O
ano já respira por aparelhos e cada vez mais nas súmulas que cada cidadão faz,
nota-se que 2012 foi um ano funesto. Não só pelos inúmeros obituários ocorridos
ao longo desta caminhada ao redor do sol, mas de tantos outros acontecimentos
de natureza sinistra.
Mas
alguns fatos são dignos de relato, afinal após angustiante espera por parte de muitas
seitas apocalípticas, o mundo não se consumiu em cinzas ou nas tormentas do
armagedom que não veio, e não vamos culpar os Maias pela canoa furada em que
muitos embarcaram, culpem Lula, culpem a Bossa Nova, culpem até o homem da
canoa, menos os Maias.
Esta
semana final deve reservar poucos acontecimentos políticos, já que o recesso
anual deixou o Brasília entregue às traças durante este período. Talvez Lula
nos brinde com algum acontecimento novo de sua epopeia pseudomoralista pós
Planalto. Mas isso também pode ser frustrado, já que a blindagem total tem
feito de Lula quase como um semideus ou um veículo de assalto (no bom sentido!),
daqueles que os americanos adoram ostentar em seus filmes. A prova de tudo!
Enquanto
isso, o Zé da Foice (que não Dirceu!) continua sua saga sem trégua nem folga,
arrebatando um ou outro, daqui e dali, não poupando segmento nem patamar. Afinal
de uma paneirada só, arrastou de Gore Vidal a Oscar Niemeyer da banda dos
pensadores e no mundo artístico levou até a primeira dama do teatro de revistas
Hebe Camargo. Mas para o bem das pegadinhas, ainda bem que poupou Silvio
Santos!
No
mundo politico o balaio de sepultos não é tão grande, pelo menos no quesito das
vicissitudes, já que os obituários de carreiras politicas têm sido cada vez
mais frequentes após o julgamento do mensalão e de tantos escândalos palacianos,
que pelo menos serviram para mostrar que todo mundo tem um lado e um senhor.
No
rol alongado das atividades do Zé da Foice, também não podemos deixar de
incluir as balburdias locais das terras de Andaluzia Macapaba, afinal grandes
foram os infortúnios no universo politico e até na vida da população, já que
com as exéquias da situação da prefeitura da capital após a não reeleição,
grandes são os problemas que se proliferam como larvas no esterco, ou diria, no
lixo mesmo.
No
universo da gestão estadual, não se vê com bons olhos as carpideiras que
lamentam que a greve dos servidores da educação tenha levado à penalização das férias
escolares e o fracasso do ano letivo, com incentivo a evasão. Mas nada tão grave quanto o estado terminal de
um sistema de saúde imerso em cova rasa há tanto tempo, e ninguém para chamar
este Lázaro de volta à vida. Faltam desfibriladores!
E
com os lamentos e prantos, não podemos deixar de citar que o tempo de plantar e
de colher, como se alardeia ultimamente, parece que deve ter sofrido alguma
estiagem causticante, pois as sementes que se plantaram são oriundas de outros
semeadores, as colheitas que se tenta fazer e são dos louros de outras coroas.
Próprio mesmo, só a bravata e a velha briga comezinha de sempre.
Triste
mesmo, a ponto de se prostrar a beira do esquife e lamentar, é essa mania que se
tem de tentar ostentar o que não existe: Mas afinal o que seria do mundo do
além se não fossem as maravilhas da construção civil que o governador alardeia
como conclusas, se na verdade ainda são uma mera esperança de concretização. Ou
das maravilhas destacadas ao bom som, que ao se chegar o olhar bem de perto se
vê maravilha nenhuma.
Mas
no apagar das luzes, procuremos refletir sobre nossas atitudes, não como uma
daquelas promessas de ano novo que nunca sem cumprem, mas como de realmente
acreditar que o brasileiro consegue, nem que seja um bocadinho, erguer a
cabeça, abrir os olhos e ver a verdade sem lulismos, eufemismos, dilmismos,
camilismos ou qualquer um desses outros tantos ismos que pelo nosso casuísmo,
continuam fazendo ano após ano um prenuncio de fim do mundo. Ainda bem que o
neologismo “maismo” não pegou na boca do povo.
Pelo
menos este, bem fez o Zé da Foice, que se encarregou de levar...
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