quarta-feira, 16 de março de 2011

A gota d’água


Pode ser a gota d’água... Assim já cantava Chico Buarque em sua música homônima. E as vezes parece que as gotas de água nunca param de pingar como uma eterna tortura chinesa.
Esta semana tive uma briga homérica com pessoas de minha estreita relação, por causa de uma dessas gotas. Afinal sempre procuro cumprir meu papel social, moral, financeiro e afetivo com toda a risca possível. Mas nunca esqueço uma ingratidão, até mesmo por que sou adepto da gratidão eterna.
Fico estarrecido de ver como as pessoas são mesquinhas e no fim de tudo mesmo, o que importa para o mesquinho, é a vantagem, o benefício ou o lucro que vão obter em suas transações afetivo-comerciais.
Me abneguei da importância do dinheiro e dos bens e dos lucros a partir do momento em que esses fatores passaram a me trazer todo o tipo de dissabores e desgostos, de fatos de longa data. Hoje posso dizer que apesar de não ser rico nem tão remediado assim, acho que alcancei o estágio evolucionário de desapego e com isso o sofrimento de conviver com seres ainda involuídos e escravos da usura.
Não posso ser ridículo em dizer que não precisamos do dinheiro. É claro que precisamos, afinal sem ele não se faz nada em um mundo extremamente dependente dele. Até mesmo a forma como conduzo minha vida depende desta ferramenta destrutiva.
Fico pensando quantas vezes deixei de ser feliz por causa da ausência ou da presença do dinheiro. Fazendo jus a sabedoria popular que diz que realmente o dinheiro não trás felicidade, nem muito menos compra a felicidade nem a sua ausência proporciona a felicidade. Posso então classificar o dinheiro como o oxigênio que respiramos que apesar de ser necessário para as funções da vida, sua mera presença dentro de nós causa a oxidação e o envelhecimento, que no futuro levam à morte.
Depois destes fatos não esclarecidos, resolvi novamente dar mais uma guinada em minha vida. Acho que esta na hora de sair na chuva, enfrentar as gotas de água, parar de me esconder e me omitir que o tempo esta passando e tudo pode mudar e eu não acompanhar o carro das mudanças.
Então amanhã é um novo dia e talvez o começo uma nova era, onde finalmente posso ser cada um por si e Deus por mim e por todos. Decisões tardias nem sempre são boas, pois o risco da falta de dependência de alguém me leva a crer no medo que sinto.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!
Como já achei o alguém da minha vida, meu passo agora é enfrentar os desafios e cuidar desse algum, pelo qual nasci para estar perto. O resto? São gotas d’água de uma eterna chuva. Mas para isso existem os impermeáveis...

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