segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

La foule


Ah a multidão, sua turba dileta arrasando como uma onda suprema sobre os incautos que se banham a praia da vida. Hum, quantos temores temos que um dia a turba venha e nos leve tudo que temos e nos afunde em uma multidão que nunca mas vai nos deixar voltar a ver o que foi perdido.
Nossa. Nesses anos todos perdi tanta coisa, perdi sandálias, perdi jóias, perdi vidas, perdi quase tudo, menos a esperança, até mesmo quando ela parecia ter perdido a si mesma. Aprendi nesses anos mais do que ensinei, afinal ensinei muito, mas esqueci de ensinar a mim mesmo. Esqueci de que a vida não e amor e que nem todo mundo pode corroborar o sonho perfeito e do perdão e do amor eterno. Não da forma como eu o concebo.
Ah e como e quão utópico eu concebi. Acho que diferente de todos os mortais que ainda não conhecem esse segredo: amar incondicionalmente, sem fronteiras, sem barreiras sem falsos moralismos ou se quer uma gota de hipocrisia. Isso sim e saber aproveitar o amor.
tive amores antes, me regozijei com eles, fui traído por eles, tive meu amor usado contra mim mesmo, quase matei por amor e por amar demais. Mas isso se foi.
Agora que entendi que passei a vida inteira procurando alguém para amar, sei que perdi meu tempo, pois devia procurar alguém que me amasse, e isso encontrei, e diferente de qualquer outra experiência, apesar de não haver os arroubo e os mimos de um amor meloso, nada de platónico, real sim, físico sim, mas nada de romances comezinhos que duram uma sessão de cinema.
Sinto uma calma, uma paz que antes nunca havia sentido e olha que minha vida ficou meio de cabeça para baixo na última semana. Mas decidido, arrumo as malas agora e vou ao encontro do meu destino, futuro ou sei lá como posso chamar. Não do amor mas da Tão sonhada vida nova que sempre busquei a vida inteira. E acho que estou no caminho certo, mesmo que a bússola indique que estou dando meia volta para um caminho sem saída.
Dane-se, adeus as flores, detesto tulipas, a terra de Erasmo me deprime mais ainda com seu frio, seus canais meio sujos e suas pessoas a queimar um beque na banca de revistas, ou suas bonecas a vender brincadeiras aos incautos.
Erasmo, suas terras são para os moinhos de vento e para Dom Quixote e Sancho Pança, Van Gogh e outros mais que quiseram ater-se a uma terra muito linda, mas que igual a ouro, brilha mas não da calor. Volto para minhas origens, para o meio do mundo, lá sei de uma multidão que sempre arrasta o povo e leva tristezas embora, então la, posso cantar o meu
L'Hymne à l'amour e viver em paz o quanto puder o grande amor e a nova vida que me esperam onde o sol solsticia e equinocia. Deixo de ouvir Jacques Brel e sua melancolia em Dans le por d'Amsterdam. Para ouvir a ode ao sol e as benesses que me chegam a cada momento em que penso o quanto vou ser feliz.

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