O
destino de José Sarney teve uma drástica mudança em um fatídico 21 de abril,
quando soube que se tornaria o primeiro presidente civil após um regime militar
que durou duas décadas em um Brasil que clamava por mudanças.
O
presidente Sarney; como costuma ser chamado até os dias de hoje em seus ciclos
políticos e de amizade, representou um divisor de águas neste período, afinal
saíamos de um nebuloso momento de nossa história sob o manto da intolerância
para finalmente rumarmos a um processo democrático cujo bâtonnier Tancredo Neves, o destino fê-lo retirar-se mais cedo,
cabendo a Sarney a condução do País durante a transição.
Os
caminhos da nova república foram bastante sinuosos, afinal, antes de 1985, o
restante do Brasil que quase não conhecia aquele maranhense com talento impar
para a politica - já que o Maranhão assim como a maioria dos estados do Norte e
do Nordeste pareciam ser alijados do cerne das questões decisórias do Brasil -
mas Sarney, que já tinha uma trajetória vigorosa em seu estado natal de onde
foi deputado, senador da República e governador encontrou o clímax de sua vida
de serviços prestados ao País naquela Brasília de 1985.
Mesmo
assim na fórmula da tentativa e erro, diversos planos econômicos nunca testados,
das famosas “fiscais do Sarney”, do tabelamento e congelamento de preços, a
história é testemunha do cômputo de significativos avanços em quase todos os
setores da administração pública que impactaram direta ou indiretamente em
benefício da sociedade durante sua gestão como presidente da República.
Como
por exemplo, em 1988. Aquele foi um ano histórico para muitos; foi o ano do
orgulho da raça negra que comemorava o centenário da abolição da escravatura no
Brasil. E também o ano da promulgação da Constituição Cidadã, erguida por
Ulysses Guimarães como um marco na história politica do país concedendo as
liberdades e garantias individuais e coletivas para a sociedade.
Tecer
loas à sua longevidade como politico ou como pessoa, não é reconhecimento digno
até por que os brios de vaidade não lhe cabem. Grandes foram as empreitadas
realizadas por Sarney durante este mais de meio século de vida pública que não
se encerrou após sua passagem pela presidência do Brasil. Eis que na
continuidade de sua carreira, os caminhos do Amapá e de José Sarney se cruzaram
em uma relação de afeto que já chega a um quarto de século, 24 deles como
Senador da República.
Um
estado jovem e um politico experiente, uma junção cujo resultado não poderia
ser diferente: Uma terra no extremo norte do país, esta terra de São José que encontrou
um outro José para lhe dar amparo e transformá-la em uma terra de oportunidades,
em um pedaço do Brasil que tantos brasileiros não conhecem ou só conheciam
pelos livros.
Eis
aqui um compêndio do que os anos produtivos da vida pública renderam aos
brasileiros e em particular ao Amapá, terra adotiva deste José Maranhense, que
como muitos brasileiros vieram para cá para desbravar um Brasil que o Brasil
ainda não conhecia, mas que com certeza despontou aos olhos de nossa nação após
a passagem deste grande brasileiro.
*Editorial para a Revista Personalidades, abril de 2016
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