A
batalha segue acirrada entre os dois exércitos arregimentados por fiéis à Dilma
que prometem fazer até chover no sertão no caso de uma perda do governo e os
correligionários do PMDB que apostam todas as fichas: limpas e tisnadas num
eventual governo de Michel Temer.
Para
o vice-presidente, resta a tarefa de manter-se no cargo o que segundo os
especialistas de plantão afirmam – é jogo ganho – afinal o TSE dificilmente
cassará Temer, mesmo com uma ação do PSDB tentando impugnar a chapa toda e
fazer uma limpeza completa no Alvorada e no Jaburu.
A
delação premiada da Andrade Gutierrez fortalece o pedido de impeachment, porque
atinge diretamente a campanha de Dilma Rousseff, mas também tem potencial para
pegá-lo indiretamente no tribunal.
Partindo
desse princípio fica cada vez mais clara a posição do PMDB já que com o
afastamento de Temer da presidência do partido e Romero Jucá já agenciando
cargos como um croupier recolhendo apostas para próximo Derby é bem provável
que os arranjos concretizem o grande medo de Dilma no tão famigerado
"Golpe” que ela tanto propaga em qualquer oportunidade de discursar, até
em aniversário de cachorro a presidente tenta incluir o tema nas preleções.
Na
parte do meio deste campo de guerra, escondidos sob toneladas de aterro em
trincheiras improvisadas; estão os indecisos que temem se agasalhar em um lado
supondo que se perderem entram para a lista negra de Lula. Entre eles está o
saltitante deputado Júlio César, do PSD do Piauí, decidiu ficar em Brasília
neste fim de semana para ler o relatório de Jovair Arantes e decidir como
votará no impeachment.
Temendo
serem incluídos no rol de persona non grata elaborado por Lula enquanto este caminha
entre terras hostis em busca de fieis para manter o PT no governo nem que seja
na bala, os indecisos tentam a todo custo fugir da companhia do ex-presidente,
algo que parece ser dificultoso quando se conhece o que Lula tem oferecido
nesses encontros.
Observadores
afirmam que Lula anda com um saco de bondades que o Planalto lhe colocou nas
mãos a distribuir em barganhas a liberação de emendas parlamentares, com o
propósito de impedir a aprovação do processo de impeachment. Caso seja pilhado
no ato fica configurada a prática dos crimes de corrupção e prevaricação para
juntar as muitas das acusações que pesam sobre ele.
No
placar que parece mudar a cada segundo como uma tela da bolsa de valores em
tempos de crise e incertezas, agora temos um saldo de 284 votos a favor do
impeachment e 114 contra e já há 111 inscrições de deputados que querem falar
na comissão do impeachment antes da votação do relatório de Jovair Arantes: 70
defenderão a saída de Dilma e 41 a permanência dela. Levando em conta apenas o
tempo regimental, os discursos durarão 27 horas ininterruptas. Isso sem contar
os que se inscreveram duas vezes, uma contra e outra a favor de Dilma.
Na
sentença do único aliado que resta ao governo, o presidente do senado Renan
Calheiros, que já reconhece em alto e bom tom que se o impeachment passar na
Câmara, não há como barrar no Senado, não há nada que ele nem Lula nem mesmo o
padroeiro das lamentações impossíveis possam fazer quanto ao resultado de o
Brasil ter mais um presidente impitimado por atos nada republicanos. Devemos
rir para não chorar!