segunda-feira, 12 de julho de 2010

Desculpas mais do que esfarrapadas


Amigo leitor, depois de quase uma semana afastado do computador devido a um pequeno problema nos olhos, o que me impossibilitou de ler bem (leia-se conjuntivite). Volto sem pedir desculpas. Afinal, que raio de palavra é essa, com que as pessoas pensam que podem abrir o mundo maravilhoso do esquecimento?

Que com uma simples palavra ou suas variantes submissas, nossa sociedade humana pensa que pode simplesmente apagar o mal cometido, a falha atenuada?

Ontem Felipe Melo pediu desculpas na televisão pelos erros da copa. Isso por acaso retira a taça das mãos de Casillas e coloca nas de Lúcio? Assim como só falta o Bruno ir à rede nacional, pois não se fala em outra coisa neste país a não ser o caso do goleiro assassino e sua trupe, e pedir desculpas para que a Elisa retorne dos intestinos animalescos a que foi jogada?

Desculpas, desculpas... Um rol, de idiotice e bobagem. Palavras têm o poder de impressionar, motivar, corrigir, ofender e até mesmo nos fazer chorar. Mas nunca, nunca, iremos inventar uma palavra-amnésia para que todos os erros homéricos da humanidade se dirijam ao sumidouro e sejam esquecidos e apagados da nossa memória e do Google, para que não sobre pedra sobre pedra e finalmente, arrastando consigo para o fundo desse ralo sumidouro, esta descarga gigante seja capaz de apanhar as desculpas pelos pés (se é que ela os têm) e arrastá-la para o fundo, num último engolfo dos jatos deste ato de merda (é merda mesmo) que seria muito maravilhoso se a simples menção da palavra catatônica e moribunda, surtisse o efeito da perfeição de fazer todo o mal desaparecer, mas este genérico do "pedir para esquecer", tem tanta utilidade quanto as pílulas de farinha da Schering Plough, e o famigerado Microvlar.

E as desculpas do laboratório para as sete mulheres que engravidaram mesmo tomando o remédio.


Desculpem-me (sei que não vão fazer mesmo!)


Boa semana.

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