domingo, 20 de fevereiro de 2011

I´ll Farandole


Carnaval se aproximando, folias de reis e bobos e tolos em franca expansão.
Começamos os enredos mais criativos e os mais passados ao sabor de "vai da valsa", como o bloco do salário mínimo, onde todos dizem que acompanham pelo povo, para o povo e em prol do povo. Enredo tipicamente fraco, se o povo mal consegue levantar o bloco com o mínimo aprovado. Mas com a certeza do dever cumprido, segundo as expectativas da rainha do carnaval e também presidente da república nas horas vagas.

Mais um enredo criativo, é a assinatura do contrato para a construção de Belo Monte, onde as "queridinhas do Brasil", empreiteiras mais do que presentes em obras públicas, decidiram não participar como investidoras no projeto (em Tucuruí a propina já foi bem melhor!), e apenas vão construir dessa vez, sendo que dos 25 bi, 19 terão que ser financiados pela mãe Joana do carnaval, o BNDES.

Na grande folia temos os encontros e desencontros do governo e sua base aliada, cada um a seu modo querendo uma fantasia diferente para sobressair mais durante as folias de Momo. O certo mesmo é que varias dessas novidades acabem emplacando e arrastando nesse “farandole” uma fila de absurdos que como sempre passam despercebidos pela opinião pública.

É lamentável, para não se dizer, que algumas dessas proezas são feitas em plenas barbas do povo, como aumento salarial dos deputados, arrocho para o funcionalismo e salário mínimo que basicamente é o valor do aluguel da garagem onde guardo meu carro.

Comemorações a parte, a pseudo luta por salários melhores será sempre motivo para oba oba, isso já sabemos que é tão antigo quanto a roda. Mas achar que estamos eternamente no papel de Amélia de Mario Lago, é basicamente achar que a fantasia do bloco nunca vai desabar por baixo de águas torrenciais que sempre vem e levam consigo ou a esperança, ou trazem consigo revoltas de proporções homéricas como as que o Egito enfrentou ou a que nosso Líbio, Kadafi começa agora a enfrentar. Como vimos mais cedo ou mais tarde o bloco muda seu itinerário... Prefiro terminar com Chiquinha Gonzaga e seu bom humor em: “Ô abre alas que eu quero passar...”

Domingo próspero, de chuva e de paz.

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