Luciano Agra tem feito muitas coisas inéditas no jeito socialista de governar, desde que assumiu a prefeitura de João Pessoa. As reformas administrativas realizadas pelo prefeito com a demissão de militantes históricos e dirigentes do PSB, fizeram estourar a crise interna no partido.
Até o presidente estadual do PSB na Paraíba, Edvaldo Rosas, deu o ultimato: entregou seu pedido de exoneração ‘em caráter irrevogável’ do cargo de assessor especial junto ao gabinete do prefeito, e acusou Luciano Agra de perseguir e intimidar os que na instância partidária se contrapuseram à sua postulação à reeleição.
Rosas disse que Agra descumpriu todos os acordos partidários acerca das mudanças na gestão municipal e revelou que a postura do prefeito está comprometendo o projeto do PSB na capital. A reforma realizada pelo prefeito, sacrificando dirigentes do PSB e contemplando partidos como PSDB, PT e PPS teria desagradado alguns integrantes da legenda socialista e Edvaldo Rosas entendeu o comportamento de Agra como atos de deslealdade e ingratidão. “Não estamos dizendo que deva privilegiar o PSB no governo, mas também não queremos que ele esteja fora do governo o qual ele governa, e privilegiar o PT que tem um candidato a prefeito, o PSDB que tem um candidato a prefeito”, desabafou Rosas, mencionando ainda o PPS. De acordo com Edvaldo Rosas, os auxiliares exonerados não foram sequer comunicados por telefone.
O processo de exoneração sem conversa prévia com nenhum dos exonerados numa atitude de profundo desrespeito com auxiliares históricos teve início em fevereiro. A lista é grande, significativa e reveladora.
Citando abertamente os nomes de alguns dos excluídos da administração municipal: o ex-superintendente da Emlur Coriolano Coutinho, secretário geral do PSB; o ex-secretário da Secretaria de Articulação Política (Segap) Ronaldo Barbosa, presidente municipal do PSB; o ex-secretário adjunto de Ciência e Tecnologia Rubens Freire, vice-presidente municipal do PSB; e a ex-superintendente da Emlur e da STTrans e ex-secretária de Administração Laura Farias, tesoureira do PSB.
Os secretários demitidos foram exonerados sem sequer receber um telefonema. Alguns souberam pelo Twitter. Ou até falta de hierarquia como no caso de Rubens Freire que soube que estava demitido pela boca da secretária dele.
Embora assegurando não significar um rompimento, já que afirmou ser uma decisão pessoal sua, Edvaldo Rosas disse que entregar o cargo foi a forma que encontrou para demonstrar sua indignação e perplexidade pelo que está acontecendo com o PSB e repudiar as atitudes de Agra.
Quem foi que disse que esse comportamento é exclusividade tucujú?