sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O mundo maravilhoso da Disneyamapá



Macapá, também conhecido como lugar que é quente em todos os termos, fica situada segundo os moradores do sudeste brasileiro, como no meio do nada com coisa nenhuma, bem próximo a onde Judas perdeu as botas. Para chegar a esta cidade você passa 83 horas em um avião (de preferência da força aérea, com blindagem reforçada, para evitar as flechas precisas dos índios), 35 horas de barco (ou canoa, só tome cuidado com os jacarés!) 55 horas de jipe e mais 11 horas de cipó ou mesmo nadando. É conhecida também como cidade do meio do mundo, mas na verdade é a cidade longe do mundo.

Macapá tem uma história magnífica, repleta de casos mal resolvidos pelos investigadores de "Arquivo X" sobre aliens e conflitos entre suas tribos indígenas rivais: Borgiutukus, Goeskis e Capiuaribis. Tudo o que aconteceu nesse cenário fictício de nada intervém na história da cidade atualmente, já que são poucos os que realmente se interessam pelo que aconteceu no passado desse fim de mundo.

Porém, uma lenda que mais se conhece por aqui é de um tal Cabralzinho (grande homem de 1,22 cm), que libertou este povo infeliz das garras dos aliens comedores de escargot, porém contra-provas mostram que ele era mais frouxo do que as “moças” que frequentam a esquina da Assembleia Legislativa, colocando por baixo a versão de seu heroísmo.

Macapá é a capital do Amapá que se tornou oficialmente um Estado brasileiro em 1989 (ou 2003, não lembro). Passando assim a ser um exemplo do que não deve ser seguido é claro, um grande exemplo de esculacho a todos os demais Estados do Brasil.

É uma terra onde a lenda mor é climática com suas estações claramente definidas, verão, calor, quentura e mormaço. Uma de suas atrações mais marcantes é a Fortaleza de São José Sarney de Macapá: Criada durante a época de José Sarney Pombalina, a Fortaleza de São José de Macapá foi a mais inútil construção feita pelos escravos, haja vista que nunca foi usada para nenhuma guerra ou coisa do tipo (ou seja, foi somente dinheiro mal empregado), levando um feno direto desde a sua criação. É o maior forte do país, mesmo assim sua importância é insignificante e poucos foram os moradores do município que realmente a visitaram e disseram acha-la interessante.

Além do majestoso Rio Amazonas, encantador com suas águas barrentas, que exalam um odor pútrido, e beba a agua que é considerada milagrosa por possuir ARSÊNIO um componente que segundo curandeiros cura o câncer ou provoca? Banhe-se nelas e experimente a sensação de vários componentes químicos reagindo no seu corpo, acelerando o desenvolvimento cancerígeno no seu pulmão, ou em qualquer outra área.

Muitos estudiosos se encantam e pesquisam com afinco as crateras lunares: herança deixada pelos aliens que deram origem àquele povo. Não precisa ir longe pra encontrar uma. Basta acessar qualquer rua, mesmo a avenida principal da cidade (avenida FAB - que antes era pra ser pista de pouso de avião, mas nem competidores do Rally Dakar dão conta de andar na buraqueira enorme).

Quando se desce do avião, a comissária nos diz além do “Bem vindo a Macapá”, completa com um; “visite a praia paradisíaca da Fazendinha”. Praia artificial, criada com um pouco de areia de gato (usada), a água barrenta do Rio Amazonas e o sangue e vísceras oriundas do Matadouro Municipal que fica logo ao lado. Uma festa para os "candirus", peixes carnívoros e minúsculos que se cansaram da refeição do Matadouro e buscam as partes íntimas de bêbados nadadores desavisados.
Vá no Trapiche Eliezer Levy. O bondinho, como sempre está quebrado ou levando alguém em um passeio para só de ida. Conhecido pelo seu comprimento e pela presença de um bondinho maldito no qual você pagava R$50,00 apenas para levá-lo para a ponta do trapiche, um lugar desconhecido por muitos nativos, nem mesmo Google Maps pode mostrar o que há no final trapiche. No dia da inauguração do bonde, foram selecionados cinco infelizes, além do condutor para levá-los até o final do trapiche e finalmente desvendar esse mistério que perpetua por séculos e séculos. Passaram-se 13 dias após a viagem do bondinho e até então ninguém sabia se a viagem foi bem-sucedida ou não.

Até que às seis horas, seis minutos e seis segundos do dia 6 de junho de 2006, o bondinho foi finalmente visto, sem qualquer danos, porém dos seis ocupantes, apenas o condutor retornou, totalmente irreconhecível. Então o bondinho do trapiche foi desativado para sempre. Até hoje muitas pessoas já tentaram chegar até o final do trapiche, mas até hoje, ninguém retornou para falar sobre o que há nesse maldito lugar. Mas se você for idiota capaz de ir até o final do trapichão e voltar vivo e em sã consciência, será construída uma estátua para homenageá-lo e assim a cidade ganhará um novo item de decoração e servirá também como um acessório multiuso para pichadores e pombos.

O Parque do Forte ou LB: Localizada ao lado da Fortaleza de São José Sarney de Macapá, é uma das poucas áreas verdes de Macapá onde ao invés de mato tem grama, local onde são praticadas caminhadas ao meio dia para ganhar cor (ficar queimado literalmente falando com o sol de meio dia), reza a lenda este mesmo parque foi utilizado nas gravações da série de TV Teletubbies. Hoje está mais devastado do que o cerrado brasileiro, nem mesmo a grama artificial suportou o calor da cidade e as constantes andanças dos citadinos.

Divirta-se no maravilhoso Macapá Shopping Center: Local onde todas as tribos, se reúnem para encontrar um parceiro ideal para namorar e procriar. Geralmente tais encontros não dão muito certo, porque até encontrar um parceiro ideal (o que é muito raro), todos já estão mais do que enjoados de andar em círculos, nesse Shopping que mais parece um mini-mercado de esquina de tão pequeno que é.

Bar da Lora (Não está errado, é assim mesmo que eles escrevem): Um dos lugares mais frequentados para os homens que querem aproveitar a boemia da cidade. Funciona de segunda à segunda, é um local tranquilo e ameno, em que garotas de família e bem comportadas, satisfazem os desejos mais íntimos de todos que estiverem dispostos a pagar um pequeno dízimo em troca de seus serviços. Além de bar, também serve como pousada, para aqueles que estiverem muito cansados e resolverem dormir por lá. Somente pede-se que os frequentadores tomem cuidados com seus pertences, pois há algumas garotas que usam de má fé e adoram dar um “boa noite Cinderela” aos seus clientes.

Aproveite para twittar, atualizar seu facebook e ver os últimos vídeos do youtube na vasta rede banda curta. Eu estou digitando cerca de uma letra a cada 2 segundos e meio, mas já ocorreu de um cara subir com um notebook até o topo do monumento do Marco Zero do Equador para ter um acesso à internet (pelo menos) um pouco melhor.
Fica aqui a beleza das pérolas soltadas pelo digníssimo jornalista do jornal O Estado de São Paulo sobre o que ele pensa sobre o Amapá.




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Estadão do Amapá na Capital Inicial

Esta semana a grande sacada da imprensa de oposição, diga-se de passagem, a marrom, é usar as matérias de jornais para rechear seus programas, dentre eles O Estado de São Paulo, que resolveu virar a mira, de maneira suspeita para o Amapá.

Como estamos às vésperas das eleições, isso tem criado um grande movimento por parte do PDT e do PMDB amapaense em abocanhar as municipais, pelo menos da capital para que não caiam nas mãos grapiúnas da oposição. O desespero tem batido nas portas desses caciques, e para isso foi escalado o grande jornal paulista, pois os locais que já tem o formato de tabloide, não criam o impacto necessário.

Sair do mapa, talvez seja a sina de Gilvam Borges, que licenciado do senado anda para cima e para baixo com suas sandálias da humildade, levando consigo o ex-governador Valdez Góes e o Senador José Sarney, este por sua vez tem usado quase toda sua máquina espúria e sua influencia no Estadão, para lançar lodo no Amapá via imprensa. Isso impressiona o leitor amapaense que se informa via tabloide.

Pense bem, que interesse teria o leitor paulistano em saber o que acontece em uma terra que para a maioria deles não passa de uma provinciana área cercada de água, selva e índios de tanguinha cantando ao redor da fogueira. Dois dias seguidos de citações do governador e sua família, com enfoque em fatos requentados, que em qualquer boca de ferro se sabe, não precisava do Estadão para isso.

Para quem não lembra e nem fez o link ainda da relação Amapá x Estadão, lembre-se do Rock in Rio e do protesto iniciado por Dinho Ouro Preto, quando foi enfático ao oferecer a música “Que País é Esse?” de Renato Russo a José Sarney, onde Dinho justifica que o cara que conseguiu manter censurado o jornal O Estado de São Paulo é Sarney. Se há poder para tolher há poder para enxertar noticias inconvenientes. Mesmo que verdades.

Fico imaginando qual o titânico poder tem um governador que só amealhou a vaga por causa de uma crise gerada pela operação da Polícia Federal que envolvendo seus adversários, levou-os de uma vez a passar uma temporada na carceragem brasiliense. Ou qual o titânico poder tem um postulante a senador que nem se quer conseguiu ser diplomado pois teve suas asas cortadas mesmo que temporariamente pelo presidente do TRE.

Talvez obras da graça do único não levado a passar uma temporada na carceragem, o coronel chibata. Qual poder tem esse Alcaide, que consegue manobrar as togas de um poder que se diz independente como os tribunais superiores que nem se dão mais ao trabalho de ocultar a obediência e submissão ao Presidente do Senado. Imaginem a imprensa que precisa vender jornais e ganhar o seu “jabá”.

É certo que a PF tem que investigar, ela existe para isso, tem que investigar mesmo, quem quer que seja; transgrediu a lei a PF tem que estar lá. Mas do que adianta torrar rios de dinheiro em operações como nomes esdrúxulos como Satiagraha ou Boi Barrica, se no final de tudo o festival das togas comprometidas, vai dar um fim nas investigações sem motivo plausível como o juiz que sustou e extinguiu o processo de cassação de Sarney e Valdez por faltas de custas para tirar Cópias Xerox. Gente como Daniel Dantas, Fernando Sarney e outros, sabem muito bem como é essa farra por obra do coronel chibata e sua trupe intrépida.

Com o poder de suas mazelas e o império de sinecuras. Que vamos convir que já critiquei isso antes; os pseudo-jornalistas que lhe dizem amém e a seus lambaios também. Mas uma imprensa séria, que não é o caso do Amapá, em que se fazem programas de radio e televisão lendo jornais nas mãos ou lendo blogs como cópias de louro josé fingindo fazer jornalismo, o Estadão tem enveredado nessa seara perigosa, mas como ele não tem cara de tabloide, e esta no estado mais rico do pais, tá desculpado!

O exército de louros josé, berrando e bradando pantomimas e brejeirices vestidos de terno e até citando versículos da bíblia. Tentando ser arautos da moralidade política e jornalística, mas no fundo são apenas aves rapináceas com o único propósito de amealhar as moedas do erário e do alheio.

Muito me admira que o Estadão se submeta a este papel desprezível. Volto a lembrar que não sou governista nem oposicionista, mas não comungo de Sarney nem de sua quadrifamilia. Para servir a propósitos tão provincianos como o de fazer politicagem no Amapá. Tentar fazer do Amapá um maranhãozão como fez Sarney em sua própria terra, um paraíso do êxodo de um povo sem terra que aos borbotões saem da província de São Luis em busca de uma vida melhor.

Quisera os amapaenses pudessem trocar dois dedinhos de prosa com Aderson Lago ou Palmério Dória para ter uma noção do que é a influencia de Sarney e de seus emissários no Amapá. Enfim é difícil aturar a máscara mortuária do milenar senador, que como um vírus se replica usando um DNA alheio como hospedeiro os inocentes e tolos políticos amapaenses, respondem pelos nomes de oposição e governo, tão verídicos como uma cédula de três reais.

Infelizmente o povo merece o que tem... Viva São Paulo e suas terras, rios e índios de terno.



domingo, 9 de outubro de 2011

Paraensismos e xibezadas


Estamos no décimo mês de 2011 e o ano já respira por aparelhos. É, eu sei, você só percebeu isso através da mudança da decoração das lojas e pela quantidade de propagandas envolvendo corda, santa, fitinha e pato. Está claro: chegamos em outubro.
Na época do Círio Belém fica como uma casa em dia de aniversário: lotada, confusa, caótica e com idosos perdidos procurando o caminho do banheiro. A cidade transpira aquele sentimento difícil de traduzir, mas que te expulsa de casa e te faz - quase sem pensar - ir à rua e se perguntar "o que eu tô fazendo aqui". Belém se produz, fica que nem aquela moreninha arrumadinha que todo mundo olha no fim da festa (ou no fim do ano) e tenta pegar.
Sem pinduquismos, o Círio é realmente uma época única, talvez um dos poucos momentos em que a cidade se encontra consigo mesma, uma espécie de eclipse cultural, quando a cidade sai da sombra do provincianismo progressista e se reconhece.
É um momento de reencontro entre os que abandonaram o sonho nortista calorento e foram fincar raízes em outras paragens com aqueles remanescentes que se perguntam a cada engarrafamento o porquê de não terem ido embora; de perceber o dualismo quase barroco de tão dramático entre o caboclo que se diverte com o miriti e o que se diverte com seu iPad ou celular de n's chips; de olharmos para dentro de nós mesmos e tentarmos entender o que nos tornamos.
O paraense se perde em uma periferia cultural criada por ele mesmo. Sem referências, cultua silenciosamente um passado que ninguém contemporâneo viveu, mas morre de saudade: a Belle Époque. Crescemos ouvindo fábulas contadas por pessoas ou por prédios de um tempo quando Belém era protagonista, passamos boa parte da nossa história tentando sermos aceitos pelos grandes centros brasileiros, imitando comportamento, trejeitos e até mesmo vícios e defeitos.
Basta atentar para a maneira de falar e de vestir. Vivemos pouco mentalmente na nossa cidade. O sujeito pode até caminhar pela presidente Vargas, mas apesar de seu corpo pupunhento estar ali, sua roupa e sua maneira de andar evidenciam que sua mente não. Provavelmente o sujeito se imagina andando pelo Rio de Janeiro, São Paulo ou até mesmo - os mais delirantes - caminhando pelas ruas de Londres ou Nova York.
Provas disso não faltam, quantas pessoas você conhece que estão loucas para sair de Belém e não o fazem por conta de obrigações como emprego e família? Para tentar distrair essa frustração elas arrumando relacionamentos virtuais à distância e passam madrugadas em sites de companhia aérea esperando passagens baratas para verem-se livres - pelo menos provisoriamente - da cidade das mangueiras enquanto estão seminuas namorando em frente à webcam.
Convenhamos, o ritmo no qual Belém está crescendo colabora para isso. A cidade cresce como uma adolescente, com corpo de gente grande, mas mentalidade de criança. Está cada dia mais difícil e caro viver aqui, por isso é muito compreensível essa evasão sentimental crescente na cidade.
O escapismo mental tem levado Belém a clima de desdém, quase a um Deus-dará. A cidade anda suja, mal cuidada e mal tratada como eu nunca vi nos meus ralos 40 anos, pouca gente tenta fazer alguma coisa enquanto o caos e absurdo abrem franquias em cada esquina da cidade. Quem tem força pra mudar isso está na internet namorando ou dando F5 no site da TAM esperando promoção de passagem.
O segundo domingo de outubro, porém, é um dos raros momentos atuais em que se vive mentalmente em Belém, não é à toa que a cidade se enfeita toda para receber o Círio (é claro que interesses comerciais e eleitoreiros também estão no meio) e fica estranhamente bonita, por isso o segundo domingo de outubro deveria ser visto além das festas e procissões. O Círio há muito tempo transcendeu religião ou qualquer tipo de pequenez elitista, é um momento em que a cidade se enfeita para celebrar ela mesma e se enchem de símbolos tão comuns à nossa memória afetiva como a corda, as fitinhas, o ITA, a monga, engarrafamentos e aquelas maçãs do amor com gosto esquisito que vendem em Nazaré.
O Círio é uma febre de paraensismo pluricultural: Das elites com suas tradicionais caras sem graça e roupas brancas, da ebriedade profana das chiquitas, da simplicidade complexa de milhares de pessoas expressando sua fé. Um momento que traz esperança por ainda existir, mas angústia por durar tão pouco.

E assim flui o rio

Pequenas gotas fluem após o degelo de quem fica anos no frio da falta de fé, de repente as gotas começam a unir-se e formar filetes que cada vez mais engrossam, seguindo o rumo em um caminho único, e logo que se presta a atenção, não mais se vê filetes e sim córregos que se somam a mais e mais e em conjunto uníssono se englobam em uma torrente que ao se firmar os olhos já tomam proporções aos borbotões e aumentam uma grande corredeira que se abre a um turbilhão majestoso em um caudaloso rio, com vida própria, corre ao mar em uma desembocadura infinita capaz de dobrar até mesmo o mais resistente dos obstáculos.

Jovens, velhos, maduros, cansados ou fatigados, não pelo corpo, mas pela alma. Firmam a vista no horizonte, aonde a pequenina imagem vai ao meio do turbilhão que a acolhe e que espera dela não mais que um olhar, de amor, de misericórdia, mas nem por isso ela se recolhe em sua berlinda dourada coberta pelo manto de luz que lhe agasalha, e nem o sol escaldante da Amazônia é capaz de lhe tirar o brilho, pois este nem se compara ao brilho do amor que ela resplandece e nem da fé que ela ajuda a erguer em um salvador que lhe saiu um dia do ventre e veio trazer a mensagem de paz e amor vindas do próprio Pai.

Neste momento ela desce do céu, afaga seu povo e com ele caminha, descalça, sobre o chão quente, em meio a água e ao suor, sob gritos de clamor de seu povo, sob palmas e ovações ela é saudada, sua luz brilha mais ainda e dá força para continuar a caminhada da vida, seu amor é sentido em vibrações que tocam fundo a alma e fazem corar e chorar, mas não de vergonha nem de tristeza, mas por alegria de se saber que não estamos sós, ela caminha conosco e a seguimos na esperança de naquele instante estarmos mais próximos do que em vida podemos chegar de Deus. Enfim ela para, olha e sorri docemente. Só isso já valeu estar com ela.

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