Não é nenhuma novidade que durante o horário
eleitoral gratuito, os candidatos são meros fantoches nas mãos dos marqueteiros
que puxam cordões, embaralham as cartas, escondem coringas e por isso recebem
generosas quantias para fazer com que o pretenso candidato seja o suprassumo
que o eleitor precisa.
Mas o que geralmente se espera é que este
cordão umbilical entre o politico, candidato ao Oscar e seu Gepeto seja cortado
logo após a diplomação do eleito.
Mas entre pantomimas e patuscadas, percebe-se
que nada mais do que fantasias e ilusões foram vendidas, num país em que 75 %
dos alfabetizados são analfabetos funcionais, os fantoche políticos ganham a
eleição, mas nunca governam com independência por que as cordas que os mantém
de pé são puxadas a muitas mãos com interesses nada republicanos.Como no Teatro
Negro, os manipuladores ocultos, direcionam as ações conforme as conveniências.
Mas não me tomem intransigente, sei que não
se governa sozinho, a equipe é imprescindível, mas quando falo de político
fantoche, falo dos bonecos cuja liderança está apenas no discurso recheado de
estopa e serragem, sem capacidade de escolha, sem discernimento, muito menos
vontade propria.
Os fantoches diferem-se dos “postes”, já que
os postes tem pouca ou nenhuma expressão, são apenas postes, carregam a luz
alheia enquanto durar a energia. Já os fantoches não. Eles são feitos para ter
atratividade, até um certo toque de carisma, são moldados para serem
encantadores no discurso, polidos numa falsa expressão de sensatez e probidade
extremadas, e com isso conseguem como Pinóquio, atrair a afetividade do povo.
Dá até vontade de sentar-se ao lado deles e
bater uma foto como souvenir.Com esse excesso de preciosismos, os fantoches
conseguem até fazer com que relevemos seus pecados, até os mais condenáveis.
Afinal quem de vós atirou uma pedra em Pinóquio, mesmo ele sendo um dos maiores
mentirosos da literatura infantil?
Em nossa Macondo, fantástica terra criada por
Garcia Marquez e não por Mendonça Furtado, também não escapa de fazer parte
desse universo fantástico dos fantoches que prometem resolver todas as dores do
mundo. De asfaltar as ruas do Bailique e até executar serviços em terras
inexistentes, como uma Tamanduá dessas da vida...
Com pregações de salvação, marionete e
titereiro lançaram brados que variavam do retórico ao lacônico que arrebatou
corações com promessas libertárias de que abririam o rio Amazonas ao meio para
que a população escrava das gestões anteriores pudesse ser livrada do julgo
opressivo.
O que se vê pelo momento é que as coisas
realmente mudaram ou se renovaram. A começar pelo número de vezes em que os
adereços do fantoche se alternaram por motivos nada teatrais. Assim como não se
conseguiu escrever um roteiro coerente para apresentar o show de marionetes que
se vê atualmente.
Talvez por isso, com os baixos índices de
audiência deste show tétrico, tenha-se ido buscar mais um metre titereiro,
sendo que a peso de ouro ou contratos para melhorar a performance do fantoche,
que a cada dia fica mais roto e embotado, parecido com a concorrência de quem
tanto tentou se manter a distância.
Ao povo resta colocar-se o nariz vermelho e,
no bom estilo brasileiro, sorrir e aproveitar a presença do Papa para pedir um
reforço do Todo Poderoso para ajudar a cortar as cordas de muitos dos bonecos
que elegemos...
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