quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Manifestar é preciso...


A gratificação natalina, mais tarde instituída nacionalmente como décimo terceiro salário, instituída em 1962 e regulamentada em 65, especifica que todo o trabalhador tem direito a 1/12 avos da remuneração por mês trabalhado.
Embora muitos críticos sejam veementes em dizer que tal benefício na verdade é um engodo dos cálculos entre o ano com 52 meses. E que na verdade é uma disposição mascarada da forma de devolver ao trabalhador algo que saiu sorrateiramente no decorrer do ano em curso como se fosse uma aplicação de médio prazo.
Vale lembrar que Getúlio Vargas instituiu tal benefício e depois dessas como de outras ações em benefício do trabalhador brasileiro, lhe rendeu a alcunha de “pai dos pobres”. E depois disso nenhum governo mexeu nesse tema.
O caso mesmo gira em torno de algo que tem se tornado a lenda urbana mais difundida nos meios informais de comunicação. Na verdade existe sim uma proposta da bancada do empresariado brasileiro para que se limitem alguns benefícios concedidos ao trabalhador. Talvez por essa polêmica o 13º seja tão alvo das críticas.
O que me assusta, não é a ficção ou firula em torno do fim do 13º, mas sim a passividade com que as coisas têm sido levadas pela população e a corda solta que tem sido afrouxada cada vez mais ao longo dos anos. Os “príncipes do povo” que deveriam resguardar os direitos de quem lhes colocou no emprego dos sonhos, parecem não se preocupar com nada e a população menos ainda.
Em um paralelo recente, vimos quase um milhão de franceses em manifestação nas ruas de Paris, pelo simples fato da aprovação da Lei do Primeiro emprego. A pressão foi forte e a polêmica lei fez até mesmo com que o premier Allain Juppé a retirasse às pressas de pauta seu projeto previdenciário.
De 1984 a 2006,os franceses deram um show de como uma manifestação, que as vezes truculenta, ajuda a fazer com que os políticos entendam que devem respeito e obediência aos direitos da população e a não do governo.
Infelizmente aqui no Brasil ainda temos um comodismo muito grande e uma passividade extremamente complacente com as atitudes condenáveis dos representantes do povo. As vezes parece que os brasileiros acreditam menos no voto, menos nas casas legislativas e mais ainda no poder das paradas gays, pois por incrível que pareça elas atraem multidões.
Quem sabe um dia essa lenda urbana, como a do fim do 13º, um dia seja mesmo votada às escuras, aprovada, e apresentada ao povo. E quando enfim a população perceber que foi ludibriada nas sombras e no apagar das luzes do congresso, como muitas vezes acontece, resolva acionar os organizadores das paradas gay, para produzir uma manifestação digna de brigar por seus direitos.

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