Na posse no do novo Ministro da Pesca; Marcelo Crivela. O sobrinho de Edir Macedo. A presidente Dilma demonstrou que também sabe ser sensível aos companheiros do próprio partido como com o ex-ministro Luiz Sérgio que teve que dispor de sua pasta e da cota do PT para abrir espaço para a bancada evangélica representada agora pelo bispo Crivela e sua legião Universal.
Marcelo Crivela, já iniciando com o pontapé de que não sabe nem colocar minhoca no anzol, teve que rapidamente contornar a declaração com a máxima da igreja de Pedro, em que agora se destina a ser um pescador de Almas. Mas o que na verdade vem mesmo é para pescar votos, não só para as eleições municipais, mas já cavando uma relação matrimonial como manda a igreja: longa e duradoura.
O bispo também vem para o ministério, não só pescar votos e alavancar milagres, mas para abrir espaço para as ambições petistas à prefeitura de São Paulo. Que por si já tem a contenda a dirimir com a voracidade de Serra de querer um mandato executivo, seja ele qual for.
Luiz Sérgio volta ao congresso, depois de inocuamente tentar cuidar de peixes ornamentais. E deixa um bispo que se propõe a cavar novos poços para enfiar fieis ao eixo das pretensões petistas. Dilma tem pressa e o PT tem fome e isso não é nenhuma campanha social. A prefeitura de São Paulo é um colégio eleitoral estratégico que o PT não se predispõe novamente a perder. Mas para isso vale a estratégia, não se pode mais assaltar a casa da amante de Adhemar de Barros e levar os dólares para fomentar a guerrilha, como Dilma fez, quando era “revolucionária”.
Hoje Dilma chora, mas não chora por Luiz Sérgio, nem muito menos chora pelo apoio espiritual que Crivela talvez venha a lhe dar. Mas chora por se sentir acuada e pressionada, agora por todos os lados. Não só por seus companheiros de estrela que querem mais e mais cargos, pois a eleição se avizinha, mas também pelo principal aliado o PMDB que cobra seu tributo eleitoral, não só na pele de Michel Temmer, mas pela mesma sistemática que assola qualquer partido brasileiro. Para se ter uma campanha é preciso estar no mandato e com a velha maçaroca de cargos.
O já Ministro Crivela também deve tentar acalmar a fatia evangélica do eleitorado governista e oposicionista, visto que as relações azedaram bastante nos últimos meses após os episódios do Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, quando afirmou que os evangélicos estava no controle da classe média e também com a distribuição do famigerado Kit-Gay nas escolas públicas. Agua gelada em óleo quente.
Enfim Dilma perde um pouco do topete, com o qual subiu sozinha a rampa do Planalto. Talvez este recuo de ideologia e atitude, cedidos a ferro e a fogo provoque uma onda de desencantos de quem esperava uma nova versão de Margareth Thatcher sobre solo tupiniquim.
Os que aguardaram após a fase “lulinha paz e amor” que Dilma viria para os nostálgicos com os radicalismos e vinganças do PT pré-Lula. Cartilha ainda seguida fielmente pelo PSB amapaense, que como Xerxes quer mandar açoitar o oceano. Vê-se que o choro de Dilma é por finalmente conseguir entender a lição da governabilidade e que as polêmicas são para serem debatidas em seu lugar de direito: O Congresso Nacional... Quem sabe um dia Camilo também derrame esta lágrima.