Vendo
os bloqueios nas estradas Brasil adentro, com queima de pneus e protestos
pró-Dilma e contra um suposto golpe que estaria acontecendo com a conivência do
legislativo e judiciário, o MST levantou uma questão séria sobre os rumos da
terra no Brasil.
Mais
recentemente na história do Amapá, vimos que a presidente Dilma repassou as
antigas terras da União para o domínio do estado do Amapá, isso prova que a
União através da Presidência da República tem total autonomia para gerir o
destino das terras no Brasil.
Mas
aí vem a questão sobre o MST. Afinal Lula esteve no comando do país por dois
mandatos, Dilma emenda a dinastia petista com mais um mandato e meio o que já
dá quase quinze anos de poder de mando do partido das estrelas. Mas não se viu
em nenhum momento nenhuma politica de reforma agrária digna de ser alardeada
pela mídia como foi o “Bolsa Família” ou o “Minha Casa, Minha Vida”, por
exemplo.
Mas
ao ver tal comoção do MST nas ruas defendendo se possível com violência a permanência
de Dilma e do PT a frente do destino do País, vale se perguntar: O que ganhou o
MST para isso? Reforma Agrária? Lotes do Incra? Programa de desapropriação de
terras devolutas ou de latifúndios não utilizados para a agricultura ou
pecuária?
A
resposta é o mais imenso vazio fundiário que se possa pensar, afinal nada aconteceu,
mas mesmo assim quando se procura nos meios oficiais o que vem a ser o MST,
vê-se a pomposa descrição que o cientista social Paulo Silvino Ribeiro fez para
o “Brasil Escola” ensinar nossas crianças: “O Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra (MST) é um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como
foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no tocante à luta pela
reforma agrária brasileira.”
É
assim que se define o MST nos livros de geografia espalhados pelas escolas
públicas, como um bastião da luta pelo movimento agrário, não como um braço
armado e imputável de um partido politico que em vez de lutar por reforma, como
é auto definido didaticamente, luta por um partido, mas a troco de que afinal?
Questiono-me
que se por um passe de mágica houvesse uma megapolitica de reforma agrária no
Brasil e de repente, não mais que de repente, todos os membros do MST inclusive
João Pedro Stédile e José Rainha ganhassem o seu tão sonhado pedaço de chão, já
que há décadas estes dois senhores ainda não conseguiram a terrinha prometida.
Teria
a massa que queima pneus, fecha estradas, invade fazendas produtivas, mata gado
para promover churrascadas, derrubam árvores e saqueia plantações, a capacidade
de arar e semear a terra? Ou de fazer pastar seu próprio gado?
Minha
mãe já dizia que a prática sempre leva ao conhecimento e que se você arar a
terra terá calos nas mãos, mas saberá a hora certa de plantar feijão. Mas os
membros politizados do MST que estão há tanto tempo longe dos campos, militando
por Lula, por Dilma, ou quem sabe até, se o mensalão fosse um conto da
carochinha, não estivesses levantando bandeiras vermelhas com a inscrição “Zé
Dirceu” saberiam realmente o valor da terra?
Parece
ser uma incógnita insolúvel, digna dos anais da matemática do calculo
diferencial, uma resposta abstrata que faz refletir que se um movimento que reivindica
terras fica ao lado de um partido que está há tantos anos no poder e não deu se
quer um palmo de chão, é por que com certeza dessa semente não sai nada além de
mais uma bandeira que tremula sem propósito e que nem verde nem amarela é, e
Deus nos livre que seja regada com, sangue se a dinastia “trabalhadora” for
defenestrada do Plano Piloto.