposar a pessoa com a qual quero passar a eternidade dos meus dias. Foram tão lindos, os votos, a sinceridade sobre o que fizemos quando estávamos afastados. A entrega total de uma alma a outra. Foi isso que fiz, dei minha vida para meu amor, não sou mais dono dela, disse ao meu amor que quando não quisesse mais se adonar da minha vida que a devolvesse a Deus e não mais a mim, pois minha vida já não mais me pertence mais.

Fomos comemorar; ouvir nosso gosto musical preferido de musicas do passado. Eu sempre satisfazendo a curiosidade do meu amor em saber das coisas e o que sei dou para meu amor em presente de sabedoria. Falamos sempre sobre coisas que gostamos e vejo que meu amor sorve tudo o que digo e sei que tenho tanto a ensinar a meu amor, afinal sua ingenuidade me apaixona e me força a proteger-lhe sempre do mal, mas sem nunca sufocar-lhe ou enjaular-lhe. Afinal redomas são cruéis e perigosas.

Hoje me sinto mais maduro, mais sincero, mais franco comigo, com mundo e com meu amor. Reflexo eu acho das minhas pazes com o bom Deus que me guia. Oro todos os dias, converso com Ele, me confesso um mero pecador, um mortal que tenta de todos os modos fazer o certo em um mundo torto. Sei que Ele me compreende, pois sempre me socorre nas minhas necessidades. E por isso O amo. E sei eu Ele me ama em sua sabedoria e amor infinitos.

Também amo a pessoa a quem escolhi para ser minha companhia pelo resto dos meus dias. Não sei quantos dias, meses, anos ou séculos serão, mas me prometi fazer cada dia valer a pena como se sempre fosse o último. E tenho vivido essa filosofia. Vou agora, encontrar meu juízo, ao lado do meu Deus, e com meu amor no coração até que chegue o momento de estarmos juntos novamente e em definitivo, sem mais hotéis, sem apartamentos mobiliados, sem sombras, sem dúvidas.

Só a fé, a que temos um no outro, a fé que temos em nossos futuros, a fé que temos em nossos planos e a fé que temos em nosso Deus. Afinal, sempre que temos dificuldades em nossas vidas, devemos seguir a filosofia de Henry Ford: Toda dificuldade é uma oportunidade disfarçada. Eu acredito nisso, vivo isso, afinal, posso ser melhor que isso.

Te amo amor.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um alento final


Hoje, sei exatamente o que é sorver a última gota de todo o vinho da vida...
Sorvi até não poder mais, exaurí todos os cálices, encontrei o fim do túnel, e por mais incrível que pareça não há uma gota de depressão em mim, não há remorsos, não há uma só mágoa viva, nem uma culpa não perdoada, não há literalmente pendências neste mundinho onde reina a absoluta paz de espírito.
Alguém pode se perguntar: então por que um ultimo alento? Quem em sã consciência resolve acabar, fechar, terminar?
Só uma resposta pode ser aceita como coerente, como racional.
Acho que cheguei ao fim da história antes que todas as páginas estivesem escritas e me esqueci de ver antes que o volume do livro era maior que o tomo da história a ser contada.
E eu que sempre fui um exímio contador de histórias, ficar sem enredo para mim mesmo é algo que nunca pude conceber. Nossa como me sinto impotente hoje em não poder escrever o capítulo final, como se fosse o derradeiro desfecho, a sublime glória do autor.
Não saber o final é sempre prerrogativa do ensaista, saber o final é sempre prerrogativa do vidente, acho que não fui nenhum nem outro. Há alguns dias ensaiei sobre os paradoxos, tinha a plena convicção que os paradoxos regem nossas vidas com uma malignidade de uma criança brincando com uma lente de aumento e formigas ao sol.
Não se pode ter tudo, não se deve ter tudo, acho que este é um princípio básico que deveria ser ensinado na escola, para que desde crianças soubéssemos lidar com a adversidade que é a vida, que são os paradoxos que nos regerão a esmo na jornada.
Ah que vontade que um dia tudo fosse, não perfeito, mas pelo menos a contento, pelo menos a paz, pelo menos que o mínimo necessário para ser feliz fosse a ordem do dia dos paradoxos a regerem nossas vidas, não precisava ser um mundo perfeito, mas pelo menos um mundo onde pudéssemos viver um grande amor e poder sustê-lo de todas as formas para ser feliz.
Alguns acho que até conseguem essa benção, talvez nem saibam da existência cruel dos paradoxos, talves nem se deêm conta do quanto as coisas são regidas não por deuses nem por signos nem por nada a não ser a maldade cruel dos paradoxos em intervir em nossas vidas de maneira a sempre nos deixar com uma escolha entre a dualidade de sermos ou não sermos.
Escolhi este dia para encarar a vida de maneira séria, de encarar as coisas como uma grande piada, na qual fui mero coadjutor e minha vida pano urdido para o fundo da piada onde equações e raizes riem jocosamente do resultado de tantos anos de insistência e pesar.
De uma tristeza sem fim que sempre tem a necessidade de estar a borda do abismo e escolher entre o pular ou voltar.
Até agora eu sempre tenho ido a beira do abismo e escolho voltar e tentar tudo de novo. Tento refazer os caminhos igual a um jogo de cartas onde voce pode repetir todas as jogadas boas e esgueirar-se das ruins, mas no fundo no fundo. Voce ainda se depara com novas jogadas que anulam as antigas certas e se tornam as novas erradas.
Ah que vontade eu tenho agora de clicar no xis de fechar tudo e abandonar o jogo sem salvar.
um passo ruin, esse é o que estou dando agora, tou jogando fora tudo o que acreditei, todos que acreditaram em mim, tudo o que mais prezei e quem eu mais amei. Por um insulto a mim mesmo, me considerar um ser vivente sem ter vida, um humano sem ser humano, um crente sem ter Deus.
Ah que grande bobagem, não vou desistir de nada, apenas divagações de uma mente que as vezes fraqueja ao menor sinal de mudança na sua zona de conforto. O melhor agora mesmo é pensar na outra opção quando for a beira do abismo de novo. Eu adoro voar...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Paradoxo

As vezes achamos que os paradoxos são situações inerentes apenas ao reino da matemática e do velho Zenon. Mas quando passamos a equacionar nossas vidas, vemos que aquele velho ditado: "Azar no jogo, sorte no amor", faz sentido, afinal nunca temos tudo ao mesmo tempo e pelo andar da carruagem e as colaborações dos reinos paradoxais é muito provável que nunca tenhamos mesmo.
Atualmente curto esse paradoxo, que em partes poderia mais se chamar de inferno astral, afinal, estar com uma vida amorosa em pleno vapor mas estar com uma vida profissional as turras com o mundo é de praxe uma situação bem trivial.
Uma das coisas que aprendi olhando a lógica do Zenon é que nunca vamos mesmo estar com a pirâmide de Maslow completamente formada. Afinal nossa natureza humana é radical quando se trata de sorte.
As vezes temos vontade de culpar alguém, muitas das vezes culpamos Deus pelas nossas mazelas, nas outras culpamos a pessoa que esta ao nosso lado, mas nunca buscamos o verdadeiro culpado, que por incrível que pareça, sabemos exatamente onde achar: Nós mesmos!
O maior inimigo de quem nega os paradoxos somos nós mesmos. Com essa negação estamos a um passo de alcançar a eterna solidão, pois nos afastamos dos prováveis culpados, que vão desde familiares, amigos e até nosso grande amor que divide a cama conosco.
Hoje vejo o mundo de uma forma madura, e aprendo a cada dia que para empreender mais é preciso coragem para tudo, e isso alcancei rápido. A falta de medo me fez mais forte para enfrentar todas as adversidades de tal maneira que sou capaz de descer no Polo Norte de para-quedas, usando uma sunguinha e assim mesmo tenho a auto-confiança de estar com algumas prostitutas gostosas em algum cassino em Vegas, torrando verdinhas no dia seguinte e fumando Havana a la vantê.
Quer saber? aproveite cada segundo da parte boa do paradoxo, pare de se preocupar com a parte paradoxal problemática, pois em algum momento de sua vida esta balança vai se alternar de novo e você vai ficar bem de um lado e ruin de outro. É uma consequência normal da vida, se você pensa que os milionários tem essa vida plana sem paradoxos se engana, eles ainda ralam outros paradoxos mais complexos que o nosso velho XYZ, fique frio e curta.

Ou como disse uma vez a grande pensadora paulistana Marta Suplicy: RELAXA E GOZA!

Beijos para todos por onde andarem
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