Antes os sorrisos, os beijos e abraços, motivados pela folia, pelos excessos, estes se foram. Ninguém mais se beija ou abraça sob as vassourinhas e frevos. Mas no entanto precisamos reviver, é preciso cantar, é necessário sorrir, é valido gritar de alegria e alardear à cidade que as cinzas o vento leva mas a alegria não.
Enfim, a tristeza que a gente tem, um dia se acaba, o sorriso vai voltar, a esperança vai surgir. O povo vai voltar a dançar. Alegria e dança se voltam a origem, espalham as cinza como ao pó dos móveis abandonados e por muito esquecidos na melancolia das cinzas.
Advindo com a ida das cinzas vem o amor, e tanto amor para amar que nem se sabe por onde ele começa em um grande balaio, onde os gatos se mesclam e se interminam em burburinhos. Quem me dera viver para ver, e brincar tantos carnavais, com a beleza dos velhos carnavais, das marchas chorosas ou dos lamentos de pierrot, arlequim e colombina.
O clamor e o canto do povo pelas ruas, equinas, vielas estreitas ou largas avenidas, palco do inominável, da festa dos loucos e tolos, da festa de Momo e da carne, da lascívia liberta ou da redenção encontrada. Enfim...
As cinzas voam, um momento se passa, deixemos o anjo passar, afinal que leve com ele as saudades da turba alegre a descer e subir ruas sob a ode dos sopros, bumbos e atabaques. Que seja igual a Vinicius, eterno enquanto dure, perpétuo e para sempre. Hiperbólico até a alma, superado até o limite.
Mais uma vez o povo cantando seu canto de paz. Seu canto de paz...
É, ja sinto a paz. Cinza às cinzas, pó ao pó.
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