Com o desinteresse do grupo
Anglo American nas atividades no Amapá, até mesmo por que o polo foi atrelado compulsoriamente
ao grande pacote que Eike Batista fez no meganegócio que o tornou a personalidade
brasileira mais bem aquinhoada e notícia revista Forbes. A estrutura da
mineradora, ainda herança dos tempos da Icomi, volta à baila do noticiário
tucujú.
Sem perder a oportunidade de
amealhar louros e foguetórios para tentar diminuir os galopantes índices de
rejeição de sua administração. O governador Camilo tratou logo de sentar-se à
mesa com Pramod Agarwal, Ceo do grupo Zamin Ferrous, que timidamente atua no
Amapá pela Zamapá Mineração.
Na ribalta armada com os
coadjuvantes prefeitos dos municípios mineradores e mais o prefeito de Santana,
o município escoador. Camilo chamou a imprensa para anunciar a descoberta da
pólvora: Que o Amapá não pode sobreviver colhendo castanhas e recebendo mesada
do FPE, como assimilou seu pai quando foi governador do estado por dois
mandatos capitaneados pela politica de catar coquinhos na floresta.
Já não é de hoje que a fama de
japiim, aquele pássaro amazônida imita todos os outros pássaros e que cria os
filhos alheios. Faz parte do perfil de Camilo e sua administração. Pois bem se
sabe que as diversas obras das quais ele corta a faixa inaugural, ainda são remanescentes
de governos passados, ou obras que foram conseguidas a duras penas pelos
membros da bancada federal. Mas nenhuma substancialmente dos membros de seu próprio
partido. Que, diga-se de passagem, são umbilicalmente ligados ao governador
pelo fato de serem seus próprios pais.
É louvável que o Grupo de Agarwal
venha para o Amapá. Mais louvável que venham os investimentos. Tanto de capital
financeiro, quanto o maior aporte que a empresa pode fazer: o da geração de
empregos para técnicos, engenheiros e muitos outros profissionais que não tem a
vocação de berço para se aboletar nas repartições públicas como servidores concursados.
Desejo que ao que parece começa a deixar de ser o sonho do amapaense.
Vale ressaltar que o papel
politico neste momento em que o Amapá parece engatinhar no passo da
industrialização, comemora-se o governo com fogos e estouros de espumante de
sidra, um fato que já é comum em cidades como Marabá, que tem mais de dúzias de
altos fornos em franca operação e um desenvolvimento que deixaria a capital
tucujú de bochechas coradas.
Já não é de hoje que os entusiastas
da industrialização cantam a pedra de que o estado precisa desesperadamente de
recursos que não venham apenas da mesada da viúva, mas sim fruto de seu próprio
valor. Alardear a vocação do porto de Santana ou a qualidade do nosso minério de
ferro, já não é mais uma descoberta inaudita e sim um fato consumado e de domínio
público.
Camilo tem formação
intelectual suficiente para saber que uma jogada de marketing politico como
essa, já não entusiasma mais ninguém. Pois quem tem conceitos para formar
opinião sobre o tema, já entendeu há muito tempo que um empreendimento privado trás
benefícios. Mas que é preciso do apoio através da concessão de energia farta,
incentivos fiscais. Estruturas que estão sob a regência da administração pública.
E o leigo, apesar de ter conceitos
sobre o benefício da geração de emprego. Não vai associar nunca a iniciativa de
um grupo privado que veio para o estado com as próprias pernas, atraído por uma
oportunidade comercial proporcionada por outro grupo privado, para um
empreendimento privado. Como o primeiro milagre econômico da administração de
Camilo e seu grupo privado.
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